O teste de nosso ministério é o que deixamos para trás quando partimos.
Introdução
Timóteo estava prestes a se aposentar depois de muitos anos como um respeitado pastor. Alguém lhe perguntou: “Como você está preparando a igreja para sua aposentadoria? Qual é a visão da igreja para os próximos 10 anos?”. Timóteo respondeu: “Eu não estarei aqui, então não me importo com o que acontecerá depois que eu me for”. Esse pastor não entendia um princípio importante para o ministério: o teste final do nosso ministério é o que acontece depois que partimos.
Compare esse pastor com Nathan. Nathan morreu repentinamente após 25 anos de ministério. Durante esses anos, Nathan liderou vários ministérios em sua igreja local. Ele havia desenvolvido um ministério para moradores de rua, um programa de reabilitação de drogados e um programa para alcançar líderes empresariais. No funeral de Nathan, o líder do ministério de reabilitação de drogas disse: “No mês passado, Nathan e eu nos encontramos para discutir o orçamento do próximo ano”. O líder do ministério dos moradores de rua divulgou um esboço de um novo prédio que forneceria moradia temporária para famílias. Nathan havia planejado cuidadosamente o futuro do ministério. Ele deixou um legado.
Nesta última lição, estudaremos os ensinamentos finais de Jesus para os discípulos, Sua comissão final dada a eles e o ministério dos discípulos após a ascensão. Aprenderemos lições sobre como deixar um legado.
► Se você morresse esta noite, que legado deixaria?
Qual é o seu legado para sua família?
Qual é o seu legado para sua comunidade?
Qual é o seu legado para o seu ministério?
Discurso de Despedida de Jesus
João 13-16 pode ser comparado às “despedidas” do Antigo Testamento de Jacó, Moisés, Josué e Davi.[1] O “Discurso de Despedida” de Jesus oferece alguns de Seus ensinamentos mais profundos e íntimos.
João 13:1 mostra o cenário desse ensinamento de despedida: “Sabendo Jesus que havia chegado o tempo em que deixaria este mundo e iria para o Pai”. Se você soubesse que morreria dentro de 48 horas, o que você diria para aqueles que continuariam seu ministério? Essas palavras representariam o que você acredita ser mais importante para seus seguidores.
Na Última Ceia, Jesus mostrou Seu completo amor pelos discípulos tanto por meio de Suas ações (lavando-lhes os pés) quanto por meio de Suas palavras. Jesus “tendo amado os seus que estavam no mundo”, agora, “amou-os até o fim” (João 13:1). “Até o fim” carrega duas ideias:
1. Significa que Jesus amou-os até o fim de Seu tempo com eles.
2. Significa que Jesus amou-os ao máximo. Jesus os amava completamente.
► Leia João 13:31-14:31.
Mandamentos e Promessas no Discurso de Despedida de Jesus
Um mandamento: Amem-se uns aos outros (João 13:34)
“Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros.” Para um grupo de discípulos conhecidos mais por suas brigas do que por seu amor, essa era uma ordem difícil.
Como isso era um novo mandamento? Até mesmo o Antigo Testamento ordenou ao povo de Deus que “ame o próximo”. Há dois aspectos novos no ensino de Jesus sobre o amor.[2]
Primeiro, Jesus forneceu um modelo do amor que Ele ordenou. Eles deveriam amar como Ele amava. Depois de humildemente lavar os pés dos discípulos, Jesus disse: “Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros”. Ele encarnou um amor que se expressa no serviço humilde. Discípulos, daquela época e agora, devem amar como Jesus amou. Esse amor pega a toalha para servir. Esse amor serve até mesmo ao traidor. Esse amor persevera até a morte.
Em segundo lugar, o amor entre os cristãos deveria ser um testemunho único da verdade da mensagem de Jesus. “Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros” (João 13:35). Mais tarde, Jesus ora: “Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste” (João 17:23). O amor e a unidade da igreja devem ser testemunhas da mensagem de Jesus.
Muitos cristãos descobriram que é mais fácil amar um incrédulo do que amar um irmão cristão cheio de falhas de personalidade. Mas, como cristãos, somos ordenados a amar uns aos outros. Cinquenta anos depois, João lembrou à igreja desta mensagem:
Se alguém afirmar: "Eu amo a Deus", mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão (1 João 4:20-21).
Jesus começou Sua mensagem de despedida com o mandamento de amar uns aos outros. Esse comando é a base para tudo o mais que Ele proclamou nessa mensagem.
Um mandamento: Não se preocupe; Creia (João 14:1)
Como costumava fazer, Pedro interrompeu Jesus para perguntar: “Senhor, para onde vais?”. Em Sua resposta, Jesus previu a negação de Pedro. Então, Jesus continuou com uma mensagem para Pedro, para o resto dos discípulos e para nós hoje: “Não se perturbe o coração de vocês”.
Considerando que há um intervalo entre capítulos depois de João 13:38, muitas vezes lemos João 14:1 como se estivesse iniciando uma nova mensagem. João 14:1 é parte da resposta a Pedro. Leia assim:
Pedro, você vai me negar três vezes. Você é muito mais fraco do que pensa. Mas, não se desespere, tenho uma mensagem de esperança para você, Pedro, e para todos vocês que logo correrão com medo da minha prisão. Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim.
Pedro precisava saber que, apesar de seu fracasso, Jesus tinha uma mensagem de esperança. Os discípulos precisavam saber que, apesar do medo deles, Jesus tinha uma mensagem de esperança. “Não se perturbe o coração de vocês” está no tempo presente. Diante das advertências de Jesus e da oposição dos líderes religiosos, os discípulos já estavam com medo. Jesus diz: “Parem de se perturbar… Creiam em Deus; creiam também em mim”.
A única maneira de evitarmos sermos perturbados pelas tensões do ministério é crer. Em qualquer segunda-feira, há pastores ao redor do mundo que estão desanimados. Ontem, você pregou fielmente – e um de seus membros ficou zangado. Você pregou uma mensagem de arrependimento – e ninguém respondeu. Você convidou não crentes – e ninguém veio.
Em alguns países, a igreja é ameaçada pela oposição do governo. Em alguns países, a igreja é ameaçada por militantes islâmicos. Em alguns países, a igreja é ameaçada pela indiferença social – ninguém se importa. Jesus diz: “Pare de se perturbar. Creia em Deus; creia também em mim.”
Uma promessa: Eu sou o caminho (João 14:6)
Jesus encorajou Seus discípulos prometendo que iria preparar um lugar para eles. Agora, Tomé interrompeu: “Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho?”.
A resposta de Jesus ensina um princípio importante para a vida cristã. Jesus não disse: “Aqui é para onde vou”. Em vez disso, Ele disse: “Eu sou o caminho”. Jesus não apontou um caminho ou direção; Ele apontou para si mesmo. Não há declaração mais clara nas Escrituras de que o único caminho para o Pai é através de Cristo. Ao contrário das afirmações dos teólogos liberais, Jesus afirmou claramente que Ele é o único caminho para Deus.
Uma promessa: Fará coisas ainda maiores (João 14:12-14)
Jesus prometeu: “Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai”. Essas obras serão maiores não porque serão mais incríveis, mas porque terão um alcance mais amplo. Durante Seu ministério terrestre, as obras de Jesus estavam limitadas a uma área geográfica. Agora, porque Ele estava enviando o Espírito, as obras feitas pela igreja alcançariam o mundo.
Jesus continuou: “E eu farei o que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho”. Há duas condições associadas a essa promessa.
(1) “Pedirem em meu nome”
Isso é mais do que adicionar “em nome de Jesus” ao final de uma oração. Não é uma frase mágica que obriga Jesus a atender nossos pedidos. Em toda a Bíblia, o nome de Deus representa Seu caráter. “Orar em nome de Jesus” significa orar de maneira consistente com o caráter e a vontade de Jesus.
Orar em nome de Jesus também pode significar ir ao Pai por meio da autoridade do Filho. Quando Moisés se dirigiu a Faraó para falar no nome do Senhor (Êxodo 5:23), ele foi na autoridade de Deus, que o havia enviado. Orar em nome de Jesus significa orar com Sua permissão e autoridade. Aproximamo-nos do Pai pela intercessão do Filho que “vive sempre para interceder” por nós (Hebreus 7:25).
(2) “… para que o Pai seja glorificado no Filho”
Nossas orações devem ser para a glória de Deus. Tiago advertiu aqueles que “quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres” (Tiago 4:3). Quando reivindicamos a promessa de Jesus, devemos ter certeza de que oramos para a glória de Deus, não para nossos próprios propósitos.
Um mandamento: Obedecerão aos meus mandamentos (João 14:15)
Jesus deu um padrão com o qual podemos medir nosso amor por Ele: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos”. João se lembrou dessa declaração quando escreveu sua primeira epístola: “Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado” (1 João 2:5). Ao contrário do ensino de alguns pregadores modernos, Jesus nunca ensinou que Seus discípulos poderiam viver em consciente desobediência aos Seus mandamentos. O amor é visto na disposição em obedecer.
Uma promessa: Ele lhes dará outro Conselheiro (João 14:16)
A palavra traduzida como “conselheiro” em João 14:16 se refere a um advogado que vai em defesa de alguém. Refere-se a um ajudador ou consolador que oferece consolo em tempos de angústia.
Jesus disse que o Pai “lhes dará outro Consolador para estar com vocês para sempre”. Isso indica que o ministério do Espírito Santo seria como o ministério de Jesus. O Espírito não veio como uma força impessoal, mas como uma pessoa, assim como Jesus era uma pessoa.
O Conselheiro é o Santo Espírito da verdade que viverá “com vocês e estará em vós” (João 14:17). Ele “lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse” (João 14:26). Seu ministério será tão poderoso que Jesus afirmou: “É para o bem de vocês que eu vou. Se eu não for, o Conselheiro não virá para vocês” (João 16:7).
Como poderia ser para o bem dos discípulos que Jesus fosse embora? Robert Coleman explicou:
Enquanto Ele estava com eles em forma corpórea, [os discípulos] viram pouca necessidade de confiar no Espírito e, portanto, eles não chegaram a conhecer intimamente a realidade mais profunda de Sua Vida. Em Sua ausência, no entanto, eles não tiveram apoio visível. Para sobreviver, eles tiveram que aprender o segredo de Sua comunhão interior com o Pai. Por necessidade, eles experimentariam maior comunhão com Cristo do que jamais conheceram antes.[3]
A Vida na Videira
► Leia João 15:1-16:37.
Jesus continuou com uma de Suas representações mais poderosas: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor”. O Antigo Testamento repetidamente se refere a Israel como uma videira.[4] No entanto, em razão de seu pecado, a nação de Israel não cumpriu o propósito de Deus para a bela videira que Ele plantou. Em vez disso, à medida que Israel prosperava materialmente, construía altares para falsos deuses (Oséias 10:2). Em vez de produzir frutos que abençoariam outras nações, Israel produziu uvas azedas. Israel tornou-se tão pecaminosa que Deus não podia fazer nada com essa videira, exceto queimar a madeira como combustível (Ezequiel 15:1-6). Jesus veio como a videira verdadeira que cumpriria o chamado de Israel de ser uma bênção para as nações.
Jesus veio como a videira verdadeira. Ele veio para realizar o que a nação de Israel falhou em fazer; Ele veio para cumprir o chamado de Israel para ser uma bênção às nações.
Jesus disse aos discípulos que Ele era a videira e eles eram os ramos. A mensagem de Jesus era clara: a fecundidade depende inteiramente de nossa disposição de permanecer nEle.
Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma (João 15:15).
Fora da videira, os discípulos nada podiam fazer; longe da videira, não podemos fazer nada hoje. Quando tentamos ministrar em nossa própria força, estamos condenados à frustração e impotência. Por quê? Porque não fomos feitos para dar frutos por conta própria.
Nossa própria vida espiritual deriva de nosso relacionamento contínuo com a videira. Se alguém não permanece na videira, “será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados” (João 15:6). Embora esse versículo seja um aviso, também é um grande encorajamento. Longe da videira, somos inúteis e sem valor. Mas se continuarmos na videira, teremos vida e frutificaremos. Nossa vida espiritual não depende de nossa própria força; vivemos “na videira”.
Esse tema é visto novamente em Hebreus. Nosso grande Sumo Sacerdote, Jesus, “vive sempre para interceder” por aqueles que se aproximam de Deus (Hebreus 7:25). Howard Hendricks encorajou pastores em dificuldades que se sentiam isolados: “Se você não tem ninguém para orar por você, nunca esqueça que Cristo está orando por você”. Ele é nosso intercessor; Ele é a fonte de nossa vida espiritual.
Jesus lembrou Seus discípulos que eles deveriam permanecer na videira. Isso ainda é verdade hoje. Como pastores e líderes de igreja, você não ministra com suas próprias forças. Você vive no poder da videira e no poder do Grande Sumo Sacerdote, o qual intercede quando você não tem forças para interceder por si mesmo.
No restante do último discurso de Jesus, Ele ensinou novamente aos discípulos que deveriam amar uns aos outros. Ele os preparou para enfrentar o ódio deste mundo. O mundo odiava Jesus; o mundo odiaria os verdadeiros seguidores de Jesus.
Então Jesus explicou mais sobre a obra do Espírito Santo. No início do discurso, Ele havia prometido enviar o Espírito. Agora Ele lhes ensinava mais sobre a obra do Espírito Santo. O Espírito convenceria o mundo; guiaria os discípulos em toda a verdade; Ele glorificaria o Filho.
Ele novamente explicou a eles sobre sua partida, que logo aconteceria. E, falou-lhes novamente sobre paz em meio às dificuldades. No início desse discurso, Jesus ordenou: “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim” (João 14:1). Ele terminou o discurso com um encorajamento paralelo: “Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo” (João 16:33).
Observe que em ambos os casos, nossa esperança está somente em Cristo. Não devemos ser perturbados se crermos nEle. Na verdade, devemos ter ânimo porque Cristo venceu o mundo! A vida na videira é uma vida de paz confiante. Nossa confiança não se baseia em circunstâncias terrenas; nossa confiança é baseada em Cristo e em Sua vitória sobre o mundo.
A Mishná é um registro das antigas tradições judaicas[1]. Uma seção da Mishná mostra como os judeus observavam a ceia da Páscoa. Na Última Ceia, Jesus e os discípulos provavelmente seguiram esse padrão, que ainda é seguido dois mil anos depois.
O primeiro copo de vinho misturado com água é servido. A bênção sobre o cálice inclui esta promessa do Êxodo: “Eu os tirarei”.
Uma segunda taça de vinho é misturada, mas ainda não servida. O filho mais novo pergunta: “Por que esta noite é diferente de todas as outras noites?”. O pai responde com a história da libertação de Israel do Egito.
Após a história, a família canta a primeira Hallel da Páscoa, os Salmos 113-114. Eles bebem o segundo copo com esta promessa: “Eu os libertarei de serem escravos deles”.
Após a bênção, a refeição é servida. A refeição inclui ervas amargas, pão sem fermento, cordeiro e um molho de frutas temperado com especiarias e vinagre. O pai lava as mãos, parte e abençoa os pães, pega um pedaço do pão, envolve-o em ervas amargas, mergulha-o no molho e come. Ele então agradece e come um pedaço de cordeiro. Depois, cada membro da família come.
A terceira taça é abençoada com a promessa da Páscoa: “Eu te redimirei”.
A quarta taça é abençoada com a promessa da Páscoa: “Eu os tomarei como nação”.
A família canta o último Hallel da Páscoa, os Salmos 115-118.[2]
Na ceia da Páscoa, o povo judeu se lembrava de que Deus havia libertado Israel da escravidão. Ainda mais importante, eles esperavam um cumprimento completo das promessas de Deus quando o Messias os libertaria da escravidão de uma vez por todas.
No dia seguinte à Última Ceia, Jesus morreria como o Cordeiro pascal perfeito. Na cruz, a promessa de libertação foi cumprida.
[1]Você pode assistir a um vídeo sobre uma refeição da Páscoa Messiânica Judaica em https://www.youtube.com/watch?v=TjTsf8FEm5U, acessado em 22 de março de 2021. Você pode ler mais em http://www.crivoice.org/haggadah.html, acessado em 22 de março de 2021.
[2]Este foi o último salmo que Jesus cantou com Seus discípulos antes de ir ao Getsêmani (Mateus 26:30).
A Oração Sacerdotal
► Leia João 17.
A última oração de Jesus com Seus discípulos registrada é importante para entender Seu legado para os discípulos e para a igreja hoje. Essa oração tem sido chamada de “Santo dos Santos das orações de Jesus”. Essa é a Sua oração mais íntima.
Jesus Orou por Si Mesmo (João 17:1-5)
Jesus orou ao Seu Pai: “Glorifique teu Filho para que o Filho te glorifique”. Embora os discípulos não entendessem essa oração, logo aprenderiam a surpreendente verdade de que essa oração seria respondida em uma cruz romana.
Na segunda-feira da Semana da Páscoa, Jesus disse: “Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim”. João explicou: “Ele disse isso para indicar o tipo de morte que haveria de sofrer” (João 12:32-33). Jesus foi glorificado não pela vitória, mas pela aparente derrota. Jesus foi glorificado por meio de uma cruz.
Jesus Orou por Seus Discípulos (João 17:6-19)
Jesus orou por três coisas para Seus discípulos. Ele orou para que o Pai os protegesse em seu nome. Ele orou para que eles fossem guardados do maligno e orou para que o Pai os santificasse na verdade.
Jesus Orou por Todos os Crentes (João 17:20-26)
Jesus orou por todos aqueles que creriam nEle no futuro. Ele orou para que todos fossem um. Esta unidade é um testemunho para o mundo: “Para que o mundo creia que tu me enviaste”.
Jesus não orou pelo mundo: “Não estou rogando pelo mundo, mas por aqueles que me deste” (João 17:9). Ele orou por aqueles que creem nEle. Jesus orou para que sejamos um testemunho para o mundo por meio de nossa unidade e fidelidade.
O legado de Jesus foi um grupo de crentes que cumpriria Seu propósito no mundo. No Antigo Testamento, Israel foi abençoado por Deus para ser o veículo de bênção para todas as nações (Gênesis 12:1-3). No Novo Testamento, a igreja foi abençoada por Deus para ser o veículo de bênção para todos os povos. Jesus orou para que cumpramos nossa missão de ser uma bênção para todas as pessoas.
A Comissão Final de Jesus aos Discípulos
► Leia Mateus 28:16-20, Marcos 16:15, Lucas 24:44-49 e Atos 1:6-11.
A influência duradoura de um líder é determinada em grande parte por sua capacidade de compartilhar sua visão com os outros. Jesus fornece um modelo de como descrever uma visão de uma forma que inspire seguidores comprometidos. Por causa de Sua visão, os discípulos dedicaram suas vidas a espalhar a mensagem do Reino de Deus por todo o Império Romano.
Os Evangelhos incluem três declarações da comissão de Jesus. Cada declaração se concentra em um aspecto diferente da comissão. Mateus destaca a autoridade necessária para a missão. Marcos observa o alcance da comissão: “A todas as pessoas”. Lucas resume o conteúdo da mensagem que os apóstolos pregarão.
A declaração mais completa da comissão final de Jesus está em Mateus 28:18-20.
Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”.
O comando principal nessa comissão é “fazer discípulos”. Cumprir essa ordem exige que se vá, batize novos convertidos e ensine novos crentes. Essas atividades apoiam o comando central, “façam discípulos”. Evangelismo, trabalho social, educação e todos os outros aspectos do ministério são guiados por esta prioridade central: somos comissionados a fazer discípulos.
O Propósito do Pastoreio
Ed Markquart, um pastor americano, jantou com Richard Wurmbrand, um pastor romeno que passou muitos anos em uma prisão comunista. Durante o jantar, Richard se virou para um membro da igreja de Ed e perguntou: “Seu pastor é um bom pastor?”. O membro disse: “Sim”.
Richard perguntou: “Por que ele é um bom pastor?”. O membro respondeu: “Porque ele prega bons sermões”.
Richard então perguntou: “Mas ele faz discípulos?”. O Pastor Ed disse que essa pergunta mudou a direção de todo o seu ministério. Ele disse:
O propósito de Deus para todos os pastores é fazer discípulos de Jesus Cristo. Pessoas que amam Jesus Cristo, que seguem a Jesus Cristo, que chamam Jesus Cristo de seu Senhor. É isso que somos chamados a ser: fazedores de discípulos de Jesus Cristo. Não a fazer membros da igreja. Não a fazer escolas dominicais. Não a fazer edifícios. Devemos fazer discípulos de Jesus Cristo. É disso que se trata o propósito.
Um Olhar Mais Atento: A Missão de Jesus
Os eventos da última semana de ministério de Jesus mostram Sua missão de criar um reino composto de todas as nações, raças e povos. Cenas da última semana de ministério de Jesus ilustram Sua missão a todas as nações.
Jesus entrou na cidade em um jumento. Mateus e João citaram a profecia de Zacarias: “Eis que o seu rei vem a você, humilde e montado num jumento”. Zacarias descreveu o reinado desse rei. “Ele proclamará paz às nações e dominará de um mar a outro” (Mateus 21:5; Zacarias 9:9-10).
Quando purificou o pátio dos gentios, Jesus citou Isaías: “Não está escrito: ‘A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’?” (Marcos 11:17, citando Isaías 56:7). Os líderes judeus haviam convertido o pátio onde os gentios se reuniam para orar em um mercado para cambistas e para aqueles que vendiam pombos.
Quando os discípulos criticaram Maria por desperdiçar unguento precioso, Jesus respondeu: “Eu lhes asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória” (Marcos 14:9).
No Sermão do Monte das Oliveiras, Jesus profetizou o dia em que “evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mateus 24:14). Para esses discípulos judeus que pensavam que o reino era apenas para o povo escolhido, Jesus disse que o evangelho seria proclamado a todo o mundo.
Os profetas do Antigo Testamento mostraram que o Messias viria para todas as nações. Em Sua última semana de ministério público, Jesus ensinou a Seus discípulos que o Reino de Deus incluiria pessoas de todas as nações. A promessa dos profetas deveria ser cumprida por meio da igreja.
O Legado de Jesus: A Igreja em Atos
Muitos livros sobre a vida de Cristo terminam na ascensão. No entanto, o ministério de Jesus não conduziu apenas até a cruz ou mesmo ao túmulo vazio; Seu ministério conduziu ao Pentecostes. Jesus prometeu enviar outro Consolador para estar com eles para sempre (João 14:16). Essa promessa foi cumprida em Atos. Duas cenas em Atos mostram o cumprimento do legado de Jesus.
A Igreja no Pentecostes
► Leia Atos 1:4-11 e Atos 2:1-41.
Pouco antes da ascensão, os discípulos perguntaram: “Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a Israel?”. Eles esperavam que Jesus estabelecesse um reino político e terreno. Na mente deles, a ressurreição reforçou a possibilidade de um reino terrestre. Tudo o que Jesus precisava fazer, eles pensavam, era usar Seu poder para derrubar os romanos. Jesus respondeu:
Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade. Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra (Atos 1:7-8).
Jesus infere que: “O tempo do reino não é responsabilidade de vocês. Em vez disso, vocês devem cumprir a missão que lhes dei: servir como minhas testemunhas até os confins da terra. Mas antes de ir, vocês devem esperar.” Em Lucas, Jesus disse: “Mas fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto” (Lucas 24:49).
Cinquenta dias após a Páscoa, quando 120 discípulos se reuniram no cenáculo, a promessa do Espírito Santo foi cumprida. Eles começaram a falar nas línguas das pessoas de outras nações reunidas para a Festa Judaica de Pentecostes (Atos 2:4, 6-11). Isso simbolizava o cumprimento do plano de Cristo de formar Sua igreja de todas as nações.
A lista de nações em Atos 2 nos lembra a lista de nações em Gênesis 10. Em Gênesis 11, Deus julgou a tentativa do homem de estabelecer um reino universal em Babel confundindo suas línguas. Em Atos 2, Deus começou a construir Seu Reino revertendo a confusão das línguas.
O Pentecostes foi o início das “coisas ainda maiores do que estas” que Jesus prometeu (João 14:12). O cumprimento do legado de Jesus havia começado. O Espírito Santo prometido estava agora ativo no ministério dos apóstolos. A partir desse momento, a igreja começaria a cumprir o grande propósito de Deus de formar Seu Reino. Como o sermão de Pedro deixou claro, as promessas do Antigo Testamento estavam agora sendo cumpridas por meio da igreja.
John Stott explicou quatro aspectos do Dia de Pentecostes.[1]
O Dia de Pentecostes foi o ato salvador final de Jesus na terra.
O Dia de Pentecostes equipou os apóstolos para a Grande Comissão.
O Dia de Pentecostes deu início a um novo tempo do Espírito. Em todo o Antigo Testamento, o Espírito Santo capacitou os servos de Deus em momentos especiais do ministério. Depois de Pentecostes, os cristãos em todos os tempos e em todos os lugares se beneficiam de Seu ministério.
O primeiro avivamento cristão começou no Pentecostes.
Os efeitos do Pentecostes são vistos em todo o restante do livro de Atos. Os sinais no Pentecostes foram especiais. A alegria, a comunhão dos crentes, a liberdade na adoração, ousadia para testemunhar e poder para o ministério deveriam ser evidências normais do ministério no poder do Espírito Santo.
A Vida Diária na Igreja Primitiva
► Leia Atos 2:42-47.
A segunda cena que mostra o cumprimento do legado de Jesus está no final de Atos 2. Essa cena mostra o cotidiano da igreja primitiva.
Em Sua oração sacerdotal, Jesus orou pela unidade de Seus seguidores. Ele orou para que “eles sejam um, assim como nós somos um” (João 17:22). A resposta a essa oração começa em Atos 2. “Os que criam mantinham-se unidos”; eles “continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas”; Deus estava acrescentando “diariamente os que iam sendo salvos”.
Em Atos, a frase “tudo em comum” representa a unidade da igreja primitiva. Apesar das dificuldades de formar uma igreja de judeus e gentios, da perseguição de líderes judeus e conflitos pessoais entre apóstolos, a igreja permaneceu unida. Contra todas as probabilidades, a oração de Jesus “para que sejam um” foi cumprida.
► A imagem da igreja em Atos 2:42-47 se parece com a sua igreja? Você está ministrando no poder do Espírito? Se não, quais obstáculos estão impedindo a obra do Espírito no seu ministério e através dele? É desobediência? Falta de oração? Falta de fé? A falta de unidade? Como você pode ver um novo derramamento do Espírito em seu ministério?
[1]John W. Stott, A Mensagem de Atos: Até os confins da terra (Editora ABU, 1994)
Aplicação: Deixando um legado
Líderes ministeriais aposentados compartilharam os seguintes pontos sobre legado, preparação para deixar o ministério e transição.[1]
(1) Líderes que deixam um legado fazem planos para o futuro
Imagine perguntar a um construtor: “O que você está construindo?”. Você ficaria espantado se o construtor respondesse: “Ainda não sei. Estou esperando para ver o que acontece”.
Antes de começar a construção, o construtor planeja o produto final. Líderes que deixam um legado sabem o que querem deixar para trás.
Os líderes que terminam bem sabem o legado que querem deixar. Eles não passam pelo ministério cegamente. Esses líderes acreditam que: “Isso é o que Deus me chamou para realizar em meu lugar de ministério”.
[2]O legado de Jesus foi um grupo de discípulos preparados para liderar a igreja. Desde o início de Seu ministério, Ele dedicou tempo e energia suficientes para preparar esses homens como Seu legado.
Se você quer deixar um legado, você deve planejar o futuro. Infelizmente, muitas pessoas constroem uma vida sem atenção ao objetivo. Se você perguntasse a elas aos 30, 50 ou até 70 anos: “O que você está construindo com sua vida?” a resposta seria: “Não sei. Estou esperando para ver o que acontece”.
(2) Líderes que deixam um legado se preparam cuidadosamente para a transição
Imagine visitar um construtor que se aproxima do final de um grande projeto de construção. As paredes estão prontas; o telhado está completo; está quase na hora da ocupação. Pergunte: “Quais são as etapas restantes antes que a construção seja concluída?”.
Você ficaria espantado se ele respondesse: “Não sei! Não perco tempo pensando nesses passos finais”. Não! O construtor está deixando algo que sobreviverá a si mesmo. Ele planeja cuidadosamente cada passo. Ele pode lhe dizer: “Este é o dia em que terminaremos a construção. É quando o proprietário irá se mudar”. Tudo está planejado para a transição.
Os líderes que deixam um legado se preparam cuidadosamente para a transição. Quando possível, eles planejam sua demissão com antecedência, permitindo que a organização escolha um sucessor e permitindo que seu sucessor se prepare para as novas responsabilidades. Em alguns casos, os líderes que saem e os que entram têm um período de tempo no qual o novo líder começa a tomar decisões enquanto o líder anterior está disponível para consultas e aconselhamento.
Os líderes que deixam um legado preparam o ministério que lideram para a transição. Líderes efetivos comunicam confiança na provisão de Deus para o futuro. Eles preparam as pessoas para trabalharem bem sob o próximo líder. Eles garantem que as pessoas na organização se sintam seguras na transição. Um líder escreveu: “Meu objetivo era tornar tudo tão tranquilo que os funcionários nem se dariam conta de minha saída”.
(3) Os líderes que deixam um legado sabem quando partir
Os líderes devem estar dispostos a transferir a responsabilidade para seu sucessor e ir embora sem arrependimentos. Ex-líderes devem estar disponíveis para aconselhamento, mas apenas quando solicitados por seu sucessor.
Neste curso, vimos como Jesus preparou os discípulos para assumirem a liderança da igreja. No início, Ele lhes deu um treinamento cuidadoso. Mais tarde, Ele os enviou para ministrar e depois voltaram para a avaliação. Na Última Ceia, deu instruções finais para o ministério. Pouco antes da ascensão, deu um lembrete final de sua maior comissão. Jesus preparou cuidadosamente a transição.
Infelizmente, muitos líderes cristãos dão pouca atenção à transição. Eles presumem: “Farei meu trabalho até ser substituído. Depois disso, é problema de outra pessoa”. Claro, há momentos em que uma doença súbita, morte ou uma grande mudança no ministério tornam impossível preparar-se adequadamente para a transição. Mas sempre que possível, devemos planejar cuidadosamente a transição para o próximo líder. Esse é um dos passos mais importantes na preservação de um legado para o futuro.
[1]As entrevistas para essa seção incluem os seguintes líderes:
Dr. Michael Avery, ex-presidente da God’s Bible School and College, Cincinnati, OH
Rev. Paul Pierpoint, ex-pastor da Hobe Sound Bible Church e presidente da FEA Missions, Hobe Sound, FL
Rev. Leonard Sankey, pastor aposentado e líder de múltiplas organizações missionárias.
Dr. Sidney Grant, ex-presidente da FEA Missions, Hobe Sound, FL
“Você constrói seu legado todos os dias, não no fim da sua vida.”
- Alan Weiss
Tarefas da Lição 9
Escreva uma redação de 3 a 5 páginas baseada nestas instruções:
(1) Pense em um líder de ministério ou membro da família que deixou um legado que influenciou sua vida e ministério cristão. Em uma página, resuma a influência deles em sua vida. Responda a estas duas perguntas:
Qual foi a influência deles em sua vida?
O que eles fizeram ou disseram que teve um impacto muito importante?
(2) Qual legado você quer deixar quando morrer? Seja específico em sua resposta. Responda em 1 ou 2 páginas.
Qual legado você quer deixar para sua família?
Qual legado você quer deixar para sua comunidade?
Qual legado você quer deixar para o seu ministério?
(3) Para cada um dos três itens da pergunta 2, identifique as práticas específicas que você deve seguir agora para deixar o legado que deseja. Responda em 1 ou 2 páginas.
Guarde este papel e revise-o semanalmente pelos próximos seis meses. Use-o para começar a planejar seu legado para a próxima geração.
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