A pregação eficaz não é o resultado apenas de esforço humano; a pregação eficaz é fortalecida pelo Espírito Santo.
Introdução
Veja a resposta das multidões à pregação de Jesus:
“Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas” (Mateus 7:28-29).
“Toda a multidão estava maravilhada com o seu ensino” (Marcos 11:18).
“E a grande multidão o ouvia com prazer” (Marcos 12:37).
A pregação de Jesus era poderosa. Milhares se reuniram para ouvi-Lo pregar. Certamente, Seu estilo de pregação é um modelo para nós hoje. Lembre-se de que na terra, Jesus ministrou em Sua humanidade. Não pense: “É claro que Jesus foi um pregador poderoso; Ele era Deus”. Em vez disso, pense: “Jesus – como homem – pregou de uma forma que comunicava com poder e autoridade. Sua pregação atraiu o público para a verdade. O que posso aprender com Jesus que me tornará um pregador do evangelho mais eficaz?”
► Imagine que você viveu em 30 d.C. e ouviu Jesus pregar. O que você esperaria ver e ouvir?
Jesus Pregava com Autoridade
► Leia 2 Coríntios 4:1-6.
Quando Jesus pregou em Cafarnaum, “todos ficaram maravilhadas com o seu ensino, porque falava com autoridade” (Lucas 4:32). Depois do Sermão do Monte, “as multidões ficaram maravilhadas com o seu ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei” (Mateus 7:28-29). Os escribas citavam outros rabinos para apoiar suas teorias, mas Jesus pregou com autoridade.
Como pastores, devemos pregar com autoridade. Nossa autoridade é diferente da autoridade de Jesus. Sua autoridade era inerente a si mesmo; nossa autoridade nos é dada como representantes de Jesus Cristo; nossa autoridade é derivada da mensagem que pregamos.
Nós Pregamos Com Autoridade Como Representantes de Jesus Cristo
Jesus disse: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra”. No versículo seguinte, Ele comissionou Seus seguidores: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações… E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:18-20). Nós temos autoridade porque fomos comissionados como representantes de Jesus.
Em 1783, representantes dos Estados Unidos e representantes do Rei George III se reuniram para assinar o Tratado de Paris, o qual pôs fim a Guerra Revolucionária Americana. O Rei George III não viajou a Paris para assinar o tratado. George Washington não assinou o tratado. Os representantes de cada país tinham autoridade para assinar o tratado em nome de seu governante.
Da mesma forma, pregamos como representantes de Jesus Cristo. Paulo escreveu: “Pois não nos pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por amor de Jesus” (2 Coríntios 4:5). A autoridade de Paulo não era sua. Ele era um servo, mas era o representante de Jesus Cristo, o Senhor.
Nós Pregamos com Autoridade Por Causa da Mensagem que Recebemos
Nossa autoridade é baseada na Escritura que pregamos. Paulo escreveu: “Não usamos de engano, nem torcemos a palavra de Deus. Ao contrário, mediante a clara exposição da verdade, recomendamo-nos à consciência de todos, diante de Deus” (2 Coríntios 4:2). Paulo se recusou a fazer qualquer coisa desonesta ou que enfraquecesse sua mensagem da Palavra de Deus.
Alguns pastores estudaram em universidades que os ensinaram a não confiar na Bíblia. Eles não pregam mais com autoridade. Em vez disso, eles estão cheios de dúvidas. Por quê? Eles duvidam da autoridade da Bíblia; eles confiam apenas na sabedoria humana. Como servos de Deus, nossa autoridade deve ser baseada na Palavra de Deus.
Não há razão para pregar a Palavra de Deus se você não acredita em sua mensagem. Só podemos pregar com autoridade quando confiamos na mensagem da Palavra de Deus.
Entender que nossa autoridade deriva de Jesus e da mensagem que pregamos nos ajuda a evitar dois perigos para os pastores:
(1) O primeiro perigo é o da arrogância que diz: “Eu sou o pastor. Eu sou o chefe! Ninguém pode me questionar”.
Essa arrogância afasta as pessoas do evangelho. Paulo disse: “não nos pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo” (2 Coríntios 4:5). Nossa autoridade é derivada de Jesus e da Palavra de Deus.
Devemos ter a humildade de admitir quando estamos errados. Um pastor disse uma vez: “Eu nunca digo à igreja quando eu cometo um erro. Eles vão perder a confiança na minha autoridade”. Esse pastor esqueceu que nossa autoridade não se baseia em nossa própria infalibilidade; nossa autoridade é baseada na Palavra de Deus. Devemos direcionar nossa congregação para a autoridade final da Palavra de Deus. Minhas palavras não são importantes; a Palavra de Deus é de suma importância.
(2) O segundo perigo é uma falsa humildade que diz: “Eu sou apenas um pastor. Eu não tenho autoridade. Conselheiros profissionais sabem mais sobre psicologia; os cientistas sabem mais sobre as origens da Terra; os sociólogos sabem mais sobre os desejos sexuais humanos. Não posso falar sobre necessidades emocionais, criação ou moralidade porque não sou especialista”.
Paulo disse: “Somos servos, mas temos autoridade como representantes de Jesus Cristo”. Como servo, devemos viver com humildade. Mas como representantes de Jesus Cristo, devemos pregar com confiança. Quando pregamos corretamente a Palavra de Deus, nós servimos com a autoridade do Rei do universo.
Os Sermões de Jesus Levaram Boas Novas às Pessoas Necessitadas
Jesus falou às necessidades de Seu público. Jesus, ao viajar pela Galileia pregando as boas novas do Reino, teve compaixão das multidões, porque estavam aflitas e desamparadas (Mateus 9:35-36). Os judeus eram escravos de Roma; os pobres tinham pouca esperança de sair da pobreza; os leprosos eram párias; cobradores de impostos eram rejeitados pela sociedade. A cada um deles, Jesus ofereceu esperança.
Quando você fala às necessidades das pessoas, você captura a atenção delas. Se eu moro em um deserto e você diz: “Hoje eu vou pregar sobre a água da vida”, eu vou ouvir com atenção! Se eu for velho e fraco e você disser: “Hoje eu vou pregar sobre o Deus que te dá força como as águias”, eu vou ouvir!
Jesus sempre se lembrava de que evangelho significa “boas novas”. Ele veio trazer boas novas para aqueles que precisavam de esperança. A pregação eficaz deve trazer esperança para aqueles que a ouvem. Como Jesus, devemos perguntar: “Para quem estou pregando? Quais são as necessidades deles?”.
Imagine que você sofreu um acidente de carro e corre o risco de sangrar até a morte. No hospital, o médico mostra um gráfico colorido com estatísticas sobre acidentes de carro. Ele explica a evolução histórica do estetoscópio. Por fim, ele avisa sobre o perigo de dirigir sem cuidado.
Tudo o que o médico diz é verdade, mas não vai ao encontro da sua necessidade. Você precisa de alguém para curar suas feridas e lhe dar remédio para sua dor. A pregação deve fazer mais do que apresentar fatos; a pregação deve falar às necessidades de nossos ouvintes.
É fácil ver as más notícias do nosso mundo caído. O evangelho faz mais; traz esperança a um mundo quebrado. Jesus sempre trouxe esperança aos Seus ouvintes. Ele nunca comprometeu a verdade, e nunca devemos comprometê-la. Mas Jesus sabia que a verdade, devidamente pregada, traz esperança. Um velho pregador disse: “Você deve coçar onde está a coceira das pessoas”. Você deve falar de acordo com as necessidades daqueles a quem você está tentando alcançar.
Os Sermões de Jesus Traziam Convicção
Jesus começou com as necessidades de Seus ouvintes, mas Seu propósito era mais profundo do que simplesmente colocar um curativo temporário em suas feridas. A pregação de Jesus convenceu a consciência deles e mudou suas vidas.
Jesus não teve medo de confrontar Seus ouvintes com uma mensagem de julgamento por seus pecados. Jesus disse à mulher apanhada em adultério: “Eu também não a condeno”; mas também disse: “Agora vá e abandone sua vida de pecado” (João 8:11).
João conta uma história do ministério de Jesus sobre o paralítico no tanque de Betesda. Depois de curá-lo, Jesus disse: “Olhe, você está curado. Não volte a pecar, para que algo pior não lhe aconteça” (João 5:14). Jesus não teve medo de confrontar o pecado.
Quando Jesus pregava, Sua audiência recebia convicção. Ao contrário de muitos pregadores contemporâneos, Jesus pregou sobre a necessidade de uma vida justa. Em nenhum lugar Jesus disse: “Meu Pai não espera que você guarde Seus mandamentos”. Em vez disso, Ele falou: “Se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e dos mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus” (Mateus 5:20). A pregação de Jesus trouxe convicção a todos que o ouviam.
O Sermão de Jesus Transformava Vidas
Durante a Guerra Civil Americana, o presidente Abraham Lincoln frequentou uma igreja onde o Dr. Phineas Gurley era o pastor. Depois de um culto, um amigo perguntou: “O que você achou do sermão?” Lincoln respondeu: “Foi bem apresentado e deu belos pensamentos”. [1]
O amigo disse: “Então você gostou?” O Sr. Lincoln hesitou e então falou: “Não. Acredito que o Rev. Gurley falhou esta noite”. O amigo ficou surpreso. "Por que você diz isso?" Lincoln respondeu: “Ele não nos pediu para fazer nada que fosse incrível”. O Presidente Lincoln acreditava que um sermão deveria exigir uma resposta. Ele acreditava que um sermão deveria mudar vidas.
► Leia Mateus 18.
Jesus pregou para mudar vidas. Sua pregação era prática. Mateus 18 registra o sermão de Jesus sobre “Relacionamentos no Reino dos Céus”. Ele ensina sobre:
A importância da humildade (18:2-6);
Como responder à tentação (18:7-9);
Como responder aos perdidos (18:10-14);
Como responder àqueles que pecam contra você (18:15-20);
A necessidade de perdão (18:21-35).
Essas são questões práticas da vida diária. Jesus falou às necessidades reais de Seus ouvintes. Ele pregou para mudar vidas.
Para um homem nascido cego, Jesus providenciou a cura – depois deu a mensagem que mudaria sua vida para sempre.
Jesus ouviu que o haviam expulsado, e, ao encontrá-lo, disse: "Você crê no Filho do homem?" Perguntou o homem: "Quem é ele, Senhor, para que eu nele creia?" Disse Jesus: "Você já o tem visto. É aquele que está falando com você". Então o homem disse: "Senhor, eu creio". E o adorou (João 9:35-38).
Para as pessoas que estavam com fome, Jesus forneceu pão – depois pregou sobre a verdade que mudaria suas vidas para sempre. "Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede” (João 6:35).
A pregação que muda vidas reúne a verdade da Palavra de Deus e as necessidades das pessoas. A pregação eficaz fala a verdade de Deus às necessidades das pessoas.
Quando Jesus pregou, Ele falou à mente, às emoções e à vontade. Todos os três estão envolvidos na verdadeira mudança.
Jesus Falou À Mente
Quando você lê o sermão de Jesus em Mateus 18, você está lendo o mais sábio ensinamento que já foi dado sobre relacionamentos. Imagine uma sociedade na qual as pessoas se tratam com humildade. Imagine uma sociedade em que o perdão é a norma. Jesus falou sabedoria para a mente de Seus ouvintes.
Jesus Falou Às Emoções
34 vezes os evangelhos falam de assombro, espanto e maravilha entre os ouvintes de Jesus. Os discípulos, no caminho de Emaús, disseram: “Não estavam queimando o nosso coração, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?” (Lucas 24:32). Aqueles que ouviram Jesus sentiram alegria por Suas palavras graciosas, tristeza por seus pecados e, acima de tudo, esperança no futuro.
Jesus Falou À Vontade
Jesus não estava satisfeito apenas em ter ouvintes; Ele chamou seguidores. Jesus não estava satisfeito apenas com a mudança externa; Ele pediu corações e vidas transformados. Fosse uma mulher samaritana com um passado pecaminoso ou um jovem rico que obedeceu cuidadosamente à lei, Jesus chamou Seus ouvintes a render sua vontade a Deus. Quando pregamos como Jesus, chamamos nossos ouvintes para um novo padrão de vida.
“A Bíblia não foi dada apenas para aumentar nosso conhecimento, mas para mudar nossas vidas.”
- Adaptado de D.L. Moody
Um Olhar Mais Atento: Você Está Pregando o Evangelho?
Um pastor pregou sobre Romanos 1 contra o pecado da homossexualidade. Ele pregou a verdade. Mas algo estava faltando…. Sentado na congregação estava um jovem que lutava contra a atração pelo mesmo sexo. Esse jovem sabia que a homossexualidade é um pecado e começou a orar por libertação. Ele conhecia a verdade de seu pecado; ele precisava ouvir as boas novas (o evangelho) de que Deus pode dar vitória sobre a tentação.
Um pastor citou a advertência de Jesus contra o divórcio. Ele lamentou as leis que permitem o divórcio fácil. Ele pregou a verdade. Mas algo estava faltando…. Naquela semana, um jovem casal com dois filhos pequenos havia visitado um advogado porque não conseguia resolver o conflito que estava dividindo seu casamento. Eles sabiam que o divórcio é errado; eles precisavam ouvir as boas novas (o evangelho) de que Jesus pode trazer cura para casamentos feridos.
Um pastor gritou que “o aborto mata um bebê inocente”. Ele pregou a verdade. Mas algo estava faltando…. Em sua congregação havia uma senhora de meia-idade que chora ao se lembrar do dia em que entrou em uma clínica de aborto como uma adolescente solteira. Vinte anos depois, ela ainda duvidava que Deus pudesse perdoar seu pecado. Ela sabia que o aborto é pecado; ela precisava ouvir as boas novas (o evangelho) de que Deus oferece perdão por seu passado.
Jesus nunca comprometeu a verdade, mas nunca se esqueceu de trazer esperança. Ele sabia que o evangelho muda vidas. Para um jovem lutando contra a atração pelo mesmo sexo, Jesus diria: “Minha graça é suficiente para lhe dar vitória sobre a tentação”. Para um casal que enfrenta um casamento desfeito, Jesus diria: “Posso restaurar um coração de amor mesmo para aquele cônjuge que parece tão difícil de amar”. Para uma senhora que pecou contra seu bebê ainda não nascido, Jesus poderia dizer: “Perdoarei o pecado de um aborto assim como perdoo outros pecados. Vá e não peques mais”.
O evangelho inclui uma mensagem de julgamento sobre o pecado. Devemos pregar sobre o julgamento com autoridade. Mas para pregar como Jesus, não devemos esquecer o poder da graça para mudar vidas. Devemos levar as boas novas da graça de Deus a um mundo quebrado.
O evangelho sempre inclui duas boas novas. Primeiro, o evangelho nos diz o que Deus fez por nós. Ele traz esperança para um mundo sem esperança.
Então, o evangelho nos diz o que podemos nos tornar através do poder do Espírito Santo. O evangelho nunca nos deixa onde estávamos; ele nos desafia a uma caminhada mais profunda com Deus.
Os Sermões de Jesus Eram Simples e Memoráveis
Jesus nunca entediou as pessoas com a verdade. Ele sabia pregar de forma simples e direta. Ele comunicou verdades profundas, mas prendia a atenção da pessoa mais inculta na plateia.
O objetivo de um pregador eficaz não é impressionar o público com seu profundo conhecimento. O objetivo do pregador deve ser comunicar a Palavra de Deus de forma simples e poderosa e permitir que o Espírito Santo convença os ouvintes com a verdade da Palavra de Deus.
Como é que Jesus tornou os Seus sermões simples e interessantes?
Jesus Contou Histórias
Aqueles que ouviram os sermões de Jesus muitas vezes ouviram estas palavras: “Deixe-me contar uma história”. Suas histórias cativaram Seu público e abriram seus ouvidos para Sua mensagem.
A maioria de nós se lembra de uma história por muito mais tempo do que de um esboço de um sermão de três tópicos. Boas histórias ilustram um sermão de uma forma que nos ajuda a lembrar o ponto principal do sermão. Uma grande história resume a mensagem que o pregador está tentando comunicar.
► Discuta sobre a última história que você ouviu em um sermão. Ela comunicou efetivamente a mensagem do pregador? Você se lembra do propósito da história? O sermão teria sido tão eficaz e memorável sem a história?
Jesus Usava Linguagem Simples
Quanto melhor o professor entende o conceito, mais ele pode explicá-lo de modo simples a um aluno. Um professor que usa palavras complicadas para ensinar o conceito, muitas vezes esconde sua falta de compreensão. Quanto melhor você entender algo, mais você será capaz de comunicá-lo de maneira simples.
Jesus sabia como traduzir a verdade para a linguagem de Seu público. Ele pregou aos agricultores sobre semear. Ele pregou aos pastores sobre ovelhas. Ele pregou aos pescadores sobre a pesca. Muitas pessoas rejeitaram a Sua mensagem, mas ninguém ficou entediado com Seus sermões.
A mensagem de Jesus podia ser compreendida por pescadores, agricultores e donas de casa. Mas também abordava as questões dos estudiosos, líderes religiosos e autoridades políticas. Sua pregação falou a todos os níveis da sociedade. Simples não significa superficial. Nossos sermões devem comunicar as grandes verdades do evangelho com clareza e simplicidade.
Jesus Usou a Repetição
Um jovem pastor estava frustrado com sua congregação. Ele disse: “Eles já deveriam saber disso; preguei sobre isso há dois anos”. Seu amigo o lembrou que Jesus pregou a mesma mensagem muitas vezes antes que Seus discípulos a entendessem.
O amigo perguntou a esse pastor: “Você acha que sua pregação é melhor do que a de Jesus?”
“Claro que não!”
“Você acha que os membros da sua igreja são mais sábios do que os discípulos?”
“Não!”
“Então você terá que repetir verdades como Jesus fez.”
Jesus pregou as mesmas verdades repetidamente. Mais de uma vez, Ele ensinou aos discípulos sobre Sua morte e ressurreição. Ele pregou a mensagem do Reino muitas vezes. Jesus sabia que essas verdades eram vitais, então Ele pregava a mensagem quantas vezes fossem necessárias para alcançar Seu público.
Os Sermões de Jesus Eram Genuínos
A pregação de Jesus era genuína. Sua vida correspondia à Sua mensagem. Jesus não pregava simplesmente sobre uma vida piedosa; Ele vivia uma vida piedosa. Ninguém poderia apontar uma contradição entre a mensagem de Jesus e Sua vida. Jesus viveu o que Ele pregou.
Imagine que você quer aprender a dirigir um carro. Você encontra dois professores que oferecem aulas de direção. Um professor nunca dirigiu um carro, mas leu muitos livros sobre direção. O outro professor tem um histórico de bom motorista há muitos anos. Qual professor você escolheria?
[1]Agora imagine que você quer aprender a viver a vida cristã. Você encontra dois pastores. Um pastor vive uma vida pecaminosa, mas prega bons sermões. O outro pastor vive de uma maneira que mostra seu relacionamento próximo com Deus. Qual pastor você vai escolher?
Nossa pregação deve ser genuína. Devemos viver a vida que pregamos. Muitos pregadores descobriram que é possível fingir integridade por um tempo. As pessoas podem ser enganadas por um pregador que prega honestidade enquanto rouba dinheiro da oferta. Elas podem ser enganadas por um pregador que prega moralidade enquanto esconde uma amante. Podem ser enganadas por um pastor que prega o amor enquanto bate na esposa. Mas, em algum momento, a verdade virá à tona. Um coração vazio resultará em um ministério sem poder espiritual. Deus trabalha através de nós quando permitimos que Ele trabalhe em nós.
Nunca permita que o deslumbramento da pregação esconda uma vida pecaminosa. A pregação eficaz começa com um coração que conhece a Deus.
"Jesus nunca disse, 'Você os conhecerá pelo tamanho de seu ministério'. Ele disse, 'Você os conhecerá pelos seus frutos' – pela sua obediência à vontade do Pai."
- Craig Keener
Aplicação: O Pastor Como um Pastor de Ovelhas
► Leia Marcos 6:30-34.
Uma das melhores representações de um pastor é a de um pastor de ovelhas. Jesus “viu uma grande multidão, teve compaixão deles, porque eram como ovelhas sem pastor. Então começou a ensinar-lhes muitas coisas”. Jesus olhou para uma multidão de pessoas e viu ovelhas que precisavam de um pastor.
► Tente imaginar quem estaria na multidão de 5.000 pessoas em Marcos 6. Faça uma lista.
Sua lista inclui cobradores de impostos que enganavam o povo? Eles estavam lá. Seria fácil gritar condenações a esses publicanos desonestos, mas Jesus viu ovelhas perdidas a serem resgatadas.
Sua lista inclui fariseus julgadores que esperavam pegar Jesus em uma armadilha? Eles estavam lá. Seria fácil para Jesus envergonhá-los na frente da multidão, mas Jesus viu ovelhas teimosas que precisavam do caminho certo.
Sua lista inclui um marido infiel cujo coração condenou-o por seu adultério? Ele estava lá. Jesus viu uma ovelha caída que precisava de correção e depois de cura.
Sua lista inclui adolescentes que se rebelaram contra o lar e fugiram da escola para se juntar à multidão anônima? Eles estavam lá. Jesus viu ovelhas errantes que precisavam ser trazidas de volta ao caminho certo antes que se desviassem ainda mais.
Quem você vê quando prega? Você vê apenas as falhas de sua congregação ou vê as necessidades profundas de suas ovelhas? Você vê apenas um membro do conselho irritado ou vê uma ovelha machucada que machuca os outros? Você vê apenas um apóstata ou uma ovelha que está sofrendo por causa do pecado? Jesus viu ovelhas necessitadas.
► Leia João 10:1-18.
Como pastores, somos chamados a ser como pastores de ovelhas. Como um pastor serve as ovelhas? João 10 fornece um modelo.
Um Pastor Conduz as Ovelhas
Se você observar um pastor, não o verá com um bastão conduzindo as ovelhas. Em vez disso, um pastor conduz as ovelhas na direção certa. Jesus disse: “As ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as suas ovelhas pelo nome e as leva para fora. Depois de conduzir para fora todas as suas ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque conhecem a sua voz” (João 10:3-4).
À medida que lemos os evangelhos, muitas vezes, podemos esperar que Jesus bata em Pedro, João ou Tomé com um pau! Repetidamente, eles se metem em problemas. Mas, em vez de atingi-los, Jesus usa um cajado de pastor para pegar esses discípulos fracos e em dificuldade e colocá-los no caminho certo.
Como pastor, você lidera as ovelhas que Deus colocou em sua igreja ou as coage? Você é um pastor conduzindo as ovelhas ou um gerente ordenando que elas obedeçam?
Um Pastor Cuida das Ovelhas
Você às vezes pensa: “Eu gostaria de um emprego das 9h às 17h, com fins de semana de folga e sem telefonemas depois das 17h?” Isso às vezes soa maravilhoso! Mas essa não é a vida de um pastor.
O pastor cuida das ovelhas quando elas precisam de ajuda, não apenas durante o horário de expediente. Um pastor não pode dizer a um cordeiro ferido: “Fique lá até as 9 horas de amanhã, quando eu chegarei para o plantão”. O pastor sai à noite para resgatar o cordeiro.
Da mesma forma, o pastor cuida de suas ovelhas quando elas precisam de ajuda. Cuidar de “ovelhas espirituais” é mais do que pregar. Envolve pregação, mas também inclui aconselhamento, visita, escuta, oração e, às vezes, apenas se sentar com um cordeiro ferido.
Sim, pastores, vocês devem cuidar de si mesmos. Você não pode ser um pastor eficaz se estiver exausto física, emocional e espiritualmente. Jesus teve tempo sozinho, e você deve ter tempo sozinho. Mas existiram outras ocasiões em que Jesus sabia que precisava sacrificar Seu conforto para cuidar das ovelhas.
Esse equilíbrio entre ministério e descanso pode ser difícil. Como um pastor sábio, você deve ser sensível à orientação do Espírito Santo e aos sábios conselhos daqueles ao seu redor. Ouça a voz do Espírito quando ele diz: “É hora de retirar-se para descanso e renovação”. Ouça a voz de sua esposa ou colega que diz: “Você precisa de um tempo longe”. Volte do tempo de renovação com uma nova paixão para cuidar das ovelhas que Deus confiou a você.
Um Pastor Protege as Ovelhas
Jesus comparou um assalariado que corre ao ver o menor sinal de perigo, com o bom pastor que protege as ovelhas mesmo com risco de vida. O assalariado não se importa com as ovelhas, mas o pastor dá sua vida pelas ovelhas (João 10:13, 15).
Mesmo em Suas últimas horas, Jesus cuidou dos discípulos. Na última ceia, Ele os preparou para as provações que logo enfrentariam. No jardim, continuou a ensinar Pedro, Tiago e João. Na cruz, colocou Maria aos cuidados de João. Até o fim, o Bom Pastor cuidou de Suas ovelhas.
Paulo comissionou os anciãos da igreja de Éfeso para servirem como pastores. Eles deveriam cuidar do rebanho que havia sido comprado com o próprio sangue de Jesus. No versículo seguinte, Paulo advertiu sobre lobos ferozes que atacariam o rebanho. Os pastores eram responsáveis por proteger o rebanho (Atos 20:28-31).
Como pastor, você protege as ovelhas que Deus colocou em sua igreja? Você os protege de erros doutrinários, de ataques ao casamento e à família deles e de outros ataques espirituais? Você é um pastor ou um assalariado?
Antes de pregar no próximo domingo, peça a Deus que lhe mostre as necessidades das suas ovelhas. Peça-o que mostre os corações machucados no seu rebanho. Enquanto estiver pregando, veja as ovelhas que estão atormentadas e desamparadas e quem precisa do amor de um pastor piedoso.
Um Olhar Mais Atento: “Ai!”
► Leia Mateus 23:1-39.
Jesus usou a frase “ai de vocês” ao falar às cidades que o rejeitaram, (Mateus 11:21) aos fariseus e escribas que enganaram o povo, (Mateus 23:13-29) e sobre Judas que o trairia (Marcos 14:21). Às vezes, lemos esses “ais” com uma voz de ira que esquece o amor de Jesus, mesmo para aqueles que o rejeitaram.
Há julgamento na palavra “ai”, mas também há tristeza. “Ai” inclui tanto julgamento quanto “tristeza e piedade” para aquele que é julgado. “Ai” expressa a “tristeza de Jesus por aqueles que não reconhecem a verdadeira miséria de sua condição”.[1] “Ai” expressa profunda tristeza, bem como advertência.
Jesus concluiu Seu anúncio de julgamento sobre os líderes religiosos chorando pelo destino da cidade que Ele amava. “Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram!” Jesus chorou pelo destino da cidade que logo o crucificaria (Mateus 23:37 e Lucas 19:41).
Esse deve ser o nosso modelo para pregar sobre o julgamento. Nossa pregação deve incluir advertências contra o pecado e a mensagem de julgamento sobre aqueles que se recusam a se arrepender. Mas nossa mensagem deve mostrar nossa tristeza pelo pecado, não raiva do pecador.
Um adolescente rebelde voltou para casa depois de um sermão sobre o inferno. Seu pai perguntou: “Filho, o que você achou do sermão?”. Ele respondeu: “Não gostei. Ele me deixou com raiva!” Na semana seguinte, o filho ouviu outro pregador falar sobre o inferno. Seu pai novamente perguntou: “O que você achou do sermão?” O filho respondeu: “Devo servir a Jesus. Eu nunca quero ir para aquele lugar horrível!”
O pai ficou surpreso. “Na semana passada, um sermão sobre o inferno deixou você com raiva. Esta semana, um sermão sobre o inferno fez você se arrepender. O que foi diferente?" O menino disse: “Este pregador chorou quando me alertou sobre o inferno”.
Você chora quando prega sobre o julgamento? Você chora enquanto prepara um sermão sobre o inferno? Você é um pastor que ama as ovelhas mesmo quando deve alertar sobre o julgamento?
[1]Martin H. Manser, Dictionary of Bible Themes. (London: Martin Manser, 2009). Veja também Joel B. Green e Scot McKnight, Dictionary of Je sus and the Gospels. (Westmont, Illinois: InterVarsity Press, 1992).
Conclusão: O Papel do Espírito Santo na Pregação
Como pregadores, devemos depender do poder do Espírito Santo para trazer convicção aos nossos ouvintes. Se usarmos apenas técnicas humanas para gerar apelos emocionais, podemos ver resultados rápidos, mas faltarão resultados espirituais. Somente o Espírito Santo pode trazer mudanças duradouras em nossos ouvintes.
► Leia 1 Coríntios 2:1-16.
Paulo entendia que a mudança espiritual ocorre somente através do poder do Espírito Santo. Depois de sair de Atenas, onde debateu com os filósofos no Areópago, foi para Corinto (Atos 17:16-18:1). Em Corinto, ele decidiu não usar um discurso eloquente nem com muita sabedoria, mas não pregar nada, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. Ele pregou “em demonstração do poder do Espírito” (1 Coríntios 2:1-5).
Paulo sabia que o Espírito interpreta “verdades espirituais para os que são espirituais” (1 Coríntios 2:13). Paulo valorizava a educação; ele era um grande erudito. Ele entendia o discurso público eficaz; ele havia estudado os grandes oradores gregos. Ele sabia como construir um argumento lógico; o livro de Romanos é uma obra-prima de estrutura lógica. Mas acima de tudo, Paulo valorizava o poder do Espírito Santo. Ele sabia que a verdadeira convicção vem somente através da obra do Espírito.
Paulo lembrou aos coríntios que “temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós” (2 Coríntios 4:7). O recipiente não é o tesouro! Nós, como líderes ministeriais, somos potes quebrados, feitos de barro. Mas temos o maravilhoso privilégio de levar o tesouro - o evangelho - àqueles a quem servimos.
Essa é uma advertência poderosa para os líderes do ministério. É fácil focar no jarro em vez de no tesouro guardado nele. Podemos dar mais atenção à nossa apresentação do que à mensagem; podemos dar mais atenção ao jarro do que ao tesouro. Paulo nos lembra que Deus propositalmente usa vasos de barro para mostrar que o poder pertence a Deus e não a nós. Não devemos “ficar no caminho” do poder de Deus. Não devemos tomar a glória que pertence somente a Ele. Devemos pregar no poder do Espírito.
Tarefas da Lição 5
(1) O evangelho de Mateus inclui cinco grandes sermões. Leia cada sermão, identifique as características que o tornam eficaz e escreva na tabela abaixo. Não há respostas certas ou erradas para essa tarefa. Pergunte: “Como Jesus me convence, me inspira ou me ajuda a lembrar e a aplicar Sua mensagem?”
(2) Ao preparar seu próximo sermão, reveja as características que você encontrou nos sermões de Jesus. Use Seus sermões como um modelo para se comunicar de forma eficaz. Compartilhe esse sermão com outras pessoas da classe. Avalie-o com esta pergunta: “Eu fiz meu sermão de acordo com o modelo de Jesus?”.
SGC exists to equip rising Christian leaders around the world by providing free, high-quality theological resources. We gladly grant permission for you to print and distribute our courses under these simple guidelines:
No Changes – Course content must not be altered in any way.
No Profit Sales – Printed copies may not be sold for profit.
Free Use for Ministry – Churches, schools, and other training ministries may freely print and distribute copies—even if they charge tuition.
No Unauthorized Translations – Please contact us before translating any course into another language.
All materials remain the copyrighted property of Shepherds Global Classroom. We simply ask that you honor the integrity of the content and mission.