Líderes se assemelham mais a Jesus quando estão servindo a outros.
Introdução
Liderança é uma palavra que desperta fortes sentimentos. Quando pessoas de mentalidade mundana pensam em liderança, pensam em poder e posição. Ser líder é ser o “chefe”. Líderes ambiciosos querem ter cargos mais altos e atingir o maior título. Até mesmo pastores adotam essa mentalidade. Eles podem focar sua atenção em conseguir igrejas maiores, posições mais altas e um maior respeito.
Em resposta a essa mentalidade mundana, alguns cristãos reagem contra o termo liderança. Uma vez, um pastor disse: “Eu não quero ser um líder em minha igreja. Eu quero apenas servir”. Porém, embora essa declaração soe humilde, ela deixa sua igreja sem senso de direção ou propósito. Todas as organizações, mesmo igrejas, necessitam de líderes.
Pastores devem se lembrar de que a raiz do significado da palavra pastor vem de “pastor de ovelhas”. Um pastor de ovelhas não possui um trabalho muito impressionante! Ele passa o dia com ovelhas fedorentas. Seu trabalho inclui tarefas tediosas – encontrar comida e água, buscar cordeiros que se distanciaram e cuidar de ovelhas machucadas.
Um pastor de ovelhas tem um papel importante. Ele executa muitas tarefas humildes, mas também carrega a pesada responsabilidade de liderar o rebanho em segurança. O rebanho depende de um pastor que seja um líder.
Jesus fornece o modelo ideal para um verdadeiro líder. Ele foi como um pastor de ovelhas que serviu humildemente, mas com um profundo senso de propósito. Ele era forte, mas cheio de compaixão. Ele não procurava por posições, mas era confiante na Sua missão. Jesus fornece o modelo para servos-líderes.
► Pense sobre o líder de mais sucesso que você conhece pessoalmente. Liste três ou quatro características que fazem dessa pessoa um bom líder. Essas características são vistas no ministério de Jesus? Essas características são vistas no seu ministério?
Jesus mostra que uma verdadeira liderança envolve serviço humilde. Humildade não significa fraqueza ou indecisão; Jesus era forte. Repetidamente, os evangelhos demonstram a autoridade de Jesus.[1] Entretanto, Ele ganhou autoridade não por exigir respeito, mas por servir. Quando Seus discípulos questionaram sobre posições no reino, Jesus disse:
Os reis das nações dominam sobre elas; e os que exercem autoridade sobre elas são chamados benfeitores. Mas, vocês não serão assim. Ao contrário, o maior entre vocês deverá ser como o mais jovem, e aquele que governa como o que serve. Pois quem é maior: o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa? Mas eu estou entre vocês como quem serve (Lucas 22:25-27).
Nesta lição, olharemos para as características que fazem de Jesus um grande líder. Aprenderemos como ser líderes mais eficientes ao seguir o exemplo de Jesus.
[1]Mateus 7:28-29; Marcos 1:22-28; Lucas 4:32-36; Lucas 20:1-8
Um Líder Cristão Efetivo Conhece a Sua Missão
Um grande líder tem uma missão clara e concentra-se com intensidade nessa missão. Jesus conhecia Sua missão. A missão de Jesus está resumida em Marcos 10:45: “Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.
Em seu primeiro sermão público, Jesus contou aos Seus ouvintes que Ele veio para cumprir a missão profetizada por Isaías:
O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor (Lucas 4:18-19, citando Isaías 61:1-3).
A missão de Jesus guiou Suas decisões diárias. Enquanto Ele viajava da Judeia para a Galileia, Sua missão guiava Sua rota. Rabinos judeus costumavam viajar no lado leste do rio Jordão para evitar a contaminação por parte dos samaritanos. A rota de Jesus, entretanto, foi guiada pela Sua missão de compartilhar a misericórdia de Deus com a mulher samaritana. Por esse motivo, Ele tinha que passar por Samaria (João 4:4). Como um líder cristão, sua missão deve guiar suas decisões diárias.
Como um líder, há mais para fazer do que você jamais poderá realizar. Como você determina suas prioridades? Você não pode fazer tudo, e não deve fazer tudo. Você deve avaliar as oportunidades pela sua missão. Todo líder deveria ter duas listas: uma lista “Do-Que-Fazer” e uma “Do-Que-Não-Fazer”. A lista Do-Que-Fazer inclui as coisas que você deve realizar. A lista Do-Que-Não-Fazer inclui as coisas que o distraem da sua missão. Outra pessoa pode ser chamada para fazer essas coisas, mas você não. Sua missão deve guiar suas prioridades diárias.
O Apóstolo Paulo é exemplo de um líder que sabia qual era a sua missão. Paulo foi chamado para plantar igrejas em cidades importantes do Império Romano. Ele não queria edificar sobre alicerce de outro, mas levar o evangelho àqueles que ainda não conheciam a Cristo (Romanos 15:20). Essa missão guiou Paulo por onde deveria viajar, o quanto ele ficaria em cada local e até mesmo a mensagem que ele pregaria. A missão de Paulo guiou todas as decisões.
► Discuta estas questões:
Qual é a missão que Deus tem dado a você? Resuma a sua missão em poucas palavras.
Você comunicou sua missão àqueles que se juntam a você no ministério?
Sua missão guia suas decisões diárias?
Um Líder Cristão Efetivo Treina Outros Líderes
Desde o começo do Seu ministério, Jesus escolheu e treinou um grupo de discípulos que continuaria Seu ministério depois que tivesse retornado ao Pai. Esses discípulos estudaram com Ele, passaram tempo com Ele, ministraram com Ele e espalharam Sua mensagem ao redor do mundo. Jesus carimbou esses discípulos com Sua imagem e os usou para construir a Sua igreja.
[1]Lucas escreveu sobre a pressão do ministério: “Nesse meio tempo, tendo-se juntado uma multidão de milhares de pessoas, ao ponto de se atropelarem umas às outras, Jesus começou a falar primeiramente aos seus discípulos” (Lucas 12:1). Jesus não podia se distrair do ministério que tinha para com Seus discípulos, mesmo que ministrar a milhares pudesse ser mais emocionante. Ele sabia que para estabelecer o reino, Ele precisaria treinar Seus discípulos para que liderassem a igreja. Ao treinarmos discípulos, preparamos os líderes para a próxima geração.
Paulo seguiu o mesmo padrão. Ele pregou às multidões, mas concentrou sua atenção no treinamento de poucos líderes em cada cidade. Isso fornece um modelo para os líderes de hoje. Paulo chamou pastores para preparar os santos para a obra do ministério (Efésios 4:12). O pastor não é responsável por fazer todo o trabalho da igreja; o pastor é responsável por treinar e equipar os membros para o trabalho da igreja. Líderes efetivos treinam outros líderes.
“Jesus nunca escreveu nenhum livro. Em vez disso, escreveu Sua mensagem em homens: os apóstolos.”
- William Barclay
O Modelo de Jesus para Mentorear Discípulos
Um Mentor Deve Escolher Discípulos Cuidadosamente.[1]
► Leia João 1:35-51, João 2:1-11, Mateus 4:18-22, Lucas 5:1-11 e Lucas 6:12-16.
Ao ler esses versículos, você percebeu o processo? Durante Sua primeira semana de ministério público, Jesus convidou André e João para o seguirem. André trouxe Simão Pedro a Jesus. Jesus chamou Filipe, que encontrou Natanael (João 1:35-51). Esse foi o primeiro passo no chamado daqueles homens. Eles conheceram Jesus, mas ainda não tinham se tornado seguidores permanentes. Essa foi uma chamada para seguir a Jesus. Mais tarde, Jesus os chamaria para o discipulado em tempo integral.
João 2 é um importante passo nesse processo. No casamento em Caná, Jesus revelou Sua glória aos discípulos. Os outros convidados não sabiam a respeito do milagre; esse sinal era para os discípulos. Jesus se revelou aos Seus seguidores para que eles colocassem sua confiança nEle. “E os seus discípulos creram nele” (João 2:11).
Mateus 4:18-22 acontece depois que Jesus saiu de Nazaré e foi viver em Cafarnaum e começou a pregar (Mateus 4:12-17). Caminhando à beira do Mar da Galileia, Jesus chamou Simão, André, Tiago e João para o seguirem. “No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram” (Mateus 4:20). Após o chamado inicial em João 1, esses discípulos continuaram suas funções como pescadores. Agora, Jesus os chamou para o serviço: “De agora em diante você será pescador de homens” (Lucas 5:10).
O próximo estágio nesse processo foi a seleção dos doze apóstolos por parte de Jesus. Dentre muitos seguidores (chamados “discípulos” em João 6), Ele selecionou doze que se tornariam Seus associados mais próximos.
Jesus não se apressou em escolher os doze apóstolos. Parece que o processo levou vários meses. Isso deu tempo a Jesus para passar um tempo com cada um deles. Muitas vezes, um líder é rápido ao selecionar seu sucessor sem gastar tempo conhecendo a pessoa. Um líder sábio atribui tarefas que dão oportunidade para que se avalie a habilidade de liderança de uma pessoa.
Um Mentor Deve Passar Tempo com Seus Discípulos
► O que é mais emocionante: alcançar a muitos ou mentorear poucos? Qual é mais importante em longo prazo? Por que Jesus colocou tanto esforço em doze homens?
Jesus dedicou muito de Seu tempo aos doze apóstolos. “Escolheu doze, designando-os apóstolos, para que estivessem com ele, os enviasse a pregar e tivessem autoridade para expulsar demônios” (Marcos 3:14-15). Primeiro, eles passariam tempo com Ele para aprender Seus métodos. Só então eles estariam prontos para serem enviados para o ministério.
Marcos registrou uma das viagens de Jesus atravessando a Galileia: “Jesus não queria que ninguém soubesse onde eles estavam, porque estava ensinando os seus discípulos” (Marcos 9:30-31). A preocupação primária de Jesus não era desenvolver um programa para alcançar as multidões, mas desenvolver homens que liderassem a igreja.
Jesus pregou a milhares, mas Sua maior prioridade era o treinamento de poucas pessoas para um futuro ministério. Ele sabia que um treinamento é mais eficaz se concentrado em um pequeno grupo. Robert Coleman alerta: “Quanto mais o seu ministério cresce, mais difícil será encontrar tempo para discipular indivíduos. Mas quanto mais o seu ministério cresce, mais importante será encontrar tempo para discipular indivíduos”.
Ao ler os evangelhos, você vê que Jesus raramente ministrou sem ter perto dele, no mínimo, três discípulos. Jesus e Seus discípulos, muitas vezes, retiravam-se para áreas desertas para sessões de treinamento. Perto do final do ministério terreno de Jesus, Ele passou ainda mais tempo com os discípulos. Durante a última semana em Jerusalém, Jesus ficou junto dos discípulos a maior parte do tempo. Treinar esses homens era uma de Suas tarefas mais importantes.
Um provérbio judeu diz: “Um discípulo é alguém que come a poeira de seu mestre”. Um discípulo caminhava tão perto de seu mestre que ele engolia a poeira levantada por seus pés. Um discípulo comia o que seu mestre comia; um discípulo ia aonde seu mestre ia; um discípulo se comprometia com o ensino e exemplo de seu mestre. Os seguidores de Jesus passavam tempo com Ele até que tivessem o caráter de seu mestre. Mais tarde, eles se tornariam conhecidos como “cristãos”; eles haviam se tornado como seu mestre.
De mesmo modo, Paulo sempre teve seguidores como Timóteo, Tito, Lucas e Tíquico com ele. Paulo os treinou para o ministério, passando tempo com eles.
Novamente, isso nos fornece um modelo hoje. Ao cumprir seu ministério, você pode encorajar membros mais jovens a segui-lo, para que aprendam a ministrar. Um líder de sucesso da igreja disse: “Eu nunca faço uma viagem missionária sem levar um ministro mais jovem comigo. Treinar futuros líderes é tão importante para mim quanto o ministério que estou cumprindo”. Esse pastor entende que líderes eficazes treinam outros líderes.
Um Mentor Deve Ser um Modelo no Ministério para Seus Discípulos
Após lavar os pés dos discípulos, Jesus disse: “Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz” (João 13:15). Jesus ensinou pelo exemplo. Ele sabia que não era suficiente dizer: “Façam isso”. Nós devemos demonstrar como fazer. Jesus não pediu que Seus discípulos fizessem qualquer coisa sem antes ter demonstrado como fazer.
Os discípulos viram Jesus orando e então pediram: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11:1). Jesus não deu apenas uma aula sobre oração. Ele orou. Quando viram Ele orando, Seus discípulos ficaram famintos por entender a oração. Quando estudantes estão famintos por aprender, eles aprendem melhor!
Os discípulos ouviram Jesus usar as Escrituras em Suas pregações. Ele frequentemente fez referência ao Antigo Testamento. Ele modelou a pregação bíblica. Os discípulos aprenderam essa lição? Absolutamente, sim! Quando Pedro pregou em Atos 2, ele citou Joel, Salmos 16 e Salmos 110. Pedro aprendeu com Jesus a construir sua pregação a partir das Escrituras. Todo sermão em Atos se refere ao Antigo Testamento.
Paulo seguiu a mesma abordagem. Repetidamente ele escreveu: “Vocês têm visto meu exemplo. Sigam o meu modelo”.[2] Ele ensinou pelo exemplo. Discípulos como Tito e Timóteo aprenderam a pastorear ao seguir o exemplo de seu mentor Paulo.
Hoje, nós devemos ser um modelo no ministério para aqueles aos quais treinamos. Eles veem nosso sucesso e fracasso; acima de tudo, observam nosso caráter quando admitimos erros e aprendemos. Discípulos aprendem a realidade do ministério observando o nosso exemplo.
Um Mentor Deve Delegar Responsabilidade a Seus Discípulos
► Leia Mateus 10:5-11:1.
Desde o começo, o propósito de Jesus era o de preparar discípulos para o ministério. Ele os chamou para que o seguissem para que fizesse deles pescadores de homens (Mateus 4:19).
Durante a maior parte do primeiro ano com Jesus, os discípulos observaram Seu ministério. Eles aprenderam pelo Seu exemplo. Depois que eles haviam observado, Jesus os enviou para ministrar. Mateus 10 mostra Jesus delegando responsabilidades aos Seus discípulos.
Ele lhes deu autoridade (Mateus 10:1)
Antes de enviá-los, Jesus deu autoridade aos discípulos para a missão que lhes havia dado. Algumas vezes os líderes têm medo de confiar autoridade aos seus ajudantes. Entretanto, responsabilidade sem autoridade desabilita aqueles que você está treinando. Não devemos dar responsabilidade aos nossos ajudantes, a menos que lhes demos autoridade suficiente para cumprirem a responsabilidade.
Ele lhes deu instruções claras (Mateus 10:5-42)
Jesus deu a Seus discípulos uma mensagem clara: pregar o reino. Sua tarefa era clara. Eles sabiam exatamente o que Jesus esperava que fizessem.
Jesus contou aos Seus discípulos onde deveriam ministrar: “Às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Mais tarde, os apóstolos iriam pregar aos gentios, mas como estavam aprendendo a ministrar, Jesus disse a eles para começarem perto de casa. Nós devemos fazer todo o possível para ajudar nossos aprendizes a terem sucesso. Começar com uma tarefa que é fácil de cumprir. Jesus estabeleceu metas razoáveis.
Jesus deu aos Seus discípulos instruções sobre perseguição. A perseguição viria, não porque os discípulos falhariam em seu ministério, mas porque o chamado a seguir Jesus traz separação entre Seus seguidores e aqueles que o rejeitam.
Ele os enviou em equipes (Marcos 6:7).
Jesus mostrou a importância de equipes no ministério. Ele enviou os discípulos em equipes de dois. Poucos meses depois, Ele enviou os 72 de Seus seguidores em equipes de dois. Isso se tornou um modelo para o ministério da igreja primitiva. Pedro e João ministravam juntos. Barnabé e Saulo viajavam juntos. Paulo e Silas ministravam juntos.
Um Mentor Deve Supervisionar Seus Discípulos
Depois que os discípulos retornaram da ministração, eles relataram tudo a Jesus (Marcos 6:30). O acompanhamento era uma parte importante do treinamento de Jesus para Seus discípulos. Não é suficiente delegar responsabilidades; um líder eficaz avaliará o desempenho do discípulo. Delegação sem avaliação resulta em mau desempenho.
► Leia Mateus 17:14-21.
Howard Hendricks ensinou que o fracasso é uma parte importante do processo de aprendizagem. Os discípulos perguntaram: “Por que não pudemos expulsar o demônio deste menino?”. Jesus respondeu ensinando-lhes sobre a fé. Era muito melhor falhar nesse estágio inicial do ministério do que depois que Jesus houvesse retornado ao céu!
Supervisão eficaz de um discípulo deve incluir avaliação. Quando um discípulo falha em uma tarefa, ele não é expulso da equipe. Em vez disso, nós devemos examinar a razão do fracasso e planejar melhorias futuras.
Jesus mostra esse padrão em Lucas 9:
9:1-6: Jesus enviou os doze discípulos.
9:10: eles relataram a Ele sobre sua viagem.
9:37-43: os discípulos falharam em expulsar um demônio.
9:46-48: Jesus ensinou a eles sobre a grandeza do Reino de Deus.
9:49-50: Jesus repreendeu João por uma má decisão ministerial.
9:52: Jesus enviou os discípulos a prepararem-se para uma visita a uma vila em Samaria.
9:54-55: Jesus repreendeu Tiago e João por outra má decisão ministerial.
10:1: Jesus enviou um grupo maior para ministrar.
Jesus alternava entre ensinar, delegar e avaliar. Ele não desistiu dos discípulos, mesmo quando eles falharam. Em vez disso, Ele usou o fracasso como uma oportunidade de ensino.
Mais tarde, Paulo seguiu o mesmo padrão. Ele indicou Tito para liderar a igreja na ilha de Creta, e Timóteo para pastorear em Éfeso. Ele, então, escreveu cartas para dar mais treinamento. Depois de plantar igrejas durante a primeira viagem missionária, Paulo voltou na segunda viagem para supervisionar às igrejas (Atos 15:36).
Esse padrão de treinamento é eficaz ainda hoje. Muitos líderes enviam um jovem ministro sem supervisão contínua ou prestação de contas – e ficam surpresos quando o ministro falha. Não devemos pensar: “Eu ensinei a lição, então eles farão tudo corretamente”. Em vez disso, a supervisão é um processo contínuo. Se você quer treinar líderes, deve investir tempo em supervisão.
Howard Hendricks listou quatro estágios no treinamento de novos trabalhadores:
1. Contar: ensine a eles o conteúdo. Jesus pregou a mensagem do Reino aos Seus discípulos.
2. Mostrar: forneça um modelo do ministério. Jesus demonstrou como é o ministério aos discípulos.
3. Praticar: ministração sob supervisão direta. Jesus enviou os discípulos para ministrar e, então, avaliar suas experiências.
4. Fazer: ministração sem supervisão direta. Depois do Pentecostes, os discípulos ministraram sem a supervisão de Jesus.
► O que você está fazendo para treinar discípulos para a liderança? Dos passos que estudamos, quais você faz efetivamente? Quais passos necessitam de melhoria? Em um grupo, discutam como vocês podem ser mais efetivos ao mentorear futuros líderes. Essa discussão deve continuar até que você tenha um plano para o desenvolvimento de líderes em seu ministério.
Nossos Discípulos Devem Produzir Outros Discípulos
Jesus disse aos Seus discípulos: “Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça…” (João 15:16). Jesus treinou Seus discípulos para fazerem mais discípulos.
► Leia Mateus 13:31-32.
A parábola de Jesus sobre o grão de mostarda mostra que o Reino de Deus cresceria muito além de seu tamanho original. Assim como um pequeno grão de mostarda pode crescer e virar uma planta muito além do tamanho esperado, a igreja cresceria muito além do que qualquer um poderia esperar. No Antigo Testamento, os pássaros alojados em uma árvore representavam um grande reino, incluindo muitas nações (Daniel 4:12 e Ezequiel 31:6). Jesus prometeu que, à medida que os discípulos se multiplicassem, a igreja cresceria desproporcionalmente ao seu tamanho original e alcançaria todas as nações.
O Dr. Robert Coleman escreveu que a avaliação final do nosso ministério está na reprodução. “Aqui, finalmente, todos nós devemos avaliar como nossa vida está sendo multiplicada. Será que essas pessoas providencialmente confiadas a nós captarão a visão da Grande Comissão e, por sua vez, a transmitirão a servos fiéis que também ensinarão a outros? O tempo virá muito em breve quando nosso ministério estará nas mãos deles.”[3]
[1]Adaptado de Robert Coleman, Plano Mestre de Evangelismo. (Editora Mundo Cristão, 2006)
[3]Robert Coleman, “The Jesus Way to Win the World: Living the Great Commission Every Day”. Evangelical Theological Society, 2003.
Um Olhar Mais Atento: A Oração Sacerdotal de Jesus
A seção do meio da oração sacerdotal de Jesus é focada em Seus discípulos (João 17:6-19). Essa oração ensina lições de valor sobre o método de Jesus para mentorear discípulos.[1]
(1) Em primeiro lugar, protegemos quem mentoreamos.
Jesus orou: “Enquanto estava com eles, eu os protegi”. 20 vezes no evangelho, Jesus falou para seus discípulos estarem cientes do perigo. Ele os guardou de errar. Quando treinamos discípulos, devemos protegê-los dos perigos do mundo. Nosso treinamento deve ser prático.
► Quais são os perigos que os jovens ministros enfrentam em nossa cultura? Como mentor, como você vai prepará-los para enfrentar esses perigos?
(2) Conforme amadurecem, confiamos em quem mentoreamos.
Jesus orou: “Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno” (João 17:15). Jesus sabia que os discípulos enfrentariam tentações, mas Ele tinha confiança naqueles que tinha treinado. Devemos aprender a confiar nos jovens líderes que treinamos. Isso requer que renunciemos uma abordagem autoritária de liderança e que confiemos nos outros para decisões importantes.
Ajith Fernando escreve que há duas maneiras pelas quais os líderes podem ver seus seguidores:
Líderes fracos focam na fraqueza de seus seguidores.
Líderes efetivos focam nos pontos fortes de seus seguidores enquanto continuam a trabalhar em suas fraquezas. Líderes efetivos veem os outros “através dos olhos da esperança”.
(3) Depois de terem sido treinados, enviamos nossos discípulos para servir ao mundo.
Jesus orou: “Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo” (João 17:18). Depois do Pentecostes, os discípulos começaram a grande missão para a qual Jesus os havia preparado. Nós mentoreamos discípulos para que eles, por sua vez, possam levar o evangelho a um mundo necessitado.
Jesus disse: “Eu tenho sido glorificado por meio deles” (João 17:10). Ao enviarmos aqueles que treinamos, devemos ter certeza de que Jesus receberá a glória. Podemos ser tentados a receber glória daqueles que treinamos. Podemos ser tentados a receber glória por nossa habilidade de discipular outros. Em vez disso, devemos ter certeza de que a glória seja dada somente para Deus.
[1]Adaptado de Ajith Fernando, Ministério Dirigido por Jesus (Editora CPAD, 2016).
Aplicação: O Valor de uma Equipe no Ministério
O exemplo de Jesus mostra a importância de equipes no ministério. Equipes de ministério envolvem tanto a orientação de companheiros mais jovens quanto a construção de relacionamentos com outros pastores. Nós fomos criados para termos relacionamentos com outras pessoas. Por que equipes são tão importantes?
Equipes Fornecem Equilíbrio
Jesus escolheu pessoas de muitas origens diferentes. Pedro e João foram rivais em muitos momentos. Mateus trabalhava para Roma, enquanto Simão, o Zelote, queria expulsar os romanos da Judeia. Esses homens eram opostos. Ao escolher Seus discípulos, Jesus escolheu um grupo diversificado de pessoas.
Embora muitas vezes vejamos as dificuldades de ter pessoas tão opostas em uma equipe, não devemos ignorar os benefícios dessas personalidades diferentes. Um apóstolo como Pedro foi rápido em fazer grandes proclamações. A personalidade dele era balanceada por apóstolos cautelosos como Tomé e André. A igreja primitiva se beneficiou de ter diferentes personalidades na liderança.
Líderes sábios encontram membros da equipe de diferentes origens. Uma equipe forte traz vários pontos fortes para a liderança da igreja. Um membro da equipe pode ter uma melhor compreensão das questões financeiras; outro pode ser bom em relacionamentos pessoais; outro pode ter profundo discernimento bíblico. Todos se reúnem para fornecer liderança equilibrada para a igreja.
Equipes Fornecem Conselhos Sábios
Enquanto treinava os discípulos, Jesus sabia que estava preparando as bases da igreja. Depois de Pentecostes, haveria muitas decisões difíceis para a igreja primitiva. Jesus sabia que os discípulos precisavam uns dos outros para tomar essas decisões.
Uma das primeiras decisões enfrentadas pela igreja foi: “Como os crentes gentios se tornam parte da igreja? Eles são obrigados a seguir todos os aspectos da lei judaica?” Embora isso possa parecer simples para nós, foi uma decisão difícil. Não era uma questão de preferência pessoal; as leis para alimentos e circuncisão eram baseadas no próprio Antigo Testamento. Essa decisão teve consequências duradouras. Hoje, você e eu somos afetados por essa decisão; se o Concílio de Jerusalém tivesse decidido de forma diferente, os cristãos gentios de hoje seriam obrigados a obedecer às leis judaicas.
Atos 15 mostra como a igreja primitiva resolveu essa importante questão. Depois de ouvir opiniões diferentes, eles chegaram a uma decisão. Em sua carta à igreja gentia, os apóstolos usaram uma bela frase para descrever a decisão: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (Atos 15:28). O Espírito conduziu ao reunir os líderes da igreja, permitindo-lhes partilhar as suas opiniões, e depois, guiando o grupo para a decisão certa.
O escritor de Provérbios enfatiza o valor de múltiplos pontos de vista ao tomar decisões.
O caminho do insensato parece-lhe justo, mas o sábio ouve os conselhos (Provérbios 12:15).
Na multidão de conselhos há segurança (Provérbios 11:14[1]).
Com conselhos prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros (Provérbios 24:6[2]).
Esse é um princípio importante para líderes da igreja. Se você não está disposto a ouvir os outros, Provérbios diz que você não é sábio. Um tolo sempre pensa que está certo, mas uma pessoa sábia está sempre disposta a ouvir os outros.
Se o propósito de uma equipe é dar conselhos sábios, precisamos de pessoas que pensem diferente de nós. É necessário ter certeza de que, ao escolher uma equipe, não estejamos procurando por cópias de nós mesmos. Não precisamos de pessoas que sempre rapidamente concordam conosco.
Equipes Fornecem Incentivo
Eclesiastes descreve o benefício de uma equipe: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante!” (Eclesiastes 4:9-10[3]).
Quando a igreja enfrentou oposição, os apóstolos encorajaram uns aos outros. Lucas disse que estavam “de comum acordo” para descrever o apoio mútuo entre os membros da igreja primitiva.
O grande missionário Hudson Taylor ilustra esse princípio. Taylor foi para a China com uma paixão pelo ministério, mas logo desanimou. Alguns de seus apoiadores deixaram de enviar ajuda financeira. Missionários estabelecidos o criticavam. Até o governo britânico se opôs ao seu trabalho. Sua noiva escreveu a ele da Inglaterra para dizer que não tinha certeza sobre casar-se com um missionário. Taylor estava desanimado e pronto para voltar para casa.
Durante esse tempo, um missionário escocês mais velho, chamado William Burns, passou sete meses com Hudson Taylor em uma viagem evangelística ao interior da China. Os dois homens viajaram juntos, oraram e pregaram juntos. Durante essa viagem, Taylor recuperou sua visão para a China. John Pollock escreveu: “William Burns salvou Hudson Taylor de si mesmo”.
Mais tarde, Hudson Taylor fundou a China Inland Mission (Missão para o Interior da China) e é conhecido como um dos maiores missionários da era moderna; William Burns é quase desconhecido. No entanto, William Burns merece parte do crédito pelos milhares de convertidos conquistados através da instituição de Taylor. William o encorajou em um momento crucial. As equipes fornecem incentivo.
Equipes Trazem Responsabilização
Cada um de nós tem pontos cegos (características que não vemos em nós mesmos). Trazemos para o nosso ministério fraquezas que vêm de nosso contexto familiar, de nossa vida antes de sermos cristãos e de nossa personalidade. Essas coisas afetam nosso ministério.
Pode acontecer de não vermos essas fraquezas em nós, mas outros membros da equipe podem nos alertar sobre essas áreas, as quais podem destruir nosso ministério. O escritor de Hebreus incentivou os cristãos a incentivar uns aos outros às boas obras (Hebreus 10:24). O termo original em grego para “incentivar” (παροξυσμον) dá a ideia de “cutucar” alguém. Às vezes, isso é desagradável. Nenhum de nós gosta de ser cutucado, mas a prestação de contas pode ser valiosa. Todo líder cristão precisa de pelo menos uma pessoa que possa dizer: “Esta ação é imprudente. Você deveria reconsiderar isso”.
Desde os mosteiros da Idade Média, reuniões de classe dos Wesleys, até grupos modernos como os Promise Keepers (Guardadores da Promessa), os líderes cristãos têm uma longa tradição de prestação de contas. Os líderes da igreja de hoje se beneficiam da prestação de contas semanal. Isso pode ser feito um a um, em pequenos grupos ou mesmo por telefone. Essa prestação de contas pode nos alertar sobre o perigo espiritual antes de irmos longe demais.
Uma boa prestação de contas exige total honestidade de cada parceiro e total confidencialidade entre eles. Você pode encontrar muitos exemplos de perguntas sobre essa responsabilidade. Uma lista inclui estas perguntas:
Esta semana, você passou algum tempo com Deus regularmente?
Esta semana, você comprometeu sua integridade de alguma forma?
Esta semana, seus pensamentos foram puros?
Esta semana, você cometeu algum pecado sexual?
Esta semana, que coisa significativa você fez por seu cônjuge?
Esta semana, você compartilhou sua fé com um incrédulo?
Você foi sincero em cada uma dessas respostas?
A responsabilidade de uma equipe é importante em tempos de tentação. Escrevendo a um jovem pastor, Paulo deu conselhos sobre como construir um ministério duradouro. Paulo advertiu Timóteo a “fugir dos desejos malignos da juventude e seguir a justiça, a fé, o amor e a paz, com aqueles que, de coração puro, invocam o Senhor” (2 Timóteo 2:22). Paulo entendeu que a vida espiritual de Timóteo se beneficiaria de se juntar a outros seguidores de Deus que invocam o Senhor com um coração puro.
► Se você faz parte de uma equipe ministerial, compartilhe alguns dos benefícios que você obtém de sua equipe. Quais são os desafios de fazer parte de uma equipe ministerial?
Trabalhando com uma Equipe
Jesus fez um grupo composto de personalidades muito diferentes e transformou-o em uma equipe unificada. Jesus tomou as diferenças deles e criou uma equipe que poderia liderar a igreja primitiva. A igreja precisava da liderança ousada de Pedro e precisava do espírito tranquilo de Filipe. Um dos grandes desafios de um líder é moldar um grupo de seguidores em uma equipe.
Ajith Fernando, um líder da igreja do Sri Lanka, entende bem os desafios de formar uma equipe. Ele escreve:
Talvez a tragédia com a igreja evangélica seja que, muitas vezes, os sentimentos superam a teologia na determinação da maneira como decidimos e agimos. O cristão bíblico diz: “Quaisquer que sejam meus sentimentos sobre essa pessoa, eu a aceitarei porque Deus quer que eu faça isso. E pedirei a Deus que me dê a graça para trabalhar harmoniosamente com ela”. Nossa teologia diz que esse esforço de trabalhar com essa pessoa será bem-sucedido, mesmo que nossos sentimentos possam nos dar outra mensagem. Nossa teologia nos leva a trabalhar duro nesse relacionamento. Oramos pela pessoa e pelo nosso relacionamento. Nós a encontramos regularmente. Procuramos mostrar-lhe amor cristão e fazer tudo o que podemos pelo seu bem-estar pessoal. Desenvolvemos sonhos que essa pessoa poderia alcançar através da equipe.[4]
1 Coríntios 12:12-25 ensina que no corpo de Cristo não temos o direito de rejeitar as pessoas simplesmente porque não gostamos delas. Se você construir uma igreja, terá membros que você pode não gostar. Como líder cristão, você deve dizer: “Quaisquer que sejam meus sentimentos pessoais, aceitarei essa pessoa porque Deus a colocou sob meus cuidados. Pedirei a Deus graça para trabalhar com ela, e pedirei a Deus que a abençoe e a faça prosperar no ministério”.
[4]Ajith Fernando, Ministério Dirigido por Jesus (Editora CPAD, 2016).
Um Líder Cristão Efetivo É um Servo
Uma vez alguém perguntou a um futuro pastor: “Por que você quer ser um pastor?” O jovem respondeu: “No aeroporto, eu vi alguém carregando a mala de seu pastor. Eu quero alguém que carregue a minha mala!”
A perspectiva de Jesus era muito diferente! Esse jovem queria ser servido; Jesus queria servir. “Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10:45). Jesus nos mostra que a verdadeira liderança envolve serviço. Jesus se humilhou, vindo a ser servo (Filipenses 2:7).
► Leia João 13:1-20.
Há muitos lugares nos evangelhos onde podemos estudar o modelo de liderança servidora de Jesus, mas um dos exemplos mais poderosos é a história de Jesus lavando os pés dos discípulos. Nessa cena, Jesus mostra o que significa ser um servo.
Algumas igrejas realizam um serviço de lava-pés para reencenar as ações de Jesus na última ceia. Esse pode ser um belo serviço, mas pode ser mais poderoso perceber que Jesus não realizou uma cerimônia especial. Em vez disso, Ele simplesmente fez um trabalho que precisava ser feito.
Em razão das ruas empoeiradas de Jerusalém, era costume um servo lavar os pés dos convidados em um jantar formal. Esse era um dever humilde atribuído aos servos mais baixos. Quando Jesus se juntou aos Seus discípulos para a celebração da Páscoa, não havia nenhum servo na sala. Nenhum dos discípulos se ofereceria para cumprir esse dever; eles almejavam posições altas no reino de Jesus. Jesus se ajoelhou e começou a fazer o trabalho do servo mais baixo.
Essa cena mostra a compreensão de Jesus sobre liderança. Outras pessoas buscavam liderança para obter posição e poder. O objetivo era chegar ao topo de uma organização. Jesus já estava no topo; Ele era o mestre dos discípulos. Mas, Ele voluntariamente assumiu a posição mais baixa.
[1]Isso é o que significa ser um líder semelhante a Cristo. Um líder semelhante a Cristo aceita os trabalhos que ninguém quer. Um líder semelhante a Cristo inspira outros, não por sua capacidade de gritar ordens, mas por seu exemplo de serviço humilde.
Alguém disse uma vez: "O teste de um espírito de servo é: 'Como eu ajo quando sou tratado como um servo?'". Um líder que segue o exemplo de Jesus não se ofende ao ser tratado como um servo. Não se esqueça de que Jesus lavou os pés de Judas assim como os pés dos outros discípulos. Você pode se imaginar lavando humildemente os pés do homem que já decidiu trair você?
Quando terminou de lavar os pés dos discípulos, Jesus disse a esses homens que buscavam uma posição: “Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz” (João 13:15). Trinta anos depois, Simão Pedro pode ter se lembrado da humildade de Jesus quando escreveu: “Sejam todos humildes uns para com os outro” (1 Pedro 5:5). Assim como Jesus envolveu a toalha para servir aos discípulos, devemos envolver a humildade em nós mesmos para servir aos outros.
Como líderes cristãos, podemos ser tentados a buscar posições em vez de oportunidades para o serviço. Jesus mostrou que liderança cristã é serviço.
“O principal lugar da mesa substituiu a toalha e o lavatório como símbolos de liderança no meio do povo de Deus… Está na hora de trazer de volta a toalha.”
- C. Gene Wilkes
Conclusão: A Importância de Mentorear Outros Obreiros Cristãos
Ao final de sua vida, seu impacto como mentor de outros obreiros cristãos pode ser o maior legado do seu ministério. Se você mentorear apenas 12 outros obreiros cristãos durante seu ministério, seu impacto será multiplicado por esses 12, juntamente aos obreiros a quem eles mentorearem.
Infelizmente, embora a maioria dos líderes cristãos conheça a importância da mentoria, poucos investem o tempo necessário para mentorear os outros. Por que negligenciamos esse aspecto do ministério?
Uma das razões é o custo da mentoria. A mentoria leva um tempo valioso. Muitas vezes, acreditamos que o tempo gasto orientando jovens líderes poderia ser melhor gasto ministrando a grandes grupos.
Outra razão é a decepção que acompanha a mentoria. Parece glamouroso dizer: “Estou treinando a próxima geração de líderes”. A realidade é, por vezes, menos animadora.
Em muitos momentos, Jesus deve ter ficado desapontado com o lento progresso de Seus discípulos. Depois de três anos com Jesus, Filipe pediu: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta” (João 14:8). Poucas semanas depois de Jesus alimentar 5.000, os discípulos estavam diante de uma multidão de 4.000. Eles perguntaram: “Onde, neste lugar deserto, poderia alguém conseguir pão suficiente para alimentá-los?” (Marcos 8:4).
O Apóstolo Paulo experimentou muito do mesmo desapontamento. João Marcos desistiu durante a primeira viagem missionária (Atos 13:13). Depois de meses treinando Demas, Paulo escreveu de uma solitária cela de prisão: “Pois Demas, amando este mundo, abandonou-me” (2 Timóteo 4:10).
A mentoria é cara e pode ser decepcionante, mas é uma parte importante do trabalho do líder. Todo líder cristão maduro deve ser mentor de futuros líderes. Ao mesmo tempo, todo líder cristão precisa de um mentor que ofereça apoio em tempos de luta.
Howard Hendricks disse que todo homem precisa de três pessoas em sua vida:
1. Todo homem precisa de um Paulo, um mentor que o desafie a um crescimento contínuo.
2. Todo homem precisa de um Barnabé, um amigo que o ame o suficiente para ser honesto sobre suas fraquezas.
3. Todo homem precisa de um Timóteo, uma pessoa mais jovem para discipular e mentorear no ministério.
► Termine esta lição se perguntando:
“Quem é meu Paulo?”
“Quem é meu Barnabé?”
“Quem é meu Timóteo?”
Tarefas da Lição 3
(1) Na tabela abaixo, liste quatro vezes em que os discípulos observaram o ministério de Jesus. Anote o que eles aprenderam ao observar Jesus.
(2) Liste duas ou três pessoas que você poderia mentorear para o ministério futuro. Escreva um curto parágrafo que responda a duas questões:
Quais qualificações quero ver em uma pessoa que oriento?
O que quero ver Deus realizar na pessoa que oriento? (Seja específico.)
Comece a tomar medidas para mentorear aquelas pessoas que você nomeou. Peça a Deus que lhe mostre como pode prepará-los para as oportunidades do ministério.
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