Todo ministério eficaz é realizado no poder da cruz e da ressurreição.
Introdução
O ponto mais intenso dos evangelhos é a história da páscoa. 30 dos 89 capítulos dos evangelhos são dedicados à semana entre a entrada triunfal em Jerusalém e a ressurreição. Quase metade do livro de João fala sobre essa semana. Este é o momento para o qual toda a vida e ministério de Jesus apontavam. Nesta lição, estudaremos a última semana do ministério terreno de Jesus para aprender lições para nossa vida e ministério.
► Antes de continuar a lição, discuta duas perguntas:
O que a crucificação significa para mim, teológica e pessoalmente?
O que a ressurreição significa para mim, teológica e pessoalmente?
Respostas a Jesus: A Semana Final do Ministério Público de Jesus
Os escritores dos evangelhos buscaram dar ênfase às respostas daqueles que encontraram Jesus. Por exemplo, em relação ao início da vida de Jesus, Mateus contrasta a adoração dos magos com a resposta de Herodes, o qual tentou matar esse rei rival. João contrasta a resposta questionadora de Nicodemos, um rabino judeu, com a resposta de uma samaritana inculta no poço.
► Leia Mateus 10:32-39.
Ninguém pode permanecer neutro em relação à mensagem de Jesus: ou aceitamos suas reivindicações ou o rejeitamos. Jesus descreveu Seu ministério como uma espada que divide esses dois grupos. As famílias eram divididas por sua resposta a Jesus; até a própria família de Jesus enfrentou esse teste (João 7:5, Marcos 3:21). Ninguém poderia permanecer neutro.
As respostas contrastantes a Jesus se tornam ainda mais dramáticas na semana final de Seu ministério público. Esse contraste continua até a própria cruz, com os dois ladrões respondendo de maneiras muito diferentes a Ele.
Respostas à Ressurreição de Lázaro
► Leia João 11:1-57.
Mesmo antes da ressurreição de Lázaro, os líderes religiosos se opuseram a Jesus. Quando Jesus visitou o templo durante a Festa da Dedicação no início do inverno, os líderes judeus o acusaram de blasfêmia e tentaram apedrejá-Lo. Porque ainda não era hora de Seu sacrifício, Jesus escapou e atravessou o Jordão para longe do centro religioso de Jerusalém (João 10:22-42).
Quando chegou a notícia da morte de Lázaro, os discípulos sabiam que era perigoso para Jesus voltar à Judeia. Os leitores muitas vezes zombam da dúvida e do pessimismo de Tomé, mas ele era leal ao seu Mestre. Ele presume (corretamente) que Jesus seria morto na Judeia, mas ele permanece leal. Quando Jesus insiste em voltar para a Judeia, Tomé diz aos outros discípulos: “Vamos também para morrermos com ele” (João 11:16). Independentemente das dúvidas posteriores de Tomé, não devemos esquecer a lealdade desse discípulo temeroso. É alguma surpresa que, após a ressurreição, Tomé morrera como mártir levando o evangelho à Índia?
Em uma pequena vila como Betânia, a ressurreição de Lázaro não poderia ser escondida. Não havia como os líderes religiosos esconderem um evento tão surpreendente. João mostra as diferentes respostas a esse milagre.
A resposta da multidão
À medida que as notícias da ressurreição de Lázaro se espalhavam, o público estava convencido de que Jesus derrubaria Roma e restabeleceria o trono de Davi em Jerusalém. Eles estavam convencidos de que Jesus era o Messias prometido. “Muitos dos judeus que tinham vindo visitar Maria, vendo o que Jesus fizera, creram nele” (João 11:45 e João 12:11). Tantas pessoas creram em Jesus que os fariseus disseram: “Olhem como o mundo todo vai atrás dele” (João 12:19). Isso inspirou o entusiasmo das multidões quando Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumento.
A resposta dos líderes religiosos
A ressurreição de Lázaro destruiu qualquer chance de os líderes religiosos ignorarem a afirmação de Jesus de ser o Messias. Com as multidões se voltando para Jesus, esses líderes tinham apenas duas opções:
1. Admitir que Jesus era quem dizia ser. No entanto, isso exigiria que eles renunciassem à sua ambição pelo poder. Jesus já havia condenado o comportamento hipócrita deles. Se admitissem que Jesus era o Messias, perderiam suas posições como líderes do povo judeu.
2. Prender e matar Jesus. Se eles se recusassem a aceitar Jesus como Messias, eles deveriam matá-Lo.
Os líderes religiosos defenderam sua decisão de matar Jesus como sendo o melhor para a nação. Como líderes fracos ao longo da história, eles tentaram defender sua decisão. “O que estamos fazendo?”, perguntaram eles. “Aí está esse homem realizando muitos sinais miraculosos. Se o deixarmos, todos crerão nele, e então os romanos virão e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação” (João 11:47-48). Eles temiam que Jesus liderasse uma revolução contra Roma. Eles não entendiam que Seu Reino era espiritual.
“Nosso lugar” provavelmente se refere ao templo e “nossa nação” se refere às liberdades que Roma permitia aos judeus (Veja Atos 6:13 e Atos 21:28). Embora a Judeia estivesse sob o controle de Roma, os judeus tinham permissão para adorar no templo, observar as leis religiosas e, por meio do Sinédrio, manter algum governo civil. Tudo isso estaria perdido se Roma tivesse que deter uma rebelião.
Caifás assegurou ao Sinédrio que era melhor um homem morrer do que toda a nação perecer (João 11:49-50). Ironicamente, depois de matar Jesus, os temores do Sinédrio aconteceram. Quarenta anos depois da morte de Jesus, os romanos esmagaram uma rebelião judaica destruindo o templo, tirando os direitos do povo judeu e fazendo tudo o que Caifás tentou evitar.
Visto que não podiam esconder esse milagre sem destruir todas as evidências, o Sinédrio decidiu matar Jesus e Lázaro para proteger a nação (João 11:53 e João 12:10). Milagres não necessariamente convencem os incrédulos. Muitas vezes pensamos: “Se Deus apenas ‘provasse’ sobre si mesmo por um milagre, todos acreditariam”. No entanto, um milagre pode acabar apenas endurecendo o cético em sua incredulidade.
Na história do rico e Lázaro (não o Lázaro que Jesus ressuscitou), o rico implorou a Abraão que enviasse Lázaro para avisar seus irmãos. Abraão disse: “Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (Lucas 16:31). As próprias Escrituras são testemunho suficiente da verdade. Se as rejeitarmos, outras evidências não nos convencerão.
Respostas à Jesus: Maria
► Leia Mateus 26:6-13 e João 12:1-11.
Durante todo o ministério terreno de Jesus, Maria, irmã de Lázaro e Marta, foi uma de Suas seguidoras mais devotadas. Em uma história anterior, Marta reclamou porque Maria ficara sentada ouvindo Jesus enquanto ela servia. Nessa história, Jesus elogiou Maria que “escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada” (Lucas 10:42).
Menos de uma semana antes de Sua morte, Jesus e Seus discípulos visitaram a casa de Simão, o leproso. Lázaro e suas irmãs foram convidados a se juntar ao grupo. Durante a refeição, Maria derramou um caro frasco de alabastro sobre a cabeça e os pés de Jesus. Esse bálsamo custou 300 denários, cerca de um ano de salário. Em uma época em que não havia bancos, isso provavelmente representava as economias de Maria.
Os discípulos ficaram indignados porque Maria havia desperdiçado muito dinheiro, (Mateus 26:8; Marcos 14:5) mas ela se importava apenas com a opinião de uma pessoa: Jesus. Ela agia por um amor que a cegava para as opiniões de todos os outros. Ela não se importava com quanto custava o alabastro e nem com o que os outros pensavam. Ela estava adorando seu Mestre e nada mais importava.
Quando os discípulos protestaram contra as ações de Maria, Jesus os repreendeu: “Deixem-na em paz… Ela praticou uma boa ação para comigo” (Marcos 14:6). Sabendo que uma cruz estava apenas alguns dias à frente, Jesus reconheceu o simbolismo da ação de Maria: “Derramou o perfume em meu corpo antecipadamente, preparando-o para o sepultamento” (Mateus 26:12). Jesus honrou esta mulher que deu o seu melhor num ato altruísta de adoração amorosa.
Ao lermos a história de Maria ungindo Jesus, devemos perguntar: “Quanto eu amo Jesus? Eu me importo mais com Ele ou com a opinião dos observadores?”. Maria realmente amava Jesus.
Respostas a Jesus: A Entrada Triunfal
► Leia Mateus 21:1-11 e João 12:12-19.
No domingo, Jesus entrou em Jerusalém montado em um jumento. Em um dia comum, não haveria nada de incomum neste evento: um professor galileu acompanhado por um pequeno grupo de seguidores indo a Jerusalém para a festa da Páscoa. Mas este não era um momento comum. A ressurreição de Lázaro transformou essa peregrinação da Páscoa em uma declaração religiosa e política.
Mateus destaca as implicações religiosas da entrada de Jesus em Jerusalém. Ele mostra que a entrada de Jesus cumpriu a profecia de Zacarias. As palavras das multidões vieram do salmo 118, um salmo de Páscoa que descreve uma procissão triunfal em Jerusalém (Mateus 21:4-11; Zacarias 9:9; Salmos 118:26).
Essa procissão foi repleta de implicações políticas:
Multidões espalham mantos na estrada para representar submissão a um rei (Mateus 21:8; 2 Reis 9:13).
Desde o período dos macabeus, ramos de palmeiras simbolizavam a vitória sobre um inimigo militar (João 12:13; 1 Macabeus 13:51).
“Hosana!” significava “salva-nos”, um clamor por libertação.
“Filho de Davi” era um título real e messiânico.
O povo acreditava que Jesus estava entrando em Jerusalém para derrubar Roma e estabelecer Seu Reino. A longa espera por um rei davídico havia acabado. As promessas feitas pelos profetas logo seriam cumpridas.
Apenas alguns dias depois, muitas dessas mesmas pessoas gritariam: “Crucifica-o!”. Por quê? Porque eles estavam aplaudindo Jesus pelas razões erradas. Eles acreditavam que Ele derrubaria Roma, mas Ele não tinha intenção de liderar uma revolta militar. Eles estavam buscando um reino político, mas Ele estava trazendo um reino espiritual. Em sua decepção, essa multidão logo se voltaria contra Jesus.
Os poderosos politicamente e membros da elite social do Sinédrio já haviam decidido matar Jesus; os impotentes logo se voltariam contra Ele. Sabendo o que estava por vir, Jesus chorou pelo destino da cidade que o rejeitaria (Lucas 19:41-44). Jesus sabia que a sua procissão triunfal o levava para a cruz. A multidão citou Salmos 118:26: “Bendito é o que vem em nome do Senhor”. Jesus conhecia o versículo seguinte do salmo: “Peguem o sacrifício e amarrem-no com cordas sobre o altar” (Salmos 118:27, Nova Versão Transformadora). Jesus entrou em Jerusalém como o sacrifício que logo seria amarrado ao “altar”, uma cruz romana.
Um Olhar Mais Atento: Jesus Amaldiçoa a Figueira
► Leia Marcos 11:12-25.
Cada um dos Evangelhos Sinóticos inclui a história de Jesus amaldiçoando uma figueira estéril na Sua última semana de ministério público. Jesus amaldiçoou a figueira na segunda-feira ao chegar a Jerusalém, depois de passar a noite em Betânia. Na terça-feira, os discípulos viram que a árvore havia murchado em apenas 24 horas.
Embora não fosse tempo de figos (Marcos 11:13), as folhas demonstravam que os figos verdes deveriam estar na árvore. O fruto de uma figueira aparecia pouco tempo depois das folhas. Quando uma árvore tinha folhas, mas estava sem figos, é porque não daria frutos naquele ano.
Essa história é uma parábola viva sobre o fracasso de Israel em dar frutos.[1] Israel havia sido escolhido por Deus para abençoar as nações (Gênesis 12:3). Em vez disso disso, Israel havia envergonhado o nome de Jeová.
O templo deveria ser um lugar de oração para todos os povos (Isaías 56:7). Em vez disso, o templo se tornou um covil de ladrões, onde os principais poderosos sacerdotes enganavam os pobres.
A figueira era estéril; Israel era estéril. A figueira foi rejeitada; Israel logo seria rejeitado.
A maldição da figueira é uma de uma série de mensagens de julgamento durante os últimos dias do ministério público de Jesus:
1. A parábola viva da figueira estéril (Marcos 11:12-14, 20-25).
2. A purificação do templo (Marcos 11:15-19).
3. A parábola dos lavradores infiéis (Marcos 12:1-12).
4. As controvérsias com os líderes religiosos (Marcos 12:13-40).
5. Jesus prediz a destruição do templo (Marcos 13:1-37).
[1]No Antigo Testamento, uma figueira muitas vezes representava Israel (por exemplo: Jeremias 8:13; Oséias 9:10; Joel 1:7).
Respostas a Jesus: A Semana Final do Ministério Público de Jesus (Continuação)
Respostas a Jesus: Os Líderes Religiosos
► Leia Mateus 21:23-22:46.
Após a ressurreição de Lázaro, os líderes religiosos estavam determinados a matar Jesus. No entanto, Sua popularidade com as pessoas comuns tornou isso difícil. Eles queriam encontrar uma maneira de desacreditá-Lo aos olhos da multidão. Nos dias após a entrada triunfal de Jesus, os líderes religiosos planejaram uma série de confrontos no templo. Eles estavam tentando encurralar Jesus, mas falharam repetidamente. Em vez disso, as multidões assistiram ao Mestre envergonhar repetidamente os líderes religiosos com Sua sabedoria e inteligência.
Primeiro, os chefes dos sacerdotes e líderes religiosos desafiaram Sua autoridade para purificar o templo e ensinar publicamente. Jesus respondeu encurralando-os com uma pergunta sobre João Batista.
Então, Jesus contou três parábolas que condenavam os líderes religiosos. A parábola dos dois filhos mostrou que obedecer, não apenas professar a fé, prova o relacionamento no Reino de Deus. A parábola dos lavradores perversos ilustrou as consequências de rejeitar Jesus como Messias. Finalmente, a parábola do banquete de casamento infere que os líderes religiosos que haviam sido convidados para o banquete, agora eram rejeitados em favor de outros que pareciam menos dignos, mas que haviam respondido ao convite.
Determinados a desacreditar Jesus, os líderes religiosos trouxeram uma série de perguntas para tentar encurralá-Lo. O propósito deles não era aprender a verdade; o propósito era destruir Jesus. Jesus sabia que eles não desejavam a verdade, portanto, Ele não deu respostas diretas às perguntas.
Depois de não conseguirem encurralar Jesus, os líderes desistiram. Mateus termina essa seção mostrando o fracasso deles: “Ninguém conseguia responder-lhe uma palavra; e daquele dia em diante, ninguém jamais se atreveu a lhe fazer perguntas” (Mateus 22:46). Marcos termina comentando a alegria do povo que assistia a esses confrontos: “E a grande multidão o ouvia com prazer” (Marcos 12:37).
► Como pastor ou líder cristão, muitas vezes você se deparará com perguntas difíceis. Como você pode discernir entre questionadores sinceros e aqueles que querem o encurralar? Como deve ser a diferença de suas respostas a esses dois tipos de questionadores? (Veja Provérbios 26:4-5 para um exemplo desse contraste).
O Julgamento e a Crucificação
► Leia 1 Coríntios 15:1-8.
Vinte anos após a ascensão de Jesus, Paulo plantou uma igreja em Corinto. Essa igreja era composta de convertidos de muitas origens diferentes. A igreja incluía tanto judeus que conheciam as Escrituras hebraicas quanto gentios que nada conheciam sobre o verdadeiro Deus.
A igreja em Corinto foi dilacerada por conflitos e ameaçada por falsos ensinos. Respondendo a esses problemas, Paulo lembrou aos coríntios a primeira mensagem que ele pregou. As primeiras mensagens de Paulo em uma cidade amplamente pagã se concentraram em quatro eventos históricos:
Cristo morreu por nossos pecados.
Ele foi sepultado.
Ele ressuscitou no terceiro dia.
Ele apareceu publicamente - a Cefas, aos doze, a 500 irmãos de uma só vez, a Tiago, a todos os apóstolos e, finalmente, a Paulo.
A primeira parte da mensagem de Paulo em Corinto foi sobre a cruz: “Cristo morreu por nossos pecados”. A mensagem da cruz é central para a fé cristã.
No Antigo Testamento, a pessoa que trazia um cordeiro para o sacrifício colocava a mão sobre a cabeça do animal para se identificar com a morte sacrificial. Ao colocar a mão sobre a cabeça do cordeiro, o adorador dizia: “Este cordeiro está morrendo em meu lugar. Eu mereço a morte pelo meu pecado”. Do mesmo modo, merecíamos a morte por nossos pecados, mas Cristo morreu em nosso lugar. Merecíamos a morte; Ele morreu para que pudéssemos viver.
A Razão Para Cristo Ter Sofrido
Ele foi flagelado?
Foi para que pelas suas pisaduras fôssemos sarados.
Ele foi condenado, embora inocente?
Foi para que fôssemos absolvidos, embora culpados.
Ele usou uma coroa de espinhos?
Foi para que pudéssemos usar a coroa de glória.
Ele foi despido de suas vestes?
Foi para que pudéssemos ser revestidos de justiça eterna.
Ele foi ridicularizado e insultado?
Foi para que pudéssemos ser honrados e abençoados.
Ele foi considerado um malfeitor e numerado entre os transgressores?
Foi para que pudéssemos ser considerados inocentes e justificados de todo pecado.
Ele foi declarado incapaz de se salvar?
Foi para que ele pudesse salvar os outros verdadeiramente.
Ele morreu então, a mais dolorosa e vergonhosa das mortes?
Foi para que pudéssemos viver para sempre e sermos exaltados para a maior glória.
Na mensagem de Paulo em Corinto, ele pregou que Jesus morreu pelos nossos pecados e foi sepultado (1 Coríntios 15:3-4). Para Paulo e a igreja primitiva, o sepultamento era importante.
Muitas observâncias da Semana da Páscoa hoje passam diretamente da Sexta-feira Santa para o Domingo de Páscoa. Mas durante grande parte da história da igreja, o “Sábado de Aleluia” foi reconhecido como uma parte importante da Vigília Pascal. Qual é a importância do sepultamento?[6]
Significado histórico
O sepultamento mostra que Jesus estava realmente morto. Ao contrário das alegações islâmicas de que Jesus estava em um desmaio do qual mais tarde despertou, o sepultamento mostra que Ele estava realmente morto. Os romanos sabiam bem como matar um prisioneiro condenado. Não havia chance de eles tirarem um homem da cruz antes que ele estivesse morto.
Além disso, a pedra pesada e os guardas garantiam que ninguém pudesse escapar do túmulo. Mesmo que os soldados romanos tivessem sepultado Jesus por engano antes que Ele morresse, é inconcebível que um homem que sofreu horas de agonia na cruz pudesse se desvencilhar dos panos que o envolviam, empurrar a pedra pesada e dominar uma companhia de guardas profissionais. O sepultamento confirma a verdade histórica de que Jesus de Nazaré estava morto.
Significado profético
Escrevendo sobre o cordeiro enviado ao matadouro, Isaías profetizou: “Foi-lhe dado um túmulo com os ímpios, e com os ricos em sua morte” (Isaías 53:9). O sepultamento de Jesus cumpriu a profecia messiânica.
Depois que Jesus morreu, José de Arimateia foi a Pilatos para buscar o corpo. José era membro do Sinédrio, mas não concordou com a condenação de Jesus. Mesmo depois que a maioria dos líderes se voltou contra Jesus, alguns estavam esperando o reino de Deus. José foi um desses discípulos secretos. Ele e Nicodemos sepultaram o corpo de Jesus no túmulo de José (Mateus 27:57-60; Marcos 15:42-46; Lucas 23:50-54; João 19:38-42).
Pense na coragem que precisaram. Depois que até mesmo os discípulos abandonaram Jesus, José deu um passo à frente para se identificar com um criminoso condenado. Essa postura pública colocou em risco a posição de José no Sinédrio e sua posição na comunidade.
Além disso, José arriscou a ira de Pilatos. Os oficiais romanos raramente permitiam que amigos ou parentes enterrassem os corpos dos condenados à crucificação. Os corpos eram deixados à vista do público como um aviso para outros criminosos. A permissão de Pilatos é mais uma evidência de que ele sabia que Jesus era inocente de qualquer crime.
Significado teológico
Paulo comparou nosso batismo com o sepultamento de Jesus:
Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte? Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova (Romanos 6:3-4).
O sepultamento foi uma confirmação pública da morte de Jesus. Da mesma forma, o batismo é um testemunho público de nossa participação em Sua morte. No batismo, somos declarados mortos para nosso antigo modo de vida.
O sepultamento é o passo final no reconhecimento da morte de uma pessoa. No ocidente, os enlutados jogam terra no caixão enterrado para reconhecer a finalidade do “adeus” a esta terra. Paulo enfatiza a finalidade de nossa morte para o pecado. Assim como Cristo estava morto, nós estamos mortos para o pecado. Voltar ao pecado depois de termos sido sepultados com Cristo é como desenterrar um cadáver. Estamos sepultados com Cristo; não estamos mais vivos para o pecado.
[1]J.C. Ryle, Expository Thoughts on the Gospel of Matthew: A Commentary, Updated ed. (Abbotsford, WI: Aneko Press, 2020), 331
"Jesus não procurou alívio de seu sofrimento humano em sua divindade; Ele se refugiou na oração."
- Adaptado de T.B. Kilpatrick
[3]João 18:3 identifica esse grupo como um grupo de guardas ou “destacamento” de soldados. Um destacamento romano geralmente consistia em 600 homens.
[4]Citado em John Stott, A Mensagem de Romanos (Editora Ultimato, 2007).
[5]Durante a semana da Páscoa, todo oficial romano na Palestina vinha à Jerusalém para ajudar em caso de uma revolta.
[6]Adaptado de James Boice, “The Burial of Jesus”. Acessado em: http://www.alliancenet.org/tab/the-burial-of-Jesus-christ-part-one em 22 de março de 2021.
O Julgamento e a Crucificação (Continuação)
A Prisão
► Leia Mateus 26:1-5, 14-56.
Na quarta-feira da Semana da Páscoa, Jesus previu Sua morte, a qual ocorreria em dois dias. O Sinédrio estava planejando prender Jesus depois que as multidões da Páscoa deixassem a cidade, pelo menos nove dias depois dessa previsão. No entanto, quando Judas se ofereceu para trair seu Mestre, eles decidiram prender Jesus enquanto contavam com a cooperação de um de Seus seguidores.
Por que os sacerdotes precisavam de Judas? Eles precisavam prender Jesus quando Ele estivesse longe das multidões. Por causa da Sua popularidade, haveria protestos se eles o prendessem em público.
Depois de compartilhar a ceia da Páscoa com Seus discípulos, Jesus foi ao jardim do Getsêmani para orar. Enfrentando o tormento físico da cruz e a agonia espiritual da separação do Pai, Jesus orou: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres” (Mateus 26:39). Mesmo nessa prova suprema, Jesus submeteu-se à vontade do Pai.
[2]Mais tarde naquela noite, Judas veio com uma grande multidão para prender Jesus.[3] Depois que Judas o identificou com um beijo, Jesus falou com os soldados. “Quando Jesus disse: ‘Sou eu’, eles recuaram e caíram por terra” (João 18:6). Esse grande grupo de soldados tinha medo de um homem que detinha o poder sobre a morte. Jesus, não Seus inimigos, estava no comando. Octavius Winslow, um pregador do século XIX, escreveu: “Quem entregou Jesus para morrer? Não Judas, por dinheiro. Não Pilatos, por medo. Não os judeus, por inveja. Foi o Pai, por amor!”[4]
O Julgamento
► Leia Mateus 26:57-27:26; Lucas 22:54-23:25; João 18:12-19:16.
O julgamento de Jesus incluiu tanto um julgamento judaico quanto um julgamento romano. A lei judaica era o mais humano dos sistemas jurídicos antigos; ela fazia o possível para preservar a vida. O direito romano era conhecido por suas regras estritas e abrangência. Esses eram os dois melhores sistemas legais do mundo antigo, mas não impediram que homens pecadores matassem o Filho de Deus.
Durante as horas após Sua prisão, Jesus foi submetido a seis audiências ou julgamentos legais. Isso incluiu julgamentos religiosos judaicos e julgamentos civis romanos. Os historiadores mostraram que o julgamento judaico foi ilegal de acordo com a lei judaica. Em sua pressa para condenar Jesus, o Sinédrio:
Realizou um julgamento noturno (ilegal);
Não fez acusações formais antes de prender Jesus (ilegal);
Não permitiu que Jesus chamasse testemunhas para Sua defesa (ilegal);
Apressou o julgamento mais rapidamente do que a lei judaica permitia (ilegal).
Ironicamente, tudo isso aconteceu para que eles pudessem ter Jesus crucificado e Seu corpo removido antes da Páscoa. Eles mataram o Cordeiro de Deus para que pudessem comer o cordeiro pascal no cronograma devido!
Anás havia sido nomeado sumo sacerdote vitalício. Mesmo depois que os romanos substituíram Anás por seu genro Caifás, a maioria dos judeus continuou a chamar Anás pelo título de “Sumo Sacerdote”. Essa primeira audiência perante Anás não foi oficial. Não incluía acusações ou testemunhas.
(2) Audiência judaica perante o Sinédrio (Mateus 26:57-68)
A primeira audiência perante o Sinédrio completo pode ter sido realizada às duas horas da manhã. Embora eles não pudessem realizar um julgamento antes do nascer do sol, os líderes judeus queriam agir rapidamente. Mesmo que um julgamento formal noturno fosse ilegal, o Sinédrio realizou uma audiência informal que condenou Jesus por blasfêmia e determinou que Ele era digno de uma sentença de morte.
(3) Julgamento judaico formal perante o Sinédrio (Lucas 22:66-71)
Ao amanhecer, o Sinédrio realizou um julgamento formal. Nesse julgamento, condenaram oficialmente Jesus por blasfêmia.
(4) Primeiro julgamento romano perante Pilatos (Lucas 23:1-5, João 18:28-38)
Roma não deu autoridade ao Sinédrio para executar criminosos (João 18:31). Para obter de Pilatos a sentença de morte, os líderes judeus mudaram suas acusações de crime religioso de blasfêmia para crime político de rebelião. Acusaram Jesus de estar “subvertendo a nossa nação. Ele proíbe o pagamento de imposto a César e se declara ele próprio o Cristo, um rei” (Lucas 23:2).
Durante a época da Páscoa, o povo judeu não entrava em nenhum edifício romano por medo de ser contaminado e impedido de comer a refeição da Páscoa. Porque eles não entrariam no palácio, Pilatos realizou a audiência na calçada, ao lado de fora da porta do palácio.
(5) Julgamento romano perante Herodes Antipas (Lucas 23:6-12)
Pilatos sabia que Jesus era inocente, mas não queria irritar os líderes judeus. Quando ouviu que Jesus estava “subvertendo o povo em toda a Judeia com os seus ensinamentos. Começou na Galileia e chegou até ali” (Lucas 23:5), Pilatos percebeu que tinha uma saída para seu dilema. Durante a semana da Páscoa, Herodes Antipas, o governante da Galileia, estava em Jerusalém.[5] Visto que Jesus era da Galileia, Pilatos esperava que Herodes servisse como juiz nesse caso. Pilatos enviou Jesus a Herodes, mas ele se recusou a intervir.
(6) Julgamento final romano perante Pilatos (Mateus 27:15-26, Lucas 23:13-25, João 18:39-19:16)
Quando Jesus retornou à Sua corte, Pilatos procurou outra solução. Pilatos sabia que Jesus era inocente: “Eu o examinei na presença de vocês e não achei nenhuma base para as acusações que fazem contra ele” (Lucas 23:14). Pilatos não queria condenar Jesus, um homem inocente.
Quando os líderes ameaçaram denunciá-lo a César por deslealdade, Pilatos cedeu às exigências deles. Pilatos era um governante fraco. Em um conflito anterior, Pilatos permitiu que soldados entrassem em Jerusalém carregando a imagem do imperador. Uma multidão judia protestou ao lado de fora do palácio de Pilatos por cinco dias. Quando ele ameaçou matar os manifestantes, eles disseram que preferiam morrer a tolerar a imagem de César na Cidade Santa. Ele foi forçado a recuar.
Por causa dessa experiência, Pilatos teve medo do povo judeu. Além disso, seu oficial superior em Roma, Sejano, não confiava na capacidade de Pilatos de controlar o povo da Judeia. Quando os líderes ameaçaram reclamar a César se Pilatos soltasse Jesus, ele o entregou a eles para ser crucificado (João 19:16). Pilatos condenou Jesus à morte, não porque acreditava que Ele fosse culpado, mas por sua própria fraqueza.
Durante o julgamento, Pedro nega a Jesus
Durante a ceia da Páscoa, Jesus havia advertido Pedro: “Asseguro-lhe que, antes que o galo cante, você me negará três vezes” (João 13:38). E agora, durante o julgamento de Jesus, Pedro negou a Jesus três vezes.
Ao lermos sobre a queda vergonhosa de Pedro, devemos lembrar que ele não foi o único que falhou com Jesus naquela noite. Apenas Pedro e João compareceram ao julgamento; os outros discípulos correram com medo.
Claramente, Pedro amava Jesus. Então por que ele caiu? Anteriormente, estudamos a tentação de Jesus para aprender lições sobre como enfrentar a tentação. Na queda de Pedro podemos ver advertências que nos ajudam quando somos tentados. Pelo menos duas características contribuíram para a sua queda:
(1) Excesso de confiança
Quando Jesus alertou sobre o ataque de Satanás, Pedro gabou-se: “Mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei” (Mateus 26:35). Quando nos tornamos confiantes demais, corremos o risco de cair. Vivemos uma vida cristã vitoriosa somente pelo poder do Espírito. O excesso de confiança é o primeiro passo para o fracasso espiritual.
(2) Falta de oração
No jardim, Jesus advertiu os discípulos: “Orem para que vocês não caiam em tentação” (Lucas 22:40). Em vez de orar pedindo forças para enfrentar a prova que se aproximava, Pedro dormiu.
A falta de oração inevitavelmente leva ao fracasso espiritual. É impossível manter uma vida cristã vitoriosa sem uma vibrante vida de oração. Satanás tenta envolver obreiros cristãos em muitas atividades até que não tenham tempo para oração. Ele sabe que se estivermos ocupados demais para orar, logo cairemos.
► Olhe para trás em sua vida e ministério cristão. Pense nas situações em que você caiu em tentação ou onde esteve perto de cair. Quais fatores contribuíram para a queda? Você estava experimentando o sucesso do ministério que levou ao excesso de confiança? Você estava extraordinariamente ocupado e não conseguia passar tempo suficiente em oração? Existem outros fatores que podem servir como sinais de alerta para o futuro?
Durante o julgamento, Judas comete suicídio
Imediatamente após o relato da negação de Pedro, Mateus conta a história do suicídio de Judas. Vendo os resultados de sua traição, Judas foi tomado de remorso e devolveu aos chefes dos sacerdotes e aos líderes religiosos as 30 moedas de prata. Ele disse: “Pequei, pois traí sangue inocente” (Mateus 27:3-4). Judas atirou no chão a prata que havia recebido por sua traição, foi e se enforcou (Mateus 27:5). Judas escolheu o suicídio em vez de uma vida de culpa.
O relato de Mateus coloca lado a lado o arrependimento de Pedro e o remorso de Judas. Tanto Pedro quanto Judas se arrependeram de suas ações. No entanto, para Judas, Mateus usa uma palavra que expressa a noção de remorso, não a palavra usual para o verdadeiro arrependimento. Essa diferença é importante para entender a resposta das pessoas à convicção do pecado.
Paulo escreveu sobre a diferença entre remorso (tristeza pelos resultados do pecado) e arrependimento (tristeza pelo próprio pecado e mudança de direção). O apóstolo escreveu: “A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte” (2 Coríntios 7:10).
A tristeza segundo Deus traz o verdadeiro arrependimento, que leva à salvação e à vida. A tristeza mundana traz remorso, que leva apenas à culpa e à morte. Tanto Pedro como Judas ficaram tristes, mas somente Pedro se arrependeu verdadeiramente.
Judas viu o resultado de sua traição e escolheu a morte no lugar da vergonha e da culpa; sentiu remorso, mas não se arrependeu. Pedro viu o resultado de seu fracasso e escolheu o verdadeiro arrependimento. O resultado do remorso de Judas foi a morte; o resultado do arrependimento de Pedro foi uma vida inteira de ministério frutífero.
► Você já viu pessoas que sentiram remorso pelo pecado, mas não se arrependeram verdadeiramente? Qual foi o resultado? Em nossa pregação, como podemos levar as pessoas a um lugar de verdadeiro arrependimento?
A Crucificação
► Leia Mateus 27:27-54.
A Judeia era um posto terrível para um soldado romano. O povo odiava os soldados romanos, e os zelotes conspiravam para assassiná-los. Durante a Páscoa, o exército foi posto em alerta constante para tumultos. Não havia missão pior para um soldado. Quando um prisioneiro judeu era condenado à morte, os soldados descarregavam seu ódio sobre o condenado.
O tratamento de Jesus – o espancamento, a zombaria, a coroa de espinhos – mostra a crueldade de soldados endurecidos que odiavam sua missão, que odiavam as pessoas ao seu redor e que se deleitavam em punir alguém que não podia revidar. Jesus sofreu tudo isso sem uma palavra de raiva contra esses soldados.
Muitos escritores estudaram a história da crucificação olhando para as sete declarações de Jesus na cruz. As últimas palavras de uma pessoa mostram o que é importante para ela. Ao enfrentar a morte, o que Jesus disse?
Palavras de perdão
Enquanto pregavam-no na cruz, Jesus orou: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lucas 23:34). Até o fim, Ele demonstrou amor e perdão.
A um ladrão que merecia a morte, Jesus prometeu: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso” (Lucas 23:43).
Palavras de compaixão
Jesus encarregou João de cuidar de Sua mãe quando disse: “Aí está o seu filho!” e a João: “Aí está a sua mãe!” (João 19:26-27). Anteriormente, Jesus havia ensinado que os laços familiares mais profundos são espirituais. “Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mateus 12:49-50).
Na época de Sua morte, os meios-irmãos biológicos de Jesus eram incrédulos; eles não faziam parte de Sua família espiritual. Assim, Jesus colocou Sua mãe aos cuidados de um irmão espiritual, João, o Amado.
Palavras de tormento físico
Ser o Filho de Deus não livrou Jesus dos tormentos físicos da cruz. Ele sofreu toda a agonia física de um criminoso condenado. Depois de horas sem água no calor brutal, Jesus clamou: “Tenho sede” (João 19:28).
Palavras de agonia espiritual
Mateus e Marcos registram as palavras mais comoventes pronunciadas por Jesus na cruz: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Mateus 27:46 e Marcos 15:34, citando Salmos 22:1).
Em Sua humanidade, Jesus sentiu o mesmo abandono que Davi havia sentido. Assim como o povo zombou de Davi e balançou a cabeça (Salmos 22:7), eles ridicularizaram Jesus, balançando a cabeça (Mateus 27:39). E assim como Davi se sentiu emocionalmente abandonado por Deus naquele momento, Jesus clamou: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Mateus 27:46).
Contudo, Davi descobriu que Deus não havia o abandonado. Depois, ainda nesse salmo, Davi testificou: “Pois não menosprezou nem repudiou o sofrimento do aflito; não escondeu dele o rosto, mas ouviu o seu grito de socorro” (Salmos 22:24).
Da mesma forma, Jesus descobriu que Deus não havia o abandonado. As palavras seguintes de Jesus na cruz foram um clamor ao Seu Pai. Sabendo que Seu Pai não havia o abandonado, Jesus orou: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23:46).
Em Sua humanidade, Jesus experimentou o mesmo senso de desolação que nós sentimentos quando parece que Deus não ouve as nossas orações. Mas Jesus também experimentou a realidade que nosso Pai celestial nunca abandona Seus filhos. Mesmo quando não sentimos a Sua presença, podemos clamar a Ele, sabendo que nos ouve.
Palavras de resignação
“Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito!” (Lucas 23:46). Ao longo de Sua vida, Jesus viveu em fiel submissão ao Pai. Ao enfrentar a cruz, Ele orou: “Não seja como eu quero, mas sim como tu queres” (Mateus 26:39). Agora Ele deu essa declaração final de submissão à vontade do Pai.
Palavras de triunfo
"Está consumado” (João 19:30). Com esse grito de vitória, Jesus proclamou que havia cumprido a obra que o Pai o enviara a fazer. A penalidade pelo pecado foi paga; Satanás foi derrotado. A expiação prenunciada pelos cordeiros no Antigo Testamento e prometida em Isaías 53 foi cumprida.
Na cruz, Deus tornou pecado aquele que não tinha pecado, para que nEle nós pudéssemos nos tornar justiça de Deus (2 Coríntios 5:21). Em Isaías 53, o profeta falou sobre o Servo sofredor que carregaria os nossos pecados (Isaías 53:4-12). Paulo mostra que essa expiação substitutiva foi realizada na cruz.
Jesus se tornou pecado por nós, para que nEle nós pudéssemos nos tornar justiça de Deus (2 Coríntios 5:21). Nós não vivemos mais presos ao pecado; através da morte de Cristo, fomos feitos justos. Paulo não diz simplesmente que nEle somos chamados justos. Na verdade, nEle nós podemos nos tornar justiça de Deus. Através da obra de Cristo na cruz, uma transformação real acontece. Cristo se tornou pecado para que pudéssemos nos tornar justos.
Ó Amor divino, o que fizeste!
Ó Amor divino, o que fizeste!
O Deus imortal morreu por mim!
O Filho coeterno do Pai
Carregou todos os meus pecados no madeiro.
O Deus imortal por mim morreu:
Meu Senhor, meu amor, está crucificado!
É crucificado por mim e por você,
Para trazer-nos, rebeldes, de volta a Deus.
Acredite, é verdade, todos vocês
São comprados com o sangue de Jesus.
Perdão para todos fluem da sua lateral:
Meu Senhor, meu amor, está crucificado!
Contemplai-o, todos vós que passais,
O Príncipe sangrento da vida e da paz!
Vinde, pecadores, ver morrer o vosso Salvador,
E dizer: "Alguma vez a dor foi como a dele?"
Venha, sinta comigo seu sangue aplicado:
Meu Senhor, meu amor, está crucificado!
O Julgamento e a Crucificação (Continuação)
O Sepultamento
► Leia Mateus 27:57-61.
Na mensagem de Paulo em Corinto, ele pregou que Jesus morreu pelos nossos pecados e foi sepultado (1 Coríntios 15:3-4). Para Paulo e a igreja primitiva, o sepultamento era importante.
Muitas observâncias da Semana da Páscoa hoje passam diretamente da Sexta-feira Santa para o Domingo de Páscoa. Mas durante grande parte da história da igreja, o “Sábado de Aleluia” foi reconhecido como uma parte importante da Vigília Pascal. Qual é a importância do sepultamento?[1]
Significado histórico
O sepultamento mostra que Jesus estava realmente morto. Ao contrário das alegações islâmicas de que Jesus estava em um desmaio do qual mais tarde despertou, o sepultamento mostra que Ele estava realmente morto. Os romanos sabiam bem como matar um prisioneiro condenado. Não havia chance de eles tirarem um homem da cruz antes que ele estivesse morto.
Além disso, a pedra pesada e os guardas garantiam que ninguém pudesse escapar do túmulo. Mesmo que os soldados romanos tivessem sepultado Jesus por engano antes que Ele morresse, é inconcebível que um homem que sofreu horas de agonia na cruz pudesse se desvencilhar dos panos que o envolviam, empurrar a pedra pesada e dominar uma companhia de guardas profissionais. O sepultamento confirma a verdade histórica de que Jesus de Nazaré estava morto.
Significado profético
Escrevendo sobre o cordeiro enviado ao matadouro, Isaías profetizou: “Foi-lhe dado um túmulo com os ímpios, e com os ricos em sua morte” (Isaías 53:9). O sepultamento de Jesus cumpriu a profecia messiânica.
Depois que Jesus morreu, José de Arimateia foi a Pilatos para buscar o corpo. José era membro do Sinédrio, mas não concordou com a condenação de Jesus. Mesmo depois que a maioria dos líderes se voltou contra Jesus, alguns estavam esperando o reino de Deus. José foi um desses discípulos secretos. Ele e Nicodemos sepultaram o corpo de Jesus no túmulo de José (Mateus 27:57-60; Marcos 15:42-46; Lucas 23:50-54; João 19:38-42).
Pense na coragem que precisaram. Depois que até mesmo os discípulos abandonaram Jesus, José deu um passo à frente para se identificar com um criminoso condenado. Essa postura pública colocou em risco a posição de José no Sinédrio e sua posição na comunidade.
Além disso, José arriscou a ira de Pilatos. Os oficiais romanos raramente permitiam que amigos ou parentes enterrassem os corpos dos condenados à crucificação. Os corpos eram deixados à vista do público como um aviso para outros criminosos. A permissão de Pilatos é mais uma evidência de que ele sabia que Jesus era inocente de qualquer crime.
Significado teológico
Paulo comparou nosso batismo com o sepultamento de Jesus:
Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados em sua morte? Portanto, fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova (Romanos 6:3-4).
O sepultamento foi uma confirmação pública da morte de Jesus. Da mesma forma, o batismo é um testemunho público de nossa participação em Sua morte. No batismo, somos declarados mortos para nosso antigo modo de vida.
O sepultamento é o passo final no reconhecimento da morte de uma pessoa. No ocidente, os enlutados jogam terra no caixão enterrado para reconhecer a finalidade do “adeus” a esta terra. Paulo enfatiza a finalidade de nossa morte para o pecado. Assim como Cristo estava morto, nós estamos mortos para o pecado. Voltar ao pecado depois de termos sido sepultados com Cristo é como desenterrar um cadáver. Estamos sepultados com Cristo; não estamos mais vivos para o pecado.
[1] Adaptado de James Boice, “The Burial of Jesus”. Acessado em: http://www.alliancenet.org/tab/the-burial-of-Jesus-christ-part-one em 22 de março de 2021.
A Ressurreição
Paulo pregou em Corinto sobre a cruz: Cristo morreu por nossos pecados e foi sepultado. Então, Paulo pregou sobre a ressurreição: Cristo ressuscitou no terceiro dia e apareceu a várias testemunhas (1 Coríntios 15:3-8). A ressurreição é central para a fé cristã.
► Leia Mateus 27:62-28:15.
Quando os líderes religiosos pediram a Pilatos que mudasse a inscrição na cruz, ele recusou. Ele crucificou Jesus sob um sinal que dizia: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus” (João 19:19). Ao usar esse título para um criminoso condenado, Pilatos estava zombando dos judeus de quem se ressentia.
Após a crucificação, os líderes religiosos voltaram a Pilatos, pedindo que um guarda romano guardasse o túmulo.
Senhor, lembramos que, enquanto ainda estava vivo, aquele impostor disse: ‘Depois de três dias ressuscitarei’. Ordena, pois, que o sepulcro dele seja guardado até o terceiro dia, para que não venham seus discípulos e, roubando o corpo, digam ao povo que ele ressuscitou dentre os mortos. Este último engano será pior do que o primeiro.
Com a permissão de Pilatos, eles selaram o túmulo e colocaram guardas da companhia que prendera Jesus no jardim. De repente:
E eis que sobreveio um grande terremoto, pois um anjo do Senhor desceu dos céus e, chegando ao sepulcro, rolou a pedra da entrada e assentou-se sobre ela. Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes eram brancas como a neve. Os guardas tremeram de medo e ficaram como mortos (Mateus 28:2-4)
Jesus ressuscitou!
► Leia João 20:1-29.
Os evangelhos registram várias aparições pós-ressurreição de Jesus. Ele apareceu para muitas pessoas em muitas situações diferentes.
Os céticos às vezes argumentam: “As mulheres no túmulo estavam alucinando. Elas viram o que esperavam ver”. No entanto, essas testemunhas não esperavam ver Jesus vivo; elas sabiam que Ele estava morto. Elas ainda não compreendiam as profecias de Sua ressurreição (João 20:9). Mesmo quando as primeiras testemunhas disseram que haviam visto Jesus, o resto dos discípulos duvidou (Marcos 16:13). Eles não esperavam que Jesus ressuscitasse dos mortos.
Gradualmente, através de aparições à Maria Madalena, (João 20:11-18) aos dois discípulos caminhando para Emaús, (Lucas 24:13-32) aos onze apóstolos (João 20:19-31), e até a um grupo de 500 (1 Coríntios 15:6), os seguidores de Jesus perceberam que Ele realmente havia ressuscitado. A igreja primitiva começou a adorar com estas palavras: “Ele ressuscitou. Ele ressuscitou de fato!”
Aplicação: Ministério no Poder da Cruz e da Ressurreição
Muitos teólogos liberais tentaram passar a ideia de que a ressurreição é um mito. No entanto, a fé dos apóstolos não se baseava em uma bela história sobre o impacto duradouro da vida de Jesus, mas nos fatos sólidos de Sua morte e ressurreição. Os apóstolos sabiam que Jesus havia morrido e que havia ressuscitado dos mortos. Isso lhes deu confiança para enfrentar a perseguição e até a morte. O que a morte e a ressurreição de Jesus falam ao ministério hoje?
Ministrando no Poder da Cruz
► Leia 1 Coríntios 1:17-2:5.
Em sua segunda viagem missionária, Paulo viajou de Atenas, onde havia pregado no Areópago, para Corinto. Parece que Paulo viu apenas resultados limitados de seu ministério em Atenas (Atos 17:16-34). Ele não plantou uma igreja em Atenas, e os atenienses de mentalidade filosófica zombaram de sua mensagem da ressurreição. De Atenas, Paulo viajou 75 quilômetros a oeste até Corinto, a cidade mais influente da província da Acaia.
Paulo foi a Corinto após passar pela oposição em três cidades sucessivas: Tessalônica, Bereia e Atenas. Talvez seja por isso que ele disse: “E foi com fraqueza, temor e com muito tremor que estive entre vocês” (1 Coríntios 2:3). Embora o público grego procurasse eloquência e brilhantismo intelectual, Paulo decidiu pregar apenas a cruz. O poder de sua mensagem não veio de sua eloquência, mas da própria cruz. Paulo pregou “não com palavras de sabedoria humana, para que a cruz de Cristo não seja esvaziada” (1 Coríntios 1:17).
Em Corinto, Paulo disse: “Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado” (1 Coríntios 2:2). Ele sabia que a mensagem da cruz ofenderia a muitos.
Os judeus pedem sinais miraculosos, e os gregos procuram sabedoria; nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os gentios.
Essa mensagem foi uma pedra de tropeço ou escândalo para os judeus. Eles procuraram sinais que autenticassem o Messias. Em suas mentes, a ideia de que um homem crucificado pudesse ser o Messias escolhido era absurda. A lei dizia: “Qualquer que for pendurado num madeiro é amaldiçoado por Deus” (Deuteronômio 21:23). Afirmar que o Jesus crucificado era o Messias seria escandaloso para uma audiência judaica.
A mensagem da cruz era loucura para os gentios. Os gregos respeitavam a nobre morte de um mártir. Se Jesus tivesse sido morto em batalha contra os romanos, os pensadores gregos o teriam honrado por Sua bravura. Mas a crucificação desonrava a vítima; esta não foi uma morte nobre. Às vítimas de crucificação era geralmente negado um enterro adequado. A carne era comida por pássaros ou ratos, e os ossos eram jogados em uma cova comum. Afirmar que um camponês judeu crucificado era “Senhor” seria um absurdo para um público gentio.
A cruz foi um escândalo para os judeus e uma loucura para os gentios, mas Paulo pregou a mensagem da cruz sem hesitação. O exemplo de Paulo serve de modelo para nós. Hoje, como no primeiro século, a cruz ofenderá alguns e parecerá loucura para outros, mas é a mensagem que devemos pregar.
Nossa confiança como ministros e líderes de igreja não vem de nossa habilidade; nossa confiança é baseada na mensagem da cruz. Paulo teve uma educação maravilhosa, uma mente brilhante e podia argumentar com os maiores intelectuais de sua época. Mas sua confiança máxima estava na cruz. Quando conquistamos as pessoas apenas com argumentos, a fé delas pode repousar na sabedoria dos homens; mas quando os apontamos para a cruz, a fé repousa no poder de Deus (1 Coríntios 2:5).
Ministrando no Poder da Ressurreição
► Leia Atos 2:22-36.
Atos mostra que a ressurreição era o tema central da pregação dos primeiros cristãos. No Pentecostes, Pedro apontou para a ressurreição como evidência de que Jesus era o cumprimento das promessas feitas pelos profetas.
Defendendo-se perante Agripa, Paulo disse: “Agora, estou sendo julgado por causa da minha esperança no que Deus prometeu aos nossos antepassados. Esta é a promessa que as nossas doze tribos esperam que se cumpra”. Qual foi essa promessa? A ressurreição. “Por que os senhores acham impossível que Deus ressuscite os mortos?” (Atos 26:6-8).
► Leia 1 Coríntios 15:12-34.
Em 1 Coríntios, Paulo mostra que seu ministério está fundamentado não apenas no poder da cruz, mas no poder da ressurreição. Paulo insiste que, sem a ressurreição, seu ministério não tem sentido. “E, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm” (1 Coríntios 15:14). Sem a ressurreição, Jesus não é mais do que outro messias fracassado. Sem a ressurreição, Jesus poderia ser um trágico mártir, mas não seria o Messias prometido.
A ressurreição é a base da nossa fé cristã. “E, se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados” (1 Coríntios 15:17). Na cruz, Cristo providenciou expiação pelos nossos pecados, mas foi a ressurreição que provou o poder de Cristo sobre a morte e o pecado. Se não há ressurreição, diz Paulo, sua fé é vazia e você ainda está preso aos seus pecados.
A ressurreição é a base da nossa esperança cristã. “Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados” (1 Coríntios 15:21-22). Paulo assegurou aos coríntios que eles poderiam ter a esperança da ressurreição porque Cristo ressuscitara dos mortos.
No segundo século, Luciano, um escritor grego, zombou dos cristãos por sua crença na ressurreição. Ele disse: “Os pobres coitados estão convencidos de que viverão para sempre. Por causa disso, eles desprezam a morte e estão dispostos a sacrificar suas vidas por sua fé”. Luciano estava zombando dos cristãos, mas suas palavras são verdadeiras. Como ele disse, os cristãos do segundo século acreditavam que viveriam para sempre. Por causa dessa crença, eles estavam dispostos a morrer pela fé.
Isso ainda deve ser verdade para nós hoje. Se realmente acreditamos que Cristo ressuscitou dos mortos, isso deve nos dar confiança em face da perseguição e até mesmo da morte. A ressurreição é a base da nossa esperança cristã.
A ressurreição é a base da nossa vida cristã. Paulo faz uma aplicação prática surpreendente da doutrina da ressurreição. “Se os mortos não ressuscitam, ‘comamos e bebamos, porque amanhã morreremos’ (…) Como justos, recuperem o bom senso e parem de pecar” (1 Coríntios 15:32, 34). De acordo com Paulo, a ressurreição nos dá uma razão importante para viver uma vida piedosa. Se não há ressurreição, podemos viver como os epicuristas que diziam: “Coma e beba, porque morreremos em breve”. Não há razão para viver pela eternidade se não houver ressurreição. Mas, continua Paulo, já que há ressurreição, recuperem o bom senso e vivam uma vida livre de pecado. Nossa vitória sobre o pecado é inspirada por nossa confiança na ressurreição.
A história da ressurreição deveria nos condenar por nossa falta de fé diante dos desafios do ministério. Quantas vezes oramos pensando que ficaremos sem resposta? Por quê? Porque nos esquecemos do poder da ressurreição! Quantas vezes enfrentamos a tentação com pouca confiança na vitória? Por quê? Porque nos esquecemos da promessa de Paulo: “E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou a Cristo dentre os mortos também dará vida a seus corpos mortais, por meio do seu Espírito, que habita em vocês” (Romanos 8:11).
Se Cristo vive em nós, não vivemos mais na carne; não somos mais prisioneiros do pecado. Essa é a vida no poder da ressurreição. O poder que ressuscitou Jesus da sepultura nos dá vitória diária sobre o pecado. Isto é o que significa viver e ministrar no poder da ressurreição.
Conclusão: As Marcas de uma Vida e Ministério Semelhantes a Cristo
Sua Vida Reflete Cristo?
Lucas escreveu: “Em Antioquia os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos” (Atos 11:26). Enquanto as pessoas observavam os crentes em Antioquia, começaram a dizer: “Essas pessoas agem como Cristo. Devemos chamá-las de 'cristãos'”. Quando você ler esse versículo, pergunte-se: “Meus vizinhos inventariam o nome 'cristão' ao observar meu comportamento, minhas palavras e atitudes? Eu me pareço com Cristo?”. Os crentes em Antioquia viviam de uma maneira que refletia o caráter de Jesus Cristo; eles eram cristãos.
Depois de muitos anos como pastor, o Dr. H. B. London agora serve como mentor de jovens pastores. Ele alertou sobre os perigos espirituais que os pastores enfrentam. “Pode-se estar perto de coisas sagradas sem ser santo. É possível pregar sobre o perdão e não perdoar. Os ministros podem acabar dando tanto pelo ministério, que negligenciam a saúde de sua alma.”[1] É possível pregar a outros e acabar reprovado (1 Coríntios 9:27).
O Dr. London sugeriu algumas dicas práticas para ajudar os pastores a evitarem o fracasso espiritual enquanto conduzem outros. Estas são áreas que podem nos ajudar a manter uma vida semelhante à de Cristo. Ele escreveu:
Viva o que você prega. Nunca pregue aos outros o que não aplicou primeiro na sua própria vida.
Cuide da sua alma. Alguns médicos não são saudáveis. Cuidam dos outros, mas ignoram a sua própria saúde. Alguns pastores não são saudáveis espiritualmente. Como pastor, invista tempo para cuidar do seu bem-estar espiritual.
Seja humilde. Lembre-se de que um pastor é como um pastor de ovelhas, não um presidente de banco. Seja um servo.
Cresça através das desilusões. Você ficará desapontado em seu ministério. Alguém que você discipula se desviará. Um amigo íntimo vai se virar contra você. Membros da igreja o rejeitarão. Não deixe que a desilusão o faça perder a esperança. Judas traiu Jesus, e Demas abandonou Paulo. Em meio as lágrimas, continue a crescer e continue a pastorear o rebanho.
O Seu Ministério Reflete Cristo?
Nestas lições sobre a vida e o ministério de Jesus temos visto muitas características do ministério dEle. Essas características são vistas em seu ministério?
Aqui estão algumas perguntas a fazer ao avaliar o seu ministério:
Os pecadores estão sendo salvos? Quando Jesus pregava, as pessoas recebiam nova vida. Você está trazendo pessoas para o novo nascimento?
Os crentes estão sendo cheios do Espírito? Jesus prometeu enviar o Espírito aos seus filhos. Essa promessa está sendo cumprida entre aqueles a quem você serve?
Satanás está sendo derrotado? As fortalezas de Satanás estão sendo derrubadas? O ministério de Jesus foi marcado pela autoridade espiritual.
Os feridos estão encontrando cura? Famílias destroçadas estão encontrando a reconciliação? Vidas quebradas estão novamente se tornando inteiras? Relacionamentos partidos estão sendo restaurados? Jesus curou aqueles que sofreram feridas físicas, emocionais e espirituais.
As pessoas veem graça e verdade? Eu estou atraindo as pessoas a Jesus ou as estou afastando dEle? Jesus pregou a verdade com convicção e graça.
► Ao discutir essas questões, procure por áreas nas quais seu ministério possa crescer à semelhança de Cristo. Lembre-se de que todo ministro tem espaço para crescer, portanto, considere essa lista como um desafio para o crescimento, e não como uma ferramenta de autocondenação.
[1]H. B. London, They Call Me Pastor. (Grand Rapids: Baker Books, 2000), 145)
Tarefas da Lição 8
(1) Prepare um sermão ou lição bíblica sobre as Sete Declarações na Cruz. Enfatize a mensagem dessas palavras de Jesus para os cristãos de hoje.
(2) Prepare um sermão ou lição bíblica sobre o significado da ressurreição para a vida cristã diária. Use tanto a história da ressurreição dos Evangelhos quanto as palavras de Paulo em 1 Coríntios 15:15-17 em sua preparação.
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