A Vida e o Ministério de Jesus
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Lesson 7: Amando Como Jesus

39 min read

by Randall McElwain


Objetivos da Lição

Ao final desta lição, o aluno deverá:

(1) Reconhecer a centralidade do amor na vida e no ministério de Jesus.

(2) Compreender que o amor a Deus envolve relacionamento com Ele, conhecimento da Sua Palavra e confiança em Sua vontade.

(3) Reproduzir o amor de Jesus pelas pessoas no ministério.

(4) Apreciar a importância da entrega contínua a Deus.

(5) Mostrar o caráter de Jesus na vida diária.

Princípio para o Ministério

O amor semelhante ao de Cristo é a motivação para o ministério semelhante ao dEle.

Introdução

Toda a vida e ministério de Jesus foram motivados pelo amor. Repetidamente, Ele mostrou que o amor a Deus e o amor pelos outros estavam no centro de Sua vida e ministério. Se seguirmos o exemplo de Jesus, o amor deve estar no centro de nossa vida e ministério. Em nenhum lugar isso é mais claro do que na parábola do Bom Samaritano.

► Leia Lucas 10:25-37.

Pouco antes de proferir essa parábola, Jesus disse que Deus “escondeu estas coisas dos sábios e cultos e as revelou aos pequeninos” (Lucas 10:21). Isso ensina uma lição importante sobre a compreensão espiritual. Compreender a verdade espiritual requer mais do que estudo intelectual; requer revelação espiritual. A verdade de Deus é simples o suficiente para uma criança entender com a ajuda do Espírito de Deus, mas é profunda demais para um erudito entender apenas com a capacidade mental.

Como isso pode ser? Deus esconde a verdade daqueles que a desejam? A resposta envolve dois princípios:

1. A verdade espiritual é revelada somente através do Espírito Santo. Paulo escreveu que “ninguém conhece os pensamentos de Deus, a não ser o Espírito de Deus”. Em razão disso, devemos ser “ensinados pelo Espírito, que interpreta verdades espirituais para os que são espirituais” (1 Coríntios 2:11, 13).

2. A verdade espiritual é revelada apenas a ouvintes receptivos. Paulo continuou: “Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente” (1 Coríntios 2:14).

A parábola do semeador mostra que a atitude do ouvinte determina a fecundidade da semente (Mateus 13:1-23).[1] Somente aqueles que são receptivos à verdade compreenderão a verdade que ouvem.

O perito da lei mencionado em Lucas 10:25 é uma ilustração real desse segundo princípio. A pergunta dele não veio de uma fome pela verdade, mas de um desejo de encurralar Jesus; ele queria pô-lo à prova. Depois que ele ouviu a explicação de Jesus, a resposta dele não foi a resposta de um solo fértil. Em vez disso, ele fez outra pergunta querendo se justificar” (Lucas 10:29).

Jesus respondeu à pergunta: “O que preciso fazer para herdar a vida eterna?”. A resposta estava escrita na lei: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento e ame o seu próximo como a si mesmo” (Lucas 10:27).

Este é o coração do exemplo de Jesus para nós. Para viver e ministrar como Jesus, devemos amar a Deus e amar nosso próximo como Jesus amou. Sem o amor como o de Cristo, nenhuma das outras lições deste curso realmente importa. Oração, liderança, ensino e pregação – sem amor, nada disso realmente tem importância.

Talvez isso pareça simples demais. Você pode dizer: “É claro que devemos amar a Deus e amar as pessoas. Eu já sei disso!”. Mas no fardo diário do ministério podemos perder um coração de amor. É possível servir os membros da nossa igreja sem amá-los. É possível servir nossa família sem amá-la. É possível fazer o trabalho cristão sem amar a Deus. Nossa motivação para o ministério cristão deve ser o amor semelhante ao de Cristo.


[1]Observe especialmente Mateus 13:12. Aquele que aceita a verdade recebe mais verdade: “A quem tem, será dado”. Aquele que rejeita a verdade está cego até para a verdade que já ouviu: “De quem não tem, até o que tem lhe será tirado”.

Amar a Deus como Jesus Amou

O serviço de Jesus à humanidade foi motivado por seu amor ao Pai. Para evitar o esgotamento e a frustração no ministério, nosso serviço às pessoas deve ser inspirado pelo amor a Deus. O ministério sem amor a Deus logo se tornará vazio e infrutífero.

Três aspectos do amor de Jesus pelo Pai devem servir de modelo para nós: relacionamento, conhecimento e confiança.

Jesus Manteve um Relacionamento Íntimo com Seu Pai

Repetidamente, os evangelhos mostram a relação íntima de Jesus com Seu Pai. Isso é visto:

  • Na declaração de Jesus a seus pais: “Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?” (Lucas 2:49).

  • Na oração íntima de Jesus em João 17.

  • No grito de angústia de Jesus na cruz: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Mateus 27:46).

No jardim do Getsêmani, Jesus se dirigiu a Deus usando a linguagem íntima de uma família, “Aba, Pai” (Marcos 14:36). Essa era a linguagem de um filho que estava seguro em seu relacionamento com seu pai.

As orações judaicas tradicionais usavam muitos nomes para Deus: Deus de Abraão, Isaque e Jacó; Deus de nossos pais; Bendito; Poderoso; Redentor de Israel. Jesus usou o nome íntimo de Aba. Jesus viveu em relacionamento íntimo com Seu Pai.

Kenneth E. Bailey passou muitos anos ensinando no Oriente Médio. Ele escreve que aba é a primeira palavra que as crianças aprendem. Aba é como uma criança chama seu pai.

Paulo nos diz que, como filhos de Deus, também temos o privilégio de “clamar: ‘Aba, Pai!’” (Romanos 8:15; Gálatas 4:6). Não adoramos um Deus que permanece distante. Em vez disso, como Jesus, vivemos com segurança e conforto no amor de nosso Pai.

Como pastores, podemos ser tentados a nos avaliarmos pelo sucesso do nosso ministério. Se nosso valor vem do tamanho de nossa igreja, da aprovação de nossa congregação ou do reconhecimento de nossos pares, seremos tentados a sacrificar a integridade pelo sucesso. Ficaremos desencorajados quando nossos esforços falharem. No entanto, se estivermos confiantes de que nosso Aba nos ama, independentemente de nosso sucesso, podemos deixar os resultados para Ele. Seu amor não depende do nosso desempenho.

Jesus Conhecia a Vontade de Seu Pai

Ao final de Seu ministério terreno, Jesus testificou: “Eu completei a obra que me deste para fazer” (João 17:4). Jesus sabia para o que Seu Pai lhe enviara a realizar e dedicou Sua vida para cumprir essa missão.

Na Sua humanidade, Jesus aprendeu a vontade do Pai através da oração e da Palavra. Através da oração, Ele encontrou a vontade do Pai.

Jesus também aprendeu a vontade do Pai através da Palavra. Em Cafarnaum, Ele resumiu Sua missão como o cumprimento das profecias de Isaías (Lucas 4:18-19). Ao responder aos mensageiros de João Batista, Jesus usou as palavras de Isaías como evidência de Seu ministério messiânico (Mateus 11:4-5). Jesus conhecia a Palavra.

Em todo o Novo Testamento, encontramos cristãos se referindo às Escrituras em resposta às dificuldades. Diante do martírio, o sermão final de Estêvão consistiu principalmente nas Escrituras do Antigo Testamento e seu cumprimento em Jesus Cristo (Atos 7:1-53). Quando os líderes judeus ordenaram aos cristãos que parassem de proclamar a mensagem de Jesus, a igreja se reuniu para orar. A oração contém uma longa citação do salmo 2 (Atos 4:24-30; Salmos 2:1-2). Os primeiros crentes conheciam as Escrituras. Era a linguagem natural deles para pregar e orar.

Ao longo da história da igreja, os pregadores que mudaram o mundo foram homens da Palavra. Martinho Lutero testemunhou na Assembleia da Dieta de Worms: “Estou preso às Escrituras e minha consciência é cativa da Palavra de Deus”. John Wesley se descreveu como um “homem de Um Livro”. Charles Spurgeon disse que os pregadores devem se alimentar da Palavra até que “a própria essência da Bíblia flua de você”. Hudson Taylor passou tanto tempo na Palavra que um escritor escreveu: “A Bíblia era a atmosfera em que Taylor vivia”. Esses homens mudaram seu mundo porque pregaram a Palavra com autoridade.[1]

Se devemos ministrar como Jesus, como os primeiros cristãos e grandes pregadores da história, também conformar nossas atitudes e nossos pensamentos com a Palavra de Deus. As Escrituras eram a autoridade suprema para o ministério de Paulo (2 Timóteo 3:16-17). Jesus orou para que Seus discípulos fossem santificados, ou separados, para o serviço. Isso seria realizado através da Palavra: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:17). A Palavra tornou os discípulos eficazes no ministério; a Palavra nos torna eficazes no ministério.

Ajith Fernando passou sua vida ministrando no Sri Lanka. Ele escreve que tem o costume de nunca fazer uma declaração importante em uma pregação sem se basear nas Escrituras. Isso mantém sua pregação fundamentada na Palavra. Como cristãos, conhecemos a Deus por meio da Sua Palavra. Como ministros, construímos igrejas fortes por meio de um ministério fundamentado na Palavra de Deus.

Jesus Confiou em Seu Pai

O relacionamento de Jesus com Seu Pai durante Seu ministério terreno pode ser resumido nas palavras de Sua oração no jardim do Getsêmani: “Contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres” (Mateus 26:39). Essa é a linguagem da confiança absoluta e da submissão.

É difícil ceder completamente à vontade de alguém em quem não confiamos. Podemos ser forçados a ceder externamente, mas nosso coração resiste a entregar o controle a uma pessoa em quem não confiamos. Jesus cedeu à vontade do Pai por causa de Sua total confiança no amor e na bondade dEle.

► Leia João 5:1-47.

Todo o ministério de Jesus mostra essa atitude de absoluta confiança no Pai. Quando os líderes judeus se opuseram a Jesus por curar um paralítico no sábado, ele respondeu:

Eu lhes digo verdadeiramente que o Filho não pode fazer nada de si mesmo; só pode fazer o que vê o Pai fazer, porque o que o Pai faz o Filho também faz… Por mim mesmo, nada posso fazer; eu julgo apenas conforme ouço, e o meu julgamento é justo, pois não procuro agradar a mim mesmo, mas àquele que me enviou (João 5:19, 30)

Jesus já havia afirmado ser divino: “Meu Pai continua trabalhando até hoje, e eu também estou trabalhando” (João 5:17). Mas, embora fosse totalmente divino, Jesus voluntariamente se submeteu ao papel subordinado de Sua missão terrena. Ele e o Pai são iguais, mas Ele se submeteu à vontade do Pai.

Quando os escribas e fariseus se opuseram a Jesus alguns meses depois, ele novamente defendeu Suas ações apontando para a autoridade de Seu Pai: “Nada faço de mim mesmo, mas falo exatamente o que o Pai me ensinou” (João 8:28). Porque Ele confiava totalmente no Pai, Jesus podia se render voluntariamente à vontade do Pai.

A liderança da igreja requer um equilíbrio difícil. Muitos pastores e líderes de igreja têm fortes habilidades de liderança. Como líderes, eles têm opiniões e personalidades fortes. Isso pode ser uma força valiosa para um líder. No entanto, essa força deve ser equilibrada com submissão voluntária a Deus. A menos que nos entreguemos a Deus em confiança, tenderemos a forçar nosso próprio caminho em vez de ceder ao caminho de Deus.

Talvez o melhor exemplo bíblico seja o de Moisés. Moisés era “muito paciente, mais do que qualquer outro que havia na terra” (Números 12:3). Moisés era forte, mas também era paciente. Ele enfrentou Faraó, o homem mais poderoso do Egito. Ele liderou o teimoso povo de Israel pelo deserto. Moisés era um líder forte. Mas naquele momento, ele se rendeu a Deus. A liderança eficaz da igreja requer que nossa força natural se renda a Deus. Isso só é possível quando andamos com Deus em uma vida de fé e confiança.

► Destes três aspectos do amor pelo Pai (relacionamento, conhecimento da Sua Palavra e submissão baseada na confiança) qual é o maior desafio para você, pessoalmente?


[1]

"Nunca deixe que bons livros tomem o lugar da Bíblia. Beba da fonte!"

- Amy Carmichael

Um Olhar Mais Atento: Jesus Afirmou Ser Deus?

Seitas falaciosas, como o mormonismo e as Testemunhas de Jeová, bem como religiões não-cristãs, como o islamismo, negam que Jesus era verdadeiramente Deus. Eles reconhecem Jesus como um grande mestre ou profeta, como o primeiro ser criado e até mesmo como o Messias. Mas negam que Ele seja verdadeiramente Deus.[1]

Os seguidores dessas religiões muitas vezes afirmam: “Jesus nunca afirmou ser Deus. Ele disse que era um filho de Deus da mesma forma que cada um de nós é filho de Deus”.

Jesus afirmou ser Deus? Sim. As pessoas que ouviram Jesus entenderam Suas afirmações. Quando Jesus se referiu a Deus como “meu Pai”, os líderes judeus tentaram matá-lo. Por quê? “Por essa razão, os judeus mais ainda queriam matá-lo, pois não somente estava violando o sábado, mas também estava dizendo que Deus era seu próprio Pai, igualando-se a Deus” (João 5:18).

Em uma das afirmações mais claras de Jesus sobre ser Deus, Ele disse aos líderes judeus: “Eu lhes afirmo que antes de Abraão nascer, Eu Sou” (João 8:58). Essas foram as palavras que Deus usou para se revelar a Moisés na sarça ardente: “É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês” (Êxodo 3:14). Com essas palavras, Jesus estava afirmando ser o Deus que aparecera a Moisés. Os líderes judeus sabiam exatamente o que Jesus queria dizer com Suas palavras. Em resposta, eles apanharam pedras para matá-Lo. Esta era a punição adequada para a blasfêmia – falsamente alegar ser Deus (Levítico 24:16).

No julgamento de Jesus, Caifás perguntou: “Você é o Cristo, o Filho do Deus Bendito?” A resposta de Jesus foi definitiva: “Sou... e vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso vindo com as nuvens do céu”. Com essa resposta, Jesus afirmou ser aquele que está sentado à direita de Deus e ser o Filho do Homem que viria para julgar o mundo, profetizado por Daniel (Salmos 110:1 e Daniel 7:13-14). Caifás sabia que Jesus estava afirmando ser Deus. Ele rasgou suas vestes e disse: “Vocês ouviram a blasfêmia” (Marcos 14:61-64 ).

Você pode se recusar a acreditar nas afirmações de Jesus, mas não pode ler atenciosamente os evangelhos sem admitir que o próprio Jesus afirmou ser o Filho de Deus. Seus ouvintes ouviram Suas reivindicações e foram compelidos a aceitá-Lo como Deus ou matá-Lo como um falso profeta e blasfemador.


[1]Para estudar os ensinamentos dessas falsas religiões, por favor estude o curso do Shepherds Global Classroom, Tradições De Fé Mundiais.

Amar o Próximo Como Jesus Amou

Enquanto Jesus ensinava, muitas vezes Ele atraía uma audiência de publicanos e pecadores. Jesus não apenas ensinou essas pessoas, Ele comeu com elas. Quando os fariseus viram Jesus comendo voluntariamente com pecadores, começaram a criticá-Lo. Ele respondeu com três histórias. Ao ler essas histórias, você deve perceber duas informações importantes:

1. Nos dias de Jesus, comer com uma pessoa significava que estava se estabelecendo um relacionamento.[1] Quando Jesus comia com pecadores, isso significava que Ele deliberadamente se associava a eles. Jesus mostrou que Deus não espera que as pessoas venham a Ele; em vez disso, Deus procura ativamente aqueles que estão perdidos.

2. O povo judeu dos dias de Jesus esperava que uma pessoa justa evitasse o contato com pessoas pecadoras. Os rabinos ensinavam que quando o Messias viesse, Ele evitaria toda associação com os ímpios e comeria apenas com os justos.

► Leia Lucas 15:1-32.

Esta é uma grande parábola em três partes: uma ovelha perdida, uma moeda perdida e um filho perdido. Em cada caso, o tema da parábola é a alegria de quem encontra o que estava perdido. Jesus mostra a alegria no céu quando os pecadores são levados ao arrependimento.

[2]Os rabinos tinham um provérbio popular: “Há alegria no céu quando um pecador é destruído diante de Deus”. Jesus mudou isso: “Há alegria no céu quando um pecador se arrepende”. Qual era a diferença entre Jesus e os outros rabinos? Amor. Jesus mostrou o que significa ministrar com um coração de amor.

Quando ministramos sem amor, status e posição se tornam mais importantes que as pessoas. No entanto, quando ministramos com um coração de amor, estamos dispostos a sacrificar a posição pelo bem dos perdidos. Jesus estava disposto a sofrer as críticas dos líderes religiosos para mostrar amor aos que mais precisavam de amor.

► Se perguntarmos: “Você mostraria amor ao filho pródigo?” todos nós responderíamos: “Sim”. Nós sabemos a resposta correta! Em vez disso, pergunte: “Quem foi o filho pródigo que cruzou meu caminho pela última vez? Como demonstrei amor a essa pessoa?”.

Jesus Mostrou Amor Por Meio de Sua Compaixão pelos Feridos

Lendo os evangelhos, você notou que os pecadores que fugiam de outros líderes religiosos corriam em direção a Jesus? O que levou os pecadores a buscarem a presença de Jesus?

Não é que Jesus tenha ignorado o pecado deles; Ele exigia um padrão de justiça mais alto do que qualquer fariseu (Mateus 5:20). Os pecadores correram para Jesus porque Ele era um homem de compaixão. Ele não ignorou o pecado, mas sentiu compaixão pelas pessoas que estavam cativas do pecado.

Vemos isso nas palavras de Jesus à mulher apanhada em adultério. Depois que seus acusadores foram embora, Jesus disse: “Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado” (João 8:11). Jesus não ignorou o pecado; Ele exigiu que essa mulher abandonasse sua vida de pecado. Contudo, Ele mostrou compaixão em vez de condenação.

O Evangelho de Lucas dá atenção especial à compaixão de Jesus. Lucas conta a história de Zaqueu, um cobrador de impostos que teria sido desprezado por outros líderes religiosos. Para o espanto dos espectadores, Jesus se convidou para se hospedar na casa de um pecador (Lucas 19:7).

► Leia Lucas 5:12-16.

Ao relatar essa cura, Lucas fornece um detalhe que teria surpreendido a multidão: Jesus estendeu a mão e tocou nele. Ninguém no mundo antigo tocou em um leproso! Era perigoso para a saúde em razão da possibilidade de contágio. E para um judeu, isso faria com que uma pessoa se tornasse cerimonialmente impura.

[3]Por que Jesus tocou nesse leproso? Ele sentiu compaixão. “Cheio de compaixão, Jesus estendeu a mão, tocou nele..” (Marcos 1:41). Esse leproso precisava de cura física, mas também precisava de cura emocional. Os leprosos eram obrigados a ficar longe de outras pessoas. Depois de contrair lepra, esse homem não sentiu o toque de outro ser humano. Jesus poderia ter curado a doença sem tocar nesse homem desfigurado, mas sabia que o leproso precisava do toque de outra pessoa. Jesus sentiu compaixão.

Se queremos ministrar como Jesus, devemos ter corações compassivos como Ele. Quando as pessoas pecadoras olhavam nos olhos de Jesus, viam compaixão amorosa. Quando pecadores olham em seus olhos, o que eles veem?

Jesus Mostrou Amor Por Meio de Seu Serviço aos Necessitados

É fácil dizer: “Tenho pena dos necessitados”; é mais difícil atender às suas necessidades. Jesus mostrou amor ao servir às necessidades das pessoas ao Seu redor. Todo o ministério de Jesus foi de serviço. Paulo escreveu que Jesus esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo (Filipenses 2:7). Jesus disse aos Seus discípulos: “Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10:45).

Os milagres de Jesus mostram Seu serviço aos outros. Os milagres eram sinais de Sua missão messiânica, e eram também um meio de atender às necessidades humanas. Às vezes, os milagres eram feitos apenas para um pequeno número de pessoas. Às vezes, eles beneficiavam pessoas sem poder ou influência. Às vezes, Seus milagres (no sábado) trouxeram-lhe mais rejeição.

Jesus não fez milagres para ganhar o favor dos poderosos; Ele realizou milagres para servir os necessitados. As Escrituras registram dois momentos em que Jesus se recusou a fazê-los. Os fariseus o interrogavam, “para pô-lo à prova, pediram-lhe um sinal do céu” (Marcos 8:11). Jesus recusou-se a dar um sinal. Depois, no julgamento de Jesus, Herodes esperava vê-Lo realizar algum milagre (Lucas 23:8). Jesus se recusou até mesmo a responder a Herodes. Jesus não faria milagres sob demanda ou para impressionar um público cético.

Embora Jesus se recusasse a fazer um milagre para Herodes Antipas, Ele curou a sogra de um pescador, leprosos, mendigos cegos e endemoninhados que nunca puderam fazer nada para recompensá-lo. Ele alimentou 5.000 que mostrariam sua falta de gratidão abandonando-o e curou o servo do sumo sacerdote que viera prendê-lo. Jesus serviu os necessitados por meio de Seus milagres.

Como pastores e líderes de igreja, é fácil racionalizar nossa decisão de ajudar aqueles que podem nos ajudar. Quando passamos mais tempo com os ricos do que com os pobres, podemos dizer: “O empresário pode sustentar o ministério da igreja”. Quando cancelamos uma visita a uma viúva para visitar uma pessoa influente, podemos encontrar uma desculpa: “Ele tem influência e pode ajudar na obra de Deus”. Jesus nunca fez isso. Se queremos ministrar como Jesus, devemos nos tornar servos como Jesus. Assim como Ele, devemos buscar não ser servidos, mas servir (Mateus 20:28).

Paulo escreveu: “Mas não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por amor de Jesus” (2 Coríntios 4:5).

Alguns pastores sentem: “Eu tenho uma formação. Eu não sou o servo de um fazendeiro em minha igreja!” Paulo nunca se sentiu assim. Paulo teve a melhor educação, mas se tornou escravo dos coríntios por amor de Jesus. Ele poderia ter dito: “Veja meu currículo; sou formado em literatura judaica, filosofia grega e teologia cristã. Posso falar no Sinédrio, no Areópago grego e no senado romano”. Em vez disso, ele disse: “Sou o servo do homem menos instruído de Corinto por causa de Jesus, meu mestre”.

Se queremos ministrar como Jesus, devemos ter a humildade de viver como um servo. Como servos, nosso estilo de vida não é o estilo de vida grandioso de um governador. Se queremos amar como Jesus, devemos ser servos humildes.

Jesus Mostrou Amor Por Meio de Sua Misericórdia aos Seus Inimigos

► Leia Mateus 5:43-48.

Jesus ensinou a Seus seguidores que ser perfeito como o Pai celestial é perfeito significa amar como o Pai celestial ama. Significa amar seus inimigos e orar por aqueles que os perseguem. Quando vocês demonstrarem esse tipo de amor, o mundo saberá que vocês são filhos de seu Pai que está nos céus.

Por volta de 200 anos antes de Jesus pregar o Sermão do Monte, um escriba judeu escreveu uma coleção de ensinamentos chamada Sirach (também chamado de Eclesiástico). Veja como ele ensinou seus seguidores a tratar quem não merecia ajuda:[4]

  • Se você faz o bem, saiba a quem, e assim terá recompensa pelo benefício que fez.

  • Faça o bem aos humildes, mas não dê nada aos que não são devotados.

  • Recuse dar-lhe pão e não o ajude em nada, para que ele não tire proveito às custas de você, que acabará encontrando o dobro de males por todos os benefícios que tiver feito a ele.

  • O próprio Altíssimo detesta os pecadores e inflige aos injustos o castigo que eles merecem.

  • Ajude o homem bom, e não o pecador.

Os escritos de Ben Sira eram considerados como escrituras sagradas pelos judeus dos dias de Jesus. Quando Jesus disse: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’” (Mateus 5:43), esse é o escrito a que Ele pode ter se referido. O Sirach disse: “Faça o bem apenas para os justos. Não desperdice boas ações com os ímpios”.

► Agora leia Mateus 5:43-48 novamente. Entende por que o ensino de Jesus surpreendeu Seus ouvintes?

No Antigo Testamento, Deus ensinou Seu povo a amar seus inimigos. Isso não era novo. Aqui está um teste dado por um professor aos seus alunos na aula sobre Antigo Testamento:

Seu vizinho é um inimigo da igreja. Quando você passa, ele o amaldiçoa. Ele tenta enganá-lo e até roubar seu gado. Um dia, durante uma tempestade, você vê que a vaca do seu vizinho se soltou e está fugindo. Qual é a sua responsabilidade para com o seu próximo?

1. Você pega um chicote e afasta a vaca para ainda mais longe?

Os alunos sabem que essa não é a resposta correta!

2. Você ignora e diz: “Isso não é problema meu”?

Muitos alunos escolhem essa opção. Eles dizem: “É a vaca do vizinho, não minha vaca. Vou cuidar do meu próprio negócio. Além disso, o vizinho não gosta de mim; ele não apreciará minha ajuda”.

3. Você obedece a Êxodo 23:4? “Se você encontrar perdido o boi ou o jumento que pertence ao seu inimigo, leve-o de volta a ele.”

Mesmo no Antigo Testamento, o povo de Deus foi chamado para amar seu inimigo. Mas na época de Jesus, as pessoas eram menos propensas a citar Êxodo 23 do que a Sirach. Eles gostavam do ensino que lhes permitia amar o próximo e odiar o inimigo! Jesus disse: “Você deve amar seu inimigo porque seu Pai celestial ama tanto o mau quanto o bom”.

Como isso se apresentaria na vida real? Imagine este cenário em seu ministério:

Um grupo de pessoas que parecem compartilhar muitas de suas crenças repetidamente se opõem a você em público. Eles fazem perguntas com a intenção de encurralá-lo; eles dizem a seus membros que você é um falso mestre; esperam que você faça algo que o coloque em apuros com seus seguidores. Como você irá tratá-los?

1. Afastá-los e dizer-lhes para nunca mais voltarem?

2. Tratá-los como eles tratam você?

3. Ser honesto sobre os erros deles, mas responder com amor?

Os fariseus tentaram de todas as maneiras possíveis se opor a Jesus. Ele foi honesto sobre os erros deles; Ele tentou ensinar a verdade; mas sempre os tratou com amor.

Se queremos ministrar como Jesus, devemos amar nossos inimigos. Esse é um dos ensinamentos mais exigentes de Jesus. A quem nos trai, a quem ignora nossa mensagem, a quem nos persegue, devemos mostrar o amor incondicional de Jesus.


[1]Isso é ilustrado no livro de Provérbios. A sabedoria convidou os “inexperientes” para comer à sua mesa (Provérbios 9:1-6). Através do relacionamento com a sabedoria, o inexperiente se tornará sábio.
[2]

"Essas parábolas mostram que o evangelho não é para aqueles que têm tudo ajustado. O evangelho é para aqueles que sabem que não têm tudo ajustado."

- Samuel Lamerson

[3]

“Pessoas não se importam com o quanto você sabe, até que saibam o quanto você se importa.”

—Theodore Roosevelt

[4]Eclesiástico 12:1-7, Bíblia Sagrada Edição Pastoral.

Aplicação: O Caráter de Jesus na Vida de um Cristão

É fácil escrever sobre amar a Deus e amar o próximo. É muito mais difícil mostrar esse amor na vida diária. É somente quando cultivamos o caráter de Jesus em nossa própria vida que estamos preparados para compartilhar sobre Ele ao nosso mundo.

É possível ter o caráter de Jesus? As Escrituras ensinam que Deus pode capacitar Seu povo a pensar como Ele pensa. Ele quer dar ao Seu povo um novo espírito que os leve a querer o que Ele quer e a viver com prazer, como Ele nos chama a viver (Ezequiel 36:26-27). Deus quer desenvolver em nós o caráter de Seu Filho.

Veja o que Oswald Chambers disse sobre fidelidade no serviço diário:

Quando você não tem uma visão dada por Deus, nenhum entusiasmo em sua vida e ninguém te observando e encorajando, isso requer a graça do Deus Todo-Poderoso para dar o próximo passo em sua devoção a Ele (…). É preciso muito mais da graça de Deus e uma consciência muito maior de recorrer a Ele para dar o próximo passo, do que para pregar o evangelho.

O que realmente testifica a Deus e ao Seu povo no longo prazo é a perseverança constante, mesmo quando o trabalho não pode ser visto por outros. E a única maneira de viver uma vida invicta é olhar continuamente para Deus. Peça a Ele para manter os olhos do seu espírito abertos para o Cristo ressuscitado (…).[1]

Como podemos manter essa fidelidade no ministério? Como podemos continuar a amar a Deus e amar nosso próximo semana após semana, ano após ano? Devemos cultivar o caráter de Jesus em nossa vida diária. Isso requer que tenhamos a mente de Cristo.

Uma Descrição da Mente de Cristo

► Leia Filipenses 2:1-16.

A instrução de Paulo à igreja em Filipos é um guia poderoso sobre o que significa ter o caráter de Jesus Cristo. Para uma igreja dividida por conflitos pessoais, Paulo escreveu: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros” (Filipenses 2:3-4).

Como eles poderiam alcançar isso? Somente se obedecessem à instrução de Paulo de “ter a mesma atitude de Jesus Cristo” (Filipenses 2:5).

Paulo listou quatro características que são estranhas à vida cristã.[2] Essas características prejudicam o testemunho cristão e destroem a eficácia de um ministro cristão. Paulo disse:

(1) Nada façam por ambição egoísta (Filipenses 2:3)

A ambição egoísta pergunta: “O que eu ganho com isso? Como vou me beneficiar disso?”. Você pode imaginar Jesus perguntando “Como vou me beneficiar?” antes de curar um leproso ou enfrentar a cruz? Claro que não!

Paulo diz: “Se tivermos a mente de Cristo – se pensarmos como Cristo pensava – não faremos nada por ambição egoísta”. Nossa atitude será a atitude de um servo. Perguntaremos, “Como posso servir?” não “Como posso ser servido?”.

(2) Nada façam por vaidade (Filipenses 2:3)

A vaidade pergunta: “Como isso me faz parecer? As pessoas ficarão impressionadas?”. Novamente, você pode imaginar Jesus perguntando, “As pessoas ficarão impressionadas?” antes de visitar a mulher samaritana no poço? Claro que não!

Paulo diz: “Se tivermos a mente de Cristo – se pensarmos como Cristo pensava – não faremos nada por vaidade”. Procuraremos oportunidades para mostrar Cristo, não oportunidades para ganhar prestígio.

(3) Façam tudo sem queixas (Filipenses 2:14)

A murmuração diz: “Eu mereço mais do que isso!” Você pode imaginar Jesus dizendo: “Eu não deveria ter que lavar os pés dos discípulos. Eu sou o mestre. Eu mereço algo melhor”. Claro que não!

Paulo diz: “Se tivermos a mente de Cristo – se pensarmos como Cristo pensava – ministraremos sem queixas, mesmo nas circunstâncias mais difíceis”. Perceberemos que não merecemos nada. Quando nos lembramos de que tudo o que temos é um dom da graça de Deus, isso muda nossa visão dos desafios do ministério.

Helen Roseveare foi uma das grandes missionárias do século vinte. Ela era médica formada na Universidade de Cambridge. Enquanto servia como médica-missionária no Zaire, quis construir um hospital. Como não havia materiais, o primeiro passo foi fazer tijolos. A Dra. Helen trabalhou ao lado dos trabalhadores africanos fazendo tijolos em um forno.

Enquanto ela trabalhava com os tijolos, suas mãos macias começaram a sangrar. Ela começou a se queixar: “Deus, eu vim à África para ser cirurgiã, não para fazer tijolos! Certamente há outras pessoas para fazer esse trabalho humilde”.

Algumas semanas depois, um dos trabalhadores africanos disse a ela: “Doutora, quando você está na sala de cirurgia, você nos aterroriza como médica. Mas quando você está trabalhando com os tijolos e seus dedos pingam sangue como os nossos, você é nossa irmã e nós te amamos”. A Dra. Helen de repente percebeu: “Deus não me enviou à África apenas para ser uma cirurgiã; Ele me enviou para mostrar o amor de Cristo”.

(4) Façam tudo sem discussões (Filipenses 2:14)

A discussão diz: “Sim, Senhor, mas... Estou disposto a obedecer, mas…”. Novamente, você pode imaginar Jesus dizendo: “Pai, estou aqui para servi-Lo; por que você torna isso tão difícil?” Não podemos imaginar Jesus discutindo com o Pai.

Paulo diz: “Se tivermos a mente de Cristo – se pensarmos como Cristo pensava – não discutiremos nem buscaremos um caminho mais fácil”. Não comprometeremos a vontade de Deus em nossas vidas barganhando por um caminho mais fácil. Nossa resposta a Deus será “Sim, Senhor”. Teremos a mente de Cristo.

Visto que Paulo chamou os filipenses a terem a mente de Cristo, ele claramente acreditava que era possível. Ele sabia que eles poderiam ter o espírito humilde e obediente que marcou a vida de Jesus. Como podemos obter essa mente de Cristo?

Nossas Mentes são Transformadas Através das Escrituras

Anteriormente nesta lição, vimos como as Escrituras nos ensinam a vontade de Deus. Jesus conhecia a Palavra de Deus. Os apóstolos conheciam a Palavra de Deus. Todo avivamento duradouro na história da igreja começou com o estudo da Palavra de Deus.

Paulo desafiou os crentes filipenses a reterem firmemente a palavra da vida (Filipenses 2:16). A confiança e compromisso deles com o evangelho os tornariam luz em seu mundo.

É através do estudo aprofundado da Palavra de Deus que começamos a pensar como Jesus pensava, a ter a mente de Cristo. Isso não quer dizer que você deva saber grego e hebraico para entender as Escrituras; não quer dizer que você deva ter uma grande biblioteca de comentários bíblicos; quer dizer simplesmente que você deve investir tempo na Palavra de Deus; isso deve fazer parte da sua alimentação diária.

Como cristãos, a Palavra de Deus deve ser nosso alimento diário. Deve ser uma alegria, não simplesmente um dever. Ninguém diz a uma pessoa saudável: “Você precisa comer hoje! Se você não comer, você não será saudável”. Tudo o que você precisa fazer é disponibilizar boa comida, pois a pessoa saudável quer comer! A Palavra de Deus deve ser o alimento para todo cristão faminto.

À medida que nos alimentamos da Palavra de Deus, nossas mentes são transformadas conforme a mente de Cristo. Muitos cristãos nasceram de novo, contudo, continuam a pensar da mesma forma que pensavam quando eram incrédulos. Suas mentes não foram transformadas para serem como a mente de Cristo. Por quê?

Como novos crentes, devemos reprogramar nossa mente para pensar como Cristo. Antes de ser cristão, você pensava primeiro em suas próprias necessidades. Talvez você tenha visto uma pessoa pobre, mas pensou: “Talvez eu mesmo precise de dinheiro. Eu não posso dar a esse homem”. Como cristão, você lê na Palavra de Deus: “Quem dá aos pobres não passará necessidade” (Provérbios 28:27). Você ouve as palavras de Jesus: “Deem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem também será usada para medir vocês” (Lucas 6:38). Você começa a pensar em dinheiro da maneira como Cristo pensava. Você está obtendo a mente de Cristo através da Palavra de Deus.

Antes de sermos cristãos, tentávamos ferir aqueles que nos feriam. Quando alguém era duro conosco, nós atacávamos com raiva. Mas, como cristãos, lemos: “Revistam-se de profunda compaixão” (Colossenses 3:12). Lemos: “Não retribuam mal com mal, nem insulto com insulto; pelo contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem bênção por herança” (1 Pedro 3:9). Começamos a responder aos outros como Cristo respondeu àqueles que o feriram. Estamos obtendo a mente de Cristo através da Palavra de Deus.

Nossas Atitudes são Transformadas Através da Rendição Diária

Paulo disse aos filipenses que tivessem a atitude como a de Cristo Jesus. Ele descreveu essa atitude e depois disse a eles como isso poderia acontecer em suas vidas. Eles deveriam continuar a pôr em ação a salvação deles com obediência fiel, não para ganhar a salvação – mas porque Deus já estava efetuando “tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Filipenses 2:12-13). Ao se renderem humildemente a Deus, Ele lhes daria o desejo (“querer”) e o poder (“realizar”) para viver uma vida piedosa.

À medida que vivemos uma vida de entrega, o Espírito Santo cultiva em nós as mesmas características que observamos na vida e no ministério de Jesus. Não encontramos a mente de Cristo por meio de nossos esforços; encontramos a mente de Cristo através da rendição.

Essa deve ser uma entrega diária. Paulo nos chamou para oferecermos nossos corpos como sacrifício vivo (Romanos 12:1). Um sacrifício vivo não está morto; continua a viver. Há uma entrega em que rendemos nossa vontade completamente à vontade de Deus, mas também há muitas entregas em que continuamos a nos submeter diariamente à Sua vontade.

Nancy Leigh DeMoss dá uma imagem da vida rendida.[3] Ao ler estas descrições, pergunte: “Estou vivendo em rendição diária nesta área? Estou mostrando a mente de Cristo nesta área?”.

  • Quando sua carne quer repetir palavras críticas, o Espírito diz: “Não falem mal de ninguém” (Tito 3:2 Nova Tradução na Linguagem de Hoje). O coração rendido diz: “Sim”.

  • Quando a sua carne quer reclamar de dificuldades, o Espírito diz: “Deem graças em todas as circunstâncias” (1 Tessalonicenses 5:18). O coração rendido diz: “Sim”.

  • Quando sua carne quer discutir com um chefe irracional, o Espírito diz: “Por causa do Senhor, sujeitem-se” (1 Pedro 2:13). O coração rendido diz: “Sim”.

[4]À medida que nos rendemos, o mesmo Espírito que viveu em Cristo vive em nós. Por meio do Espírito – não por meio de nossas próprias boas intenções – somos capacitados a reagir como Cristo nas frustrações da vida diária, nas decepções do ministério e nas tentações de Satanás.

► Compartilhe um momento recente em que os desejos carnais entraram em conflito com a vontade de Deus. Como você viveu em rendição diária diante dessa tentação? Existe uma tentação atual em que você deve se render novamente à vontade de Deus? Na aula, orem uns pelos outros sobre essas áreas.


[1]Oswald Chambers, My Utmost for His Highest (6 de março). Acessado em https://utmost.org/taking-the-next-step/ em 22 de março de 2021.
[2]Esta seção é adaptada de Dennis F. Kinlaw, The Mind of Christ (Anderson, Indiana: Warner Press, 1988), 101-107.
[3]Adaptado de Nancy Leigh DeMoss, Surrender. (Chicago: Moody Press, 2008), 223-224.
[4]

“O segredo de uma vida santa não está em imitar a Jesus, mas em deixar Jesus se manifestar em minha vida…. Santificação não é extrair de Jesus o poder para ser santo; é extrair de Jesus a santidade que era manifesta nele."

- Oswald Chambers

Conclusão: Deus Opera Por Meio do Amor Semelhante ao de Cristo

Vivemos em um mundo conturbado. Muitos que leem essas lições vivem em situações nas quais a igreja é ameaçada pelo governo, por religiões falsas ou pressões sociais. É razoável pensar que podemos realmente mudar nosso mundo amando nosso inimigo? Como podemos amar nosso inimigo quando ele está tentando nos matar?

Um repórter falou com um cristão iraquiano que vive em Bagdá.[1] Enquanto o repórter falava com esse homem, os soldados do Estado Islâmico estavam a 40 minutos de sua casa. O repórter perguntou: “Sua igreja ainda está se reunindo para o culto?”. O cristão respondeu: “Sim! Na verdade, começamos dois novos grupos de oração em nossa igreja – um para orar por nossos irmãos perseguidos no norte e outro para orar por nossos inimigos”.

Os membros da igreja St. George em Bagdá oram por seus inimigos. Eles dão pacotes de comida para viúvas muçulmanas. Eles amam seus inimigos porque acreditam que são chamados a seguir o exemplo de Jesus.

Esse artigo nos lembra da verdade que é vista ao longo da história da igreja. A maneira do trabalhar de Deus é sempre contrária à maneira do homem. O homem trabalhou através das cruzadas militares contra os muçulmanos durante a Idade Média; Deus trabalhou através de um Raymond Lull que morreu aos 82 anos durante sua última de muitas viagens missionárias ao mundo islâmico. O homem trabalha através da força militar; Deus trabalha através de um Hudson Taylor dando sua vida para evangelizar o interior chinês. O homem trabalha pela força; Deus muitas vezes trabalha através da fraqueza.

O caminho de Deus nunca é como o caminho do homem. Mas, em última análise, o caminho de Deus é vitorioso. Nosso mundo é transformado para a eternidade quando os cristãos amam como Jesus. A mudança é lenta e muitas vezes dolorosa, mas é a maneira de Deus fazer Sua obra em nosso mundo caído.

Ministrar como Jesus ministrou requer que amemos como Ele amou. Um velho evangelista foi perguntado sobre o segredo de seu ministério. Ele disse: “A única maneira de as pessoas saberem o quanto Deus as ama é ver o quanto você as ama”. Esse evangelista entendeu que, à medida que o amor de Cristo brilha através de nós, atraímos o mundo para Deus. Isso é o que significa amar como Jesus.


[1]Mindy Belz, “How Does the Church Move the World?” World Magazine, 27 de maio de 2017.

Tarefa da Lição 7

Nesta lição, vimos como Jesus amou. Esta tarefa pede que você encontre formas através das quais você possa seguir o exemplo de Jesus de amar o próximo. Não deve demorar muito para fazer a tarefa; pode levar muito mais tempo para colocá-la em prática! Não deixe de colocar em prática, pois somos chamados a amar como Jesus amou.

A partir dos evangelhos, dê três exemplos específicos do amor de Jesus pelas pessoas. Depois dê três aplicações específicas para a sua vida. Como você seguirá o exemplo de Jesus? Esta tarefa é para você; seja o mais específico possível.

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Exemplo de Jesus Minha Aplicação
   
   
   
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