Enquanto Jonathan se familiarizava com a ortodoxia oriental, ele ficou impressionado em como eles suportaram a perseguição dos muçulmanos e comunistas em muitos países. Os seus heróis não são pastores de grandes igrejas ou líderes musicais; os seus heróis são mártires. Jonathan pensa que se a perseguição se tornar pior em todos os lugares, os crentes ortodoxos orientais serão aqueles que irão suportá-la.
► Leiam 1 Tessalonicenses 1 em voz alta todos juntos. Todos os alunos devem escrever um parágrafo que resuma essa passagem. O que aconteceu no momento em que essas pessoas se tornaram cristãs? Todos os alunos devem escrever uma lista de declarações. Em grupo, discuta o que você escreveu.
Ortodoxia Oriental
Introdução à Ortodoxia Oriental
A palavra ortodoxo vem da palavra grega que significa “adoração correta”. A igreja ortodoxa oriental acredita que ela é a verdadeira igreja, a qual tem as doutrinas e práticas que fornecem a adoração certa para Deus.
A ortodoxia oriental e o catolicismo romano se separaram oficialmente em 1054 d.C. Ambas alegam ser a igreja original fundada por Jesus e pelos apóstolos. Ambas alegam ser a igreja de Deus na terra e aquela que possui a verdadeira doutrina, baseada na tradição dos primeiros cristãos. Elas acreditam em muitas das mesmas doutrinas. Para quem não está muito familiarizado com as igrejas, os cultos de ambas parecem ser muito semelhantes.
A ortodoxia oriental tem 15 organizações de igrejas autônomas, as quais estão divididas geograficamente. Em algumas nações, a igreja usa o nome da nação para formar o nome da igreja, como Igreja Ortodoxa Russa ou Igreja Ortodoxa Sérvia. Outras das 15 organizações são a Igreja Ortodoxa Grega de Antioquia, a Igreja Ortodoxa Romena e a Igreja de Chipre.
Cada organização da igreja é governada por um patriarca ou arcebispo. O Patriarca de Constantinopla é considerado a posição mais alta dos 15 líderes. A antiga cidade de Constantinopla é agora Istambul, na Turquia. O Patriarca de Constantinopla não tem autoridade sobre as outras organizações da igreja, mas todas elas o honram como sendo o maior líder.
A estimativa do número de crentes da ortodoxia oriental está entre 225 milhões e 300 milhões. Essa é a segunda maior organização cristã no mundo, depois do catolicismo romano.
Em muitas nações da Europa Oriental, a maioria da população se considera ortodoxa oriental, e também existe um número grande de crentes ortodoxos em muitos países do Oriente Médio.
► Com quais igrejas ortodoxas orientais você está familiarizado?
Crenças da Ortodoxia Oriental
[1]A Igreja Ortodoxa Oriental crê nas doutrinas básicas cristãs sobre Deus, tais como a Trindade e a divindade de Cristo e do Espírito Santo.
A ortodoxia oriental confia muito na tradição da igreja. Para provar uma doutrina, os seus líderes são propensos a citar os líderes da igreja primitiva tanto quanto citam a Bíblia. Eles ensinam que a Bíblia é a autoridade da sua doutrina; mas a Bíblia deve ser interpretada pela igreja.
A ortodoxia desenvolveu um sistema complexo de crenças e práticas baseadas na tradição. A igreja alega ter a autoridade para ensinar o que é necessário para a salvação, mesmo se algo estiver além do que é ensinado nas Escrituras. Os seguidores da ortodoxia oriental creem que as suas tradições não contradizem a Bíblia.
O estilo de adoração das igrejas ortodoxas é muito formal. Elas têm muitas catedrais grandes ao redor do mundo, que são conhecidas por sua grandiosa arquitetura. As catedrais são decoradas com imagens e estátuas dos santos da história. Os padres frequentemente têm vestes especiais. As atividades de adoração são feitas majoritariamente pelos padres, com pequenas participações da congregação.[2]
Pessoas de muitas culturas se tornaram ortodoxas, mas mantiveram as práticas religiosas da sua religião anterior. Os ídolos pagãos receberam nomes de santos cristãos, e as cerimônias da igreja foram misturadas com as cerimônias de religiões idólatras e naturalistas, ou mesmo com feitiçaria.
Muitos seguidores ortodoxos consideram Deus, e mesmo Jesus, distantes e despreocupados com eles, por isso, oram para os santos.
O Espírito Santo nos ajuda a orar de uma forma que será aceita por Deus (veja Romanos 8:26-27). Nós devemos ter confiança de que Deus ouve e responde às nossas orações. Aquele que ora deve crer que Deus responde à oração, caso contrário, ele não tem a fé que agrada a Deus (veja Hebreus 11:6).
Fotos e estátuas dos santos são fornecidas nas igrejas para que as pessoas possam orar a eles. Objetos que foram usados pelos santos são mantidos nas igrejas para honrá-los. Algumas vezes, os restos morais, tais como os dentes ou ossos, são guardados na igreja. As pessoas vão para se ajoelhar e orar aos santos, representados por seus ossos.
► O que é idolatria? Alguma prática da ortodoxia oriental pode ser considerada como idolatria?
Maria é especialmente honrada na ortodoxia oriental. Muitos seguidores dos seguidores oram mais para Maria do que para Deus. Eles pensam que Jesus irá ouvir Maria e ser influenciado por ela. Maria se tornou uma mediadora entre os adoradores e Cristo. Diferentemente do catolicismo, a ortodoxia oriental não acredita que Maria tenha nascido com uma natureza humana diferente de todos os outros e que sempre foi livre do pecado.
Orar a Jesus é uma marca dos cristãos em todos os lugares (veja 1 Coríntios 1:2). Os cristãos também oram a Deus, o Pai (veja 1 Pedro 1:17). A Bíblia também fala sobre a comunicação com o Espírito Santo (veja 2 Coríntios 13:14). A Bíblia nunca nos diz que nós devemos orar a Maria ou a qualquer outra pessoa, mas apenas a Deus.
O catolicismo e a ortodoxia oriental ensinam a doutrina da transubstanciação, a crença de que durante a comunhão, o pão e o vinho são transformados literalmente no corpo e no sangue de Jesus, para que o adorador possa recebê-los e ser salvo.
Quando Jesus mostrou aos discípulos como realizar a ceia, Ele ainda estava vivo e presente com eles (veja 1 Coríntios 11:23-25). Portanto, quando Ele disse “este é o meu corpo”, Ele estava dizendo que o pão era um símbolo do Seu corpo. Hoje, a ceia deve ser considerada da mesma forma em que Jesus a instituiu.
Diferentemente dos católicos, os membros da Igreja Ortodoxa Oriental não creem no purgatório. Eles também não acreditam em um papa que tem a autoridade de Cristo sobre a igreja mundial. Eles rejeitam o papa católico e não têm um líder próprio a quem eles dão semelhante autoridade.
É permitido aos padres ortodoxos se casarem, mas apenas um padre solteiro pode se tornar bispo.
A ortodoxia oriental ensina a doutrina da teose como processo de salvação. Segundo essa doutrina, o crente é gradualmente transformado para se tornar como Deus, obtendo a Sua mesma natureza de santa perfeição. Isso é realizado pela graça e pela obra do Espírito Santo, e o processo não é completo até depois da morte. Aqueles que estão na Igreja Ortodoxa Oriental dizem que ao recebermos essa santa perfeição, nós nos tornamos deuses, mas isso não quer dizer que somos infinitos como Deus é.
A Bíblia diz que todo crente participa da natureza de Deus (veja 2 Pedro 1:3-4). Nós não temos que esperar até depois da morte para participarmos da Sua natureza.
Eles acreditam que Cristo derrotou o pecado por nós, mas cada cristão deve receber o poder do Espírito Santo para progredir em sua vitória pessoal sobre o pecado e a impureza.
[3]A Igreja Ortodoxa Oriental ensina que o cristão é justificado em Cristo, ou seja, o crente é perdoado dos pecados que já cometeu e justificado em seu viver. Isso não significa que a pessoa é considerada inocente enquanto continua pecando e não significa que, se a pessoa voltar a sua antiga vida, ainda estará justificada. O crente depende do poder do Espírito Santo para viver de forma justa todos os dias. Isso também é uma boa teologia, quando a pessoa se lembra de que Deus a aceita por causa de Jesus, não porque as suas obras são boas.
Muitos seguidores da ortodoxia oriental creem no evangelho e experimentam a graça de Deus. Porém, a igreja não prega claramente a mensagem de que o pecador deve se arrepender dos seus pecados e colocar a sua fé em Cristo para receber a imediata garantia da salvação. Portanto, dos milhões de membros ortodoxos, a maioria continua a viver abertamente em pecado enquanto praticam os costumes religiosos. A maioria deles não entende como ser salvo.
► Quais são algumas afirmações boas na teologia da ortodoxia oriental?
► Agora volte e leia os textos em negrito e em itálico e as passagens bíblicas.
“Agora como a igreja de Jesus Cristo é formada na fundação dos apóstolos e dos profetas, Jesus Cristo, sendo a principal pedra angular, as doutrinas da igreja cristã devem ser buscadas nas Sagradas Escrituras.”
“A expiação abrange todo e qualquer pecado, original bem como atual, passado e futuro, grande ou pequeno, no momento ou na eternidade.”
- Thomas Oden
(The Word of Life)
Evangelismo/Usando o Manual de Doutrina
A Igreja Ortodoxa Oriental ensina as verdades fundamentais cristãs da Trindade e da divindade de Cristo e do Espírito Santo.
Existem alguns ortodoxos que colocaram a sua fé em Cristo para salvação, mas a mensagem do evangelho não é clara nos ensinamentos da igreja. A maioria deles não experimentou o arrependimento, o perdão e a certeza da salvação, e não está vivendo em um relacionamento com Deus. Portanto, é importante que o cristão compartilhe o evangelho. As partes essenciais do evangelho que são negligenciadas pela ortodoxia podem ser fornecidas com as seguintes seções do Manual de Doutrina:
(9) A salvação se dá apenas pela expiação de Cristo.
(10) Apenas Deus deve ser adorado.
(11) Nós recebemos a salvação pela fé.
(12) Nós podemos ter a garantia pessoal da salvação.
Considerando que a ortodoxia oriental adicionou tradições que eles entendem como essenciais para o cristianismo, o cristão deve mostrar a eles as passagens bíblicas citadas no Manual de Doutrina na seção:
(1) A Bíblia é suficiente para a doutrina.
Um Testemunho
João foi criado em uma família ortodoxa na Romênia, e os seus avós eram líderes na igreja. Ele foi batizado e casou na igreja, mas não frequentava os cultos com regularidade. O padre nunca falou com ele sobre os seus pecados. João não tinha uma Bíblia, e o padre nunca disse que ele deveria ler a Bíblia. Quando era jovem, ingressou no partido comunista e foi enviado pelos comunistas para ver os cultos batistas. Ele deveria perguntá-los o porquê de serem batistas ao invés de ortodoxos. No culto, João percebeu que ele nunca havia se arrependido dos seus pecados e tomou a decisão de se arrepender e se tornar um verdadeiro seguidor de Jesus. Ele foi pressionado pela sua família e pelo partido comunista a desistir de sua nova fé, mas foi encorajado ao passar tempo lendo a Bíblia. Depois que a sua família viu a mudança em sua vida, muitos deles também se tornaram crentes. João disse que a maior diferença entre a ortodoxia oriental e o cristianismo evangélico é que os evangélicos enfatizam o novo nascimento.
Estudo da Bíblia – Parte 2
► Agora leia 1 Tessalonicenses 1 novamente. Todos os alunos devem escrever um parágrafo explicando o que essa passagem tem a dizer a um seguidor da ortodoxia oriental. Diversos alunos podem compartilhar o que eles escreveram.
Leitura Opcional: Igreja Ortodoxa Não-Calcedoniana
As Igrejas Ortodoxas Não-Calcedonianas são diferentes da Igreja Ortodoxa Oriental.
Os ortodoxos não-calcedonianos têm seis organizações de igrejas: Copta, Etiópia, Eritreia, Síria Malankara, Siríaca e Apostólica Armênia. Cada organização é liderada por um patriarca e é governada independentemente das outras. O patriarca da igreja copta é o papa de toda a ortodoxia não-calcedoniana, mas ele não tem autoridade sobre as outras, exceto para liderar reuniões de representantes das seis organizações.
Nos países da Armênia, Etiópia e Eritreia, os cristãos dessas igrejas são dos maiores grupos religiosos. Em alguns países muçulmanos, onde os cristãos são uma pequena porcentagem da população, como no Egito, Sudão, Síria e Líbano, a maior parte deles são cristãos ortodoxos não-calcedonianos. Eles têm sido severamente perseguidos por séculos nos países muçulmanos.
Essa ortodoxia se tornou distinta das outras igrejas cristãs por causa de um desentendimento doutrinário em 451 d.C.
Eles se separaram por causa de um desentendimento teológico sobre a natureza de Cristo. Naquele tempo, havia uma organização principal que representava o cristianismo. A igreja ainda não havia se dividido em Igreja Ortodoxa Oriental e Igreja Católica Romana, mas algumas igrejas já haviam deixado a igreja principal naquele momento.
O Concílio de Calcedônia, destinado a representar todo o cristianismo, tomou a decisão de que é correto crer que Cristo tinha duas naturezas: a humana e a divina. Algumas igrejas rejeitaram essa decisão, porque parecia que estavam dizendo que Cristo era duas pessoas em uma. Eles acreditavam que a Sua natureza vinha de ambas as naturezas humana e divina, mas que era apenas uma natureza. Eles pensavam que estavam mantendo as crenças originais do cristianismo. Outras questões estavam envolvidas, incluindo questões políticas, mas a questão teológica foi a mais importante.
Dentre alguns anos após o concílio, os bispos que discordaram da decisão do concílio foram expulsos da igreja. As Igrejas Ortodoxas Não-Calcedonianas foram formadas naquele momento.
Tarefa Para Cada Lição
Lembre-se de encontrar uma oportunidade de apresentar o evangelho para alguém desse grupo religioso. Prepare-se para compartilhar com os seus colegas de aula a conversa que você teve. Escreva o seu relatório de 2 páginas e entregue para o seu líder de classe.
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