[1]Os pastores Tiago, Enoque, Gideão e Jason se encontraram novamente para discutir o que eles haviam aprendido sobre adoração a partir do Antigo Testamento.
Tiago, o qual valoriza a adoração tradicional, disse: “Eu penso que o Antigo Testamento prova que a minha igreja está adorando corretamente. A adoração no templo era formal e organizada. Isso é o que tentamos fazer.”
Enoque riu: “Sim, mas você leu o que os profetas disseram? A adoração formal no templo não significava nada! A adoração que agrada a Deus é aquela que vem do coração. Isso é o que fazemos na nossa adoração contemporânea; nós estamos tocando nos corações da nova geração.”
Frustrado, Gideão disse: “Não avançamos muito desde que começamos o nosso estudo sobre adoração. Por que Deus não apenas fala, ‘É assim que vocês devem me adorar’”?
Jason disse: “Não vamos desistir. Nós somos cristãos do Novo Testamento; talvez o Novo Testamento irá responder às nossas perguntas. Vamos estudar esse tema no Novo Testamento e ver o que está escrito ali.”
► Como a adoração mudou no Novo Testamento? Quais são as diferenças entre a adoração na igreja primitiva e a adoração no tabernáculo e no templo? Resuma o que você já sabe sobre a adoração no Novo Testamento.
[1]“Adoração é a suprema e única atividade indispensável na igreja cristã. Apenas ela irá permanecer … no céu, , quando todas as outras atividades da igreja tiverem passado.”
- W. Nicholls
Os Evangelhos: A Adoração é Cumprida em Jesus Cristo
Metade das vezes que a palavra adoração aparece no Novo Testamento é nos evangelhos. Os evangelhos mostram que Jesus é o cumprimento máximo da adoração. Ele cumpre a adoração em duas maneiras.
1. Em Sua humanidade, Jesus mostrou o que era adoração.
2. Em Sua divindade, Jesus é adorado.
Em Sua Humanidade, Jesus era o Modelo Supremo de Adoração
Jesus mostrou o que era a verdadeira adoração. Jesus falou para a mulher samaritana que Deus está procurando aqueles que o adoram em espírito e em verdade (João 4:24). Em Suas próprias práticas de adoração (leitura das Escrituras, oração, comparecimento na sinagoga e no templo), Jesus mostrou o que significa realmente adorar em espírito e em verdade.
Jesus amava o lugar de adoração.
Lucas mostra o amor de Jesus pelo lugar de adoração. Mesmo quando jovem, Jesus reconheceu o templo como sendo a casa de Seu Pai (Lucas 2:41-49). Ele era apaixonado pela pureza da adoração no templo (duas vezes Ele expulsou os que usavam indevidamente o templo).[1]
No início de Seu ministério público, Jesus foi à sinagoga em Nazaré no sábado, como era de costume (Lucas 4:16). Durante seu ministério terreno, frequentemente Jesus visitava as sinagogas.
Jesus se recusou a adorar qualquer um ou qualquer coisa, além de Deus.
No deserto, Jesus rejeitou a tentação à falsa adoração.
► Leia Mateus 4:9-10.
A tentação a adorar a criatura em vez do Criador é um tema constante nas Escrituras; é a raiz da idolatria no Antigo Testamento. O livro de Apocalipse mostra o contraste entre a adoração do dragão e da besta e a adoração de Deus e do Cordeiro. Jesus se recusou a adorar a criatura.[2]
Jesus tinha o hábito de orar.
A oração era importante no ministério de Jesus. Os evangelhos registram quinze vezes que Jesus estava orando. Em algumas dessas ocasiões, Ele passou a noite inteira sozinho com Seu Pai. Antes de escolher os doze apóstolos, Ele passou a noite em oração (Lucas 6:12). Durante as Suas últimas horas com os discípulos, Jesus orou por eles e por todos aqueles que mais tarde iriam crer nEle (João 17). Pensando em enfrentar a cruz, Ele foi ao Getsêmani para orar (Mateus 26:36-42). A oração era importante na adoração de Jesus.
Jesus explicou sobre a verdadeira adoração.
Além de mostrar o que é adoração com Suas próprias ações, Jesus consistentemente ensinou sobre adoração. Ele ensinou a mulher samaritana sobre a verdadeira adoração. Jesus ensinou um modelo de oração aos discípulos e ensinou sobre oração através de parábolas (Lucas 11:5-8, Lucas 18:1-14).
► Leia Lucas 11:1-4.
O modelo de oração de Jesus mostra que a oração deve vir de um coração adorador. A oração começa: “Santificado seja o teu nome.” Santificar é honrar como santo. Na oração, nós reconhecemos Deus como santo.
Jesus repreendeu a falsa adoração.
Se a verdadeira adoração é adorar em espírito e em verdade, a falsa adoração é tudo aquilo que fica aquém disso. Jesus rejeitou:
(1) A adoração hipócrita
No Sermão da Montanha, Jesus alertou que é possível fazer as coisas certas pelos motivos errados. Dar ao pobre, orar e jejuar são aspectos da adoração. Jesus alertou contra aqueles que praticam esses atos para impressionar os outros: eles são hipócritas (Mateus 6:1-18). Os verdadeiros adoradores praticam esses atos a partir de um desejo de adorar a Deus.
Em Mateus 23, Jesus condenou os líderes religiosos, os quais ensinavam corretamente sobre adoração, mas cujo coração estava distante de Deus. Jesus disse que os ensinamentos deles estavam corretos, mas o coração estava incorreto: eles são hipócritas.
(2) A adoração legalista
Um dos perigos é a adoração hipocrita: adoração cuja intenção é impressionar os espectadores, em vez de agradar a Deus. Outro perigo é o legalismo: adoração cuja intenção é receber o favor de Deus através do cumprimento de certos requisitos. Quando nós buscamos receber o favor de Deus pelos nossos atos de adoração, perdemos a realidade da verdadeira adoração. A adoração se torna uma obra pela qual recebemos a aprovação de Deus, em vez de uma resposta alegre à bondade dEle.
Jesus ofendeu os líderes religiosos de Israel quando Ele quebrou tradições.[3] Jesus não violou a lei, tampouco o espírito da lei; Ele violou as tradições humanas que se desenvolveram ao longo de anos de legalismo farisaico. Para os fariseus, essas tradições eram tão importantes quanto a própria lei. Eles acreditavam que a observância da lei ganhava o favor de Deus. Isto define legalismo: a tentativa de receber o favor de Deus pelo cumprimento de requisitos. Jesus rejeitou o legalismo tão fortemente quanto rejeitou a hipocrisia.
Em Sua Divindade, Jesus é Adorado
Depois de Sua morte e ressurreição, Jesus se assenta à direita do Pai e legitimamente recebe adoração (Apocalipse 5:12-14). Paulo escreveu sobre essa transformação em Filipenses 2. Por causa da voluntariedade de Jesus em se humilhar, agora Ele é exaltado e adorado.
Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai (Filipenses 2:9-11).
Em Mateus 18:20, Jesus testificou que Ele é digno de adoração. Na tradição judaica, 10 homens eram necessários para que começasse a oração e a adoração na sinagoga. Jesus disse aos Seus discípulos: “Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles.” Na igreja, a presença de Jesus, não o número de pessoas presentes, determina a adoração.
Através do Seu impacto nas multidões que observaram os Seus milagres, Jesus mostra que Ele merece a adoração. Quando eles viam os milagres, o povo glorificava a Deus: um ato de adoração. Aqueles que viram as Suas curas ficaram maravilhados (Marcos 1:23-27).
Na Sua última noite com os discípulos, Jesus participou da Páscoa. Embora essa refeição seguisse as tradições da refeição da Páscoa judaica, Jesus deu um novo significado quando disse aos discípulos que o pão “é o meu corpo dado em favor de vocês” e o cálice “é a nova aliança no meu sangue” (Lucas 22:19-20).
► Leia Lucas 22:13-20.
Ele ordenou que fizessem isso em memória dEle. A Ceia do Senhor foca em Cristo, o cumprimento perfeito da Páscoa.
[1]João 2:13-16 conta sobre a primeira purificação. Mateus 21:12-27, Marcos 11:15-17 e Lucas 19:45-46 registram uma segunda purificação durante a última semana de Seu ministério terreno.
[2]Jesus não era como as pessoas relatadas em Romanos 1:25.
[3]Mateus 12:1-14, Lucas 13:10-17 e João 5:8-18, além de outros.
Adoração Bíblica Hoje
A repreensão de Jesus a falsa adoração e Seu próprio exemplo da verdadeira adoração mostram que a nossa adoração deve ser sincera, sem o intuito de impressionar os outros. A verdadeira adoração deve almejar agradar o Pai, não os outros.
Isso é uma tentação constante para os líderes de igreja. Visto que a pregação e a liderança de adoração é feita em público, nós podemos ser tentados a fazer uma performance, em vez de adorar. Quando focamos em agradar uma audiência em vez de honrar a Deus, nós fazemos uma performance; não adoramos.
Qual é a tentação ao líder de trazer uma adoração falsa?
Escolher um sermão, porque será popular com a audiência;
Fazer uma oração que fala mais aos ouvintes do que a Deus;
Dar uma oferta de uma forma que chama a atenção ao ofertante;
Tocar músicas que atraem a glória ao músico, não a Deus.
O ensino e o exemplo de Jesus nos lembram que a verdadeira adoração pertence apenas a Deus. A adoração é sobre Ele, não sobre nós.
Check-up
Pergunte a si mesmo: “Quem é honrado na minha liderança de adoração? Eu prego, canto, oro e oferto para a glória de Deus, ou para o meu próprio reconhecimento? Eu estou adorando verdadeiramente?”
Atos: Adoração e Evangelismo
A adoração está relacionada de forma próxima com o evangelismo. Os incrédulos se tornam adoradores quando ouvem e respondem ao evangelho. O livro de Atos mostra a conexão entre a adoração e o evangelismo.
Isaías 6:8 mostra que adoração resulta em evangelismo. A resposta de Isaías à adoração foi: “Eis-me aqui. Envia-me!.” Quando nós adoramos verdadeiramente, criamos uma paixão pelo evangelismo. Na adoração, vemos Deus e vemos as necessidades do mundo através dos olhos dEle. A adoração cria evangelistas.
A adoração inspira a igreja ao evangelismo. Enquanto a igreja leva os incrédulos a Cristo, os novos crentes se tornam adoradores. Esses novos adoradores são, então, inspirados a irem evangelizar.
O livro de Atos mostra esse processo em ação. Depois que Paulo pregou em Éfeso, o povo abandonou Diana e a adoração aos deuses feito por mãos humanas e se voltaram ao verdadeiro Deus (Atos 19:26-27). Quando pregamos sobre Cristo, novos crentes são atraídos ao reino: eles se tornam adoradores. O evangelismo cria adoradores.
A Verdadeira Adoração Motiva ao Evangelismo
O livro de Atos começa com os discípulos adorando; eles estavam em sintonia, sempre em oração (Atos 1:14). O livro termina com Paulo evangelizando em Roma; ele “pregava o Reino de Deus e ensinava a respeito do Senhor Jesus Cristo, abertamente, sem impedimento algum” (Atos 28:31).
A adoração dos primeiros cristãos resultava em evangelismo. O chamado de Paulo e Barnabé aconteceu em um momento de adoração.
Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: “Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.” Assim, depois de jejuar e orar, impuseram-lhes as mãos e os enviaram (Atos 13:2-3).
A verdadeira adoração inspira evangelismo.
O Evangelismo Eficaz Cria Adoradores
Ao longo de Atos, os discípulos estavam engajados na adoração. No Pentecostes, 3.000 pessoas foram salvas. Esses novos crentes se tornaram adoradores: “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações” (Atos 2:42).
► Leia Atos 2:42-46 para ter uma imagem da adoração na igreja primitiva.
Os judeus cristãos continuaram a adorar no templo.[1] Além disso, os judeus cristãos e os gentios convertidos se encontravam na sinagoga para adorar. Na maioria das cidades, Paulo começou seu ministério na sinagoga, mostrando que Jesus era o cumprimento das promessas do Antigo Testamento.[2] A adoração também acontecia nas casas. Os crentes iam de casa em casa para comungar e adorar (Atos 2:46). As cartas de Paulo incluem saudações às igrejas que se encontravam nas casas.[3] O alcance evangelístico da igreja primitiva criou um novo corpo de adoradores.
Evangelismo no Areópago
A mensagem de Paulo no Areópago é um texto clássico sobre a relação entre evangelismo e adoração (Atos 17:16-34). Em Atenas, Paulo confrontou uma cultura, a qual era cheia de idolatria. Paulo mostrou o contraste entre a falsa adoração de ídolos e a verdadeira adoração de Jeová.
Os atenienses eram muito religiosos (Atos 17:22)
O povo de Atenas era adorador, mas não adorava o verdadeiro Deus. A adoração deles era falsa. A adoração em si não é suficiente; a adoração deve estar focada no alvo correto.
Os atenienses adoravam sem conhecimento (Atos 17:23)
Eles não sabiam quem estavam adorando. Paulo proclamou o Senhor a quem eles buscavam. Ele falou a eles que Deus fez com que os povos o procurassem e, talvez tateando, o achassem. Essa é uma frase que sugere que alguém está tateando na escuridão. A fome do homem por Deus proveu uma abertura para o evangelho.
Os atenienses adoravam um deus inadequado.
Jeová não é adorado pelas mãos humanas, como se Ele precisasse de algo. É Ele que dá vida, ar e todas as coisas a todos (Atos 17:25). A adoração dos atenienses era falsa, porque o deus deles era inadequado. O verdadeiro Deus dá vida a todos; Ele não precisa de nada. Nós adoramos a Deus, porque Ele merece a nossa adoração, não porque Ele precisa da nossa adoração.
Paulo fez um contraste entre os ídolos e o verdadeiro Deus.
1. Deus é o Criador. Ele fez o mundo e tudo o que há nele … Ele é Senhor do céu e da terra (Atos 17:24). Diferente dos ídolos que são feitos por mãos humanas, Deus fez o homem. Ele não é um deus estrangeiro (Atos 17:18), Ele é o criador de todo o mundo.
2. Deus está perto. Ele não está longe de nós (Atos 17:27). Embora Deus seja transcendente, Ele entrou no nosso mundo e está perto de cada adorador.
3. Deus irá julgar aqueles que se recusam a se arrepender (Atos 17:30-31). A adoração em verdade reconhece que Deus é o juiz justo, o qual não irá tolerar rebelião. Na nossa adoração, nós nos submetemos à Sua autoridade.
4. Deus ressuscitou Jesus dos mortos, mostrando que Jesus é digno de adoração (Atos 17:31). Jesus voluntariamente se humilhou até a morte; agora Ele foi exaltado pelo Pai, “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Filipenses 2:10-11).
A mensagem de Paulo em Atenas confrontou a falsa adoração de ídolos com o evangelho da verdadeira adoração de Jeová. O evangelismo eficaz cria adoradores.
Muitas igrejas separam a adoração das missões e do evangelismo. Algumas igrejas dizem: “Nós somos comprometidos com o evangelismo. Nosso desejo é alcançar os perdidos.” Essas igrejas dão pouca atenção à adoração. Elas se veem como igrejas evangelísticas. Outras igrejas dizem: “Nós acreditamos que o propósito principal da igreja é a adoração. Outras pessoas podem evangelizar; o nosso objetivo é adorar.”
Atos mostra que a igreja deve se dedicar à adoração e ao evangelismo. A verdadeira adoração nos dá uma paixão pelo evangelismo. O evangelism eficaz cria novos adoradores.
Nós não devemos separar a adoração do evangelismo. A adoração que não inspira evangelismo provavelmente se tornará egocêntrica, ou seja, será feita para a nossa própria inspiração. O evangelismo que não leva à adoração irá gerar cristãos superficiais que falham em verdadeiramente ver Deus.
Na adoração bíblica, nós criamos uma nova paixão pelo evangelismo. Assim como Isaías, a nossa visão de Deus será acompanhada da visão de um mundo necessitado. Assim como Isaías, nosso comprometimento de adoração a Deus nos levará a dizer: “Eis-me aqui. Envia-me.”
Check-up
Pergunte a si mesmo: “A adoração me motiva a compartilhar o evangelho com os incrédulos? Eu tenho o desejo de levar novos adoradores a Deus?”
As Epístolas: Adoração na Igreja Primitiva
Diferente do Antigo Testamento com seus direcionamentos específicos para a adoração judaica, o Novo Testamento dá poucos direcionamentos para a adoração na igreja.[1] Não há uma descrição completa de um culto no Novo Testamento, mas as epístolas mostram alguns elementos da adoração dos primeiros cristãos.
Leitura das Escrituras
A leitura das Escrituras era importante na adoração dos primeiros cristãos. Colossenses 4:16 e 1 Tessalonicenses 5:27 instrui as igrejas a lerem as cartas de Paulo publicamente. Em 1 Timóteo 4:13, Paulo lembra Timóteo de dar atenção à leitura pública das Escrituras.
A importância da leitura das Escrituras é apontada em Colossenses 3:16: “Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo… com toda a sabedoria.” O salmistra descreveu o homem abençoado; ele tem satisfação na lei do Senhor e nela medita (Salmos 1:2). A nossa adoração pública mostra o valor que colocamos nas Escrituras.
Pregando a Palavra
Junto da leitura das Escrituras, um líder era responsável por pregar a Palavra (2 Timóteo 4:1-4, Tito 2:15). No tempo de Esdras, escribas interpretavam as Escrituras para o povo. Esdras e seus colegam liam o livro, liam a Lei de Deus claramente e davam o significado, para que o povo entendesse a leitura (Neemias 8:8). As sinagogas judaicas no Novo Testamento continuaram com essa prática (Atos 13:14-15). Dar o significado das Escrituras é o fundamento da pregação dos primeiros cristãos.
Os sermões em Atos mostram o conteúdo das pregações dos primeiros cristãos.[2] Temas importantes desses sermões incluem:
Jesus era o cumprimento das profecias do Antigo Testamento.
Jesus fez obras poderosas através do poder de Deus.
Jesus foi crucificado e ressuscitou dos mortos.
Jesus é exaltado e Senhor.
Todos os que ouvem devem se arrepender e ser batizados.
Oração Pública
A oração pública era importante na adoração dos primeiros cristãos (1 Timóteo 2:1-3). Muitos estudiosos creem que as orações incluídas nas cartas de Paulo eram usadas na adoração pública. O “amém” da congregação indicava a concordância deles com a oração.[3]
Músicas
Cantar era algo importante no templo e continuou a ter espaço nos cultos dos primeiros cristãos. Além dos salmos que os cristãos trouxeram da adoração judaica, novos hinos louvavam a Jesus como Messias. Isso é relatado em Efésios 5:19 e Colossenses 3:16. Muitos estudiosos da Bíblia creem que Filipenses 2:5-11 era um hino do início do cristianismo. Além disso, o cântico de Maria em Lucas 1:46-55 e a oração de Simeão em Lucas 2:29-32 podem ter sido cantadas nos cultos.
Ofertas
Em algumas ocasiões, a oferta era parte da adoração pública. 1 Coríntios 16:2 e 2 Coríntios 9:6-13 direcionam a igreja em Corinto a coletar ofertas para os cristãos que sofriam em Jerusalém.
Batismo e a Ceia do Senhor
As ordenanças do batismo e a ceia do Senhor eram parte da adoração. Paulo escreveu para corrigir os abusos na celebração da ceia do Senhor dos coríntios. Em vez de ser uma comemoração do sacrifício de Cristo, a ceia havia se tornado uma festa. Paulo alertou sobre a seriedade da ceia do Senhor. Esse momento lembra o evento mais sagrado para os cristãos; isso não deve ser tratado levianamente.[4]
Além dessas indicações de elementos do culto, nós sabemos pouco sobre a adoração dos primeiros cristãos. As epístolas não prescrevem uma ordem específica, um local de adoração, ou outros detalhes relativos à adoração pública da igreja primitiva. Tendo em vista a variedade de contextos religiosos e culturais representados na igreja primitiva, é provável que a adoração pública fosse diferente dependendo do local. Os judeus cristãos provavelmente continuaram a adorar de uma forma similar à adoração nas sinagogas. Os gentios não tinham familiaridade com as práticas judaicas e podem ter adorado de forma diferente. Fica claro, porém, que a igreja primitiva colocava grande ênfase nas Escrituras, na pregação e no ensino da Palavra de Deus.
[1]A maior parte deste conteúdo é uma adaptação de Franklin M. Segler and Randall Bradely, Christian Worship: Its Theology and Practice. (Nashville: B&H Publishing, 2006), capítulo 2.
[2]Sermões importantes em Atos são encontrados em Atos 2, 7, 10, 17.
Em muitas igrejas, a leitura pública das Escrituras se tornou rara. Não é incomum ver igrejas evangélicas onde apenas poucos versículos são lidos durante o culto. As Escrituras devem ser uma prioridade na nossa adoração. Através de canções bíblicas, leituras bíblicas, ou da exposição cuidadosa das Escrituras no sermão, nós devemos ser conhecidos como “pessoas do Livro.” A Bíblia deve ser mantida em um lugar central na nossa adoração.
Check-up
Pergunte a si mesmo: “A minha adoração inclui cada um dos elementos que fazia parte da adoração da igreja primitiva?”
Apocalipse: Adoração como Dedicação
A adoração é central na mensagem do Apocalipse.
João estava no Espírito no dia do Senhor quando ouviu a voz do Alfa e Ômega (Apocalipse 1:10).
Um dos temas centrais de Apocalipse é o contraste entre aqueles que adoram a Jeová no Seu trono e aqueles que adoram a besta.
Apocalipse promete que Deus irá derrotar os Seus inimigos, e todas as nações irão adorá-Lo diante dEle (Apocalipse 15:4).
[1]Para entender a adoração em Apocalipse, é útil revisar o contexto histórico do livro. Os cristãos do primeiro século eram confrontados com duas reivindicações concorrentes. De um lado, eles sabiam que Jesus Cristo é Senhor (Filipenses 2:11). Fé em Cristo requer comprometimento com a autoridade e o senhorio de Jesus Cristo. Por outro lado, Roma exigia que todos debaixo da autoridade do império testificassem que César era senhor e deus deles.
Era impossível que os cristãos se comprometessem ao máximo com qualquer outro, além de Deus. A raiz do conflito entre Roma e os cristãos do primeiro século era: “Quem é digno da nossa adoração?” Nesse contexto, Apocalipse diz: “Jesus é Senhor.” Mesmo em um mundo que não reconhece a Sua autoridade, Jesus é Senhor. Ele é digno de adoração. Apocalipse dá uma imagem do que é a verdadeira adoração.
A Adoração Celestial Contrastava com a Adoração Falha
Apocalipse começa com mensagens para as sete igrejas da Ásia Menor. A Ásia Menor era um dos centros mais fortes de adoração ao imperador. Havia templos imperiais em cada uma das cidades mencionadas em Apocalipse. A adoração ao imperador era quase universal nessas províncias.
As mensagens para as sete igrejas mostravam falhas na adoração de muitas delas. Embora as sete igrejas adorassem a Deus, cinco delas foram repreendidas. As repreensões mostram que essas igrejas falharam na adoração aceitável a Deus.
1. A falta de amor impede a verdadeira adoração. A igreja de Éfeso fazia muitas coisas adequadamente, mas havia abandonado o seu primeiro amor. O vazio na adoração pode ser um sinal de que perdemos o nosso amor pelo Deus que adoramos.
2. Falsos ensinamentos impedem a verdadeira adoração. Tanto Pérgamo quanto Tiatira toleraram falsos ensinamentos. Esse perigo pode ser visto em igrejas que substituem a verdade bíblica por sinais e maravilhas.
3. Obras mortas impedem a verdadeira adoração. A cidade de Sardes havia sido derrotada duas vezes quando vigias dormiram e não viram o inimigo se aproximar.[2] João alertou que a igreja de Sardes estava adormecida, pois confiava nas suas boas obras. Um encontro com Deus na adoração despertaria Sardes de sua apatia.
4. A falta de paixão impede a verdadeira adoração. Laodiceia mostrou o espírito de mornidão que a igreja frequentemente viu em momentos de prosperidade. A falta de paixão dos laodicenses foi dilatada por sua riqueza e autossuficiência. A verdadeira adoração nos lembra da nossa dependência de Deus.
A Adoração Celestial é Focada em Deus
Apocalipse 4-5 mostra que a adoração celestial tem como foco Deus e a Sua glória. Os adoradores celestiais adoram o Rei eterno e o Cordeiro ressurreto.
Você pode imaginar um anjo dizendo a João: “Há algo que possamos mudar para você ficar mais confortável na adoração?” Claro que não! Adoração é sobre Deus, não é sobre mim. A adoração abençoa o adorador, mas esse não é o propósito principal da adoração; o propósito da adoração é honrar a Deus. Os adoradores ao redor do trono de Deus cantam um hino de louvor a Ele:
…Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso. Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações. Quem não te temerá, ó Senhor? Quem não glorificará o teu nome? Pois tu somente és santo. Todas as nações virão à tua presença e te adorarão, pois os teus atos de justiça se tornaram manifestos (Apocalipse 15:3-4).
A adoração celestial acontece na presença de Deus. Desde o momento em que Adão e Eva foram expulsos do jardim, o homem esteve separado de Deus. No céu, a adoração novamente irá acontecer na presença de Deus, livre de qualquer influência do mal.
…Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus (Apocalipse 21:3).
A Adoração Celestial Mostra a Verdadeira Realidade
Quando escreveu o livro de Apocalipse, João estava exilado na ilha de Patmos. Cristãos por todo o Império Romano estavam sofrendo perseguição. Em uma perspectiva terrena, o futuro era obscuro. Porém, Apocalipse mostra uma perspectiva celestial dos eventos terrenos.[3]
Na terra, nós vemos apenas um lado da história. Somos tentados a pensar que o mundo ao nosso redor é a realidade máxima. A adoração e o céu parecem muito distantes nas lutas do mundo real. O vislumbre da adoração celestial vista em Apocalipse 4, 5 e 15 nos mostra a imagem do mundo real.
Para os trabalhadores cristãos, Apocalipse é um lembrete importante de que as lutas deste mundo são temporárias. Adoração não é um escape semanal da realidade; em vez disso, a adoração mostra a realidade a partir da perspectiva de Deus – e isso transforma a nossa visão do nosso mundo. Em Apocalipse, Deus diz: “As coisas não são o que parecem ser. Elas não estão fora de controle, Satanás não venceu, o mal não triunfou. Olhe pela porta e tenha um vislumbre da realidade. Deus está no seu trono.”[4]
Nos restaura, faz-nos puros,
Faz-nos ver tal salvação,
Transformados pela glória,
‘Té chegar ao nosso lar;
As coroas te traremos, com amor, louvor sem par.”
- Charles Wesley
[2]Isso aconteceu quando Ciro atacou em 547 a.C. e novamento quando Antíoco III atacou em 214 a.C.
[3]Por exemplo: Apocalipse 6:1-7:8 acontece na terra; Apocalipse 7:9-8:6 acontece no céu. Apocalipse 8:7-11:14 acontece na terra; Apocalipse 11:15-19 acontece no céu.
[4]David Jeremiah. Worship. (CA: Turning Point Outreach, 1995), 72
Adoração Bíblica Hoje
“Ele ressuscitou!”, “Ele é Senhor!.” Essas proclamações são centrais na adoração. A ressurreição declarou que Jesus é Senhor (Romanos 1:4).
A igreja primitiva reconhecia todos os domingos como sendo uma celebração da ressurreição; todos os domingos eram Páscoa. Os cristãos não jejuavam no domingo; domingo era dia de celebração.
Hoje, a nossa adoração deve ser um tempo de celebração. Sim, há solenidade associada ao entrar na presença do Altíssimo, mas há também alegria ao celebrarmos o Senhor ressurreto. A nossa adoração deve incluir oportunidades de celebração.
A adoração inclui músicas de louvor e testemunhos da graça de Deus na vida dos membros. Uma igreja na Nigéria celebra enquanto oferta. Os membros marcham ao redor da igreja enquanto a oferta é coletada. Esses adoradores conhecem a alegria da ressurreição. A adoração deve incluir oportunidades para celebrar a vitória que recebemos através da vitória de Cristo sobre a morte.
Check-up
Pergunte a si mesmo: “A minha adoração é uma celebração ou apenas uma obrigação? Eu me alegro ao ir ao culto, ou eu vou apenas porque é minha obrigação como cristão?”
Coloque em Prática
Separe tempo para meditar no Deus que adoramos. Pense no que as Escrituras nos falam sobre Ele.
[1]Essa seção é uma adaptação de Vernon Whaley, Called to Worship. (Nashville: Thomas Nelson, 2009), 331-333.
Conclusão: O Testemunho do Apóstolo João
“Meu nome é João. A minha vida foi transformada pela adoração. Desde o momento em que conheci Jesus de Nazaré, tenho sido um adorador.
“Eu estava lá no Monte da Transfiguração. Nós ouvimos a voz vinda do céu, nós vimos a Sua glória e caímos com o rosto na terra; estávamos aterrorizados (Mateus 17:6). Nós adorávamos de forma imperfeita. Nossas ações durante a semana da Páscoa mostraram que não entendíamos o que havíamos visto no monte.
“Eu estava lá na montanha na Galileia quando Jesus apareceu depois de ressuscitar. Nós adoramos, embora alguns duvidaram (Mateus 28:17). Nós adorávamos de forma imperfeita. Nós sabíamos que Ele estava vivo, mas não entendíamos o que tudo aquilo significava.
“Eu estava no cenáculo quando nos dedicávamos, juntos, à oração (Atos 1:14). Enquanto adorávamos, o Espírito Santo veio sobre nós. A adoração se tornou um motivador para o evangelismo; nós levamos o evangelho para Jerusalém, Judeia, Samaria e para os confins da terra.
“Enquanto estava exilado em Patmos, eu estava no Espírito no dia do Senhor quando ouvi uma alta voz, como uma trombeta. Era a voz do Alfa e Ômega, o primeiro e último (Apocalipse 1:10-11).
“Eu estava lá quando Deus abriu a porta do céu e permitiu que eu visse a adoração ao redor do trono de Deus.
“Eu estarei para sempre na nova Jerusalém, que desceu do céu (Apocalipse 21:2). Nessa cidade, finalmente a nossa adoração será perfeita, porque veremos a face daquele que adoramos. No céu, ‘o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus’ (Apocalipse 21:3).
“Eu sou João e eu irei passar a eternidade adorando o meu Deus e Redentor!”
Coloque em Prática
Antes de passar para a outra lição, separe um tempo para adorar. Leia os cânticos de Apocalipse 4, 5 e 15 ou Salmos 19. Cante uma música que louva a Deus. Faça uma oração de adoração. Ouça o que Deus fala a você. Separe tempo para verdadeiramente adorar a Deus.
Discussão em Grupo
► Para a aplicação prática desta lição, discuta o seguinte:
Tim pastoreia uma igreja que é apaixonada pelo evangelismo. Novos convertidos são batizados todos os meses. É um momento muito alegre na igreja.
No entanto, Tim está preocupado que a igreja não esteja verdadeiramente adorando. A maioria das pregações é voltada aos incrédulos e novos convertidos. É difícil cantar hinos antigos, uma vez que os novos membros não os conhecem. Tim teme que a sua igreja seja grande em tamanho, mas espiritualmente superficial. Ele quer focar mais na adoração. Discuta o que Tim pode fazer para manter uma ênfase no evangelismo enquanto também aprofunda a adoração da igreja.
(1) Os evangelhos mostram que a adoração é cumprida em Jesus Cristo:
Jesus proveu um modelo de adoração.
Jesus rejeitou a tentação da falsa adoração.
Jesus foi exemplo da importância da oração.
Jesus será adorado por toda a eternidade.
(2) Atos mostra a relação entre adoração e evangelismo.
A verdadeira adoração inspira evangelismo.
O evangelismo eficaz cria adoradores.
A adoração que não leva ao evangelismo irá se tornar egocêntrica.
(3) As epístolas mostram elementos importantes da adoração na igreja primitiva. A adoração na igreja primitiva incluía:
Leitura das Escrituras;
Pregação da Palavra;
Oração pública;
Canto;
Ofertas;
Batismo;
Ceia do Senhor.
(4) Apocalipse mostra que adoração é dedicação a Deus.
A adoração abençoa o adorador, mas esse não é o propósito principal da adoração.
O propósito principal da adoração é honrar a Deus.
A adoração celestial nos lembra que o mundo que vemos não é a realidade máxima.
Tarefas da Lição 4
(1) Liste três principíos da adoração desta lição. Para cada princípio, escreva um parágrafo discutindo maneiras práticas de aplicação do princípio na sua igreja.
(2) No começo da próxima lição, você fará um teste baseado nesta lição. Estude as perguntas do teste como preparação.
Teste da Lição 4
(1) Liste três formas pelas quais Jesus mostrou o que é a verdadeira adoração.
(2) O que o ensino e o exemplo de Jesus nos lembram sobre a verdadeira adoração?
(3) Quais são as duas afirmações que resumem a relação entre adoração e evangelismo?
(4) Como a falsa adoração em Atenas é descrita em Atos 17?
(5) Como o verdadeiro Deus é descrito em Atos 17?
(6) Liste cinco elementos do culto dos primeiros cristãos encontrados nas Epístolas.
(7) Liste dois exemplos de impedimentos da adoração encontrados entre as igrejas da Ásia Menor.
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