Lesson 12: Apetite, Tempo, Temperamento e Convicções Pessoais: Disciplina Pessoal

Nota para o líder de classe: Revise as áreas de disciplina pessoal aprendidos na Lição 11. Peça para os alunos que estiverem dispostos a compartilharem as suas orações pessoais da Lição 11.

Ao final desta lição, o aluno deverá:

(1) Entender a importância da disciplina pessoal para ser formado à imagem de Cristo.

(2) Ter um entendimento mais prático de como treinar o seu apetite, tempo e temperamento e como colocar essas disciplinas em prática.

(3) Aprender a importância de desenvolver convicções pessoais.

Um Pastor

Enquanto trabalho neste curso, eu desfruto da comunhão com um amigo pastor mais velho. Durante a nossa conversa, ele confessou que a sua grande luta ao longo da sua vida e ministério tem sido a preguiça. “Eu sou tentado a dormir demais e a orar de menos!” ele admitiu. “Quando eu me sinto desencorajado ou entediado, ao invés de orar ou estudar, eu tiro longas sonecas, mais do que o necessário.” A boa notícia é que o meu amigo ainda é carinhoso e parece comprometido em permitir que o Senhor o transforme. Uma tarde, logo depois da nossa conversa, ele falou para a sua congregação sobre a sua intenção de se tornar um homem de oração. Ele percebeu que cumprir com este comprometimento não será fácil e irá exigir uma disciplina pessoal capacitada pelo Espírito Santo.

Uma Mãe

Uma jovem mãe, que uma vez tentamos discipular, estava bastante instável espiritualmente. Ela tinha uma fome sincera por Deus, mas a sua falta de disciplina pessoal causou tristeza a ela e a sua família. A roupa suja se acumulava, as louças sujas enchiam a pia e cobriam a bancada antes que ela fosse lavá-las. A sua vida de devocional era muito irregular. Ela estava doente devido aos maus hábitos alimentares e a falta de exercícios. O seu marido e filhos não eram bem cuidados. Por sua própria admissão, a falta de autodisciplina fez a sua vida espiritual ser muito insatisfatória. Depois de anos de luta, ela finalmente se tornou séria sobre a disciplina pessoal e a sua história começou a mudar.

Crescer à imagem de Cristo não pode estar separado da disciplina pessoal. Nesta lição e na última lição, nós estamos discutindo áreas onde o treinamento pessoal ou disciplina é vital para a nossa formação espiritual:

1. Língua

2. Vida de pensamento, incluindo desejos sexuais

3. Apetite

4. Temperamento

5. Tempo

6. Convicções pessoais

Nós examinamos as duas primeiras destas disciplinas pessoais. Nesta lição, nós iremos falar sobre as últimas quatro.

O sucesso na vida cristã – tendo a imagem de Cristo – é diretalmente relacionado a quão efetivamente nós estamos dominando a nós mesmos. A disciplina pessoal irá aumentar a nossa felicidade em Deus bem como a nossa habilidade de glorificar a Deus e promover o seu evangelho. A vida de Davi ilustra isso.

Como um jovem pastor, Davi dominou a harpa, a funda, e a poesia. Estes pequenos dominios abriram portas para maior influência e forneceu oportunidades além da sua imaginação. A harpa o trouxe para diante do rei; a funda ganhou a sua honra, e eventualmente um reino; e através da sua poesia, ele ainda encoraja, influencia, e ajuda a moldar a vida devocional de milhões todos os dias.

Talvez, você seja tentado a pensar que as coisas pequenas não têm muita importância, mas elas têm. Fidelidade nas pequenas coisas importa. Amy Carmichael desafiou os seus leitores:

Tudo é importante, mesmo a menor coisa. Se você fizer tudo, tanto grande ou pequeno, pelo bem do Senhor, então você estará pronto para fazer qualquer obra que ele escolher para você fazer depois.[1]

A disciplina pessoal não é tão fácil como nós desejos que fosse! Um dia a minha esposa, Becky, disciplinou uma de nossas filhas, Carrie, por se irritar com a sua irmã. Carrie tinha apenas três ou quatro anos naquele tempo. “Você realmente precisa pedir ao Senhor ajuda para ganhar auto-controle,” Becky disse. Carrie desapareceu para dentro do seu quarto e reapareceu alguns minutos depois com um grande sorriso em seu rosto! “Por que você está sorrindo, querida? Porque você está tão feliz?” a sua mãe perguntou. “Porque eu orei por auto-controle!” ela disse. Como muitos Cristãos, Carrie pensou que auto-controle era alguma coisa que Deus poderia dar a ela instantaneamente; mas, como pai da Carrie, eu observei desde então que ele não deu!

► Você vê uma tendência dentro da igreja de buscar maturidade instântanea em áreas provavelmente irão exigir anos de disciplina pessoal?

Existe esta ideia de que as pessoas disciplinadas são sérias e sem alegria. Isto depende de como nós olhamos para isto. Quando um atleta Olímpico pratica o seu esporte, eles certamente suportam a sua parcela de dor; mas eles o fazem pela alegria da competição e a chance de receber uma medalha de ouro. Quando um fazendeiro cultiva o solo e planta as sementes, ele suporta a sua parcela de dor; mas ele o faz pela alegria da colheita: “Aquele que sai chorando enquanto lança a semente, voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes” (Salmos 126:6). E quando os Cristãos disciplinam a si mesmos espiritualmente e pessoalmente, eles o fazem porque isto leva para uma vida de floresce em Deus. Nós nunca devemos ter pena de um homem ou mulher disciplinada. Pela graça de Deus, eles estão tirando o máximo da vida.

Sem dúvida, o apetite é a mais difícil de todas as disciplinas pessoais; especialmente quando se trata de comida. A comida é fornecida por Deus não apenas para sustentar a vida, mas para o nosso prazer. Mas, nunca foi feito para tomar o seu lugar. Ela nunca foi feita para proporcionar o maior conforto e satisfação. Não importa se você vive em um país pobre ou em um mais próspero, treinar o seu apetite é vita para o progresso espiritual.

No Ocidente, alguns cristãos normalizaram um espírito de glutonaria e comodismo. Nós continuamos a comprar novos pares de sapatos embora nós tenhamos uma dúzia de pares no guarda-roupa! Nós vivemos além do que podemos sustentar e contraímos dívidas. Nós escolhemos restaurantes com buffet livre para que possamos nos empanturrar. Mas as Escrituras são claras: “Todo atleta em tudo se domina” (1 Coríntios 9:25 ARA).

Porque dominar o nosso apetite é vital para a formação espiritual

(1) O nosso apetite determina a direção da nossa vida: “Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração” (Mateus 6:21).

Jesus ensinou que nós sempre buscamos as coisas que nós desejamos – sejam as coisas que os nossos estomagos desejam, o desejo apaixonado pelo sexo, as possessões, ou poder, ou os anseios dos nossos corações por Deus. Os nossos corações são formados pelas coisas que nós decidimos valorizar. Se você é um homem ou uma mulher que tem uma tendência a exagerar, você deve saber que isto está atrapalhando o seu progresso espiritual.

Provérbios diz, “e encoste a faca à sua própria garganta, se estiver com grande apetite” (Provérbios 23:2). John Wesley parafraseou este verso, “Contenha o seu apetite, como se um homem estivesse com uma faca em sua garganta!”[1] Este é o mesmo tipo de autocontrole que Jesus ensinou relacionado as tentações sexuais (Mateus 5:28-30). A glutonaria não é apenas um problema de comida. A glutonaria por definição é simplesmente consumir mais do que é necessário; e assim, é uma atitude que pode ser aplicada em qualquer apetite, seja pela comida, dinheiro, possessões ou poder.

(2) Exagerar em qualquer coisa boa diminui a nossa satisfação com o que é melhor: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos” (Mateus 5:6).

As preocupações com os apetites naturais irão deixar menos espaço em nossas mentes para as coisas eternar. Como John Piper diz: “Se nós não sentimos fortes desejos pela manifestação da glória de Deus... é porque nós a muito tempo temos mordiscado à mesa do mundo. A nossa alma esta estufada com pequenas coisas, e não existe espaço para o melhor.”[2]

Quando eu era um menino, a minha hora favorita do dia era a hora do jantar! Na verdade, ainda é! A antecipação era deliciosa, refeições caseiras e a comunhão e risadas da minha esposa e filhos ao redor da mesa são uma das maiores alegrias da vida. Mas houve tempos, especialmente nos meus dias de juventude, quando o meu lanche impaciante antes da janta estragou o puro prazer dele. Eu comi, mas não com a mesma profundidade de satisfação. Existe uma lição aqui: A impaciência tira um senso de antecipação, o que fazer comer mais agradavel; e comodo – muito de uma coisa boa – rouba os Cristãos e um senso de satisfação espiritual.

(3) Se a fome por comida é muito forte, ela irá bloquear a nossa visão espiritual.

Em João 4, enquanto os discipulos foram a Samaria para comprar comida, Jesus guiou uma alma sedenta para salvação. Quando os discipulos voltaram, eles pediram que Jesus comesse; mas ele disse, “Tenho algo para comer que vocês não conhecem... A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra” (João 4:32-34). Jesus precisava de comida para viver, assim como os discipulos; mas ele estava treinando os seus discipulos para não permitir que os seus apetites os cegassem a obra do Espírito ao redor deles. Ele os ensinou que fazendo o que agrada a Deus é muito mais satisfatório do que lanche para viagem.

Nada deve dominar a nossa mente, além das coisas de Deus. No contexto de comida e desejo sexual (embora isso seja aplicável para todos os apetites), Paulo disse: “‘Tudo me é permitido’, mas nem tudo convém. ‘Tudo me é permitido’, mas eu não deixarei que nada domine” (1 Coríntios 6:12).

Nas escrituras os pecados mortais de glutonaria e embriaguez são ditos como fluindo da mesma fonte de comodidade.

► Veja Deuteronômio 21:20 e Provérbios 23:21. O quão seriamente você pensa que a maioria das pessoas levam o pecado de glutonaria?

Conselho prático para nos ajudar a restringir os nossos apetites

1. Sirva os outros antes de si mesmo. Isto é uma ótima forma de batalhar contra o comodismo.

2. Discipline a si mesmo à moderação em todas as coisas. Evite situações, pessoas, ou locais que te tentam a exagerar seus apetites.

3. Discipline a si mesmo à uma fiel administração da sua saúde e recursos. Pratique o jejum, como ensinado nas lições de disciplinas espirituais. Fome por Deus – jejum – é uma das melhores disciplinas para extinguir o fogo do apetite que queima.

4. Permita que o seu motivo para restrição e moderação seja a alegria de Deus! Lembre-se de que a disciplina pessoal nunca deve ser o fim em si mesmo mas um meio para maior alegria nas coisas eternas.

Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade (Provérbios 16:32).

Como a cidade com seus muros derrubados, assim é quem não sabe dominar-se (Provérbios 25:28).

As pessoas que estudam o comportamento humano têm nos ensinado que todas as pessoas são uma combinação única de personalidade e temperamento. Vários traços de personalidades têm algumas vezes sido definidos como a seguir:[1]

Extroversão e introversão

• Extrovertidos amam estar ao redor de pessoas, mas tentem a fazer de si mesmos o centro da atenção.

• Introvertidos são mais reflexivos e gostam da solidão, mas tendem a se afastar da comunhão mais necessária.

Sensação e Intuição

• Pessoas sensíveis gostam de rotina, detalhes e formas sistemáticas de fazer as coisas, mas lutam com a flexibilidade.

• Pessoas intuitivas são solucionadoras de problemas e não gostam de repetir atividades, mas lutam com a paciência e acompanhamento.

Pensando e sentindo

• Pessoas pensantes são analíticas, lógicas, e racionais, mas lutam com a sensibilidade dos outros.

• Pessoas sentimentais são sensíveis a como os outros se sentem, mas tendem a ser pessoas que agradam os outros.

Julgando e percebendo

• Pessoas julgadoras gostam da ordem e controle, mas lutam com a impaciência e raiva.

• Pessoas perceptivas são descontraídas e relaxadas, mas lutam com a procrastinação.

Todas as pessoas devem trazer as suas personalidades e temperamentos debaixo do controle do Espírito Santo. Separados do fruto do autocrontrole, fortalecidos pelo Espírito Santo, as nossas fraquezas irão dominar as nossas vidas e destruir os nossos potenciais únicos de glorificar a Deus.

Conselho prático para ganhar auto-disciplina na área do temperamento

1. Estude a vida de Jesus e conforme o seu compartamento a ele, pelo Espírito Santo. Quanto mais nos tornarmos como ele, mais a nossa personalidade e temperamento serão santificados.

2. Não crie desculpas para ofender os seus irmãos e irmãs em Cristo. Seja humilde. Não seja desencorajado pela falha, mas continue buscando graça.

3. Seja grato pela pessoa que Deus te criou para ser, e dê graças pela personalidade e temperamento dos outros.

Peça aos membros do grupo para nomear alguns dos pontos fortes e fracos da personalidade e temperamento de personagens bíblicos. Quais taços do seu temperamento e personalidade você pensa que precisavam ser santificados, e quais traços nunca seriam santificados?

Você já observou um homem habilidoso em seu trabalho? Será promovido ao serviço real; não trabalhará para gente obscura (Provérbios 22:29).

Como a porta gira em suas dobradiças, assim o preguiçoso se revira em sua cama (Provérbios 26:14).

Disciplina do tempo: Busque o que é excelente

A disciplina em termos de tempo não significa que nós vamos preencher todos os momentos com atividades, mas que nós vamos aprender a preencher todos os momentos com o que é mais excelete: “E também faço esta oração... para aprovardes as coisas excelentes” (Filipenses 1:9-10 ARA). Se a coisa mais excelente que você pode fazer em um certo momento é dormir, então durma. Não fique sem rumo na internet. Se a coisa mais excelente é sentar em meditação silênciosa ou orar, então faça isso, ao invés de fazer ao menos excelente. Se a coisa mais excelente é um certo momento de adoração, ou estudo, ou leitura, ou praticar a sua guitarra, ou escrever, ou lavar as roupas, ou aprender uma segunda língua, ou pregar o evengelho, então discipline a si mesmo para fazer esta coisa mais excelente. Se a coisa mais excelente que você pode fazer é cuidar carinhosamente do seu filho doente, cozinhar uma refeição, fornecer renda para a sua família, construir uma casa, conversar com um amigo ou colega, ou aproveitar as belezas do mundo de Deus... o que quer que seja a coisa mais excelente dada em qualquer momento, treine a si mesmo para faze-la, ao invés de fazer alguma outra coisa.

E nós devemos adicionar a isto, que remir o tempo signfiica que qualquer coisa que as nossas mãos encontrem para fazer, nós fazemos com toda a nossa força, no nome do Senhor Jesus, com ação de graças, e para a sua glória. Se nós treinarmos a nós mesmos para fazer isto, nós iremos remir os nossos poucos dias na terra.

1. Com toda a nossa força – “O que as suas mãos tiverem que fazer, que o façam com toda a sua força” (Eclesiastes 9:10a).

2. No nome do nosso Senhor Jesus, com ação de graças – “Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai” (Colossenses 3:17).

3. Para a glória de Deus – “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).

Este é um padrão muito alto que muito poucos alcançam, eu tenho certeza. Mas este é o tipo de disciplina que pela qual devemos nos esforçar.

Disciplina do tempo: Faça o que Deus unicamente te chamou e equipou para fazer

Jesus fez apenas aquelas coisas que o seu Pai havia unicamente o chamado para fazer (João 8:29). Ele foi onde o Pai pediu para ele ir e disse o que o Pai pediu para ele dizer. Ele é o nosso modelo de gerenciamento de tempo.

Muitos “Davis” perdem tempo tentando vestir a armadura de Saul (1 Samuel 17:38-39). ou forçar a eles mesmo a copiar o que as pessoas de sucesso fizeram. Eu mesmo fiz isto. Eu me lembro do tempo no começo do meu ministério pastoral que eu frequentei um seminário onde um pastor de sucesso nos desafiou para irmos de casa em casa e convidar as pessoas para a igreja. Este era o segredo do seu sucesso, parecia, então eu senti que eu deveria fazer isto, também (embora na America a maioria das pessoas não são amigaveis com estranhos que batem nas suas portas). Eu me forçei para fora de casa em um Domingo pela manhã aterrorizado. “Talvez isto seja o que significa tomar a minha cruz e seguir a Jesus,” eu pensei. Eu fui para uma vizinhança próxima e esperava que ninguém estivesse em casa. Eu subi e desci a rua tentando criar coragem; mas, depois de uma hora, eu fui para casa totalmente derrotado sem me encontrar com nenhuma pessoa! Eu levei um tempo no ministério para aprender que enquanto a obediência a Jesus muitas vezes nos leva para fora da zona de conforto, ele raramente, se alguma vez, nos tira da área da zona do nosso dom.

Não permita a si mesmo ser pressionado a fazer coisas boas que não sejam as coisas certas para você fazer, coisas que você não foi chamado ou qualificado para fazer. Pense nos primeiros apóstolos em Atos 6 que recusaram serem distraídos pelo bom ministério de servir as mesas, porque eles precisavam seguir focados no chamado de Jesus para orar e o ministério da Palavra de Deus: “e nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra” (Atos 6:1-4).

► Peça a alguém no seu grupo para compartilhar um momento quando eles se sentiram pressionados a copiar o dom espiritual de outra pessoa. Qual foi o resultado?

Disciplina do tempo: Labuta – Trabalho sem emoções

Esta geração é a geração dos que buscam emoções, mas aqueles que são os melhores no mundo continuam fazendo o certo mesmo quando não existe emoção nisto. Não importa o que você faça eventualmente a excitação de alguma coisa nova se torna em um trabalho penoso. Nós não somos mais guiados e motivados pelo desejo, e é aí que vem a disciplina. Algum tempo atrás eu suportei uma temporada de tédio intenso! Ministérios que uma vez me animavam agora pareciam terrivelmente difíceis. O desafio não estava mais lá como esteve antes. O sabor da vida ficou amargo. Eu acho que todos entendem esta tentação. A vida cristã muitas vezes requer coragem! No meio do meu tédio, eu me deparei com esta palavra oportuna de Oswald Chambers sobre andar:

A palavra “andar” é usada na bíblia para expressar o caráter de uma pessoa... Quando nós estamos doentes, seja física ou emocionalmente, nós sempre buscamos as emoções na vida.[1]

A vida cristã é mais sobre andar do que qualquer outra coisa.

• “Digo, porém: andai no Espírito” (Gálatas 5:16 ARA).

• “e andai em amor” (Efésios 5:2 ARA).

• “Se, porém, andarmos na luz...” (1 João 1:7).

Andar fala muito mais de paciência constante do que correr. O que agrada a Deus é uma vida de consistência, fidelidade e determinação disciplinada mesmo quando existe pouca inspiração. Andar é difícil. Andar exige paciência e perseverança. “Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade” (Romanos 2:7, ênfase adicionada). Andar constrói o caráter. Andar nos faz melhores discipulos e irá realizar os propósitos de Deus em nossa vida espiritual. Essa disciplina nos deixa mais contentes.

O reino avança através da labuta, não da busca por emoções. William Carey, grande missionário para India, cujas traduções das escrituras foram usadas para trazer milhões ao reino de Deus, disse que o segredo do seu sucesso foi que ele havia aprendido a labutar: “Eu posso labutar. Eu posso perseverar em qualquer busca definitiva. A isto eu devo tudo.”

O Sr. Charles E. Cowman, missionário e escritor devocional, observou em Streams in the Desert: “A glória do amanhã é enraizada na labuta de hoje. Muitos querem a glória sem a cruz, o brilho sem o queimar; mas a crucificação vem antes da coroação.”[2]

São aqueles que aprendem fielmente se esforçarem através da labuta da vida hoje que irão aproveitar o melhor que Deus tem para oferecer amanhã. As labutas serão colheitas felizes: “Aquele que sai chorando enquanto lança a semente, voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes” (Salmos 126:6). Aprenda a disciplina de focar agora nos seus deveres presentes ao invés de sonhar acordado sobre o futuro ou cobiçar o que você não pode ter, e você será um cristão mais feliz.

Conselho prático para a auto-disciplina na área do tempo

(1) Sacrifique o bom pelo excelente.

Bom é o inimigo do melhor. Peça ao Senhor para abrir os seus olhos para atividades que não são as melhores para você, atividades que não são pessoalmente ou espiritualmente produtivas. Peça a ele a te tornar disposto a deixar as coisas boas pelo bem das coisas melhores. Abra o seu coração para o pensamento que muito tempo em esportes, ou tv e filmes, ou jornais, ou compras podem estar te roubando das atividades que levam a uma alegria maior: o aperfeiçoamento do seu dom, a comunhão com o Senhor, nutrir o seu casamento, a diversão dos seus filhos, o serviço Cristão, ou exercícios físicos.

(2) Formule planos e objetivos em oração.

Uma das maiores fraquezas de muitos homens e mulheres cristãs, ambos jovens e idosos, é que eles vagam sem rumo pela vida cotidiana e sem objetivos claros. O estabelecimento de metas em oração pode ser um exercício muito espiritual – um que nos mantem focados.

Depois do esino médio, o meu filho mais velho, Timothy, decidiu tirar um ano de folga antes ir para a faculdade. A minha esposa e eu disse que nós estavamos de acordo com esta decisão contanto que ele tivesse alguns objetivos específicos que ele se esforçaria para alcançar. Ele aceitou o desafio; e como um meio de ajudá-lo a formar objetivos saudáveis, eu criei um plano simples de crescimento.

PDF para impressão

Honestamente, os homens e mulheres mais cheios do Espírito que eu conheço vivem as suas vidas em uma maneira ordenada. Um dos ministérios importantes do Espírito Santo em nossas vidas é trazer ordem ao nosso caos. Para o nível que nós cooperemos com o Espírito Santo, para o nível dos nossos pensamentos, palavras, comportamento, e arredores serão ordenados.

Nem todo minuto ou hora é planejado, mas que eles tenham um foco claro e direção na vida. Nestas temporadas quando as coisas não são tão claras, eles esperam com expectativa no Senhor por direção.

(3) Faça a próxima coisa que precisa ser feita, prontamente.

Passei pelo campo do preguiçoso... havia espinheiros por toda parte... Observei aquilo, e fiquei pensando, olhei e aprendi esta lição: “Vou dormir um pouco”, você diz. “Vou cochilar um momento; vou cruzar os braços e descansar mais um pouco”, mas a pobreza lhe virá como um assaltante, e a sua miséria como um homem armado (Provérbios 24:30-34).

Durante os nossos primeiros anos de ministério, Becky e eu escutavamos sempre que possível ao programa de rádio de Elizabeth Elliot, Gateway of Joy. De todas as histórias missionárias que ela contou e toda a sabedoria que ela apresentou, nada nos ajudou mais do que os seus repetidos conselhos, “Faça a próxima coisa.” O que ela quis dizer com isso era que ao invés de pensar sobre situação tediosa ou menos desejavel, nós devemos colocar as nossas mentes e esforço na próxima tarefa – especialmente se a tarefa parecer pequena e insignificante. Se as roupas precisam serem lavadas; se existe um livro que nós devemos ler ou uma carta que nós devemos escrever; se as nossas finanças precisam ser organizadas, se nós devemos estudar para uma mensagem; se o jardim precisa ser capinado; se existe alguém que deveria ser aconselhado; se os nossos filhos ou conjuges precisam do nosso amor, e atenção; ou se uma lâmpada precisa ser trocada; se existe alguma coisa que nós precisamos fazer para tornar a vida mais prazerosa para o outro, então nós devemos fazer esta coisa.

Nós devemos desenvolver a disciplinad e fazer o que precisa ser feito, prontamente, especialmente quando não existe nenhuma animação em fazê-lo. Nós devemos aprender a fazer as coisas difíceis, primeiro.

(4) Lembre-se de que a fidelidade com o tempo leva a alegria.

Para tudo existe uma temporada (Eclesiastes 3:1), incluindo as temporadas de prazer. Os prazeres programados e concedidos por Deus são sempre mais gratificantes e recompensadores do que aqueles que nós buscamos para nós mesmos.

Eu era um pastor de vinte e seis anos no meu terceiro ano de ministério, e o diabo quase me convenceu que eu nunca iria realizar nada para Deus. Eu estava em desespero. Eu estava confuso. Eu me senti encurralado. Por meses. Eu havia carregado tanto peso no meu peito que, honestamente, algumas vezes eu desejei morrer. Um dia, o Espírito Santo me deu graça para olhar para o céu dizer, “Pai, eu não sei o que você tem guardado para mim e Becky. Eu não sei se você deseja que nós continuemos no ministério pastoral, ou se você algum dia irá abrir uma porta de ministério transcultural para nós. Mas, Pai, eu me consagro novamente a ti e a sua perfeita vontade, seja o que for ou o que quer que seja.” Eu também prometi ao Senhor naquele dia que não importa o quão tentado eu estivesse, eu nunca tentaria abrir uma porta por mim mesmo, mas iria confiar no seu poder para alinhar o coração dos homens com a sua vontade. Deus ouviu esta oração de nova consagração e no dia seguinte eu liguei para a nossa família, com uma certeza inegavel, ao serviço missionário. Nós sabiamos que era para isto que Deus estava nos preparando.

Tudo é permitido, mas nem tudo convém. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica (1 Coríntios 10:23).

Um dos sinais de maturidade é que nós não perguntamos mais, “O que a lei permite?” ou “O que posso conseguir com isso?” Mas ao invés disso começar a perguntar, “Isto me ajuda?” e “Isto irá me trazer para mais perto de Deus ou me fazer um melhor seguidor de Cristo?” Uma das mais importantes disciplinas é a formação dos limites pessoais e convicções em nossas vidas – os limites e convicções relacionados a pureza, relacionamentos, vestimentas, musicas, entretenimento, o Dia do Senhor, e outras coisas pessoais.

Pontos para lembrar sobre as convicções e limites pessoais

(1) Estas convicções e limites pessoais específicos não são necessariamente para todos. Nós podemos não ser capazes de encontrar um verso específico para eles na bíblia, exceto no princípio. Então nós nunca devemos exigir dos outros ou usar as nossas convicções para julgar os outros.

(2) Estes limites pessoais e convicções são baseados em princípios bíblicos, mas as aplicações específicias são únicas para você. Enquanto o Senhor te faz consciente da sua fraqueza, você desenvolve os limites pessoais e convicções que irão ajudar a preservar a sua paixão por Deus.

(3) Estes limites pessoais e convicções devem ser formados no amor pelos outros (Romanoos 14:13-19). Existem muitas vezes que em nossa caminhada cristã que nós iremos limitar as nossas liberdades pelo bem do amor. Cristão maduros estão dispostos a deixar os seus direitos desta forma.

(4) Os limites pessoais e convicções devem ser motivados pela alegria. Seguir as tradições da igreja sem pensar ou as convicções de boas pessoais, quando estas convicções não estão em seu coração, irão apenas levar a escravidão. George Mueller tem uma boa palavra para nós aqui:

Eu muitas vezes observei os (prejudicais) efeitos de fazer coisas porque os outros as fizeram, ou porque era o costume, ou porque eles foram persuadidos a atos de auto-negação exterior, ou desistir de coisas enquanto o coração não seguia junto, e enquanto o ato exertior NÃO o resultado da poderosa obra interior do Santo [Espírito], e a feliz entrada em nossa comunhão com o Pai e com o Filho.

Tudo o que é uma mera forma, um mero hábito... deve ser extremamente temido... coisas não devem resultar do exterior, mas do interior. Os tipos de roupas que eu visto, o tipo de casa em que eu vivo, a qualidade dos móveis que eu uso – todas as coisas deste tipo não devem ser resultado de outra pessoa fazendo isto ou aquilo, ou porque é um costume entre os irmãos com os quais eu me associo para viver de maneira tão simples, inexpressiva, abnegada; mas seja o que for feito nestas coisas, na forma de abrir mão, ou de auto-negação, ou morte para o mundo, devem resultar da alegria que nós temos em Deus, do conhecimento do nós sermos filhos de Deus, da entrada na preciosidade da nossa futura herança.[1]

Esteja certo de que as suas convicções brotem da liberdade, ao invés da escravidão as regras e tradições criadas pelos homens (Gálatas 5:1).

Conselhos práticos para a disciplina dos limites pessoais e convicções

1. Conheça as suas fraquezas e tendências.

2. Busque o conselho de outros Cristãos fiéis.

3. Não forme limites e convicções precipitadamente ou sem pensar.

4. Não faça votos tolos que você não pode manter.

5. Seja motivado pelo amor.

6. Perceba que algumas convicções irão mudar com o passar do tempo enquanto você se desenvolve em força e maturidade espiritual. Apenas a Palavra de Deus é permanente!

O profeta Daniel é um belo exemplo de um homem que, nos seus primeiros dias de cativeiro na Babilônia, estabeleceu alguns costumes pessoais: “Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém e ali fez o que costumava fazer: três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus” (Daniel 6:10, ênfase adicionada).

Abrir as janelas em direção a Jerusalém? Se ajoelhar três vezes ao dia? Estes costumes não foram ordenados nas escrituras, mas Daniel os estabeleceu porque ele queria preservar a sua afeição por Deus, pelo povo de Deus, e pela cidade de Deus. Daniel foi além da lei, ao amor. É por isso que Deus o usou tão poderosamente.

Para ser formado à imagem de Cristo, nós devemos focar nas disciplinas pessoais. Nós devemos fazer das nossas mentes e corpos nossos servos. Eu ouvi um dos meus filhos dizer um dia (quando eu dei a eles alguns trabalhos desagradaveis para fazer), “Eu gostaria de ter um servo!” Eu disse a eles que se eles fizessem de si mesmos os seus servos, eles sempre teriam um!

Quais das disciplinas pessoais discutidas nas últimas duas lições você achou mais útil? Porque? Reserve cinco minutos para refletir em algumas mudanças que você precisa fazer. Compartilhe uma ou duas com o seu grupo se você quiser.

(1) Faça o teste baseado no material desta lição.

(2) Passe pelo menos trinta minutos esta semana revisando esta lição, incluindo as escrituras nas referências, pedindo ao Espírito Santo por discernimento.

(3) Registre no seu diário qualquer mudanças específicas que devem ser feitas em sua vida, como o Senhor revela-las para você.

(4) Medite em pelos um Salmo no seu tempo de devocional diário, e registre no seu diário o que o salmista disse sobre a natureza e caráter de Deus.

(5) Registre no seu diário uma oração pessoal para transformação pessoal e crescimento baseado nesta lição.

(6) Pratique usando o Guia de Oração Diária do Dr. Brown em sua oração diária privada.

(1) Quais são as seis disciplinas pessoais que nós aprendemos nas Lições 11 e 12?

(2) Liste três motivos para o domínio do apetite ser vital para a formação espiritual.

(3) O que Provérbios 16:32 fala sobre a pessoa que é tardia em se irritar?

(4) O que o estadista missionário William Carey diz que foi o segredo do seu sucesso?

(5) Compartilhe em suas próprias palavras o bom conselho de George Mueller relacionado as convicções pessoais.