Lesson 10: Pregação Ungida pelo Espírito

Ao final desta lição, o aluno deverá:

(1) Apreciar a importância da unção do Espírito na pregação.

(2) Saber a importância da preparação pessoal para a pregação.

(3) Compreender o papel do Espírito Santo na preparação do pregador e do ouvinte.

(4) Estar disposto a pagar o preço pela unção no ministério.

Neste curso estudamos a arte da comunicação.[1] Aprendemos a preparar sermões, técnicas para o ensino eficaz e para as relações humanas e habilidades de comunicação transcultural e melhor escuta. Todas essas técnicas são importantes para o obreiro cristão. Como ministros, professores e líderes cristãos, devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para comunicar eficazmente.

No entanto, depois de termos feito tudo o que podemos fazer, confiamos no Espírito Santo para a unção espiritual. Nesta lição final, estudaremos o papel do Espírito Santo na pregação. Vamos nos concentrar na pregação, mas esses princípios se aplicam ao ensino e a outros tipos de comunicação cristã.

[1]Como ministro, você tem muitas responsabilidades diferentes, mas nenhuma é mais importante do que seu chamado para pregar. Através da pregação, Deus fala com as pessoas que Ele colocou sob seus cuidados. Porque o ministério da pregação é tão importante, Satanás fará tudo o que puder para distraí-lo de uma preparação eficaz. Se você quer ser eficaz no cumprimento de seu chamado para pregar, você deve investir tempo em uma preparação adequada. A preparação do pregador é ainda mais importante do que a preparação do sermão.

O Pregador Deve se Preparar Através da Oração em Privado

Para a pregação e o ensino eficazes, devemos entender que antes de falar em público com as pessoas, devemos conversar em particular com Deus. O poder na pregação vem através da unção do Espírito de Deus. Nossa preparação para a pregação deve incluir tempo com Deus.

Jesus é o grande exemplo dessa verdade. Os evangelhos relatam que Jesus passou repetidamente noites em oração. Antes de uma decisão importante, Jesus passava a noite em oração.[2] Se o Filho de Deus sem pecado, que vivia em comunhão com seu Pai, confiava na oração, quanto mais nós precisamos da oração para sermos eficazes no ministério!

Por meio da oração, “vestimos toda a armadura de Deus”.[3] Por meio da oração, somos equipados para um ministério eficaz. Nossa preparação para o ministério deve incluir oração fervorosa.

O Pregador Deve se Preparar Através da Integridade Pessoal

► Leia 1 Timóteo 6. O que esse capítulo ensina sobre o caráter do pastor?

Deus não unge programas ou planos: Ele unge pessoas. Ao longo das Escrituras, vemos que a unção de Deus recai sobre aqueles cujo coração está preparado para o serviço. Ageu falou a pessoas que estavam tentando fazer a obra de Deus, mas que não estavam vivendo em obediência à lei de Deus. Deus disse: “Tudo o que me oferecem é impuro”.[4] A pregação ungida pelo Espírito vem por meio de pregadores que se recusam a comprometer sua integridade.

O ministério de muitos pregadores terminou em escândalo pela perda da integridade pessoal. Escândalos financeiros e sexuais acabaram com o ministério de pastores e evangelistas conhecidos. Outros ministros e líderes evitaram escândalos públicos, mas foram ineficazes no ministério por causa de pecados ocultos.

Paulo escreveu a Timóteo, um jovem pastor em Éfeso. Ele disse a Timóteo que, como ministro, ele deveria manter a integridade pessoal. O desafio de Paulo a Timóteo mostra o tipo de pessoa que devemos ser para sermos eficazes no ministério.

Paulo disse a Timóteo sobre coisas das quais ele deveria fugir:

• Ensino falso
• Vaidade
• Controvérsias e brigas
• O amor ao dinheiro

Devemos fugir dos pecados e distrações que atrapalham o ministério. O Espírito não unge pregadores infiéis à verdade, motivados pelo orgulho pessoal, briguentos e apaixonados pelo dinheiro. É possível alcançar o sucesso aos olhos das pessoas mantendo esses pecados? Sim. É possível ter a unção do Espírito Santo mantendo esses pecados? Não!

Paulo disse a Timóteo que ele deveria buscar:

• Justiça
• Piedade
• Fé
• Amor
• Perseverança
• Mansidão

Devemos seguir as qualidades internas que nos equipam para o ministério. Observe que as qualidades listadas por Paulo não são primariamente externas: são qualidades do coração. Um dos desafios para a integridade pessoal do ministro é que tendemos a nos concentrar na aparência externa em vez de nas qualidades internas. “O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração.”[5] Se desejamos a unção do Espírito, devemos desenvolver um coração que Deus possa abençoar.

Paulo disse a Timóteo que ele deveria lutar pela fé.

Paulo lembrou os coríntios da importância do evangelho. É o evangelho que nos traz a salvação.

“Irmãos, quero lembrar-lhes o evangelho que lhes preguei, o qual vocês receberam e no qual estão firmes. Por meio deste evangelho vocês são salvos, desde que se apeguem firmemente à palavra que lhes preguei; caso contrário, vocês têm crido em vão.”[6]

Judas chamou os pregadores para “batalhar pela fé de uma vez confiada aos santos”.[7] O ministro nunca deve permitir que outras questões substituam a centralidade do evangelho em sua pregação. Sejam questões políticas, questões sociais ou controvérsias doutrinárias, Satanás se deleita em desviar os ministros do foco na mensagem do evangelho. Como ministro, você deve lutar pela fé. O evangelho deve estar no centro de sua pregação.

Como pregadores, devemos fazer o nosso melhor para nos prepararmos para o ministério. No entanto, em última análise, confiamos na unção do Espírito Santo para haver poder na pregação.

O Espírito Santo Ilumina a Mente do Pregador

► Leia os versículos a seguir. O que eles nos ensinam sobre nossa compreensão das Escrituras? Salmos 119:18, 33; Efésios 1:16-18; 1 Coríntios 2:9-16.

O Espírito Santo nos ilumina ao abrir o nosso entendimento. Isso é mais do que resultados de nosso estudo do texto: é uma obra divina. A iluminação do Espírito Santo não substitui a necessidade de um estudo cuidadoso, mas vai além do que podemos encontrar apenas através do estudo. Todo pregador deve orar por essa iluminação!

O Espírito Santo Dá Poder à Mensagem do Pregador

Assim como Jesus demonstrou a importância da oração na preparação para a pregação, Ele demonstrou a importância do Espírito Santo no ministério. Em seu primeiro sermão, Jesus disse:

O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres.[1]

Jesus sabia que a chave para a eficácia no ministério era a unção do Espírito Santo.

Jesus enviou Seus discípulos para pregar o evangelho ao redor do mundo. No entanto, antes de estarem prontos para pregar, eles deveriam ter a unção do Espírito Santo. Jesus não enviaria Suas testemunhas ao mundo até que fossem capacitadas pelo Espírito Santo.

Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra.[2]

É somente pelo discernimento do Espírito que interpretamos as Escrituras corretamente. Portanto, é somente pelo poder do Espírito que nossa pregação ou ensino atinge o coração de nossos ouvintes. É por meio do Espírito que a Palavra de Deus penetra “até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração”.[3]

Jesus deu a Seus discípulos uma promessa maravilhosa. Preparando-os para testemunhar a audiências hostis, Jesus prometeu: “Pois não serão vocês que estarão falando, mas o Espírito do Pai de vocês falará por intermédio de vocês”.[4] Isso não significa que o estudo e a preparação não sejam importantes. Jesus não estava nos dizendo para evitar o estudo, mas estava nos assegurando que falamos no poder do Espírito Santo.

Paulo testificou desse poder quando disse: “Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito”.[5] Paulo estudou diligentemente. Paulo era um estudioso brilhante, mas sabia que o poder supremo na pregação vem do Espírito, não do esforço humano.

Para sermos professores e pregadores eficazes da Palavra de Deus, devemos estudar para entender o texto. Devemos orar para sermos ungidos com o Espírito de Deus. Então, poderemos confiar que Deus falará através de nós para levar Sua palavra ao seu povo. Isto dará verdadeiro poder à pregação.

Deus não apenas prepara o pregador, Ele prepara o público para receber a verdade. Embora o pregador deva se preparar para a ministração, podemos nos regozijar que o Espírito Santo prepara o ouvinte para a ministração. Quando pregamos ou ensinamos, não estamos sozinhos.

Paulo lembrou aos tessalonicenses que o impacto de sua pregação não se baseava em sua própria eloquência, mas no poder do Espírito Santo. “Porque o nosso evangelho não chegou a vocês somente em palavra, mas também em poder, no Espírito Santo e em plena convicção.”[1] O Espírito Santo tomou as palavras do apóstolo e as aplicou no coração dos tessalonicenses com poder e convicção.

Até que o Espírito empodere a pregação, os ouvintes podem dar um consentimento mental enquanto seus corações permanecem intocados. É o Espírito que convence os ouvintes de sua necessidade e atrai uma resposta profunda.

Essa verdade deve ser um grande encorajamento para cada um de nós que pregamos. Não confiamos em nossa própria eloquência e habilidade; pregamos no poder do Espírito Santo.

Em julho de 1741, Jonathan Edwards pregou um sermão intitulado “Pecadores nas mãos de um Deus irado” em uma igreja em Enfield, Connecticut. Isso aconteceu durante o Grande Avivamento, um dos mais intensos derramamentos do Espírito de Deus na história americana. O fogo de Deus estava caindo em todas as colônias.

Edwards havia pregado o mesmo sermão para sua própria congregação com pouco efeito, mas sentiu que Deus o estava conduzindo a pregar o sermão em Enfield. Edwards não era um pregador impressionante. Ele lia seus sermões com uma voz calma. Ele não falava alto nem usava qualquer demonstração dramática. Nada no estilo de pregação de Edwards inspiraria uma grande resposta.

No entanto, naquele dia, o Espírito de Deus se moveu entre a congregação. Uma testemunha ocular escreveu: “Antes que o sermão terminasse, um grande gemido e clamor ecoou por toda a casa... As pessoas gritavam: 'O que devo fazer para ser salvo?' 'Ó, eu vou para o inferno!', ‘O que devo fazer por Cristo?” e assim por diante. O ministro foi forçado a parar de pregar quando o poder surpreendente de Deus foi visto”.

Edwards havia se preparado no estudo, ele havia se preparado em oração, ele havia mantido a integridade pessoal. Tudo isso era importante, mas o poder supremo vinha do Espírito Santo.

[1]Se a unção do Espírito Santo é tão importante, por que tantos pregadores se contentam com menos? Talvez, uma razão seja que não estamos dispostos a pagar o preço da unção.

Vimos que a unção do Espírito custará oração. E.M. Bounds escreveu: “Oração, muita oração, é o preço da unção na pregação”.[2]

Vimos que a unção do Espírito requer integridade. Deus não derrama Seu Espírito sobre aqueles que se recusam a obedecê-Lo.

A unção do Espírito requer uma dependência humilde e contínua em Deus. Se sentimos que somos capazes de pregar em nosso próprio poder, Deus nos permitirá assim fazer. Se estivermos pregando para nossa própria glória, não teremos a unção do Espírito. Deus disse: “Não darei minha glória a nenhum outro”.[3] Nossa motivação para buscar a unção de Deus deve ser a glória de Deus, não a nossa.

(1) Você fará um teste com base nesta lição. Estude as perguntas do teste cuidadosamente na preparação.

(2) Usando os princípios que você aprendeu durante este curso, pregue um sermão de 15 a 20 minutos em aula. Cada membro da classe preencherá um formulário de avaliação encontrado no final deste livro do curso. Ao comparar as avaliações de seus colegas sobre esse sermão com as avaliações de seus sermões anteriores, você poderá avaliar sua evolução em sua capacidade de se comunicar de forma eficaz.

(1) Para a pregação ungida, o pregador deve se preparar por meio da _______________ ____________________ e da __________________ _______________.

(2) Paulo disse a Timóteo que ele deveria lutar pela ___________.

(3) O Espírito Santo dá ___________________ à mente do pregador e ______________ à mensagem do pregador.

(4) Defina iluminação.

(5) De acordo com E.M. Bounds, qual é o preço da unção na pregação? _____________________________________