Lesson 13: Adaptando Métodos de Evangelismo

► De que formas você pensa que o trabalho de evangelismo é diferente hoje em relação à época do Novo Testamento?

► De que formas você pensa que o evangelismo no seu país hoje difere de quando os primeiros missionários chegaram?

John Wycliffe foi um pastor na Inglaterra. Ele viveu entre 1324 e 1384. Naquele tempo, a Bíblia não estava disponível no idioma do povo. As pessoas dependiam do que a Igreja Católica Romana ensinava. A maioria das pessoas não conhecia o evangelho. Mesmo muitos padres católicos não conheciam bem a Bíblia. Padres viajavam pelo país fazendo ritos religiosos e pedindo dinheiro. A maioria das pessoas era controlada por padres que não pregavam o evangelho. Wycliffe e seus ajudantes traduziram a Bíblia para o inglês. Impressões à máquina ainda não eram disponibilizadas, então eles copiaram as Escrituras à mão. Eles viajavam em dupla e ensinavam a Bíblia para grupos em todos os lugares. As pessoas os chamavam de “padres pobres”, porque eles não pediam dinheiro.

Métodos de evangelismo devem ser adaptados às condições da sociedade. Wycliffe e seus ajudantes realizaram a parte básica do evangelismo; eles levaram a mensagem da Bíblia diretamente às pessoas.

John Wesley viveu na Inglaterra entre 1703 e 1791.[1] Naquele tempo, a Igreja Anglicana tinha se tornado a igreja dos ricos. Eles eram ritualísticos e não ensinavam um evangelho puro. A maioria dos pobres da nação não eram bem-vindos nas igrejas e não conheciam o evangelho. Wesley era um sacerdote anglicano, mas ele queria levar o evangelho para as pessoas. Em uma manhã, ele foi a um campo onde muitos mineradores de carvão estavam passando no caminho do trabalho. Ele pregou, e muitos pararam para escutar. Depois disso, ele pregou ao ar livre quase todos os dias pelo resto de sua vida. Milhares de pessoas se converteram através de seu ministério.

► Qual missionário é lembrado por ser um dos primeiros a levar o evangelho a sua região?

Em 2003, um homem estava viajando em Londres com sua família e parou em um parque para descansar. Ele viu uma mulher parada em frente a uma colina no parque. Ela tinha uma Bíblia e estava falando. Ele foi para mais perto e pôde ouvi-la falar sobre algo religioso. Ele percebeu que ela tinha uma amiga por perto, então perguntou à amiga o que estava acontecendo. A amiga disse: “Somos parte de um grupo que continua a tradição de pregar ao ar livro, assim como Wesley fez. Ocasionalmente, vamos a um lugar público pregar”. Porém, o homem observou que a mulher estava em um lugar onde poucas pessoas passavam, não muitos podiam ouvi-la e o seu estilo não era efetivo para atrair a atenção das pessoas. Ela tentava continuar a tradição, mas tinha perdido tudo que originalmente fez o método ser efetivo.

Métodos devem ser adaptados às circunstâncias. Às vezes, pessoas presumem que há apenas uma forma de evangelizar e continuam usando um método que não é mais eficiente. Às vezes, pensam que um método que foi eficiente em um lugar será eficiente em todos os outros, mas isso não é verdade.

Em muitos lugares, a igreja evangelizou indo de casa em casa e batendo à porta de pessoas que ainda não conheciam. Esse método resultou em muitas conversões, mas não seria eficiente em todos os lugares.

Algumas igrejas compraram ônibus para levar pessoas à igreja. No domingo de manhã, eles dirigem pela vizinha e juntam pessoas. Muitas pessoas se converteram através do “ministério do ônibus”, mas esse método não funcionaria em todos os lugares.

Muitas igrejas evangelizaram através da pregação do evangelho para um público que vai a um templo no domingo. Eles convidam a irem ao altar, se ajoelharem e orarem para serem salvos. Milhares de pessoas se converteram por esse método, mas a maioria dos incrédulos não vão à igreja. Muitos não ouvirão o evangelho, a não ser que alguém compartilhe individualmente com eles em uma conversa.

O Apóstolo Paulo foi um modelo de adaptação de métodos evangelísticos. Ele poderia falar nas sinagogas judaicas porque ele era um rabino judeu qualificado, e explicou aos judeus que Jesus é o Messias. Ele também falou em lugares onde pessoas se reuniam para apresentar ideias filosóficas. Algumas vezes, ele falou em mercados. Frequentemente, falou para grupos em casas.

Pessoas usaram diferentes maneiras para começar uma conversa sobre o evangelho. Algumas igrejas usaram questionários. Elas vão pela comunidade e perguntam: “O que você pensa que a igreja deveria estar fazendo na comunidade? Qual é a crença mais importante no cristianismo? Como você explicaria o que é um cristão? Como uma pessoa se torna cristã?” Depois de pacientemente ouvir a opinião da pessoa, o cristão pode perguntar: “Posso lhe contar o que nós cremos que um cristão é, segundo a Bíblia?”

Às vezes, evangelistas atraem a atenção em um espaço público por meio de figuras ou diagramas que ilustram o evangelho. Outros fazem desenhos usando giz. Alguns evangelistas colocam imagens coloridas em um quadro enquanto contam uma história.[1]

Algumas igrejas oferecem um seminário sobre um assunto prático relevante para as pessoas nas suas comunidades. O assunto pode ser casamento, educação dos filhos, princípios para empresas, saúde ou treinamento para algum tipo de trabalho. A igreja está fazendo algo bom quando serve nas necessidades da comunidade. A igreja tem a responsabilidade de mostrar como a verdade bíblica se aplica na vida cotidiana. O seminário pode não apresentar o evangelho diretamente, mas ensina a verdade bíblica e desenvolve um relacionamento entre a igreja e a vizinhança.

Algumas igrejas organizaram tendas de oração em espaços públicos por onde muitas pessoas passavam. Colocam-se placas que dizem “Tenda de Oração” e se oferecem para orar com aqueles que passam por ali. Perguntam: “Você tem alguma necessidade pela qual gostaria que eu orasse?”. Mostra-se preocupação pelas necessidades sem começar discussões. Frequentemente, existe a oportunidade para compartilhar o evangelho.[2]

O elemento essencial e básico de um método de evangelismo é apresentar o evangelho de forma clara para as pessoas que precisam escutar. Uma vez que Deus dá poder a sua Palavra, e o Espírito Santo convence àqueles que ouvem, um método evangelístico será mais eficiente se comunicar o evangelho clara e diretamente.

O desafio da igreja em todos os lugares e todos os tempos é encontrar uma forma de atrair a atenção das pessoas e comunicar o evangelho na sociedade.

► De que formas as igrejas na sua cidade atraem a atenção das pessoas? Esses métodos comunicam o evangelho?

A forma mais eficaz de evangelismo é quando uma pessoa explica o evangelho diretamente a outra pessoa que a conhece e confia nela.

Um cristão deveria ser mais eficiente quando testemunha a amigos e conhecidos, pois eles viram o exemplo de sua vida. Se o seu exemplo é bom, será mais provável que respeitem seu testemunho. É importante que um cristão mostre sua fé, para que as pessoas sempre saibam que ele é um cristão. Ele não deve se envergonhar de ser visto lendo a Bíblia ou orando. Aqueles que o conhecem não devem se surpreender ao descobrirem que ele é cristão.

Um cristão pode ser respeitado por seu exemplo na escola ou trabalho, mesmo por pessoas que não gostam do cristianismo. Até mesmo pessoas que o perseguem irão respeitar seu exemplo, se ele for consistente em suas ações e atitudes. Algumas pessoas irão até ele pedir oração e conselho.

Alguns pensam que devem conhecer a pessoa por um tempo antes de testemunhar a ela. Tentam criar uma amizade antes de falar sobre Deus. É verdade que é mais provável que uma pessoa escute um amigo. Entretanto, é possível demonstrar preocupação sincera e interesse por alguém imediatamente. Se não aprendermos como compartilhar o evangelho com pessoas que encontramos, perderemos muitas oportunidades de sermos eficazes. A lição anterior, “Abrindo Portas”, dá métodos para começar conversas com o objetivo de evangelizar.

Um homem disse: “Qualquer momento que estou com alguém por alguns minutos, uso isso como um encontro arranjado por Deus”. Ele quis dizer que ele crê que Deus dá encontros para serem usados para o evangelho.

Existe algo que você pode fazer para propagar o evangelho que o Apóstolo Paulo não podia fazer.

Temos um método para espalhar o evangelho que não esteve disponível à igreja por muitos séculos: informações podem ser impressas em papel por meio de máquinas.

► De que forma o ministério seria diferente sem a disponibilidade do uso de material impresso?

Tente imaginar o ministério nos tempos anteriores à impressão. Cada cópia de um livro exigia dias de trabalho de uma pessoa instruída, uma vez que deveria ser escrito à mão. Você pode pensar que livros são caros agora, mas imagine pagar por um livro o mesmo preço que você pagaria para contratar um profissional habilidoso por dez dias de trabalho.

Quase ninguém tinha a sua própria cópia das Escrituras. Até mesmo o pastor poderia não ter a Bíblia completa. Imagine se você não tivesse a possibilidade de ler a Bíblia em casa.

O treinamento de pastores era feito majoritariamente na fala, e eles tinham que tentar lembrar aquilo que ouviam. Não havia como enviar materiais impressos de treinamento para outros lugares. Sem as impressões, nada poderia ser escrito e distribuído em grande quantidade.

► De que forma os materiais impressos ajudam na propagação do evangelho?

Folhetos são pequenos artigos impressos que, normalmente, apresentam o evangelho. Cristãos podem entregar para as pessoas que eles encontram. Também podem ser entregues em grande número em um espaço público. Podem ser deixados em locais onde as pessoas os lerão.

Se uma pessoa não tem o costume de evangelizar desconhecidos, dar folhetos é uma boa maneira de começar.

Um folheto deve ser colorido com um título interessante. Ao distribuir folhetos às pessoas na rua ou em outro espaço público, sorria e cumprimente. Você poderia dizer: “Olá, você já recebeu algum destes?” Isso os deixa curiosos para ver o que é.

Pode parecer que a maioria das pessoas não está interessada nos folhetos que você entrega. Muitos jogam no lixo sem ler antes. Porém, existem bons resultados também. Pessoas já se converteram por causa da mensagem do folheto. Normalmente, você não saberá os resultados dos folhetos entregues.

[1]Às vezes, as pessoas se preocupam com algumas necessidades práticas da vida. Elas não têm comida suficiente ou abrigos adequados ou cuidados médicos. Elas sentem que essas necessidades são mais urgentes do que a sua necessidade espiritual. A igreja pode responder a essas necessidades práticas como uma forma de compartilhar o evangelho. Um problema provável é que a atenção da igreja poderá se direcionar às necessidades terrenas no lugar das espirituais, assim como é o foco dos ímpios.

A igreja deve responder as necessidades práticas, mas deve manter certas práticas que enfatizam a prioridade espiritual.

1. Deve-se explicar que se está compartilhando o amor de Deus quando servimos nas necessidades.

2. Deve-se trabalhar em união como uma família da fé, em vez de se tornar uma instituição distinta da igreja.

3. Deve-se convidar pessoas para se comprometerem com a comunhão da igreja, onde pessoas cuidam umas das outras.

4. Deve-se falar do evangelho e ensinar que a vida eterna e as bençãos vêm de conhecer a Deus.

Muitos ministérios oferecem programas que ajudam nas necessidades materiais. Eles servem nas necessidades das comunidades, naquilo que os seus recursos permitem. O objetivo é criar oportunidades evangelísticas. Pensa-se que ajudar pessoas de forma prática criará amizades e atrairá a atenção para o evangelho. A fórmula é: o programa, depois o relacionamento, depois o evangelho.

Existem muitas maneiras pelas quais um programa pode dar errado. Assistencialismo nem sempre cria um relacionamento, exceto o de doador/recipiente. Algumas vezes, o evangelho pode ser separado do das coisas que são dadas, e as pessoas podem receber a ajuda sem se interessarem pelo evangelho. Mesmo as pessoas que trabalham no programa se tornam ocupadas em prover ajuda e não compartilham o evangelho.

A fórmula deve ser inversa. A igreja deve enfatizar o evangelho como seu primeiro contato com todos.

Quando uma igreja apresenta o evangelho ao mundo, ela deve ser fiel em incluir uma descrição de uma nova vida na igreja. Salvação não é apenas uma decisão individual e pessoal que deixa a pessoa sozinha em uma nova vida desconhecida. Pecadores, normalmente, não aceitaram o evangelho, a não ser que sejam atraídos a uma comunidade de fé que apresenta o evangelho.

No ministério de Jesus e dos apóstolos, vemos que o evangelho é a “boa-nova” do reino de Deus. É a mensagem que o pecador pode ser perdoado e começar um relacionamento com Deus. Ele é liberto do poder do pecado e torna-se uma nova criatura. Ele entra na família de fé onde seus irmãos e irmãs espirituais o encoraja e o ajuda em suas necessidades.

A igreja deve ter como missão primária a comunicação do evangelho. A igreja deve trabalhar nisso constantemente. Todos devem saber que o objetivo do trabalho da igreja é salvar almas. Depois, a igreja atrai determinadas pessoas. Atrai aqueles que estão interessados no evangelho. Essas pessoas começam um relacionamento com a igreja, portanto, o ministério do evangelismo cria um relacionamento.

Depois, a igreja ajuda as pessoas que têm um relacionamento com a igreja. Talvez, nem todas essas pessoas sejam salvas, mas estão em um relacionamento com a igreja e são atraídas pelo ministério evangelístico da igreja.

Portanto, a fórmula inversa é: evangelho, depois relacionamento, e então ajuda (não um programa). A igreja não deveria ser apenas uma organização oferecendo programas de assistência. Em vez disso, a igreja é um grupo de pessoas que ajudam aqueles que têm um relacionamento com ela. Se apenas começam programas, as pessoas vão querer os programas sem o relacionamento.

(1) Observe os métodos de evangelismo que estão sendo usadas pelas igrejas na sua região. Esses métodos conseguiram atrair a atenção das pessoas fora da igreja? Eles comunicam o evangelho de forma clara? Escreva 2-3 páginas sobre suas observações.

(2) Distribua 100 folhetos no mínimo. Escreva algumas frases descrevendo a sua experiência.