Pedro: A Pedra de Tropeço que se Tornou uma Pequena Pedra
[1]Jesus perguntou aos Seus discípulos: “Quem vocês dizem que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus respondeu: “Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus. E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la” (Mateus 16:15-18). Esse foi um dos dias mais brilhantes da vida de Pedro.
Pouco tempo depois, Jesus contou a Seus discípulos que Ele morreria em Jerusalém. Quando Pedro o repreendeu, Jesus respondeu: “Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim” (Mateus 16:23). Primeiro Jesus chama Pedro de “pequena pedra”; agora Ele o chama de “pedra de tropeço”. Esse foi um dia ruim na vida de Pedro.
A história de Pedro fica pior na noite da prisão de Jesus. Depois de prometer que nunca abandonaria o Mestre, Pedro negou Jesus e fugiu com medo. A “pequena pedra” falhou na hora do teste.
Depois dessa falha, uma pessoa lendo os evangelhos pode presumir que Pedro nunca teria um papel na igreja. Para a nossa surpresa, Pedro se torna um líder na igreja primitiva. O que trouxe essa mudança dramática? A resposta é o Pentecostes.
Depois de Sua ressureição, Jesus prometeu aos discípulos: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1:8). Essa promessa é cumprida em Atos 2. Os discípulos estão cheios do Espírito Santo e começam a pregar. Pelo poder do Espírito, 3.000 pessoas se converteram.
Pedro foi transformado no Pentecostes. A “pedra de tropeço” se tornou uma “pequena pedra” que liderou a igreja em seus cruciais primeiros dias. Simão Pedro evangelizou no Império Romano, escreveu duas cartas do Novo Testamento e, posteriormente, foi crucificado por causa de sua fé.
O que trouxe essa mudança? Através do poder transformador do Espírito Santo, um pescador galileu se tornou um líder da igreja do primeiro século. Pedro aprendeu que ser santo significa viver cheio do Espírito Santo.
► Peça aos membros da classe para testemunharem sobre a transformação que o Espírito Santo fez em suas vidas. Como o Espírito Santo está dando poder a você para o ministério, para vencer o pecado e ter alegria na vida cristã?
[1]Uma Oração por Santidade
“Sopra em mim, Espírito Santo,
Para que eu possa pensar no que é santo.
Mova-me, Espírito Santo,
Para que eu possa fazer o que é santo.
Atrai-me, Espírito Santo,
Para que eu possa amar o que é santo.
Fortalece-me, Espírito Santo,
Para que possa guardar o que é santo.
Guarda-me, Espírito Santo,
Para que eu possa manter o que é santo.”
- Agostinho de Hipona
O Espírito Santo e o Pentecostes
Pedro não foi o único discípulo transformado no Pentecostes. Todos os discípulos foram transformados pelo Espírito Santo. O incrédulo Tomé se tornou um missionário fiel. Um “Filho do Trovão” se tornou “Apóstolo do Amor”. Os seguidores de Jesus foram transformados de discípulos temerosos em uma força poderosa para o evangelho. Atos mostra o impacto do Espírito Santo naqueles primeiros crentes. A igreja primitiva era efetiva, não por causa dos dons extraordinários dos apóstolos, mas por causa do extraordinário poder do Espírito Santo. Os discípulos aprenderam que uma vida santa é vivida na plenitude do Espírito.
O Prometido Espírito Santo
Certamente, esta foi uma das coisas mais surpreendentes que os discípulos ouviram Jesus dizer: “Mas eu lhes afirmo que é para o bem de vocês que eu vou” (João 16:7). Esses discípulos tinham deixado tudo para seguir a Jesus. Imagine a surpresa deles quando Jesus disse: “Se eu não for, o Conselheiro não virá para vocês; mas se eu for, eu o enviarei”.
Na última ceia, Jesus explicou como o Espírito ministraria aos crentes. O Espírito Santo irá:
Ser um Conselheiro (João 14:16-17).
Ser um Ensinador (João 14:26).
Testemunhar sobre o Filho (João 15:26).
Convencer o mundo (João 16:7-11).
Revelar toda a verdade (16:13-15).
Depois da ressureição, Jesus repetiu a Sua promessa de enviar o Espírito Santo:
Certa ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: "Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei. Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo..., mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (Atos 1:4-8).
O ministério terreno de Jesus não terminou na cruz, no sepulcro vazio nem na ascensão. O ministério de Jesus se cumpriu no Pentecostes. Uma marca do ministério de Jesus é que Ele “os batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lucas 3:16). O dom do Espírito Santo era a finalização do ministério terreno de Jesus.
O Espírito Santo Recebido
Em Atos, o Espírito Santo empoderou a igreja para o ministério. No Pentecostes, a promessa de um conselheiro foi cumprida. Depois do Pentecostes, o Espírito Santo esteve continuamente presente na igreja. Os sinais que acompanharam a vinda do Espírito demonstravam Seu ministério aos crentes.
Primeiro: “De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte” (Atos 2:2). Isso indica o poder do Espírito chegando. Em Atos, nós vemos o poder do Espírito Santo trabalhando através dos crentes. Depois do Pentecostes, a igreja serviu com um novo poder e com efetividade. O Espírito Santo estava sendo ativo no mundo antes do Pentecostes.[1] Porém, depois do Pentecostes, o poder do Espírito estava presente constantemente no ministério da igreja.
Segundo: “Viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles” (Atos 2:3). Nas Escrituras, frequentemente o fogo representa pureza. Uma marca do Espírito Santo era um coração puro. Pedro testificou ao Conselho de Jerusalém sobre a obra de Deus entre os gentios:
Deus, que conhece os corações, demonstrou que os aceitou, dando-lhes o Espírito Santo, como antes nos tinha concedido. Ele não fez distinção alguma entre nós e eles, visto que purificou os seus corações pela fé (Atos 15:8-9).
Terceiro, aqueles que estavam no cenáculo “começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava” (Atos 2:4). Isso equipou os discípulos a testemunharem às outras nações. Através do poder do Espírito Santo, os discípulos cumpririam a grande comissão de Cristo. Em Babel, Deus julgou o pecado confundindo as línguas das pessoas. No Pentecostes, Deus permitiu que cada ouvinte escutasse o evangelho “em sua própria língua”. No Pentecostes, Deus começou a reverter os efeitos divisores do pecado. As línguas no Pentecostes representam a promessa de Deus de que o evangelho alcançaria todas as nações e todos os povos pelo poder do Espírito Santo trabalhando através da igreja.
No Pentecostes, os discípulos finalmente entenderam o que Jesus quis dizer quando Ele disse “que é para o bem de vocês que eu vou.” O Espírito Santo não é um “segundo melhor” substituto de Jesus Cristo. Enquanto Jesus encarnado poderia estar presente apenas em um lugar, o Espírito Santo poderia estar presente em todos os lugares. O Espírito Santo empoderou os discípulos para cumprirem a grande comissão de Jesus. O Espírito Santo deu poder aos cristãos para viverem vidas santas que testificariam a todo mundo.
[1]Exemplos da obra do Espírito Santo no Antigo Testamento incluem: Gênesis 1:2; Gênesis 6:3 (ARC); Êxodo 31:3; Números 11:25-29; Juízes 3:10; 6:34; 13:25; 1 Samuel 10:6-10; 2 Crônicas 28:12; Neemias 9:20; Isaías 63:10-14; Zacarias 4:6-9
Santidade na Igreja Primitiva: Vida na Plenitude do Espírito
Atos mostra a obra do Espírito Santo na vida de cada crente. Por causa do Espírito Santo, os cristãos tinham poder para testemunhar, (Atos 1:8). coragem diante da oposição, (Atos 4:31) vitória sobre o pecado consciente (Romanos 8:2) e dons espirituais para o ministério (Atos 2:17-18; 1 Coríntios 12:7-11). Os primeiros crentes eram santos porque eles viviam na plenitude do Espírito Santo.
Atos mostra a igreja primitiva cumprindo o chamado de Jesus para fazer discípulos de todas as nações, o chamado para “ser perfeito como é perfeito o Pai celestial de vocês” e a promessa de que “fará coisas ainda maiores do que esta”. Isso foi feito no poder do Espírito Santo. O livro de Atos mostra o resultado da presença do Espírito Santo na vida desses primeiros crentes.
Poder para o Ministério
Assim como Jesus estava “cheio do Espírito Santo” quando encontrou Satanás, (Lucas 4:1) Pedro estava “cheio do Espírito Santo” quando encontrou as autoridades judaicas. (Atos 4:8) Lucas descreve a vida de Pedro com a mesma frase que usou para descrever a vida de Jesus. A obra do Espírito vista na vida terrena de Jesus Cristo era agora um privilégio de todos os crentes.
No dia de Pentecostes, mais crentes foram acrescentados à igreja do que durante todo o ministério terreno de Jesus Cristo. Através do Espírito Santo, os discípulos ministraram com poder e autoridade. Curas milagrosas demonstraram o poder de Deus a um mundo incrédulo. As pessoas estavam “perplexas e admiradas” e “maravilhadas” (Atos 3:10-11). Quando os apóstolos ministravam na plenitude do Espírito Santo, o ministério deles era marcado pelo poder divino. Através do poder do Espírito Santo, os apóstolos poderiam cumprir a comissão de Jesus de “fazer discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19).
Ousadia Espiritual
Os Apóstolos eram Ousados em Proclamar o Evangelho
O poder transformador do Espírito Santo é evidente em Atos. Discípulos que apenas poucos meses antes tinham fugido da cena da prisão de Jesus, agora pregavam com ousadia.
[1]Pouco depois do Pentecostes, os líderes religiosos prenderam Pedro e João. Apenas algumas semanas antes, Pedro tinha negado Cristo. Agora, “Pedro, cheio do Espírito Santo” pregava ousadamente. Os líderes religiosos “ficaram admirados” com as palavras desses “homens comuns e sem instrução” (Atos 4:2-13).
Estando cheios do Espírito Santo, os apóstolos eram ousados para pregar com poder e unção. De um grupo de pescadores medrosos, coletores de impostos e trabalhadores comuns, os discípulos se tornaram homens “que têm causado alvoroço por todo o mundo” (Atos 17:6).
Os Apóstolos eram Ousados Diante da Perseguição
Quando enfrentavam oposição, os apóstolos oravam não por livramento da perseguição, mas por ousadia para proclamar Cristo apesar da perseguição. “Agora, Senhor, considera as ameaças deles e capacita os teus servos para anunciarem a tua palavra corajosamente...” Deus respondeu a oração deles. “Depois de orarem, tremeu o lugar em que estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a palavra de Deus” (Atos 4:29-31).
Uma marca inconfundível da obra do Espírito Santo na igreja era a ousadia para proclamar o evangelho diante da oposição. Ao final do primeiro século, o evangelho tinha se espalhado de 120 pessoas no cenáculo, para cidades em cada canto do império romano.
Vidas Vitoriosas
Em todas as gerações, os cristãos enfrentam a tentação de serem “cristãos de domingo” – pessoas que vão à igreja, mas cujas vidas não mostram mudança profunda e duradoura. A igreja primitiva foi transformada em todas as áreas da vida pelo poder do Espírito Santo.
No Antigo Testamento, nós vemos as lutas das pessoas que queriam manter a aliança, mas que perceberam que eram incapazes disso porque seus corações eram divididos. O salmista descreveu o povo de Israel: “O coração deles não era sincero; não foram fiéis à sua aliança” (Salmos 78:37).
Por meio de Ezequiel, Deus prometeu um dia quando Seu povo seria transformado.
Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis (Ezequiel 36:26-27).
Antes do Pentecostes, os discípulos seguiam o mesmo padrão dos filhos de Israel. Eles queriam seguir a Jesus, mas falhavam constantemente. Eles duvidavam; eles competiam por posição; eles fugiam com medo. No Pentecostes, a promessa de Ezequiel foi cumprida. Os discípulos foram empoderados pelo Espírito Santo para viverem vidas vitoriosas. Em vez de obediência pela metade, eles andavam em alegre obediência à lei de Deus. Através do Espírito Santo, uma vida vitoriosa se tornou a norma para o povo de Deus.
Orientação para o Ministério
Antes do Pentecostes, a ambição e o medo controlavam os discípulos. Suas tentativas de servir a Jesus eram limitadas pelas suas falhas pessoais. Depois do Pentecostes, o Espírito Santo guiou os apóstolos a um ministério eficaz.
O Espírito Santo guiou a igreja em decisões difíceis que afetaram os relacionamentos entre judeus e cristãos gentios (Atos 10-11; 15). O Espírito Santo os levou a selecionar líderes para a igreja (Atos 13:2-3). O Espírito Santo levou Paulo à Macedônia (Atos 16:6-10). O Espírito Santo levou Paulo a retornar para Jerusalém apesar do perigo de prisão (Atos 19:21; 20:22-23). O ministério da igreja primitiva foi liderado pelo Espírito Santo.
Unidade
Talvez a evidência mais notável da obra do Espírito Santo na igreja primitiva seja a unidade entre os crentes. Em Sua oração sacerdotal, Jesus orou pela unidade da igreja. Ele orou:
...para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste (João 17:22-23).
A oração de Jesus foi respondida no Pentecostes. Atos 2:42 mostra essa unidade na vida da igreja: um comprometimento aos ensinamentos dos apóstolos, companheirismo, celebração da ceia do Senhor e oração. Essa unidade era vista no cuidado da igreja de uns para com os outros. Lucas testificou que “não havia pessoas necessitadas entre eles” porque os cristãos cuidavam das necessidades materiais uns dos outros (Atos 4:34).
Lucas fala seis vezes que eram “unânimes” ao descrever a unidade da igreja. Isso não significa que os cristãos concordavam em tudo. Assuntos sérios ameaçaram dividir a igreja. Judeus e gentios discordavam sobre as leis mosaicas (Atos 15:1-29). Paulo e Barnabé discordaram sobre João Marcos (Atos 15:39-40). Mas independentemente das diferenças, a igreja era unificada através do poder do Espírito Santo. Quando os crentes seguiam a orientação do Espírito Santo, a igreja era “unânime”.
Se você e eu tivéssemos visto os discípulos nos dias anteriores a prisão de Jesus, não conseguiríamos imaginar que aqueles homens seriam eficazes no ministério. Eles eram medrosos, invejavam uns aos outros e eram cheios de dúvida. Poucos meses depois, esses homens tinham sido completamente transformados. O que tinha acontecido?
Antes do Pentecostes, os discípulos tentaram viver como Jesus pelo próprio poder deles – e repetidamente falharam. Depois do Pentecostes, os discípulos viveram no poder do Espírito Santo. Esse é o segredo de uma vida santa e de um ministério eficaz.
[1]“Nós não somos cheios do Espírito Santo para fazer alguma obra especial, mas simplesmente deixar Deus trabalhar através de nós.”
- Oswald Chambers
Santidade Hoje: Somos Santos Apenas Quando Somos Cheios do Espírito
Muitos cristãos tentaram viver uma vida santa através de seus próprios esforços – e eles falharam. Através da nossa disciplina, pode ser possível se manter vencendo o pecado exterior por um tempo. Na nossa força, pode ser possível amar o próximo por um tempo. Porém, nós logo falharemos apesar de nossos melhores esforços.
Por que nós lutamos? Porque estamos tentando viver uma vida santa por meio do nosso próprio poder. É exaustivo tentar viver a vida cristã em nosso próprio poder. Nós lutamos contra atitudes pecaminosas; lutamos com a falta do perfeito amor; lutamos contra um coração dividido. Em contraste, a vida no Espírito é uma vida de abundantes vitórias.
Deus nunca pretendeu que vivêssemos uma vida santa pelos nossos próprios esforços. Ele nos fez para vivermos no poder do Espírito Santo. Na igreja primitiva, uma vida santa era possível apenas no poder do Espírito Santo. Na igreja hoje, uma vida santa é possível apenas no poder do Espírito Santo. As características que marcaram a igreja primitiva irão marcar a igreja hoje se nós vivermos na plenitude do Espírito Santo. Através do poder dEle, nós podemos ter um coração santo e mãos santas.
Poder no ministério, ousadia espiritual, vitória sobre o pecado e unidade entre os crentes – tudo vem da presença do Espírito Santo. Quando somos cheios do Espírito, somos empoderados para viver a vida cristã abundante que Deus deseja para o Seu povo.
As epístolas de Paulo mostram que ser santo é ser como Cristo. Ser santo é pensar, falar e agir como Jesus faria. Esse é um lindo ideal, mas nós rapidamente percebemos que, no nosso próprio poder, somos incapazes de pensar, falar e agir como Cristo.
[1]Alguns cristãos colocam em suas roupas a sigla OQJF.[2] OQJF significa “O que Jesus faria?” Isso nos lembra que nós somos chamados a viver como Jesus viveu; somos imitadores de Cristo. Porém, é muito mais fácil vestir a sigla OQJF do que viver pelo exemplo de Jesus. Sem o poder do Espírito Santo, não temos habilidade de, consistentemente, fazer o que Jesus faria.
Eu meço em torno de 1,80 cm e peso uns 90 quilos. Eu não sou um atleta. Imagine que você me diga: “Para ser um jogador de basquete melhor, você deve jogar como Michael Jordan. Antes de cada lance, se pergunte, ‘O que o Michael Jordan faria?’” Esse conselho não me ajudaria. Eu não tenho a habilidade do Michael Jordan.
Porém, imagine que me dessem os dons que o Michael Jordan possui. Imagine que eu poderia – através do espírito de Michael Jordan – fazer tudo o que o Michael Jordan faz. Agora seria possível que eu imitasse aquele grande jogador de basquete.
OQJF (O que Jesus Faria?) não é suficiente. Em nós, não temos o poder de imitar Jesus. Porém, o Espírito Santo que empoderou o ministério de Jesus está disponível para nós. Através da plenitude do Espírito, você e eu podemos ser como Cristo. Este é o impacto do Espírito Santo na vida do crente.
O Espírito Santo empoderou Jesus para uma vida vitoriosa e ministério frutífero; a plenitude do Espírito Santo era o segredo das vidas vitoriosas e ministérios frutíferos dos apóstolos; a plenitude do Espírito Santo é o segredo das vidas vitoriosas e ministérios frutíferos de hoje.
Paulo escreveu: “Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne” (Gálatas 5:16. ). Existem apenas duas opções: andar pelo Espírito ou gratificar os desejos da carne. Nós não podemos, no nosso próprio poder, dominar os desejos da carne. Sim, podemos ser vitoriosos por um dia ou uma semana, mas a única forma de ganhar uma vitória duradoura sobre os desejos carnais é se render ao Espírito Santo.
► Leia Romanos 8:1-17.
Em sua grande síntese sobre uma vida cheia do Espírito em Romanos 8, Paulo contrasta duas formas de viver – a vida de acordo com a carne e a vida pelo Espírito.
Pois se vocês viverem de acordo com a carne, morrerão; mas, se pelo Espírito fizerem morrer os atos do corpo, viverão, porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
Em Romanos 7, Paulo mostra seus esforços no passado para cumprir a lei de Deus na sua própria força. Aqueles esforços fracassaram. Por quê? Porque “com a mente, eu próprio sou escravo da lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado” (Romanos 7:25).
Em Romanos 8, Paulo se regozija: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus”. Não somos livres da condenação porque Deus decidiu ignorar nosso pecado. Somos livres da condenação “porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte.” Somos livres da condenação porque estamos agora vivendo no Espírito.
Paulo mostra que existem duas formas de viver. A primeira forma é viver “na carne”. Essa é a mente carnal. Essa mente carnal é “hostil a Deus”. É impossível para a pessoa que vive na carne agradar a Deus. Esta forma carnal de vida leva apenas à morte: “A mentalidade da carne é morte”.
A segunda forma de viver é com uma mente que é “voltada ao Espírito”. Uma pessoa que vive de acordo com o Espírito cumpre “as justas exigências da lei”. Nós temos “vida e paz” porque “o próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus”.
Em Romanos 6, Paulo ensinou que devemos viver longe do pecado consciente. “Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?” (Romanos 6:2). Na nossa própria força, é impossível viver uma vida longe do pecado. Nós nascemos com tendência ao pecado e longe de Deus. Como podemos cumprir as demandas de Romanos 6? A resposta é encontrada em Romanos 8. Através do poder do Espírito Santo, nós podemos “fazer morrer os atos do corpo”. Nós podemos viver vidas santas por causa do trabalhar do Espírito de Deus em nós.
Robert Coleman escreveu:
Viver na plenitude do Espírito Santo é um privilégio tanto dos seguidores de Cristo de hoje como foi daqueles primeiros discípulos que estavam no cenáculo... A realidade de possuir a santidade de Jesus pelo Espírito em sua abrangência é o cristianismo do Novo Testamento.[3]
O poder do Espírito Santo em uma pessoa que entregou completamente a sua vontade para Deus, torna possível uma vida santa. Sem o Espírito Santo, é impossível ser como Cristo. O Espírito Santo torna possível vivermos uma vida santa.
O profeta Zacarias teve uma visão de um candelabro de ouro com duas oliveiras. Um recipiente provia azeite para as sete lâmpadas. Um anjo explicou o significado da visão. Zorobabel, governador de Judá, foi designado a reconstruir o templo. Essa grande tarefa parecia como uma montanha. Deus prometeu que a tarefa seria cumprida “não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito”. Através do Espírito, a montanha se tornaria planície (Zacarias 4:6-7).
Da mesma forma, o cristão hoje deve encher-se continuamente do Espírito Santo. Paulo ordenou aos cristãos efésios a se “encherem do Espírito” (Efésios 5:18). A ordem está no tempo verbal presente; esse é para ser nosso padrão regular de vida. Nossa vida diária deve ser controlada por Ele. Nós experimentamos a alegria de uma vida santa quando vivemos na plenitude do Espírito.
[1]A Oração de um Jovem Cristão
“Espírito Santo, encha-me até que eu transborde. Eu não posso reter muito, mas posso transbordar bastante.”
- Citado por Dr. David Bubb
[3]Robert E. Coleman, The Mind of the Master (CO: Waterbrook Press, 1977), 35-36
Santidade na Prática: Características da Vida Santa
Imagine que você seja capaz de se livrar de todos os pecados em sua vida. Imagine que você seja livre de todas atitudes e ações pecaminosas. Ninguém poderia apontar para algo ruim. Isto cumpriria o objetivo de Deus de uma vida santa?
Não! Santidade é mais do que evitar o pecado. Santidade é produzir fruto. Santidade não é uma vida legalista e negativa. Santidade é um relacionamento alegre com Deus. Santidade é vista quando o Espírito Santo produz frutos em nossa vida.
O Fruto do Espírito
► Leia Gálatas 5:13-26.
Em Gálatas 5, Paulo contrasta a vida no Espírito e a vida na carne. Até este ponto, Paulo estava alertando os crentes gálatas sobre o perigo de abandonar a liberdade cristã e voltar a servidão das leis e rituais judaicos. Eles foram libertos da ideia de conquistar a salvação pelas próprias boas obras e não deveriam voltar a servidão.
Porém, Paulo reconhece outro perigo. Quando uma pessoa é liberta da servidão, ela pode ser tentada a usar a nova liberdade encontrada para saciar seus próprios apetites. Então Paulo alerta: “Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; ao contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor”.
Paulo contrasta duas formas de viver. Um padrão de vida é “satisfazer os desejos da carne”; o outro é “viver pelo Espírito.” Paulo contrasta esses dois padrões mostrando “os frutos” de cada padrão de vida.
Primeiro, Paulo mostra “as obras da carne”. Estes são os resultados da natureza humana que não está debaixo do controle do Espírito Santo. As obras da carne incluem:
Pecados sexuais: imoralidade sexual, impureza e sensualidade.
Ele conclui: “Eu os advirto, como antes já os adverti: Aqueles que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus”.
Depois, Paulo mostra o “fruto do Espírito”. Esse é o resultado de viver debaixo do controle do Espírito Santo e com o Seu poder. Esse fruto é “um fruto” não um grupo de “frutos”. Em 1 Coríntios 12, Paulo lista um grupo de “dons” e fala que cada crente receberá um destes dons pelo “Espírito, e ele os distribui individualmente, a cada um, como quer” (1 Coríntios 12:5-11). Em Gálatas, porém, existe apenas um fruto, que cresce naturalmente no coração de todos aqueles que andam no Espírito.
O fruto do Espírito não é uma lista de qualidades que podemos desenvolver pelo nosso próprio poder. Este é o fruto que cresce naturalmente quando estamos cheios do Espírito. Assim é a vida santa. É o produto natural de um coração santo.
Paulo listou quinze “obras da carne.” Ele lista nove aspectos do fruto do Espírito:
Fruto relacionado a Deus: amor, alegria e paz.
Fruto relacionado às pessoas: longanimidade, benignidade e bondade.
Fruto relacionado ao nosso caráter: fidelidade, mansidão e domínio próprio.
A raiz de todas essas qualidades é o amor. Amor “é o elo perfeito” (Colossenses 3:14). O amor “cumpre a lei” e provê o solo onde esse fruto cresce e floresce.
Mantenha-se Andando no Espírito
O fruto do Espírito é o crescimento natural da vida quando estamos cheios dEle. Essa é a ênfase primária de Paulo em Gálatas, onde ele fala com pessoas que podem tentar “cultivar” esse fruto através da obediência cuidadosa da lei. Paulo quer que eles entendam que não podem conquistar esse fruto; ele é o resultado da vida no Espírito.
Essa verdade é sempre balanceada em Paulo pelo lembrete de que a vida santa é vivida com intencionalidade. Santidade não é acidental; nós devemos “prosseguir para alcançá-la” (Filipenses 3:12). Em Colossenses, parecia que muitos novos crentes pensavam que poderiam continuar no seu antigo estilo de vida. Lá, Paulo enfatiza o esforço envolvido para viver a vida santa. Em Colossenses, Paulo escreve sobre se “revestir” das qualidades da vida santa. Isso sugere a contínua disciplina envolvida na santidade:
Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito (Colossenses 3:12-14).
Da mesma forma, Paulo não quer que os cristãos gálatas simplesmente presumam que a vida santa pode ser vivida sem disciplina e esforço. Em sua reação ao legalismo, eles não podem tornarem-se descuidados. Em Gálatas 5:16-25, Paulo diz:
“Andar pelo Espírito.” Andar é uma ação que requer esforço.
Ser “guiado pelo Espírito.” Para ser guiado, devo seguir. Isso requer esforço.
“Viver pelo Espírito.” Viver é uma ação e escolha que requer esforço.
“Andemos também pelo Espírito.” A palavra grega usada em Gálatas 5:25 (traduzida como “andemos”) é a mais forte dos quatro verbos. É um termo militar que sugere que os soldados marchem em uma linha. Marchar em linha com o Espírito requer esforço e disciplina.
Como cristãos cheios do Espírito, nós nunca devemos pensar que somos tão maduros espiritualmente que nunca podemos cair nos “desejos da carne” (Gálatas 5:17). Entretanto, nós nunca devemos permitir Satanás nos convencer de que não podemos ser livres do controle dos desejos da carne através do poder do Espírito Santo. Quando “andamos no Espírito”, produzimos o Seu fruto em nossas vidas.
► Depois de estudar o impacto do Pentecostes nos primeiros discípulos e revisar o que é o fruto do Espírito, discuta como é uma vida cheia do Espírito nos dias de hoje. Como a plenitude do Espírito deveria afetar nossas atitudes, o nosso andar diário com Deus e os esforços do ministério?
Eles Encontraram o Segredo - Jonathan and Rosalind Goforth
Jonathan e Rosalind Goforth foram missionários canadenses presbiterianos na China nos anos de 1888 a 1933. Rosalind tentou seguir o exemplo de Jesus em sua vida, mas repetidamente falhou. Depois de vinte anos de luta, Rosalind Goforth aprendeu que o segredo da vida cristã vitoriosa é o Espírito Santo vivendo através de nós e trabalhando o caráter de Cristo em nossa vida. Rosalind testificou que sua vida, depois desse tempo, poderia ser resumida em uma palavra: “descanso”.
Enquanto eles permitiam que o Espírito Santo trabalhasse através deles, o casal via Deus fazer coisas maravilhosas. Jonathan Goforth por meses teve dificuldades para aprender o chinês. Quando ele tentou pregar em chinês, poucos ouvintes conseguiram entendê-lo. Um dia enquanto pregava, ele de repente começou a se comunicar claramente, usando frases que ele nunca dominou. Mais tarde, ele soube que um grupo de estudantes no Canadá tinham passado aquele dia orando pelo seu ministério. Daquele dia em diante, Jonathan Goforth ficou fluente em chinês. O que Jonathan não podia fazer, o Espírito Santo fez através de um servo entregue.
Deus levou o casal em áreas da China que nunca tinham sido tocadas pelo evangelho. Milhares se converteram através do ministério do casal. O essencial para o sucesso deles não era uma grande habilidade; era viver na plenitude do Espírito Santo.
Em seu funeral, o pastor da Igreja Presbiteriana de Knox deu o segredo do sucesso de Jonathan Goforth. “Ele era um homem embriagado por Deus – totalmente entregue e consagrado. Ele foi batizado com o Espírito Santo e fogo. Ele era cheio do Espírito porque ele era vazio de si.”[1]
Jonathan e Rosalind Goforth entenderam a importância de andar no Espírito dia após dia. Eles entenderam a oração escrita como um hino de Edwin Hatch: “Ó Bom Consolador, faz-me um novo ser. Aperfeiçoa o meu amor, conforme o teu querer.” Quando Ele nos aperfeiçoa, nós queremos o “querer dEle”; queremos o que Deus quer.
[1]Adaptado de Wesley L. Duewel, Heroes of the Holy Life (Grand Rapids: Zondervan, 2002), 52-64
Ó Bom Consolador - Edwin Hatch
Ó bom Consolador,
faz-me um novo ser.
Aperfeiçoa o meu amor,
conforme o teu querer.
Ó bom Consolador,
limpa meu coração,
Que eu firme possa resistir
a toda tentação.[1]
(1) Ser santo é viver na plenitude do Espírito Santo.
(2) Em Sua vida na terra, Jesus ministrou no poder do Espírito Santo. Jesus prometeu esse mesmo poder aos Seus discípulos. Por causa dessa promessa, Ele assegurou aos seus discípulos que “é para o bem de vocês que eu vou”.
(3) Quando os discípulos estavam cheios do Espírito Santo no Pentecostes, suas vidas foram transformadas. Três sinais marcaram essa nova atuação do Espírito Santo:
Um som, como de um vento muito forte, indicou que o poder da vinda do Espírito.
Línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles, representavam a pureza associada ao Espírito Santo.
A habilidade de falar em outras línguas equipou os discípulos a testemunharem a todas as nações.
(4) Como a igreja primitiva vivia no poder do Espírito Santo, eles experimentaram:
Poder crescente para o ministério
Ousadia para proclamar o evangelho
Ousadia diante da perseguição
Vidas vitoriosas
Orientação para o ministério
Unidade entre os crentes.
(5) Assim como os discípulos eram santos apenas através do Espírito Santo, nós somos santos apenas quando vivemos no poder do Espírito Santo. Sem o Espírito Santo, somos incapazes de seguir o exemplo de Jesus Cristo. É apenas através do poder do Espírito que podemos viver como Cristo viveu.
(6) Quando vivemos no Espírito, nossas vidas mostram o fruto do Espírito como um resultado natural de uma vida santa.
Tarefas da Lição
(1) Escreva uma carta a um jovem cristão que lhe disse: “Eu sei que sou cristão, mas continuo lutando contra atitudes carnais e áreas em que sou fraco diante da tentação”. Ajude esse jovem cristão a entender a importância de ser cheio do Espírito.
(2) Comece a próxima aula citando Gálatas 5:22-25.
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