Ezequiel: Um Homem que Viu o Plano de Deus para o Futuro
Israel não era mais uma nação santa. Ela adorava ídolos; ela oprimia os pobres; ela desonrava o sábado. Como julgamento, Deus enviou Seu povo ao exílio. Ele permitiu que o exército babilônico conquistasse Jerusalém e destruísse o templo. Tendo em vista que o povo de Deus não era mais santo, Ele não aceitava a adoração deles. Tendo em vista que o povo de Deus não estava mais separado do pecado, Ele não aceitava a adoração deles.
Porém, Deus ainda tinha um propósito para Seu povo. Dez anos depois da destruição do templo, Deus deu uma visão a Ezequiel, um profeta vivendo cativo próximo a Babilônia. Ezequiel viu o plano de Deus para o futuro.
Na visão de Ezequiel, o exílio tinha terminado; o julgamento tinha terminado; a presença de Deus tinha retornado. O templo estava cheio da glória de Deus. Deus lavou Seu povo com água e os limpou da injustiça externa. Ele removeu o “coração de pedra” e os deu um “novo coração e novo espírito”. Ele cumpriu Sua promessa: “Porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis” (Ezequiel 36:25-27). Israel é santa, internamente e externamente.
Ezequiel viu um templo que abençoava todas as nações. Água nova fluía do templo restaurado para o Mar Morto. Árvores proviam fruta para alimento e folhas para cura. A beleza do Éden foi restaurada.
A parte mais gloriosa desta visão é a última frase: “E daquele momento em diante, o nome da cidade será: O SENHOR ESTÁ AQUI” (Ezequiel 48:35). O propósito de Deus para Seu povo está cumprido: um povo santo vive na presença de um Deus santo!
► Discuta as evidências externas de que uma pessoa é santa. Quais ações externas devemos esperar de uma pessoa cujo coração é santo?
O Problema dos Profetas: Israel não era Justo
Os profetas trouxeram as cobranças de Deus contra uma nação que tinha quebrado a aliança. Nos livros proféticos, assim como no Pentateuco, a palavra “santo” se refere a algo que pertence a Deus e é separado para Ele. Jerusalém e o templo foram santificados porque pertenciam a Deus.
Deus é Santo
Vinte e uma vezes, Isaías falou do “Santo de Israel”. Os serafins cantam: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da Sua glória” (Isaías 6:3).
Deus é o Deus que “se mostrará santo em sua retidão” (Isaías 5:16). Ezequiel viu o dia que Deus revelará Sua santidade a todas as nações. “E assim mostrarei a minha grandeza e a minha santidade, e me farei conhecido de muitas nações. Então eles saberão que eu sou o Senhor” (Ezequiel 38:23).
Os julgamentos de Deus mostram Sua natureza santa. Miquéias alertou que por causa do pecado de Israel, “O Senhor já está saindo da Sua habitação; Ele desce e pisa os lugares altos da terra” (Miquéias 1:2-3). Deus julgou Israel porque um Deus santo não pode permitir que o pecado fique sem punição.
A redenção de Deus para Israel mostra que Ele é santo. Deus redimiu Israel, não porque ele merecia resgate, mas pelo bem de Seu santo nome entre as nações.
Assim diz o Soberano, o Senhor: Não é por causa de vocês, ó nação de Israel, que farei essas coisas, mas por causa do meu santo nome, que vocês profanaram entre as nações para onde foram. Mostrarei a santidade do meu santo nome, que foi profanado entre as nações, o nome que vocês profanaram no meio delas (Ezequiel 36:22-23).
Deus não permitiria que Seu santo nome fosse envergonhado pelo pecado de Israel. Ele prometeu levar Israel de volta a sua terra para mostrar Sua santidade diante das outras nações.
Assim diz o Soberano, o Senhor: Quando eu reunir Israel dentre as nações nas quais foi espalhado, eu me mostrarei santo entre eles à vista das nações. Então eles viverão em sua própria terra, a qual dei ao meu servo Jacó (Ezequiel 28:25).
Esta é uma promessa extraordinária. Deus prometeu mostrar Sua santidade ao redimir Israel e ao levá-lo para casa. Deus prometeu manifestar Sua santidade no mesmo povo que Ele enviou ao exílio. Santidade pertence a Deus.
Israel Não Era Santo
Tendo em vista que santidade pertence a Deus, nós somos santos apenas quando vivemos um relacionamento com um Deus santo. Os profetas anunciaram que Israel não era mais santo porque vivia de acordo com seus desejos pecaminosos, ao invés de viver em um relacionamento de obediência e amor com Deus.
Em Isaías, Deus disse que Ele estava separado de Judá por causa do seu pecado. Deus rejeitou Israel porque ele se recusou a viver justamente.
Suas obras são más, e atos de violência estão em suas mãos. Seus pés correm para o mal, ágeis em derramar sangue inocente. Seus pensamentos são maus; ruína e destruição marcam os seus caminhos (Isaías 59:6-7).
Deus mandou Jeremias enterrar um cinto de linho. Linho branco era um símbolo de pureza. Jeremias enterrou o cinto até que a lama e a sujeira tivessem estragado o tecido. Isto simbolizava a impureza de Judá. Deus escolheu Judá para ser um povo puro. Porém, o povo de Deus vivia uma vida pecaminosa (Jeremias 13:1-11).
Em Ezequiel, Deus condenou Israel como uma nação de rebeldes teimosos “que se revoltou contra mim” (Ezequiel 2:3). Em vez de obedecer a um Deus santo, Israel viveu como as nações pagãs. “Pois vocês não agiram segundo os meus decretos nem obedeceram às minhas leis, mas se conformaram aos padrões das nações ao seu redor” (Ezequiel 11:12). Israel não era mais justa.
Durante o exílio, Daniel confessou que o povo que tinha sido escolhido para honrar a Deus diante das nações era digno de “vergonha” (Daniel 9:7). Por quê?
Todo o Israel transgrediu a tua lei e se desviou, recusando-se a te ouvir. Por isso as maldições e as pragas escritas na Lei de Moisés, servo de Deus, têm sido derramadas sobre nós, porque temos pecado contra ti (Daniel 9:11).
Os profetas menores condenaram Israel pelo seu pecado. Oséias acusou Israel de “maldição, mentira, assassinato, roubo e adultério” (Oséias 4:2). Miquéias pregou ao povo “que odeia o bem e ama o mal” (Miquéias 3:2).
Sofonias foi um descendente de Ezequias. Ele pertencia a uma das famílias mais poderosas em Judá, mas não hesitou em culpar os líderes de Judá pelo seu pecado.
No meio dela os seus líderes são leões que rugem. Seus juízes são lobos vespertinos que nada deixam para a manhã seguinte. Seus profetas são irresponsáveis, são homens traiçoeiros. Seus sacerdotes profanam o santuário e fazem violência à lei (Sofonias 3:3-4).
Desde seus políticos até seus líderes religiosos, Israel pecou contra a lei de Deus. Qual era o problema? Israel esqueceu que santidade vai muito além dos rituais religiosos. Israel substituiu a verdadeira justiça com cerimônias vazias.
Santidade é mais que Rituais e é mais que um Ato de Professar
Um dos propósitos da lei era ensinar Israel que ele pertencia a Deus. Infelizmente, Israel logo esqueceu o real significado da lei. O povo seguia os rituais apropriados, mas seus corações não eram santos. Essa nação que tinha sido separada por Deus para refletir Sua imagem era agora impura. Os livros proféticos ensinam que ser santo significa ser justo tanto internamente quando externamente.
Ezequiel foi levado à Babilônia em 597 a.C. Quando Ezequiel tinha trinta anos, Deus começou a falar com o profeta através de várias visões. Ezequiel viu as autoridades de Judá adorando ídolos no lugar santo (Ezequiel 8). Deus ordenou aos anjos que levassem o julgamento, até que o templo estivesse cheio de cadáveres. A glória de Deus deixou o templo (Ezequiel 10). O templo e seus rituais eram sem significado porque o povo não era santo.
Uma Vida Santa é Mais que Rituais
Israel dizia ser santo, mas era pecaminoso e impuro. O povo seguia os rituais de santidade, mas eles não viviam de forma justa. “Abandonaram o Senhor; desprezaram o Santo de Israel e o rejeitaram” (Isaías 1:4). O povo seguia os rituais apropriados, mas vivia em pecado. Os profetas pregaram que rituais não tinham significado se o povo de Israel vivia pecaminosamente. Santidade é mais que festivais e sacrifícios.
Isaías disse que Deus rejeitou os sacrifícios de Judá porque ela não vivia de forma justa.
Parem de trazer ofertas inúteis... Não consigo suportar suas assembleias cheias de iniquidade. Suas festas da lua nova e suas festas fixas, eu as odeio. Tornaram-se um fardo para mim; não as suporto mais (Isaías 1:13-14).
Na frente do templo, Jeremias anunciou: “Não confiem nas palavras enganosas dos que dizem: ‘Este é o templo do Senhor, o templo do Senhor, o templo do Senhor!’” (Jeremias 7:4). O templo não era mais santo. Por quê? Porque os adoradores não viviam vidas justas. Deus alertou: “Ainda que jejuem, não escutarei o clamor deles; ainda que ofereçam holocaustos e ofertas de cereal, não os aceitarei” (Jeremias 14:12). Deus requer mais que rituais vazios.
Deus disse a Oséias: “Pois desejo misericórdia, não sacrifícios, e conhecimento de Deus em vez de holocaustos” (Oséias 6:6). Israel ofereceu sacrifícios, mas quebrou sua aliança com Deus. Um holocausto sem uma vida justa não tem significado. Apesar dos sacrifícios de Israel, Deus “se lembrará da impiedade deles e castigará os seus pecados” (Oséias 8:13). Por quê?
A fidelidade e o amor desapareceram desta terra, como também o conhecimento de Deus. Só se veem maldição, mentira e assassinatos, roubo e mais roubo, adultério mais adultério; ultrapassam todos os limites! E o derramamento de sangue é constante (Oséias 4:1-2).
Amós pregou ao reino do norte pouco antes de ele ser conquistado pela Assíria. Ele ofereceu uma última chance para o arrependimento. Amós confrontou Israel com seu pecado. O professo “povo de Deus” era culpado de todos os pecados, desde terríveis injustiças sociais até práticas sexuais vergonhosas. Israelitas ricos cobravam multas injustas e usavam o dinheiro para comprar vinho para as celebrações religiosas (Êxodo 22:26; Amós 2:8). Devido à pecaminosidade em suas vidas, a adoração se tornou vazia. Deus disse:
Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembleias solenes. Mesmo que vocês me tragam holocaustos e ofertas de cereal, isso não me agradará. Mesmo que me tragam as melhores ofertas de comunhão, não darei a menor atenção a elas. Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras (Amós 5:21-23).
Mesmo depois do exílio, Judá tentou substituir rituais por obediência completa. Em 516 a.C., o povo começou a reconstruir o templo. Embora eles estivessem fazendo um trabalho religioso, suas vidas não eram puras. Ageu lembrou o povo que um sacerdote que tocasse em um cadáver ficaria impuro. Da mesma forma, a impureza causada pelo pecado do povo fez seu trabalho no templo ser impuro (Ageu 2:10-14). Rituais sem justiça são gestos vazios; santidade é mais que rituais.
Malaquias alertou que Deus rejeitou a adoração de Judá. “‘Não tenho prazer em vocês,’ diz o Senhor dos Exércitos, ‘e não aceitarei as suas ofertas’” (Malaquias 1:10). Deus recusou-se a aceitar as ofertas de Judá por causa do pecado do povo.
Os livros proféticos falam claramente: santidade é mais que um ritual. Uma pessoa que não vive uma vida justa não é santa. Nós não podemos adorar a Deus com mãos impuras.
Uma Vida Santa é Mais do que Professar o Nome de Deus
Deus rejeitou o povo que clamou ao Seu nome porque eles se recusaram a abandonar seus pecados. No Novo Testamento Jesus alertou:
Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês, que praticam o mal!” (Mateus 7:21-23).
[1]Santidade é mais que professar o nome de Deus. Santidade é a justiça interna vista no comportamento externo. Deus requer um coração santo e mãos santas.
Hoje, como no dia de Jeremias, Deus fala aos pastores que constroem mansões elaboradas com as ofertas dos pobres. “Ai daquele que constrói o seu palácio por meios corruptos, seus aposentos, pela injustiça” (Jeremias 22:13).
Hoje, como nos dias de Amós, Deus fala aos músicos da igreja que vivem vidas pecaminosas. “Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras” (Amós 5:23).
Hoje, como nos dias de Miquéias, Deus fala aos homens de negócios que clamam ao nome de Jesus enquanto trapaceiam clientes. “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: Pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus” (Miquéias 6:8).
Santidade é mais que um ritual ou o ato de professar. Hoje, como nos dias dos profetas, Deus procura por atitudes justas.
[1]Uma Oração por Santidade
“Mais amável Senhor,
Dá-me um coração firme;
Dá-me um coração invicto;
Dá-me um coração reto.
Dá-me entendimento para Te conhecer, diligência para Te buscar, e fidelidade para me envolver em Ti.”
- Adaptado de Tomás de Aquino
Santidade é Justiça
Um coração santo é visto em um comportamento justo. Um coração santo será visto em mãos santas. Israel não poderia dizer ser santo enquanto o povo vivia vidas injustas.
Como Deus é um Deus justo, Seu povo deve ser justo. O povo de Deus precisa ter o caráter de seu Deus. Aqueles que adoram ídolos tem a natureza moral de seus ídolos; aqueles que adoram Jeová devem ter a natureza moral de Jeová. O propósito de Deus é criar um povo santo e justo.
Isaías descreveu a natureza de Deus. “O Senhor é exaltado, pois habita no alto; ele encherá Sião de retidão e justiça” (Isaías 33:5). Na mesma mensagem, Isaías descreveu a pessoa justa que vive na presença de Deus.
Quem de nós pode conviver com o fogo consumidor? Quem de nós pode conviver com a chama eterna? Aquele que anda corretamente e fala o que é reto, que recusa o lucro injusto, cuja mão não aceita suborno, que tapa os ouvidos para as tramas de assassinatos e fecha os olhos para não contemplar o mal (Isaías 33:14-15).
Apenas uma pessoa que tem correto e justo caráter de Deus pode viver na presença dEle. Pessoas santas agem como Deus age; elas refletem a natureza de um Deus santo.
Santidade é Justiça Interna: O Coração
A verdadeira justiça começa no coração. Os profetas sabiam bem que os rituais da lei não eram suficientes sozinhos. Obediência externa sem justiça interna é hipocrisia. Justiça começa no coração.
Israel rejeitou a lei porque rejeitou o Deus que deu a lei. Desobediência começa no coração. Israel não cumpriu o mandamento de Deus porque “os seus corações estavam voltados paras os seus ídolos” (Ezequiel 20:16). Deus viu que “o coração deles é enganoso” (Oséias 10:2).
Desobediência começa no coração; justiça começa no coração. Deus falou através de Isaías: “Ouçam-me, vocês que sabem o que é direito, vocês, povo que têm a minha lei no coração” (Isaías 51:7). Aqueles que sabem o que é direito são aqueles que têm a lei de Deus no coração.
Jeremias e Ezequiel olharam para o dia que a lei de Deus seria plantada nos corações do povo de Deus.
“Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias", declara o Senhor: "Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo” (Jeremias 31:33).
Darei a eles um coração não dividido e porei um novo espírito dentro deles; retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Então agirão segundo os meus decretos e serão cuidadosos em obedecer às minhas leis. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus (Ezequiel 11:19-20).
Justiça começa no coração. Joel chamou o povo a se arrepender não apenas com demonstrações exteriores. Jejum e pranto devem vir de um coração arrependido.
"Agora, porém," declara o Senhor, "voltem-se para mim de todo o coração, com jejum, lamento e pranto." Rasguem o coração, e não as vestes. Voltem-se para o Senhor, o seu Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor; arrepende-se, e não envia a desgraça (Joel 2:12-13).
Demonstrações exteriores não são o suficiente. Justiça deve começar no coração.
Santidade é Justiça Exteriorizada: As Mãos
Nos livros proféticos, o comportamento moral é a régua medidora para santidade. Santidade requer um caráter justo e uma conduta justa. Uma das mais simples descrições no Antigo Testamento sobre uma vida justa vem de Miquéias. Miquéias definiu as expectativas de Deus para Seu povo.
Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: Pratique a justiça, ame a fidelidade (misericórdia) e ande humildemente com o seu Deus (Miquéias 6:8).
Isso é o que significa viver uma vida justa: justiça e misericórdia diante de outras pessoas e humildade diante de Deus. Nos livros proféticos, justiça, misericórdia e humildade definem uma vida justa.
Retidão é Justiça e Misericórdia Diante de Outras Pessoas
Algumas pessoas querem separar o coração das mãos. Elas dizem: “Meu coração é santo, mas minhas mãos são pecaminosas. Eu amo a Deus no meu coração, mas eu não vivo uma vida justa”. Os livros proféticos não permitem essa separação. Um coração santo será visto na justiça externa. Um coração puro vai resultar em uma conduta justa. Pessoas santas têm mãos santas.
Zacarias definiu justiça como uma conduta correta diante dos outros.
Assim diz o Senhor dos Exércitos: ‘‘Administrem a verdadeira justiça, mostrem misericórdia e compaixão uns para com os outros. Não oprimam a viúva e o órfão, nem o estrangeiro e o necessitado. Nem tramem maldades uns contra os outros’’ (Zacarias 7:9-10).
Amós pregou a uma nação que tinha esquecido a justiça. Israel estava “transformando o direito em amargura e atirando a justiça ao chão.” Qual era a solução para a apostasia de Israel? “Corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene” (Amós 5:7, 24).
Isaías compartilhava da paixão de Amós pela justiça. A primeira mensagem de Isaías chamava Judá a uma vida justa:
Lavem-se! Limpem-se! Removam suas más obras para longe da minha vista! Parem de fazer o mal, aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão. Lutem pelos direitos do órfão, defendam a causa da viúva (Isaías 1:16-17).
Deus falou através de Jeremias para chamar Judá à justiça e à retidão:
Assim diz o Senhor: “Administrem a justiça e o direito: livrem o explorado das mãos do opressor. Não oprimam nem maltratem o estrangeiro, o órfão ou a viúva; nem derramem sangue inocente neste lugar” (Jeremias 22:3).
O padrão de Deus para Seu povo era justiça, retidão e misericórdia. Deus requer que Seu povo viva uma vida justa, que aja como Deus age.
Retidão é Humildade Diante de Deus
Deus procura por pessoas que tratam os outros com justiça e misericórdia; esta deve ser nossa atitude para com o nosso próximo. Deus procura por pessoas que andem diante dEle em humildade; esta deve ser nossa atitude diante de Deus.
Judá adorava ídolos “numa colina alta e soberba.” Deus respondeu lembrando Judá que Ele é o único que verdadeiramente habita nos lugares altos.
Pois assim diz o Alto e Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: “Habito num lugar alto e santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito” (Isaías 57:7, 15).
Nós alcançamos o alto e sublime Deus através de um espírito contrito e humilde. Retidão inclui humildade diante de Deus. Isto é verdadeira santidade.
Oséias pregou a uma nação apóstata. O profeta sabia que a nação rejeitaria sua mensagem. Mas mesmo que a nação se recusasse a se arrepender, Oséias terminou com um convite aos israelitas que buscavam a Deus. Embora a nação pudesse rejeitar a Deus, a pessoa justa ainda pode andar nos caminhos de Deus. Ele vai honrar a pessoa que O honra. Deus abençoa aquele que anda em justiça.
Quem é sábio? Aquele que considerar essas coisas. Quem tem discernimento? Aquele que as compreender. Os caminhos do Senhor são justos; os justos andam neles... (Oséias 14:9).
Santidade na Prática: A Ética de uma Vida Santa
Santidade começa no coração, mas é vista no comportamento exterior. Na dedicação do templo, Salomão desafiou o povo: “Tenham coração íntegro para com o Senhor, o nosso Deus, para viverem por seus decretos e obedecerem aos seus mandamentos, como acontece hoje” (1 Reis 8:61). Santidade interna resulta em santidade externa; se você é santo por dentro, você viverá em justiça por fora.
Os profetas se opuseram àqueles, na antiga Israel, que ensinavam que o povo de Deus não tinha que obedecer à lei de Deus. Os profetas se opõem a igreja atual que ensina que o cristão não consegue cumprir as demandas de Deus de uma vida santa.
Muitos pregadores hoje ensinam: “A lei de Deus diz para vivermos de forma reta, mas Ele sabe que você não consegue cumprir Sua lei”. Esta não é a mensagem dos profetas. Os profetas disseram: “A lei de Deus diz para vivermos vidas retas; isto é o que Deus requer. O povo de Deus vai obedecer à lei de Deus”.
Um exemplo da lei mosaica vai mostrar como um coração santo afeta nossas ações diárias. Deus disse: “Não oprimam nem roubem o seu próximo. Não retenham até a manhã do dia seguinte o pagamento de um diarista” (Levítico 19:13). No mundo antigo, um trabalhador era pago no fim de cada dia. Não existiam contas bancárias nem cartões de crédito. O pagamento da segunda-feira, comprava a comida para a refeição da terça-feira. Se recusar a pagar o trabalhador no dia, tornava difícil para que ele comprasse comida. A lei disse: “Pague seus trabalhadores no fim de cada dia. Um empresário justo irá tratar seus trabalhadores com justiça”.
Nós vimos a ênfase em retidão, justiça e misericórdia nos livros proféticos. As epístolas do Novo Testamento compartilham esta mesma mensagem. Ela é vista mais claramente na epístola de Tiago. Ele escreveu àqueles que diziam ser povo de Deus, mas não viviam corretamente. Ele mostrou que a verdadeira santidade é vista em um viver reto.
Pessoas santas fazem mais do que professar que creem em Deus; elas vivem vidas que mostram isso. “Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos” (Tiago 1:22).
Pessoas santas mostram compaixão aos órfãos e as viúvas: “A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo” (Tiago 1:27).
Pessoas santas são imparciais diante de ricos e pobres. “Mas se tratarem os outros com parcialidade, estarão cometendo pecado e serão condenados pela Lei como transgressores” (Tiago 2:9).
Pessoas santas controlam a sua fala. “Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo” (Tiago 3:2).
Empresários santos tratam seus trabalhadores com justiça. “Vejam, o salário dos trabalhadores que ceifaram os seus campos, e que vocês retiveram com fraude, está clamando contra vocês. O lamento dos ceifeiros chegou aos ouvidos do Senhor dos Exércitos” (Tiago 5:4).
[1]Santidade muda a forma como vivemos em todas as áreas de nossa vida, incluindo nossos negócios e carreira. Uma pessoa santa vive de forma justa. Se nós somos santos diante de Deus, iremos agir de forma apropriada diante dos outros. A mensagem dos profetas e dos apóstolos é clara: um coração santo muda nossas atitudes. Pessoas santas vão viver de forma justa em todas as áreas da vida. O propósito de Deus é formar um povo que é justo tanto no seu coração quando na sua vida diária.
Como que a justiça acontece na vida diária? Como que a santidade acontece nas interações do dia a dia no mundo a nossa volta? Vamos olhar alguns exemplos da vida real. Todos os exemplos vêm de pessoas que se dizem santas. Os nomes foram mudados. Infelizmente, as histórias são reais.
Pastor Tom é um construtor. Seu trabalho como construtor sustenta seu ministério como pastor de uma igreja do movimento da santidade. Tom comprou uma ferramenta por 100 dólares. Ele usou a ferramenta para construir uma casa e depois não precisava mais dela. Quando ele estava pronto para vender a ferramenta, ele falou ao comprador: “Quando era nova, eu paguei 200 dólares pela ferramenta. Vou vendê-la por 150.”
Pastor Tom diz: “Este é um bom negócio. Fiquei no lucro por exagerar no preço original que paguei. Ninguém precisa saber. De qualquer forma, vou usar o dinheiro na obra de Deus”. Deus diz: “Pessoas santas são honestas nos seus negócios”. Paulo escreveu:
Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas (Colossenses 3:9).
Jane é a secretária de uma empresa. Quando seu pastor a visitou em sua casa, ela disse: “Se você precisar de material de escritório, eu posso lhe dar. Eu trago lápis, papelaria e itens de escritório do trabalho para casa. Ninguém nunca nota”.
Jane diz: “É só uma coisa pequena”. Deus diz: “Pessoas santas são honestas mesmo nas coisas pequenas”. Paulo escreveu que aqueles que foram “criados para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade” viverão de uma nova forma:
O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade (Efésios 4:24, 28).
Bill tem uma empresa. Ele deve controlar os registros e pagar impostos no final do ano. Ano passado, Bill teve 50.000 dólares de lucro na sua empresa, mas quando declarou os impostos, ele reportou um lucro de 40.000 dólares. Algumas vezes, ele paga um suborno ao oficial do governo para conseguir um bom contrato.
Bill diz: “Eu sei como funcionam as empresas no meu país. Eu tenho que facilitar as coisas para minha companhia. Além disso, eu dou o dízimo e uso meu dinheiro para bons propósitos”. Deus diz: “Pessoas santas são honestas no seu trato com o governo”. Paulo escreveu aos cidadãos do Império Romano: “Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais” (Romanos 13:1).
Léia não gosta do seu trabalho. Ela quer passar seu tempo trabalhando para a igreja. Porém, ela trabalha limpando casas de pessoas ricas. Ela é paga para trabalhar das 8 às 17 horas, mas ela frequentemente chega atrasada e sai mais cedo. Léia falou ao seu pastor: “Eu prefiro passar meu tempo orando de manhã e ir tarde para o trabalho. Eu prefiro sair cedo do trabalho e ir à igreja de noite. Eu não me preocupo se trabalho o tempo integral para qual sou paga”.
Léia diz: “Meu chefe nunca saberá que eu não trabalho o tempo integral”. Deus diz: “Pessoas santas são honestas na sua ética de trabalho. Elas dão seu melhor em todos os lugares que Deus as coloca”. Paulo escreveu:
Escravos, obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradá-los quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês temerem o Senhor. Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo (Colossenses 3:22-24).
Arthur é um missionário. Ele ama a Deus e trabalha duro, mas sua língua é afiada. Muitas vezes, as pessoas a sua volta foram machucadas pelas suas palavras severas.
Arthur diz: “Eu só falo o que penso! Você precisa me aceitar do jeito que sou”. Deus diz: “Pessoas santas controlam sua língua”. Tiago escreveu:
Assim também, a língua é um fogo; é um mundo de iniquidade... Com a língua bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não pode ser assim! (Tiago 3:6-10).
► Na sua cultura, quais são as áreas éticas em que os cristãos são tentados? Onde os cristãos são mais tentados a mostrar desonestidade em suas vidas diárias? Como a mensagem de uma vida santa trata essa área de tentação?
[1]“Santidade significa um andar imaculado com os pés, um falar imaculado com a língua, um pensar imaculado com a mente – todos detalhes da vida debaixo do escrutínio de Deus.”
- Oswald Chambers
Ele Encontrou o Segredo - Chiune Sugihara
Chiune Sugihara foi um cristão japonês que trabalhou para o Ministério de Relações Exteriores em Manchúria. Em 1939, ele foi enviado à Lituânia para servir como cônsul japonês. Lá, ele encontrou uma senhora judia e ouviu sobre como o governo nazista alemão estava tratando o povo judeu.
Sugihara contou ao seu governo pedindo permissão para dar visto aos refugiados judeus fugindo da Alemanha e da Polônia. O governo japonês recusou o pedido de Sugihara.
No verão de 1940, Sugihara sabia que ele precisava mostrar justiça e misericórdia. Ele falou para a sua esposa: “Eu não quero desobedecer ao meu governo. Porém, eu não posso desobedecer a Deus. Eu devo seguir minha consciência”.
[1]Sugihara começou a produzir os vistos de saída para refugiados. É estimado que ele salvou a vida de cerca de 10.000 judeus, que poderiam ter sido mortos por Hitler. Mais tarde, Sugihara foi capturado pelo exército russo e passou dezoito meses em uma prisão russa. Quando ele foi solto da prisão e enviado de volta ao Japão, o Ministério de Relações Exteriores o demitiu porque ele tinha desobedecido suas ordens.
Depois de ser demitido, Sugihara não tinha como se sustentar. Ele passou dificuldades até para comprar comida para sua família. Quando descendentes dos judeus que ele salvou o procuraram mais tarde, o governo japonês negou que ele tivesse trabalhado para eles. Finalmente, em 1968, um judeu sobrevivente encontrou Sugihara e o levou para Israel.
Sugihara recebeu pouco reconhecimento na terra pelos seus sacrifícios, mas ele obedeceu a Deus porque ele era justo. Sugihara sabia que um filho de Deus deve viver de forma justa. Ele não poderia ignorar o sofrimento daqueles a sua volta. Ele sabia que ser justo é fazer justiça, amar, ter misericórdia e andar humildemente com Deus. Chiune Sugihara viveu uma vida santa.
[1]“Todo o povo de Deus é um povo ordinário feito extraordinário pelo propósito que Ele os deu.”
- Oswald Chambers
Faze-me, ó Deus, guardar - Charles Wesley
Faze-me, ó Deus, guardar
minha alma, não mortal
e preservá-la para entrar
no reino celestial.
Para este meu dever
poder, ó Deus, vem dar.
Em vera fé a Ti meu ser
desejo consagrar.
Teu filho quero ser
de todo o coração
a fim de em Cristo receber
a eterna salvação.
Ajuda-me a velar
e a fé conservarei;
porque se em Cristo me fiar
jamais perecerei.[1]
(1) Ser santo é ser justo, tanto internamente quanto externamente.
(2) Israel permitiu que os rituais exteriores e o ato de professar substituíssem a verdadeira justiça.
(3) Sem vidas justas, os rituais religiosos e o ato de professar são insignificantes.
(4) A justiça deve ser interna – a obediência deve vir do coração.
(5) A justiça deve ser externa – ela deve afetar o modo que tratamos aqueles em nossa volta.
(6) Os profetas ensinaram que Deus requer três coisas de uma pessoa justa:
Justiça diante das outras pessoas.
Misericórdia diante das outras pessoas.
Humildade diante de Deus.
(7) As epístolas do Novo Testamento repetem a mensagem da vida justa. Uma pessoa santa deve viver uma vida ética e justa.
Tarefas da Lição
(1) Escreva uma redação de 2 a 3 páginas sobre “Justiça no Mundo de Hoje.” Escolha uma área em que o pecado na área ética é comumente aceito e mostre o que a Bíblia ensina sobre esta área de pecado. Dê instruções práticas para as pessoas a quem você ministra.
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