► Leia Gênesis 3 com todo o grupo. O que essa passagem nos fala sobre o pecado?
► Por que precisamos entender o pecado?
Devemos entender o pecado:
1. Para entender a condição do mundo. A Bíblia nos fala que o pecado é a causa do sofrimento humano. Foi através do pecado que a morte veio ao mundo (leia Romanos 5:12). Devido a maldição do pecado, existem doenças, envelhecimento e dor. Atos pecaminosos como mentir, roubar, matar, adulterar, embriagar-se e oprimir têm enchido o mundo com sofrimento. Os atos pecaminosos vêm do pecado no coração, tal como ódio, luxúria, cobiça, orgulho e egoísmo.
2. Para entender a graça e a salvação. Deus dá graça para nos salvar do pecado (Mateus 1:21; Romanos 5:20-21).
3. Para entender a santidade. A pecaminosidade é o oposto da santidade; é contra a devoção a Deus. Para uma pessoa ser santa como Deus espera (1 Pedro 1:15-16), ela precisa estar separada do pecado.
A Origem do Pecado
A criação de Deus era perfeita, e tudo o que Ele fez não tinha defeito. Quando Deus terminou a criação, Ele viu que era muito bom (Gênesis 1:31). Portanto, nós sabemos que o pecado não é culpa de Deus.
Adão e Eva estavam em um relacionamento com Deus; eles desejavam agradá-Lo e tinham habilidade para fazer tudo que era certo. Satanás foi tentar Eva a desobedecer a Deus. Por isso, sabemos que o pecado já existia no universo. Satanás já havia caído em pecado, porém, o pecado ainda não tinha entrado na humanidade ou na parte da criação que estava debaixo da autoridade humana.
Adão e Eva tinham livre arbítrio. O pecado foi possível porque eles eram capazes de tomar decisões reais. Eles escolheram desobedecer à lei de Deus, e isso foi o começo do pecado humano.
Esse primeiro ato pecaminoso separou a humanidade de Deus. O pecado também corrompeu a natureza da humanidade (leia Salmos 51:5). Todas as crianças nascidas depois disso teriam uma natureza corrompida e cometeriam atos pecaminosos (leia Romanos 5:12, 14, 18-19).
O pecado trouxe uma maldição a toda a criação (Gênesis 3:16-19). A vida mudou por causa do pecado. Dor, envelhecimento e morte surgiram (leia 1 Coríntios 15:22). O trabalho e a sobrevivência tornaram-se difíceis. Os relacionamentos humanos foram preenchidos com conflito. Com o passar dos anos e a multiplicação das pessoas, os resultados do pecado se multiplicaram para além do que Adão e Eva poderiam ter imaginado.
Palavras no Hebraico e Grego Para “Pecado”
[1]A maioria dos idiomas tem diferentes sinônimos para a palavra pecado. Os idiomas originais, hebraico e grego, também têm muitas palavras diferentes para descrever ou definir “pecado”, que são serão explicadas abaixo. Quando colocadas juntas, essas palavras apresentam uma imagem compreensível sobre o pecado.
Pecado como rejeição da autoridade – revolta e rebelião (Salmos 51:1). Jacó usou essa palavra hebraica quando, irado, demandou que Labão dissesse qual crime havia cometido contra ele (Gênesis 31:36). A palavra também descreve a ação do rei de Moabe contra o Rei Jorão (2 Reis 3:7).
Pecado como perversão ou distorção – o que é torcido, modificado (Salmos 51:2a). Satanás não pode criar nada, então todos os pecados são a perversão de algo bom criado por Deus.
Pecado como uma marca perdida ou estar longe do objetivo. A palavra hebraica para “pecado” usada no Salmo 51:2b tem esse significado. A mesma palavra é usada em Juízes 20:16 com um significado não-ético, a qual descreve 700 canhotos que podiam atirar com a funda uma pedra num cabelo sem errar. O pecado é a perda da marca da verdade de Deus, da santidade e da justiça.
Uma palavra grega no Novo Testamento tem um significado similar. Essa palavra pode ser usada para descrever os pecados de todo o mundo (Mateus 1:21), ou os pecados de um indivíduo específico, como os pecados da mulher que lavou os pés de Jesus (Lucas 7:48-50), ou um pecado específico, como o pecado de assassinato de Estêvão (Atos 7:60). O pecado se afasta da vontade de Deus.
Pecado como algo ruim; o oposto do bem (Salmos 51:4). A mesma palavra hebraica é usada para descrever as sete vacas magras no sonho do Faraó (Gênesis 41:19) e os figos que não poderiam ser comidos em Jeremias 24:2.
Pecado como falha, ou indisposição a ouvir, resultando em desobediência ativa (Romanos 5:19). Um exemplo desse comportamento está em Atos 7:57, quando aqueles que apedrejavam Estêvão cobriram os ouvidos. O melhor resumo dessa palavra grega é desobediência.
Pecado como descumprimento de uma lei específica – fazer o oposto do que Deus pede (1 João 3:4). A palavra grega é composta de duas palavras que juntas significa “nenhuma lei”, ou “sem lei”.
Pecado como desvio deliberado ou ir além do que é sabido ou exigido por Deus (Êxodo 32:7-8). Nessa passagem, o povo começou a se desviar de Deus enquanto Moisés estava no Monte Sinai.
Pecados não intencionais (Levítico 4:2). Esse tipo de pecado é discutido no Antigo e no Novo Testamento. A palavra grega usada em Hebreus 9:7 vem do verbo que significa “ser ignorante”, ou “não entender”, portanto, significa “pecar pela ignorância”. Esse versículo descreve a expiação feita pelo sacerdote pelos pecados não intencionais do povo.
A partir dessas palavras, nós vemos que o pecado é um problema com muitos aspectos. Algumas palavras descrevem o pecado de forma mais geral. Outras mostram o pecado como o resultado de não ouvir a Palavra de Deus; como não viver um padrão; deliberar pecados premeditados; ou pecados sem intenção ou até mesmo acidentais. Seja qual for o caso, lembrar que Jesus morreu na cruz para salvar as pessoas de seus pecados é um pensamento abençoado (Mateus 1:21).
[1]“A grandeza no reino de Deus é medida em termos de obediência.”
– John Stott
Pecado Intencional
► O que é pecado intencional?
Pecado intencional é uma violação proposital da conhecida vontade de Deus (leia 1 João 3:4; Tiago 4:17). Isso acontece quando uma pessoa escolhe fazer o que ela sabe ser errado ou não fazer o que ela sabe ser certo. É um erro deliberado.
Em 1 João 3:5-6, o Apóstolo João escreveu:
Vocês sabem que ele [Jesus] se manifestou para tirar os nossos pecados, e nele não há pecado. Todo aquele que nele permanece não está no pecado. Todo aquele que está no pecado não o viu nem o conheceu.
O pecado mencionado aqui é uma prática contínua de pecados deliberados. Uma tradução estendida disso seria algo como isso: todo aquele que permanece continuamente em Jesus não peca continuamente ou habitualmente; e todo aquele que peca continuamente ou habitualmente, não o viu nem o conheceu.
Se alguém interpretar isso como pecado no seu sentido geral (incluindo pecados pela ignorância e sem intenção), a afirmação não fará sentido. Os cristãos ainda têm falhas, que não são intencionais. Porém, se entenderam pecado (nessa passagem) como “uma rejeição intencional da lei de Deus”, então a passagem fará completo sentido.
Depravação Hereditária
► Como você descreveria a natureza pecaminosa com que as pessoas nascem?
Depravação hereditária é a corrupção da natureza moral do homem que o inclina em direção ao pecado desde o nascimento. Algumas vezes, isso é chamado de “pecado original”; é a natureza pecaminosa com a qual nascemos devido ao pecado de Adão.
Todas as pessoas têm essa tendência de ir em direção à maldade desde o nascimento (leia Salmos 58:3). A natureza da pessoa já está distorcida por uma tendência ao pecado quando ela nasce. Ela começa a pecar assim que começa a tomar decisões. A tendência pecaminosa não é algo que ela aprende no seu ambiente.
[1]Davi disse que ele era pecador desde que nasceu; desde a concepção (Salmos 51:5). Ele não quis dizer que sua mãe havia feito alguma coisa errada. Ele quis dizer que quando um bebê está sendo formado no útero, sua natureza já está corrompida pelo pecado.
Por causa da natureza corrompida, a imagem de Deus nas pessoas está danificada. Cada pessoa nasce com uma vontade egocêntrica e inclinada para o pecado (Romanos 3:10-12). As nossas vontades não são livres para escolherem corretamente, a menos que Deus nos dê o desejo e força (leia Romanos 6:16-17).
A depravação hereditária motiva os pecados interiores como orgulho, inveja, ódio, e falta de perdão. Isso também motiva as ações pecaminosas.
As pessoas naturalmente têm uma atitude rebelde em relação à autoridade de Deus e ficam irritadas com as Suas leis. Os pecadores não serão julgados apenas por suas ações pecaminosas, mas também pelas suas atitudes rebeldes contra Deus (Judas 15).
A pessoa com a natureza pecaminosa é naturalmente egocêntrica. Ela quer afirmar a sua própria vontade em vez de submetê-la à autoridade de Deus e de outros. Ela quer satisfazer seus próprios desejos em vez de agradar a Deus. Ela tem confiança em si mesma e não quer depender de Deus. O seu próprio sucesso é mais importante do que a glória de Deus.
As pessoas não discernem com precisão o certo do errado, porque as suas mentes estão na escuridão (leia Efésios 4:17-18). Por natureza, elas seguem a direção do mundo rebelde, do controle de Satanás e seus próprios desejos pecaminosos; e colocam a si mesmos debaixo da ira de Deus (leia Efésios 2:2-3). A sua tendência natural é ir em direção ao pecado em todos os momentos (Gênesis 6:5).
Sem a diferença que a graça de Deus faz, as pessoas não seriam capazes de fazer nada de bom, nem mesmo desejar fazer o bem. Seriam incapazes de se arrepender ou de buscar a Deus (leia João 6:44); são mortos em suas transgressões e pecados (Efésios 2:1). Os teólogos descrevem essa condição como “depravação total”.
É importante saber como a graça de Deus responde à depravação herdada. Primeiro, o poder de Deus vem com a mensagem do evangelho, dando ao perdido o desejo e a capacidade de responder ao evangelho (leia Romanos 1:16). Depois, quando uma pessoa é salva, ela é liberta do controle do pecado (Romanos 6:11-14). Porém, a influência da depravação hereditária continua em um novo cristão.
A influência da depravação hereditária em um cristão é apresentada de muitas maneiras.
1. O novo cristão, algumas vezes, lutará contra a sua própria vontade durante a tentação.
2. O novo cristão sentirá motivações erradas, as quais ele deve resistir.
3. O novo cristão terá reações e atitudes erradas que acontecerão antes que ele possa percebê-las.
O novo cristão deve ser encorajado para que não desista da sua fé ao sentir que ainda existem tendências pecaminosas. Ele deve continuar a buscar o poder e a transformação que são realizadas pelo Espírito de Deus.
O pastor deve ter paciência com os novos cristãos. Ele deve perceber que eles não serão cristãos consistentes em tudo o que falam ou fazem. Eles podem não ver imediatamente os seus problemas.
[1]“O pecado e os filhos de Deus não são compatíveis. Ocasionalmente eles podem se encontrar, [mas] não podem viver em harmonia.”
– John Stott
Transgressões Não Intencionais
Por vezes, uma pessoa viola involuntariamente a Palavra de Deus por acidente ou ignorância.
Em Levítico 4:2-3, vemos isso na situação em que era necessário fazer um sacrifício assim que se percebesse que alguma coisa errada havia sido feita. Porque a morte de Cristo tomou o lugar de todos os sacrifícios do Antigo Testamento, sabemos que os cristãos estão redimidos de transgressões não intencionais.
As transgressões não intencionais são inevitáveis enquanto a nossa compreensão é limitada. Elas não quebram a nossa relação com Deus, porque não entram em conflito com o nosso amor a Deus. Deus disse que o amor completo por Ele cumpre o que Ele exige de nós (leia Mateus 22:37-40; Romanos 13:8-10). Não somos responsáveis pelo que não sabemos (leia Tiago 4:17).
Enquanto caminhamos na luz (vivemos de acordo com a verdade que conhecemos), estamos purificados de todo o pecado (leia 1 João 1:7). Não precisamos temer que transgressões desconhecidas irão prejudicar o nosso relacionamento com Deus, porque estamos confiando na expiação de Cristo.
O livro de Levítico nos mostra que quando percebemos que fizemos alguma coisa errada sem intenção, devemos nos arrepender, pedir perdão a Deus e corrigir a nossa vida para que ela seja o que Deus quer.
Enquanto estudamos a Palavra de Deus, seguimos o Espírito Santo, temos comunhão com os outros cristãos e crescemos em maturidade, devemos mudar os comportamentos que, sem intenção, transgridem a vontade de Deus.
► Por que devemos querer saber e fazer melhor a vontade de Deus?
Razões pelas quais devemos querer entender melhor a vontade de Deus e segui-la completamente:
1. Não queremos fazer nada que desagrade a Deus.
2. Há más consequências das más condutas, mesmo que não sejam intencionais.
3. Precisamos ser bons exemplos de cristãos.
4. Se tentamos evitar a vontade de Deus, somos culpados de pecar intencionalmente.
Enquanto crescemos em nosso entendimento sobre a vontade de Deus, normalmente reconhecemos transgressões em nossa vida. Se reconhecermos que alguma coisa que estamos fazendo é errada, mas escolhemos fazê-la do mesmo jeito, não será mais uma mera questão de falhar por ignorância. Se nos recusarmos a mudar, essa transgressão se torna um pecado intencional.
Conclusão
Às vezes, os teólogos não fazem distinção entre categorias de pecado. Eles podem dizer que tudo que é menos que a perfeição é pecado, ou podem dizer que apenas o pecado voluntário é pecado. Se entendermos as categorias de pecado, poderemos entender melhor o que Deus quer fazer por nós pela Sua graça.
O pecado voluntário deve ser vencido quando a pessoa nasce de novo. João declara que aquele que nasceu de novo não peca habitualmente (1 João 3:4-9). O pecado voluntário não é consistente com a fé cristã. A rebelião deliberada não é um hábito do crente.
A santificação é a obra de Deus lidando com os pecados da natureza humana, para que os crentes sejam totalmente santos (1 Tessalonicenses 5:23). O espírito, a alma e o corpo deles se torna sem culpa. A santificação vence os pecados da natureza humana.
O pecado da ignorância não é uma desobediência proposital, mas vem de uma mente e corpo caídos. Não há maneiras de ficar totalmente livre dessa forma de pecado durante a vida terrena. Na ressurreição, os santos glorificados estarão total e permanentemente livres de todas as formas de pecado.
► Leiam a declaração de fé juntos, pelo menos duas vezes.
Declaração de Fé
O pecado humano teve origem na livre escolha das primeiras pessoas criadas que desobedeceram a Deus. Todas as pessoas, exceto Jesus, herdaram a depravação de Adão e também são culpadas de ações pecaminosas. Falhas humanas podem violar as leis de Deus, mas não quebram o nosso relacionamento com Ele. Todo pecador será condenado eternamente se não encontrar o perdão de Deus antes do julgamento final.
Tarefas da Lição 5
(1) Tarefa Sobre Uma Passagem: Cada aluno receberá uma passagem listada abaixo. Antes da próxima aula, você deve ler a passagem e escrever um parágrafo sobre o que ela fala a respeito do assunto desta lição.
Romanos 1:21-32
Romanos 3:10-20
Gálatas 5:16-21
Efésios 5:1-8
Tito 1:10-16
Tiago 4:1-4
2 Pedro 2:9-17
(2) Teste: Você começará a próxima aula com um teste sobre a Lição 5. Estude as perguntas do teste com atenção para se preparar.
(3) Tarefa de ensino: Lembre-se de agendar e informar as vezes que ensinou fora da aula.
Teste da Lição 5
(1) Listre três razões para precisarmos entendemos o que é pecado.
(2) Como sabemos que o pecado não foi culpa de Deus?
(3) Defina em uma frase: pecado intencional, depravação hereditária e transgressão não intencional.
(4) Por que devemos querer entender e fazer melhor a vontade de Deus?
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