(1) Entender o que a Bíblia quer dizer quando fala sobre “o mundo”.
(2) Reconhecer as áreas nas quais os valores do mundo têm influenciado sua vida.
(3) Descrever como e por que o pensamento de um cristão deve diferenciar do pensamento de um pecador.
(4) Explicar o que significa para um cristão viver uma vida de integridade.
(5) Mostrar que a verdade cristã deve ser aplicada em todos os detalhes da vida.
João Crisóstomo, Pregador da Integridade
João Crisóstomo (anos 370 d.C.)[1], foi um bispo piedoso que ficou conhecido como “a boca de ouro” devido a sua pregação poderosa e oratória. Ele era muito amado pelo homem comum e se tornou o pregador mais famoso do Império Romano do Oriente. Ele foi “sequestrado” em 398 e levado para a capital Constantinopla (atual Istambul, Turquia) para servir como pastor e patriarca da igreja nacional com 100.000 membros.
João era conhecido por seu caráter intransigente. Ele usou sua posição para atender às necessidades de toda a cidade, não apenas às dos ricos. Ele alimentou os pobres, construiu hospitais e ajudou viúvas. Ele confrontou os bispos da Ásia Menor por causa da corrupção e má administração financeira e pregou contra a indulgência e imoralidade deles. Ele advertiu as classes altas da Constantinopla que frequentar o teatro as arruinaria. Ele comparou o comparecimento ao teatro à exposição a um vírus mortal. João disse:
Se você vir uma mulher sem pudor no teatro, que pisa no palco com a cabeça descoberta e atitudes ousadas, vestida com roupas adornadas com ouro, ostentando sua sensualidade suave, cantando canções imorais, balançando seus membros na dança e fazendo discursos promíscuos... você se atreve a dizer que nada de humano acontece com você, então? (...) Muito tempo depois que o teatro está fechado e todos se foram, essas imagens ainda flutuam diante de sua alma, as palavras deles, suas condutas, seus olhares, seus passos, suas posições... seus membros impuros - e quanto a você, você vai para casa coberto de mil feridas! Mas não sozinho – a prostituta vai com você – embora não abertamente e visivelmente… mas em seu coração, e na sua consciência, e lá dentro de você, ela acende a fornalha babilônica… na qual a paz do seu lar, a pureza do seu coração, a felicidade de seu casamento serão queimados!
Aos cidadãos ricos, João advertiu:
É tolice e loucura pública encher os armários com roupas e permitir que homens criados à imagem de Deus e nossos semelhantes fiquem nus e tremendo de frio para que mal possam se manter em pé... Vocês são enormes e gordos, vocês fazem festas para beber até tarde da noite e dormem em uma cama quente e macia. E vocês não pensam em como devem prestar contas de seu mau uso dos presentes de Deus…. Pois nosso dinheiro é do Senhor, por mais que o tenhamos juntado. É por isso que o Senhor permitiu que vocês tivessem mais; não para desperdiçar... mas para distribuir a quem precisa.
João Crisóstomo acabou sendo banido para a costa leste do Mar Negro, mas morreu na viagem (407 d.C.). Suas palavras finais foram: “Glória a Deus em todas as coisas. Amém”.
[1]Gerald L. Sittser. Water from a Deep Well. (Downers Grove: InterVarsity Press, 2007), 135
Uma Compreensão Bíblica Sobre o Mundo
João 17 é a oração de Jesus por Seus discípulos pouco antes de Sua crucificação. Ela expressa Seu grande amor e preocupação com Seus discípulos. Ele disse que estava orando também por aqueles que iriam crer na mensagem dos apóstolos (versículo 20), portanto, os crentes de hoje estão inclusos.
► Um aluno deve ler João 17:14-18 para o grupo.
O que Jesus quis dizer quando falou que Ele não era do mundo? Nós sabemos que Ele não se originou neste mundo; Ele é o filho de Deus que veio do céu à terra. No entanto, quando Ele fez essa declaração de que não era do mundo, não estava falando sobre o fato de ter vindo de outro lugar fora deste mundo. Ele disse que Seus discípulos também não eram deste mundo, assim como Ele não era. Jesus estava falando sobre pessoas que nasceram na terra, de pais humanos, e que cresceram como cidadãos de seu próprio país.
Então, o que Jesus queria dizer quando falou que Seus discípulos não eram do mundo? Nós precisamos entender do que a Bíblia está falando quando se refere ao mundo.
► Um aluno deve ler Efésios 2:1-3 para o grupo.
Esses versículos nos mostram que viver como o mundo vive é o mesmo que seguir à direção de Satanás. Nós também vemos que as pessoas do mundo seguem seus desejos pecaminosos, e experimentarão a ira de Deus. Aqueles que creem recebem nova vida e não vivem mais como o mundo.
► Um aluno deve ler 1 João 2:15-17 para o grupo.
O mundo é referido em 1 João como algo maligno. Não deve ser amado, nem devem ser amadas as coisas dele. Desejos e motivos errados são típicos do mundo. Os desejos pecaminosos são chamados de desejos mundanos.
Satanás é chamado de príncipe deste mundo (João 16:11). Isso não significa que o mundo lhe pertence por direito; ele é o líder de uma rebelião contra Deus, e as pessoas do mundo o seguem. Ele já está condenado, e todos que persistirem em segui-lo também serão condenados.
Ser amigo do mundo é ser inimigo de Deus (Tiago 4:4).
O mundo é composto de milhões de pessoas naturais, decaídas, separadas de Deus e unidas pelo que têm em comum. Primeiro, elas têm afeições ou desejos errados. Elas amam mais as coisas do mundo do que o Criador do universo. 1 João 2:15-16 diz: “Não amem o mundo (…). Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo”.
Depois, suas afeições erradas levam a um comportamento errado; um estilo de vida focado em satisfazer-se, muitas vezes às custas da justiça e da misericórdia (Amós 5:11-15; 21-24). Elas seguem seu próprio caminho, exigem o que querem e determinam o que é certo e errado para si mesmas. Embora tenham muitas formas de religião, todos aqueles que são do mundo fazem de si mesmos (intelecto humano, sabedoria humana, apetites humanos, bondade humana, poder humano) o centro de sua adoração (Romanos 1:25). Eles não aceitam a autoridade de Deus e acreditam em uma filosofia de vida que justifica o que decidiram fazer. Eles não procuram saber o que é certo e fazê-lo. Eles fazem o que querem, depois procuram uma forma de explicar que aquilo está certo.
Psicólogos e conselheiros não-cristãos do mundo tentam ajudar as pessoas a resolverem sua culpa sem arrependimento e sem encontrarem o perdão de Deus. Os filósofos do mundo tentam descrever um propósito de vida que não envolva Deus. Os cientistas do mundo tentam explicar uma origem para tudo enquanto negam um Criador. Políticos e assistentes sociais de todo o mundo tentam encontrar meios de prevenir as consequências naturais e negativas do pecado, enquanto negam que o pecado é o problema real. Estilistas de todo o mundo trabalham para produzir roupas que sejam sensuais e que chamem a atenção. Profissionais do entretenimento do mundo fazem piadas sobre pecado, moralidade e religião. Os pastores do mundo acreditam em um deus que tolera o pecado e está mais preocupado com o fato de você ser rico, feliz e ter boa autoestima.
Colossenses 2:8 nos adverte para não sermos escravizados pelas filosofias enganosas, pelos princípios elementares do mundo. Um vigarista rouba alguém vendendo uma ideia falsa. Ao convencer as pessoas de ideias erradas, o mundo rouba seu relacionamento com Deus, benefícios espirituais e o céu.
As filosofias e motivações controladoras do mundo aparecem no estilo de vida das pessoas que são do mundo. A fala, as atitudes, o vestuário, o entretenimento e o comportamento do mundo são expressões da pecaminosidade de seus corações.
Os cristãos não podem seguir a moralidade de sua sociedade. Eles serão diferentes de sua sociedade.
As culturas são moldadas por essa entidade que a Bíblia chama de mundo. Gerações de pessoas em um lugar desenvolvem uma cultura. Elas querem muitas coisas boas, como segurança, prosperidade e famílias estáveis, mas buscam essas coisas com uma filosofia mundana e a determinação de encontrá-las sem se submeter à Palavra de Deus. Isso significa que os cristãos não podem seguir completamente sua própria cultura. Algumas culturas são mais influenciadas pelos princípios bíblicos do que outras, mas nenhuma cultura de nação alguma é completamente cristã.
► Baseado no que estudamos até agora, o que significa que os discípulos de Jesus não são “do mundo”?
Os cristãos não seguem desejos e ambições pecaminosas. Eles querem agradar a Deus acima de tudo. Suas afeições foram e estão continuamente sendo transformadas (Filipenses 1:9-11). A lei de Deus foi escrita no coração deles (Jeremias 31:33). Os mandamentos de Deus não são pesados para os cristãos, mas sim um deleite (1 João 5:1-3; Salmos 19:7-11). Os cristãos têm prioridades eternas (Mateus 6:33). Seu comportamento mostra que eles querem resistir à tentação e viver em vitória sobre o pecado.
As pessoas do mundo pensam que os cristãos são estranhos porque não estão interessados nas mesmas coisas (1 Pedro 4:4). Jesus disse que o mundo odeia uma pessoa que é espiritualmente diferente (João 17:14). O mundo tem um antagonismo com aqueles que não são dele. Eles não compreendem, se ofendem com a retidão e são condenados por seus próprios pecados. É por isso que Jesus disse: “Neste mundo vocês terão aflições” (João 16:33). O apóstolo Paulo disse: “De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2 Timóteo 3:12).
► Um aluno deve ler 2 Coríntios 6:14-18 para o grupo.
A Bíblia diz aos crentes para serem diferentes do mundo. Essa distinção começa com a atitude, conforme ensinado por Jesus no Sermão do Monte. Ali Ele descreveu a atitude do cristão como uma atitude de humildade, tristeza pelo pecado, mansidão, justiça, misericórdia, pureza de coração, paz e disposição para suportar perseguição. Atitudes distintas resultarão em comportamentos distintos. Por exemplo, os cristãos não podem formar parcerias que exijam que eles façam coisas erradas. Deus promete ser um Pai para aquele que é distinto do mundo. Lembre-se, vimos um versículo que diz que um amigo do mundo é inimigo de Deus (Tiago 4:4).
► Um aluno deve ler Mateus 5:13-16 para o grupo.
Ser diferente e separado do mundo não significa que os cristãos devem se separar da sociedade e formar suas próprias comunidades. Jesus disse que não estava orando para que Seus discípulos fossem tirados do mundo (João 17:15). Ele também disse que Seus discípulos são sal e luz para o mundo, o que significa que eles devem estar presentes e visíveis na sociedade. Um cristão deve participar do governo e dos negócios da comunidade, exceto quando a participação exigir que ele faça algo errado.
Gerald Sittser nos conta como isso acontecia no início do cristianismo:
Aristides, um filósofo ateniense que (...) viveu no segundo século, listou uma série de atributos que distinguiam os cristãos do resto da população. Os cristãos, observou ele, modelaram a fidelidade, a verdade, o contentamento, o respeito pelos pais, o amor ao próximo, a pureza, a paciência diante da perseguição e a bondade com estranhos. Cuidavam de viúvas e órfãos. Eles também tratavam os escravos com uma gentileza incomum. “Quaisquer escravos e escravas (…) eram persuadidos a se tornarem cristãos por causa do amor que tinham por eles. Se eles se tornarem cristãos, eles serão irmãos sem discriminação.”[1]
A epístola de Tiago enfatiza que a verdadeira fé cristã é demonstrada em vida. Tiago disse que uma pessoa que ouve a Palavra de Deus e não a pratica está enganando a si mesma (Tiago 1:22). Algumas pessoas pensam que são melhores do que outras porque conhecem mais a verdade cristã – mesmo que não a obedeçam – mas isso não é verdade.
Tiago disse que algumas pessoas são religiosas, mas sua religião é inútil. Deus se agrada da religião de uma pessoa que atende às necessidades dos outros e se mantém pura, não sendo corrompido pelo mundo (Tiago 1:27).
► Um aluno deve ler Tiago 2:14-26 para o grupo.
Há pessoas que dizem que, como a salvação é recebida pela fé e não pelas obras, nosso comportamento não importa. Elas pensam que é possível para uma pessoa ter uma fé salvadora mesmo que suas atitudes e modo de vida sejam como os de um incrédulo. Essa passagem na epístola de Tiago fala a pessoas assim.
Tiago diz que a crença não é suficiente; até os demônios têm crenças corretas, mas não estão em um relacionamento correto com Deus (versículo 19). Uma pessoa que crê em Deus, mas não se submete a Ele, é como uma pessoa que ouve o evangelho, mas não se arrepende.
É importante explicar os versículos 21 e 24. Eles dizem que Abraão foi justificado pelas obras, e que uma pessoa é justificada pelas obras e pela fé juntas. Isso parece contradizer outros versículos que enfatizam que uma pessoa é salva somente pela graça e não pelas obras.[1] Tiago não quer dizer, pelo termo justificado, que uma pessoa é salva pela fé e pelas obras, mas que uma pessoa demonstra ser uma pessoa salva pela fé e pelas obras. Ela não é salva pelas obras, mas se não vive como cristão, também não tem fé salvadora. Tiago diz que a fé de uma pessoa está morta se ela não tiver uma vida que corresponda à fé (versículo 26).
Ele disse que, assim como é impossível uma árvore ter dois tipos de fruto ou uma fonte dar dois tipos de água, uma pessoa não deve ser capaz de falar ao mesmo tempo bênção e maldição (Tiago 3:9-12). O comportamento de uma pessoa deve corresponder consistentemente à sua fé cristã.
Em Romanos 2:21-24, Paulo falou aos judeus que se achavam superiores aos gentios porque tinham as Escrituras, embora não as obedecessem. Ele perguntou: “Você, que prega contra o furto, furta?” Ele disse: “Você, que se orgulha na lei, desonra a Deus, desobedecendo à lei?” O fato de eles se exaltarem como pessoas religiosas, mas não terem bom caráter, fez com que os gentios dissessem blasfêmias sobre Deus e sobre as Escrituras.
Se uma pessoa tem integridade, seu comportamento vai de acordo com suas crenças. Por exemplo, uma pessoa honesta integrará a honestidade em todo o seu comportamento e fala. Uma pessoa que se diz honesta, mas faz algo desonesto, não tem integridade.
O termo integridade pode ser aplicado ao caráter de uma pessoa. Em algumas línguas, o termo também é usado para descrever outras coisas, como a estrutura de um edifício.
► O que você acha que significa para uma estrutura de construção ter integridade?
É importante que um edifício fique firme. Ele deve suportar seu próprio peso e o peso de quaisquer atividades que ocorram dentro dele. Se desmoronar, pessoas podem ser feridas, bens podem ser danificados e o valor do edifício é perdido. Integridade para um edifício significa que os princípios de construção forte são usados em toda a estrutura.
Também é bom que o edifício permaneça firme por muito tempo. Uma pessoa que constrói uma casa pode esperar que ela permaneça por toda a sua vida. Prédios do governo ou grandes empresas exigem grandes investimentos e podem durar várias gerações.
Se um edifício começa a inclinar-se ou desmoronar, é porque lhe falta integridade. Às vezes, um edifício é danificado por um terremoto e, embora ainda esteja de pé, não é seguro. Não tem integridade.
Antes de começar a construção de um edifício importante, há uma planta baixa - um desenho com os detalhes. Os detalhes mais importantes são sobre como o edifício será forte o suficiente para se manter firme. As partes do edifício devem estar conectadas e se sustentar mutuamente.
É importante que o construtor siga o plano ao construir. Se ele reduzir as despesas deixando de fora partes necessárias da estrutura, o edifício não será seguro.
► O que significa, para uma pessoa, ter integridade?
Jesus usou a ilustração da integridade de uma construção. Ele disse que aquele que ouve e obedece a Deus é como uma pessoa que constrói sua casa sobre uma rocha. Essa casa fica de pé quando as tempestades vêm. Uma pessoa que não obedece a Deus é como uma pessoa que constrói sua casa sobre a areia. Não basta apenas ouvir e conhecer a verdade.
► Um aluno deve ler Tiago 1:22-25 para o grupo.
Tiago disse que uma pessoa está se enganando se ouve a Palavra de Deus, mas não a coloca em prática. Ele está se referindo a alguém que pensa que é bom porque conhece a verdade bíblica, embora não a viva consistentemente. Essa pessoa não tem integridade.
Tiago disse que quando lemos a Palavra de Deus não devemos ser como alguém que olha para um espelho, mas que não muda a si próprio por causa do que vê. A verdade de Deus é transformadora. Ao olharmos para a Palavra de Deus vemos nossas falhas e devemos permitir que o Espírito de Deus mude nosso caráter e comportamento para corresponder à verdade de Deus.
A integridade é demonstrada no estilo de vida. Uma pessoa não deve ficar satisfeita consigo mesma quando percebe que uma atitude ou comportamento não é consistente com a verdade de Deus.
O Teste do Fruto
Jesus disse que haveria muitos falsos profetas. São pessoas que querem o cargo de liderança religiosa ou querem fazer do ministério um negócio, mas não têm caráter cristão. Ele disse que podemos reconhecê-los por seus frutos (Mateus 7:15-18). Fruto não se refere ao sucesso. O fruto é a expressão natural da característica da árvore. O fruto de uma pessoa é a demonstração de seu caráter interior na sua vida. Se alguém não está produzindo o fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23; 1 Coríntios 13), ou está vivendo uma vida de pecado, tem caráter pecaminoso e não é um verdadeiro líder espiritual (1 Coríntios 6:9-10; 2 Coríntios 11:13-15).
O apóstolo Pedro disse que os crentes não devem ser controlados por seus desejos anteriores, mas devem ser santos em tudo o que fazem (1 Pedro 1:14-15).
Bom fruto não significa que uma pessoa entenda como aplicar perfeitamente todos os princípios cristãos em seu comportamento. Estamos todos em processo de aprendizagem da verdade de Deus. Uma criança trabalhando em um jardim pode arrancar as plantas erradas por engano. Deus não nos julga por erros sinceros. No entanto, a graça não desculpa uma pessoa por se recusar a se arrepender de seu pecado. O apóstolo João nos diz que um ser humano é purificado ao “andar na luz”, vivendo de acordo com a verdade (1 João 1:7).
Integridade na Liderança
Os líderes tomam decisões que os outros não precisam tomar. As responsabilidades e oportunidades de um líder criam muitas ocasiões para a tentação. As suas decisões são especialmente importantes porque afetam muitos outros.
Um líder de ministério deve lembrar que ele, seguindo o exemplo de Jesus, é chamado para servir a Deus e aos outros. Seu objetivo não deve ser tornar-se uma celebridade que é elogiada e servida por todos.
Se uma congregação tem um grande número de pessoas que não são adoradores sinceros de Deus, eles tentam mudar o culto de adoração para focar no desempenho. Esses indivíduos honram o talento mais do que o foco espiritual. Eles querem que os artistas liderem o culto de adoração no lugar de verdadeiros líderes espirituais. Eles são entretidos por apresentações sensuais. Estão dispostos a contratar músicos não convertidos que tocam em discotecas e não são qualificados para participar do culto. O pastor deve proteger o culto da igreja para que atraia e sirva aos verdadeiros adoradores.[1]
► Se uma pessoa visita uma igreja no domingo de manhã e vê os mesmos músicos que viu em uma discoteca no sábado à noite, o que pensará da igreja?
Um líder pode ser tentado a se considerar isento das regras normais de moralidade. Alguns pastores têm relacionamentos errados com homens ou mulheres em sua congregação, assim como os líderes mundanos em suas culturas. Algumas igrejas toleram erroneamente o comportamento imoral dos pastores por causa de seu cargo.
Um pastor pode ser tentado a acreditar que ele é o dono da igreja. Se ele pensa assim, coloca pessoas em cargos porque são leais a ele, não porque farão um bom trabalho. Esse tipo de pastor favorece os parentes e quer escolher quem herdará a igreja depois dele. Ele encobre os pecados e erros de seus parceiros na igreja. Ele trata o dinheiro e a propriedade da igreja como se fossem seus.
O Testemunho da Igreja
A igreja pode se corromper quando não exige integridade. Quando a congregação compartilha os desejos do mundo, ela aceita líderes que são como o mundo. Ela tolera o pecado de seus líderes religiosos. Mesmo cristãos sinceros podem seguir líderes pecadores porque não entendem a necessidade de integridade e bons frutos. Quando isso acontece, as pessoas do mundo assumem o controle da igreja e ela perde seu testemunho.
Pedro advertiu que falsos líderes espirituais fariam da igreja um negócio (2 Pedro 2:3). Quando a igreja se torna popular em sua sociedade, as pessoas mundanas se interessam em obter status na igreja. Elas aprendem as formas de adoração e de liderança religiosa sem se tornarem cristãos. Uma igreja que não tem boa doutrina deixa de reconhecer esses falsos líderes.[2]
Jesus usou a ilustração do sal para explicar o que acontece quando a igreja perde sua distinção (Mateus 5:13). O sal que perde a salinidade não é melhor do que areia ou cascalho.
Quando a igreja se torna como a sociedade, a igreja não pode mais mudá-la.
O mundo zomba da igreja quando ela segue os padrões do mundo e não segue a verdade bíblica.
[1]Para uma exploração completa sobre adoração cristã, veja o curso Introdução à Adoração Cristã, de Shepherds Global Classroom, disponível em https://www.shepherdsglobal.org/courses
[2]2 Pedro 2 e o livro de Judas foram escritos abordando o assunto sobre falsos líderes espirituais.
Representando a Deus
Teologia é o sistema de nossas crenças cristãs, incluindo doutrinas sobre Deus, humanidade, pecado, Cristo e salvação. Nossas crenças sobre Deus são fundamentais para todas as outras crenças.
Quando Deus começou a se revelar, o primeiro propósito de Sua revelação foi mostrar que tipo de Deus Ele é. Deus descreveu a Si mesmo principalmente como santo. A palavra hebraica para santidade (kadosh) aparece mais de 600 vezes no Antigo Testamento. Por exemplo, Isaías repetidamente se referiu a Deus como “O Santo de Israel”. A santidade de Deus era o tema da adoração (Salmos 99:3, 5). O povo de Deus não O adorava apenas por Seu poder, mas por Sua santidade.
Deus também se revelou como amor. A passagem predominante no Antigo Testamento onde Deus se revelou a Moisés e a Israel é Êxodo 34:6-7. Ali Deus se descreve como o “...Senhor, Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado. Contudo, não deixa de punir o culpado…”. É importante manter a santidade e o amor de Deus juntos. Um termo frequentemente usado para descrever a Sua natureza é “santo amor”. Porque Deus é santo, Ele exige santidade em nós; porque Ele é amor, fez um caminho para nos tornarmos santos, como Ele é santo.
A santidade de Deus mostrou que as pessoas não estão aptas a servir e adorar a Ele sem primeiro serem transformadas pela graça. O profeta Isaías viu que ele tinha algo em comum com os pecadores aos quais estava pregando – ele tinha um coração que não era puro (Isaías 6:5). “Lábios impuros” representavam palavras e ações erradas que vinham de um coração impuro. Essa impureza tornou Isaías inapto para estar na presença de Deus. Ele não tentou justificar sua condição, nem Deus. Deus respondeu à confissão do profeta com graça; não uma graça tolerante, mas a graça purificadora e transformadora (Isaías 6:6-7).
O Deus de Israel era diferente dos falsos deuses e exigia uma forma diferente de adoração. No salmo 24, o Rei Davi perguntou: “Quem poderá entrar no seu Santo Lugar?” (versículo 3). Ele estava perguntando: “Quem Deus aceita como adorador?” Então ele deu a resposta: “Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro” (versículo 4). Nem todos são aceitos como adoradores de Deus. Um adorador não é apenas uma pessoa que pode levantar as mãos e sentir emoções. Uma pessoa pecadora não está qualificada.[1]
Deus disse que Sua própria santidade é a base para Sua exigência de que Seus adoradores sejam santos. “Sejam santos; porque Eu sou santo” (Levítico 11:44-45, Levítico 19:2, Levítico 20:26 e Levítico 21:8). Deus não era um deus como as antigas divindades orientais ou os deuses posteriores da mitologia grega e romana. Os mitos sobre esses deuses os descreviam como corruptos, enganosos e cruéis. Esses deuses tinham todas as falhas de caráter da humanidade. Como sombras em uma parede, eram distorções exageradas da imagem do homem. Esses deuses não exigiam um padrão moral ou um padrão de caráter, e seus adoradores eram perversos e cruéis.
O Deus de Israel não é uma projeção da imagem do homem. Ele não é imaginário, mas se revelou às pessoas. Ele é diferente, e é por isso que Seus adoradores devem ser diferentes.
O padrão de Deus é repetido no Novo Testamento: “Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: ‘Sejam santos, porque eu sou santo’” (1 Pedro 1:15-16). “Tudo o que fizerem” se refere a atitudes, comportamento, conduta — todas as partes da vida. Deus não pede apenas que Seus adoradores sejam cerimonialmente santos ou chamados de “santos” quando na verdade não são. Ele espera que Seus adoradores realmente vivam vidas santas.
Nossa atitude e comportamento mostram o que pensamos sobre Deus e o tipo de relacionamento que temos com Ele. O apóstolo Paulo disse que os judeus que se orgulhavam de ter a lei de Deus desonravam-nO desobedecendo Sua lei. Por causa do comportamento deles, as pessoas diziam coisas ruins sobre eles e sobre seu Deus (Romanos 2:23-24).
Que tipo de Deus você representa? Como as pessoas pensam que o seu Deus é? Se você quer que as pessoas saibam que Deus é santo, e também perdoa, e é gracioso, elas precisam ver que você é assim.
As igrejas precisam que seus pastores ensinem uma doutrina consistente e completa. Um pastor não deve negligenciar a doutrina básica. Todas as gerações e todos os novos convertidos precisam ouvi-la. Mesmo cristãos maduros precisam ser lembrados. Os sermões do pastor não devem ser apenas performances emocionais e dinâmicas para criar entusiasmo. Ele deve descrever Deus e descrever como a vida cristã deve corresponder ao Seu conceito bíblico em todos os seus detalhes.
A igreja deve transformar a sociedade e a cultura, mas isso acontecerá somente quando nosso conceito bíblico de Deus for aplicado aos detalhes de nossas vidas.
[1]Para uma exploração completa sobre adoração genuína, veja o curso Introdução à Adoração Cristã de Shepherds Global Classroom, disponível em https://www.shepherdsglobal.org/courses
Para Compartilhamento em Grupo
► Quais conceitos nesta lição foram novos para você? Como você planeja mudar sua abordagem à vida cristã?
► Qual conceito você acha que é comumente negligenciado nas igrejas de sua cultura? Como explicaria esse conceito para alguém que você conhece?
Oração
Pai celestial,
Quero honrar-Te com uma vida que corresponda ao Teu caráter. Quero representá-Lo em um mundo que não é submisso a Ti.
Faça minha vida ser consistente com a Tua verdade. Ajude-me a estar disposto a mudar qualquer coisa que não deve fazer parte da vida de um cristão.
Obrigado por Teu Espírito capacitador e graça transformadora.
Amém!
Tarefas da Lição 1
(1) Escreva um parágrafo sobre um valor mundano que influenciou seu pensamento ou comportamento no passado recente. Em seguida, encontre duas passagens bíblicas que abordem essa parte da vida e as escreva. Escreva um parágrafo sobre como você pode começar a viver em obediência a essas passagens.
(2) Estude Tito 2:11-14. Prepare uma breve apresentação sobre a integridade cristã baseada nessa passagem. Use essa passagem para explicar por que as verdades bíblicas devem ser aplicadas a todos os aspectos da vida. Compartilhe esta apresentação no início da próxima aula.
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